terça-feira, 26 de novembro de 2019

BA: 700 FAMÍLIAS CAMPONESAS ESTÃO NA RUA APÓS DESPEJOS VIOLENTOS

Reproduzimos denúncia da Comissão Pastoral da Terra - (CPT-BA) sobre o despejo violento de 700 famílias de camponeses dos acampamentos Abril Vermelho, no Projeto Salitre, em Juazeiro, Irmã Dorothy e Iranir de Souza, no Projeto Nilo Coelho, em Casa Nova (BA). Os despejos violentos realizados pela Polícia Federal, que tiveram início na madrugada do dia 25 de novembro, cumprem mandados de reintegração de posse em favor da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Em Juazeiro, os camponeses ocupavam a área desde 2012, onde as famílias viviam e trabalhavam, com uma produção que sustentava cerca de 2 mil pessoas.

Helicóptero sobrevoa região de ocupação/ foto: CPT 

“Começaram a soltar a bomba de gás, muita criança desmaiou, velhos também desmaiaram, um companheiro foi atingido na cabeça e foi para o hospital”, relata Francisco Nascimento. Segundo a denúncia da CPT, havia grande presença das polícias Federal e Militar, inclusive sobrevoando a área. A via que dá acesso ao acampamento Abril Vermelho ficou bloqueada pela Polícia Militar, que impedia qualquer veículo de passar, até mesmo a imprensa.

Nós, do CEBRASPO, repudiamos a decisão judicial que permitiu este violento despejo, bem como a atuação truculenta do aparato de repressão do velho estado. Nos solidarizamos com as centenas de famílias dos acampamentos Abril Vermelho, Irmã Dorothy e Iranir de Souza e com todos que estão lutando pelo sagrado direito a terra, enfrentando o velho estado latifundiário e seus aparatos de repressão e bandos paramilitares. 

DENÚNCIA: CAMPONESES DE CANAÃ ENFRENTAM AMEAÇA DE DESPEJO (RO)

Reproduzimos em nosso blog denúncia de ameaça de despejo recebida por camponeses da área Canaã, localizada entre os municípios de Jaru e Ariquemes, em Rondônia, no dia 21 de novembro. A notificação da decisão judicial permite ao velho estado realizar o despejo por meios violentos, como de praxe. 


Segundo o Jornal A Nova Democracia, a juíza Fabíola Cristina Inocêncio, em benefício do latifúndio, permitiu que a Polícia Militar reprima violentamente os camponeses que vivem e trabalham na terra. O advogado dos latifundiários, Lindolfo Cardoso Lopes Junior, diz que o despejo poderá ocorrer ainda esse ano.



A área Canaã, que abriga cerca de 170 famílias desde 2001, já sofreu diversas tentativas de expulsão ao longo de sua existência. As famílias já resistiram a vários despejos e sempre se reorganizaram e reconquistaram as suas terras. Uma das mais expressivas respostas à essas ações aconteceu em 2012, quando camponeses e caminhoneiros se uniram em um protesto combativo no dia 19 de março e bloquearam uma ponte sobre o rio Jaru.



Camponeses protestam contra despejos na área Canaã em março de 2012


Reforçamos a denúncia realizada por outras entidades e nos solidarizamos com as cerca de 170 famílias que vivem e trabalham nas terras da Área Canaã.

TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!



sexta-feira, 22 de novembro de 2019

VIVA A LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS DO MARANHÃO

Reproduzimos a seguir nota emitida pelos Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão em razão da conquista da liberdade dos presos políticos do governador Flávio Dino (PCdoB-MA).




"VIVA A LIBERDADE! VIVA A LUTA DO POVO!



Comunicado.



Aos lutadores e lutadoras do povo de Arari, do Maranhão e de todo o Brasil, comunicamos que os Camponeses Joel, José Laudivino, Emildes e Edilson, depois de quase 70 dias presos tiveram suas prisões revogadas.



Agradecemos profundamente a solidariedade e apoio à luta camponesa da Baixada Ocidental Maranhense.



A luta continua!



Abaixo as cercas, campos livres!



"Não há nada como a liberdade" (Nelson Mandela)



Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão."



