Em uma conferência ocorrida em dezembro, a polícia de Hamburgo divulgou fotos de 104 manifestantes acusando-os de “criminosos”. Os 104 manifestantes foram fotografados e filmados enquanto participavam de protestos contra a cúpula do G20 em ao menos cinco diferentes cidades da Alemanha. As imagens estão sendo divulgadas em jornais do monopólio de imprensa como o tabloide Bild.
Nas manifestações anti-imperialistas que ocorreram em julho, durante a conferência internacional, 71 ativistas foram presos e advogados denunciaram a dificuldade de falar com seus clientes, a escassa alimentação e a insalubridade das celas, com um número de detentos superior ao permitido. Antes mesmo do encontro a polícia já havia feito diversas operações para intimidar e desorganizar os grupos que preparavam manifestações contra a conferência. Houveram diversas denúncias de invasão policial e ameaças contra acampamentos de estrangeiros, centros internacionalistas e culturais como o Centro Internacional B5 (Internationale Zentrum B5) e o antigo teatro Flora Vermelha (Rote Flora).
Apesar das intimidações, os protestos reuniram milhares de pessoas que se deslocaram de toda a Europa. O aparato de repressão contou com cerca de 30 mil agentes, canhões de água e armas “menos letais”. Durante os confrontos com a polícia, barricadas foram levantadas nas ruas de Hamburgo e nem mesmo Melania Trump, a esposa de Donald Trump, conseguiu deixar a residência oficial e chegar ao encontro.
A perseguição aos 104 manifestantes, além de ser uma continuidade da repressão aos protestos contra o G20, faz parte da política de repressão ao movimento anti-imperialista e internacionalista na Europa, assim como a prisão de 10 ativistas da ATIK (Assossiação de Trabalhadores Turcos na Europa), também encabeçado pelo governo de Angela Merkel. Mas quem são os verdadeiros criminosos?
A cúpula do G20 reúne os dirigentes econômicos de países imperialistas, como Estados Unidos e Alemanha, União Européia, e seus subalternos em países dominados, como o caso de Brasil, África do Sul e Argentina. Desde sua fundação o grupo define políticas chamadas “neoliberais”, que são uma forma de manutenção e aprofundamento do poder dos monopólios imperialistas sobre os povos de todo o Mundo. A cúpula do G20 é portanto responsável direta por jogar nações inteiras na crise e pelas catástrofes relacionadas a ela. Os protestos contra o G20 foram resposta dos trabalhadores europeus e migrantes a precarização de suas vidas e uma demonstração de internacionalismo e solidariedade a todos os povos explorados. O site alemão Dem Volke Dienen (Servir Ao Povo) em nota sobre a perseguição aos 104 ativistas afirma: “pensamos que é importante enfatizar que essa grande caçada humana pelo Estado imperialista alemão é uma coisa em particular: uma expressão de sua fraqueza. De sua humilhante derrota em julho de 2017. Eles pensam que podem caçar pessoas. Eles pensam que podem se vingar. Mas temos um entendimento diferente. E nós sabemos, no final, vamos ganhar.”. A apresentação de ativistas como criminosos pelos monopólios de imprensa e pela polícia alemã é uma tentativa de “virar o jogo” e esconder que imperialistas e seus cúmplices lacaios reunidos na Cúpula do G20 é quem são verdadeiros criminosos.
LIBERDADE PARA OS PRESOS POLÍTICOS DE HAMBURGO!
Abaixo a criminalização do movimentos Anti-imperialistas e internacionalistas na Europa!