O CEBRASPO toma parte do
profundo sentimento de pesar que atinge à todos os lutadores,
ativistas e organizações democráticas, antiimperialistas e de
lutas de libertação pelo covarde assassinato da liderança do
Partido Comunista da Índia, Mallojula Koteswara Rao, conhecido como
camarada Kishenji, de 58 anos. Kishenji foi morto pelas forças
repressivas do Estado Indiano, que divulgaram o assassinato como um
suposto “confronto” no leste da Índia, ocorrido no dia 26 de
novembro.
Assim sendo, o Estado
indiano deixa claro que é responsável pela morte do líder do
Partido Comunista da Índia (maoísta), porém ainda existem várias
dúvidas sobre circunstâncias de sua morte.
O poeta Varavara Rao, que
há muito tempo é simpatizante da luta do povo indiano, declarou ao
canal de notícias NDTV, que Kishenji havia saído de casa há 35
anos para se juntar à luta de seu povo e que foi morto em uma
floresta no estado de Bengala Ocidental.
Nascido no estado de
Andhra Pradesh, sul da Índia, Kishenji juntou-se à luta do povo
indiano na década de 1980. Seu assassinato gerou uma grande comoção
entre o povo da região onde nasceu. Em Peddapalli, cidade em
Karimnagar, distrito de Andhra Pradesh, estão sendo realizadas
manifestações para protestar contra seu assassinato.
As massas da cidade, a
200 km de Hyderabad, participam voluntariamente da uma greve para
protestar contra a morte desse filho da cidade. Toda população
local e líderes de várias organizações tem visitado a casa do
irmão Anjaneyulu Kishenji para oferecer suas condolências. Lojas e
empresas estão fechadas, bem como as instituições administrativas
e educacionais.
O governo diz que a maior
ameaça à segurança interna, é a “guerrilha comunista”, cuja
presença se espalhou para 20 dos 28 estados da Índia. Ele usa esse
discurso para continuar massacrando e desenvolvendo uma guerra aberta
contra o povo. A repressão toma proporções cada vez maiores
através da Operação “Caçada verde”, com a qual pretendem a
tomada das terras dos povos advasis para a exploração das riquezas
naturais por grandes empresas multinacionais. Essa dita operação
faz parte de toda uma estratégia formulada e desenvolvida em acordo
com o departamento de Estado norte-americano para conter a revolta do
povo da Índia.
O imperialismo em sua
crise e em particular o Estado Indiano têm tido grande dificuldade
em impedir a mobilização do povo. Dessa forma, faz parte de sua
estratégia uma campanha de busca e repressão seletivas para
aniquilar os quadros dirigentes do movimento revolucionário. A morte
de Kishenji faz parte dessa estratégia.
Porém, é sabido que a
morte daqueles que lutam incansavelmente em favor do seu povo não
enfraquece a luta das massas, tampouco acovarda aqueles que defendem
a sua terra, autodeterminação e libertação. O assassinato de
Kishenji certamente trouxe dor aos povos da Índia, mas ao contrário
do que pretendem os algozes do povo, só faz aumentar a luta e
resolução das massas.
CEBRASPO – Centro
Brasileiro de Solidariedade aos Povos
28 de novembro, 2011.