terça-feira, 31 de maio de 2022

ABRAPO: ACOMPANHE A AUDIÊNCIA 09 E 10 DE JUNHO, LUTAR NÃO É CRIME! EM DEFESA DE LENIR CORREIA COELHO E DA ADVOCACIA POPULAR!








A advogada Popular Lenir Correia Coelho é mestre e doutorando em Direito Agrário (PPGDA/UFG), pesquisadora da Questão Agrária e atua há mais de 20 anos na defesa de movimentos sociais camponeses.

Ela é acusada de ser líder de uma organização criminosa (art. 2°, §2° e §3°, da Lei 12.850/13) em ação penal n° 7002329-70.2021.8.22.0023, Comarca de São Francisco do Guaporé/Ro) ‘’que invade terras particulares no estado de Rondônia".

Acontece que o que o Poder Judiciário chama de organização criminosa nada mais é do que um legítimo movimento social que faz a justa luta pelo acesso democrático a terra.

Em uma tentativa desesperada de criminalizar os movimentos sociais e de fazer parar a tomada de terras públicas e improdutivos pelo poder popular, o Estado de Rondônia, através de suas forças policiais e judiciárias, move contra a Advogada Popular e o movimento camponês todo o seu aparato e artimanhas para colocar a luta por terra e seus defensores como os maiores inimigos a serem combatidos.

Através de provas extremamente frágeis, o processo se constrói criando uma narrativa policialesca e absurda para criminalizar a advocacia popular.

A Dra. Lenir é conhecida em todo o Brasil por se destacar como uma defensora dos direitos humanos e direitos sociais dos povos do campo. O que faz o Estado de Rondônia é cercear o exercício da advocacia e sobretudo a advocacia popular.

A ABRAPO convida entidades políticas, ongs, organizações, defensores de direitos humanos e todos e todas que queiram PARTICIPAR DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO da referida Ação Penal.

A participação é relevante uma vez que demonstra a importância política da Dra. Lenir para advocacia popular e na luta por direitos sociais do campo. Que não deixaremos que o Estado escolha como seus inimigos aqueles que lutam por seus direitos e aqueles que os defendem!

Mande uma mensagem para a ABRAPO aqui no Instagram ou no e-mail abrapojiparana@gmail.com confirmando interesse em participar da audiência.

LUTAR NÃO É CRIME!

TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!



MILITARY POLICE OUT OF THE FAVELAS NOW: Mass Slaughter in Vila Cruzeiro is STATE TERRORISM!

 


The counter-insurgency policy of the Brazilian State left another trail of terror and blood, this time on the Vila Cruzeiro favela, on Rio de Janeiro city north side. Following a logic of control over the life and death of the poor, mostly black population of the favela, 23 people were slaughtered in a joint operation of the BOPE (Special Operations Battallion of the Riode Janeiro state Military Police) and the Federal Highway Police (PRF), terrorizing the favela population for more than 12 hours. There are reports amongst the people of the favela that more than 30 dead bodies were found in nearby forested area, with signs of torture and stabbing 

(those reports can be read on the A Nova Democracia newspaper in the following link: 

https://www.youtube.com/watch?v=8YE-eQd29J4&list=PLIdU3AkPL7YCUOYK8t91BcNWhfet6hAKc&index=1).

A year after the biggest mass slaughter in the history of Rio, on the Jacarezinho favela, the behavior of the repressive forces of the state continues to be theatrical, following a reactionary logic of high numbers of deaths by the police “refined” by a lot of cruelty and cowardice.

In the year  of 2021 alone, more than 1356 people were killed by police forces, according to official records. Between January and April of this year there were more than 16 mass slaughters and 85 deaths  (source: Grupo de Estudos Novos Ilegalismos – GENI/  Fluminense Federal University). Besides the astounding numbers of fatal victims and all the impacts of these deaths on the families and people from their communities, the all round impact of these military incursions and operations on the people of the favelas, the interruption of their daily lives, the impossibility of going to their workplaces, the closing of schools, childcare facilities and health care services, etc should also be pointed out.