A nota pode ser visualizada na íntegra no seguinte endereço em rede social dos Fóruns: https://www.facebook.com/FeRCidadaniaMA/photos/a.202006856954022/735637080257661

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

CONDENAÇÃO DOS POLICIAIS DA CHACINA DE COSTA BARROS É RESULTADO DA LUTA DOS FAMILIARES DE VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA DO ESTADO

No dia 8 de novembro, o 2º tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgou três dos quatro policiais envolvidos na Chacina de Costa Barros. O crime ocorreu na noite de 28 de novembro de 2015, quando Roberto Silva de Souza, de 16 anos, recém contratado por um supermercado, comemorava seu primeiro salário com seus amigos, Wilton Esteves Domingos Júnior, Carlos Eduardo Silva de Souza, Wesley Castro Rodrigues e Cleiton Corrêa de Souza, todos jovens entre 16 e 25 anos. Os 5 jovens foram fuzilados no carro em que estavam com 111 tiros disparados pela polícia. Além de responder pelos assassinatos, os policiais também foram acusados de fraude processual e tentativa de homicídio de outros dois jovens, Wilkerson e Lourival, que acompanhavam os amigos em uma moto. Um dos policiais será julgado em um júri separado. Ao fim do júri, dois policiais foram condenados a 52 anos de prisão e um deles foi absolvido de todas as acusações e posto em liberdade, mesmo com laudo da Polícia Civil atestando que eram de sua arma projéteis encontrados no carro das vítimas.
Durante o julgamento, alguns policiais alegaram que efetuaram disparos na direção de “bandidos” que estavam em uma passarela na região e não contra o carro em que se encontravam os jovens. Todas as provas testemunhais e documentais desmentiram essa versão.
A rapidez com a qual os moradores e familiares se mobilizaram e chegaram ao local foi fundamental para provar que os policiais tentaram remover os corpos dos jovens ou “preparar” a cena do crime com o flagrante forjado. Márcia Ferreira, mãe de Wilton e Wilkerson, bem como outras testemunhas, contaram que ao tentarem se aproximar do veículo, observaram que um dos policiais colocava uma arma embaixo do carro para simular um confronto. Durante o julgamento, a perícia demonstrou que a arma tinha a numeração adulterada e sequer funcionava e que os jovens não tinham vestígio de pólvora nas mãos. Trata-se da famosa “vela” ou “kit bandido” que os policiais carregam para forjar flagrantes e justificar seus homicídios nas favelas.
A chacina de Costa Barros resultou em mais duas vítimas fatais: Joselita, mãe de Roberto, e Wilkerson. Em 2016, Joselita estava em profunda depressão e teve seu estado de saúde agravado após receber a notícia de que o STJ havia concedido habeas corpus aos policiais acusados. Seu estado de saúde piorou muito, ela teve uma parada cardíaca e faleceu aos 44 anos. No mês seguinte, em agosto, o sobrevivente Wilkerson, que jamais se refez do trauma e das mortes do irmão e dos amigos, também faleceu de um aneurisma aos 16 anos. Os familiares de ambos falam que eles faleceram de tristeza. Uma semana após a morte de Wilkerson, os policiais retornaram para cadeia.

ABAIXO A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA! MORAR NA FAVELA NÃO É CRIME!

A criminalização da pobreza ficou evidente durante toda a atuação da defesa dos policiais militares no julgamento. Os advogados dos PMs proferiram discursos contra a defesa dos direitos humanos e chegaram a fazer insinuações que colocavam em dúvida o caráter dos familiares, ao questionar como uma das mães que teve o filho assassinado, trabalhadora e moradora de favela, poderia ser proprietária de um veículo que tinha a documentação totalmente regular. 
A defesa dos policiais também tentou construir um discurso falso, caracterizando os jovens como criminosos e utilizando-se da justificativa de que a região seria para eles uma “zona de guerra” – situação produzida pela a própria polícia militar nas favelas e periferias da cidade – para desta forma tentar justificar e permitir qualquer ação policial arbitrária nesses territórios.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

FÓRUNS E REDES DE CIDADANIA (MA) AGRADECE OS ATOS DE SOLIDARIEDADE NACIONAL

Reproduzimos nota lançada pela organização Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão em agradecimento aos atos de solidariedade realizados em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Recife como parte da campanha nacional pela liberdade dos lavradores da Baixada maranhense.

Reiteramos nossa solidariedade com os presos políticos do Governo do Flávio Dino (PCdoB), organizados pelos Fóruns e Redes de Cidadania e sua justa luta pelo direito a terra e ao trabalho! Conclamamos todos as organizações, militantes e ativistas democráticos e progressistas a fazerem parte dessa campanha de solidariedade nacional e repudiarem a perseguição e a criminalização da luta pela terra no Maranhão. 



"NOSSOS AGRADECIMENTOS

Aos companheiros e as companheiras de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco pela acolhida aos nossos companheiros Iriomar Teixeira e José Diniz, porta-vozes oficiais do movimento Fóruns e Redes de Cidadania nos atos de solidariedade, nestes Estados, aos presos políticos Laudivino, Joel, Edilson e Emilde, encarcerados injustamente desde o dia 13 de setembro de 2019.

