Reproduzimos aqui a nota da Associação Brasileira dos Advogados do Povo - ABRAPO em repúdio a absurda e inaceitável condenação contra o jovem Rafael Braga.
NOTA DE REPÚDIO À NOVA CONDENAÇÃO DE RAFAEL BRAGA
A ABRAPO – Associação Brasileira dos Advogados do Povo vem a público para manifestar todo o seu mais intransigente repúdio à nova condenação de Rafael Braga, desta feita acusado por um flagrante forjado de tráfico de drogas e associação criminosa para o tráfico.
Como parte da realidade imposta por esse sistema político e econômico que massacra o nosso povo, principalmente os mais pobres e os miseráveis, por todos conhecidas, temos a exclusão que é feita através da prática fascista de criminalização e extermínio de significativa parcela de jovens, negros, pobres e miseráveis.
Rafael Braga é vítima dessa política nefanda e nefasta!
Apesar de todos os esforços empreendidos pela brilhante defesa a que ele teve jus, diferentemente de seus iguais, capitaneada pelo DDH – Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, e pelos Colegas Tiago Melo e Carlos Eduardo Martins, Rafael Braga foi duramente atingido por mais uma condenação, esta, a onze anos de prisão.
Poderíamos aqui nos estender falando sobre o absurdo da política de combate bélico contra o tráfico de drogas; do proibicionismo; da Lei Anti-Drogas que, de forma explícita e escancarada faz a diferença de classes ao considerar a condição social e econômica dos “flagrados” como diferencial suficiente para distinguir quem é traficante ou não. Explicamos melhor, se a pequeníssima quantidade de droga que, mentirosamente, os PM`s disseram ter encontrado com Rafael, fosse encontrada com um jovem branco, de classe média, que não tivesse, em tese, “necessidade” de traficar, exatamente por sua condição social e econômica, ele, certamente, seria considerado usuário. Isso, interpretando os termos da própria Lei.