In Vila Cruzeiro, as well as in all these recent mass slaughters, the police forces quickly treated the people who were murdered as suspected criminals, bandits, and similar adjectives as a way to justify the barbarity they had just done. The Brazilian State follows these guidelines to discredit them massacres as executions committed by agents of the state, justifying them as an answer to the aggression of criminals, under the right of legitimate self-defense by the police officers.

In the end, the police officers investigate, judge, write the sentences and execute them freely on their own terms. Should those forces by permitted to have such power? Were the victims judged? Were those cases following the due legal proccess? Was their sentencing final, with all forms of appeal exhausted? How can the police be able to affirm that the people killed were criminals of all sorts?

Routinely, during those massacres, the police officers wave these powers in mockery of the very own bourgeois laws that should rule over them! And the last act of this circle of barbarity is the total lack of punishment to the crimes of the State done against poor people in Rio de Janeiro and in the rest of the country.

The same line is followed by the press monopoly and their journalists who criminalize poverty and the black and poor youth, searching to justify those massacres. How is it possible for the press monopoly to justify the 25 deaths in the Vila Cruzeiro favela? Calling such action of genocide against our people as “a well planned operation”?

Their objective is to justify the murders and perpetrate the impunity of those involved. The laws of the State and their representatives, the press monopoly and the agents of the penal system, attorneys and judges, are also responsible for this genocide, specially the one against the youth, and should be judged for the crime of genocide, murder and crimes against the people.

The same Rede Globo that currently dictates the “progressive” agenda for their own purposes, has been building since the late 80s a war-like environment against the people of the favelas, associating criminality with poverty, justifying any and all barbarism enacted under the guise of the so-called public safety.

This sequence of genocide occurs in total contradiction with the current “plan for the reduction of police letality” under the high court of the country, the Supremo Tribunal Federal (STF). More of a limited plan for protocol revision, even for one following the laws of the so-called Democratic Rule of Law, a political sistem that never fully existed for the favelas and suburbs of Rio de Janeiro.

It is well know that the actions of the State cannot be justified by combat against drug and weapons traffick, for they do not even hit the surface of this very profitable activity, one that quickly reverses the eventual loss of profits and sustains the life of many different sectors of our society, like politicians, the bourgeoisie, big land owners, the police, and even the Military, that has already had members involved in international drug dealing transporting kilos of cocaine inside a presidential air-plane.

So for what do these massacres against the people of the favelas and suburbs serve? To terrorize the people, to maintain them under constant rule of fear for they do not, one day, rebel against the routine attacks against their civi rights and their living conditions that get more precarious alongside the development of the unsolvable economic crisis of our country.

All democrats, progressive organizations and true defenders of the people’s rights have to repudiate in a passionate way these massacres that are becoming a permanent policy of the government of Rio de Janeiro state, and serve as a laboratory for the rest of the country. And more than ever we should defend the right of the people to organize and defend itself against all types of atrocities waged against them daily.

MILITARY POLICE OUT OF THE FAVELAS NOW!

DOWN WITH STATE TERRORISM!

 

Watch the special news report produced by A Nova Democracia news:




quinta-feira, 26 de maio de 2022

FORA PM DAS FAVELAS! Chacina na Vila Cruzeiro é TERRORISMO DE ESTADO!


 

Chacina na Vila Cruzeiro é TERRORISMO DE ESTADO!


A política contra insurgente do Estado brasileiro deixou mais um lastro de terror e sangue, desta vez na favela Vila Cruzeiro, situada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Seguindo a lógica de mando sobre a vida e a morte da população pobre e principalmente preta que reside nas favelas, 23 pessoas foram chacinadas numa operação conjunta do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar - RJ) e da Polícia Rodoviária Federal/PR, aterrorizando a população por mais de doze horas. Há relatos de moradores que mais de 30 corpos foram retirados de dentro de uma área de mata, com sinais de tortura e facadas  (os relatos podem ser lidos na reportagem do jornal A Nova Democracia no seguinte link: https://anovademocracia.com.br/noticias/17559-massacre-da-penha-no-rio-torturas-tiro-contra-moradores-e-execucoes-macabrash). 


Um ano após a maior chacina da história do Rio na favela do Jacarezinho, a atuação das forças de repressão do Estado continua sendo midiática, e seguindo a lógica reacionária de alta letalidade policial com requintes de crueldade e covardia. 