Presos por atos injustos e arbitrários do juiz da comarca de Arari (Emílio Braúna), da promotora da comarca (Lícia Cavalcante) e do delegado de polícia (Alcides Martins), que resolveram criminalizar quem luta por direito, não fazendo nada contra os grileiros de terras públicas que cometem crime de invasão de terras na APA da Baixada Ocidental Maranhense, crime diversas vezes denunciado pelas comunidades dos municípios de Arari e Anajatuba a todos os órgãos públicos municipais, estaduais e federais.

Presos porque o governo Flávio Dino não fez e não faz nada contra o crime de grilagem de terras públicas ocorrido na Área de Preservação Ambiental da Baixada Maranhense, já que tem uma aliança no Estado com latifundiários e com o destruidor agronegócio!

Lavradores, pais de família, lideranças comunitárias de Fleixeiras/Arari-Ma cinquenta e dois dias presos, sem nunca terem sido ouvidos formalmente, por autoridades públicas que se especializaram em humilhar, perseguir, criminalizar, prender e condenar o povo pobre, camponês, quilombola e indígena.

Presos por autoridades inimigas do povo!

Presos porque lutam pelo seu povo!

Presos porque lutam para que o seu povo seja respeitado!

Presos porque querem ver a terra liberta do latifúndio, da ganância e da destruição!

Presos porque denunciaram a grilagem de terras públicas!

Presos porque querem ver os campos públicos maranhenses livres das cercas, dos búfalos e das cercas elétricas!

Nosso agradecimento a todos os movimentos, entidades, órgãos, sindicatos e associações que se solidarizaram nessa jornada pelo Brasil, feita para denunciar os crimes do latifúndio e seus serviçais ocorridos no Maranhão contra o povo camponês, quilombola, indígena.

Nossos agradecimentos em especial à rede de solidariedade nacional, composta pela Liga dos Camponeses Pobre (LCP), Cebraspo, Abrapo, Jornal A Nova Democracia, Movimento Luta de Bairros (MLB), Grupo de Estudos Mangue Vermelho, União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), União da Juventude Comunista (UJC), Movimento Estudantil Popular e Revolucionário (MEPR), Liga Operária, Luta Pelo Socialismo (LPS), Instituto Helena Greco (IHG), Executiva Nacioinal dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe), Frente Nacional de Lutas (FNL) Campo e Cidade, subsede de Vespasiano do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE-MG), do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (SINDIFES), do Movimento Feminino Popular (MFP).

Agradecer aos estudantes e professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Firmes da Luta!

Nossos companheiros presos enviam forte abraço a todos e todas e que continuam firmes e determinados na luta!

Divulguem e apoiem essa luta.

Abaixo as cercas, campos livres!

Povo unido e organizado, luta e vence!"


A nota pode ser lida em sua íntegra na página dos Fóruns e Redes de Cidadania: https://www.facebook.com/FeRCidadaniaMA/posts/720466115108091?__tn__=K-R

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

BOLETIM INFORMATIVO CEBRASPO - EDIÇÃO Nº 18

BOLETIM CEBRASPO: SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL E A LUTA DOS POVOS NO BRASIL E NO MUNDO. EM DEFESA DA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS DEMOCRATAS E REVOLUCIONÁRIOS

​​CEBRASPO - Defender o direito do povo lutar pelos seus direitos!

Edição nº 18 - Outubro, 2019

Companheiros e companheiras,

Estamos enviando nosso boletim informativo com uma relação de notícias dos acontecimentos dos povos em luta no Brasil e no mundo.






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Na semana do dia 21 ao dia 25 de outubro, a Abrapo (Associação Brasileira dos dvogados do Povo) com o apoio do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO) e de diversas entidades classistas, combativas, democráticas e revolucionárias como a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), o Movimento Estudantil Popular revolucionário, a Liga  perária, o Movimento Feminino Popular e outros, organizou uma série de atos em Minas Gerais, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Recife em solidariedade à luta pela terra na Baixada Maranhense, como parte da campanha nacional pela liberdade dos presos políticos do governador Flávio Dino (PCdoB), que são os camponeses Joel Roque, Emilde Cardoso, Edilson Diniz e Jose Laudivino, todos organizados pelos Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão.
Mais informações podem ser acessadas no seguinte endereço: https://cebraspo.blogspot.com/2019/10/campanha-nacional-de-liberdade-aos.html