Repercutimos grave denúncia sobre despejo criminoso contra 400 famílias camponesas do Acampamento Boa Esperança em Porto Velho.
O despejo ocorreu no dia 10 de setembro e contou com agentes do Exército, da Força Nacional e da Força Tática da Polícia Militar. Os camponeses registraram e denunciaram também que agentes da PM haviam incendiado o acampamento, além de agirem com truculência contra as famílias despejadas.
Segundo a denúncia, o advogado popular Ermogenes de Souza também está sendo perseguido por prestar orientação jurídica às famílias camponesas, numa clara tentativa de criminalizar os defensores dos direitos do povo.
A denúncia foi vinculada no portal do Jornal A Nova Democracia e pode ser visualizada na íntegra abaixo:
11 de setembro
Foto: Bando de dados/AND
O Exército reacionário, a Força Nacional e a Força Tática da Polícia Militar (PM) expulsaram 400 famílias camponesas do Acampamento Boa Esperança, em Porto Velho, no dia 10 de setembro.
A denúncia urgente feita pelos camponeses relata que os militares agiram com violência e atearam fogo na área, o que foi gravado em vídeo pelos próprios trabalhadores, além de prenderem um camponês que há anos relata ser perseguido.
A área ocupada se trata de um terreno na região de Rio Pardo e teria entregue pelo governo federal ao governo estadual como compensação pela construção de uma hidrelétrica. A propriedade onde fica o acampamento está em litígio há anos, e permanece parada por falta de uma definição quanto a seus títulos e regularização.
O camponês preso se trata de Delson Pinto de Souza, que possui títulos legais sobre a área Boi D’Água, onde fica o acampamento Boa Esperança, da época em que sua família participou da colonização de Rondônia. Ele próprio permitiu que os camponeses construíssem o acampamento dentro de sua terra, porém afirma que, por causa disso, vem sendo perseguido por grileiros da região, e que já foi ameaçado por agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para que deixasse sua terra.
Leia também: RO: Camponeses são alvos de perseguição do ICMBio
Em um áudio enviado à Redação de AND, um camponês vizinho do acampamento, revoltado com a situação, protestou: “Eu fico preocupado com essas coisas porque a gente precisa de tanta coisa e o que a gente escuta é a choradeira de que não tem dinheiro. E, de repente, para essas coisas [despejo] tem dinheiro de sobra. Para a repressão tem dinheiro. Mas para a educação não tem dinheiro, não tem nem para a merenda, não tem dinheiro para ajudar na [pequena] agricultura, não tem dinheiro para regularização fundiária, mas para a repressão tem dinheiro. Não entendo isso!”.
O advogado que tem dado assistência às centenas de famílias do acampamento, Ermogenes de Souza, foi acusado judicialmente como mentor da invasão, simplesmente por orientar os camponeses juridicamente, e está sendo processado. Segundo ele, todos foram levados para uma escola em Rio Pardo, após serem despejados, sem saber como se alimentarão.
Além dos aparatos citados, participaram do despejo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o ICMBio.
a matéria também pode ser lida no seguinte endereço: https://anovademocracia.com.br/noticias/11857-ro-exercito-e-pm-despejam-camponeses-em-porto-velho
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