Somente no ano de 2021 foram mais de 1356 pessoas mortas pelas forças policiais, isso em números oficiais. De janeiro até abril deste ano foram registradas 16 chacinas e 85 mortos (Grupo de Estudos Novos Ilegalismos - GENI/UFF). Além das irreparáveis vítimas fatais em números assustadores e todos os impactos dessas mortes para familiares e pessoas das comunidades, cabe destacar as consequências dessas operações e incursões policiais para o povo das favelas, da interrupção de suas vidas, da impossibilidade de locomover-se até seus locais de trabalho, do fechamento de escolas, creches e serviços de saúde.


Na Vila Cruzeiro, assim como em todas as outras chacinas, as forças policiais rapidamente tratam de taxar as pessoas assassinadas como suspeitos, criminosos, bandidos e demais adjetivos que visam justificar a barbárie cometida. O Estado brasileiro segue a cartilha usada para descaracterizar as execuções cometidas por agentes estatais, justificando suas ações como resposta à agressão de criminosos, pressupondo a legítima defesa dos policiais.


Ocorre que para todos os efeitos são os policiais que investigam, julgam, sentenciam e executam a pena livremente. Cabem a essas forças exercerem tais poderes? As vítimas foram julgadas? Seus processos correram conforme o devido processo legal? Tiveram seu trânsito julgado? Como a polícia pode taxar que os indivíduos eram criminosos de toda sorte?


Dia após dia, a cada chacina que cometem, exercem tais poderes aos quais não são designados nem mesmo perante as leis burguesas! E para fechar o ciclo da barbárie não vemos punições para os crimes de Estado cometidos contra o povo pobre no Rio de Janeiro e no resto do país.


A mesma linha é seguida pelo monopólio da imprensa e seus jornalistas que criminalizam a pobreza, a juventude pobre e preta, buscando de toda a sorte legitimar esse morticínio. Como é possível que o monopólio da imprensa justifique as 25 mortes na favela da Vila Cruzeiro? Chamando de “operação planejada” mais esse genocídio contra nosso povo? 


O objetivo é legitimar as mortes e perpetuar a impunidade. Ao lado do Estado e seus representantes, o monopólio de imprensa e os agentes do sistema penal, promotores e juízes, são também responsáveis pelo extermínio, principalmente da juventude, devendo ser julgados por crimes de extermínio, execuções e crimes contra o povo.


A mesma Rede Globo que atualmente tenta ditar as pautas "progressistas" ao seu modo, vem construindo desde o final dos anos 80 um clima belicoso contra o povo das favelas, associando a pobreza e a cor com a criminalidade, o que justificaria qualquer barbárie a ser cometida em nome da suposta segurança pública.


Essa sequência de genocídios ocorre em total desacordo com um suposto “plano de redução da letalidade policial” sob a responsabilidade da maior corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF). Mais um plano protocolar e limitado, mesmo dentro do que preconizam as leis no chamado Estado Democrático de Direito, que jamais existiu de fato para as favelas e periferias do Rio de Janeiro. 


É sabido que tais ações do Estado não se justificam pelo combate ao tráfico de drogas e armas, pois não atingem nem a superfície desta lucrativa atividade, que rapidamente substitui eventuais baixas e remunera inúmeros setores da sociedade, políticos, burgueses, latifundiários, as polícias, e inclusive o Exército, que já teve membros envolvidos com tráfico internacional transportando quilos de cocaína num avião presidencial.  


Para que servem, então essas chacinas contra a população residente nas favelas e periferias? Para aterrorizá-las, mantê-las sob o domínio do medo para que não possam se rebelar contra o ataque diário aos seus direitos civis e as condições de vida que levam, cada vez mais precárias com a crise econômica insolúvel do país. 


Cabe aos democratas, organizações progressistas e todos os verdadeiros defensores dos direitos povo repudiar de modo veemente esses massacres que se tornam uma política permanente do governo do Estado do Rio de Janeiro e que serve de laboratório para o resto do país. E mais do que nunca devemos sair em defesa do direito do povo se organizar para se defender de todos os tipos de atrocidades cometidas contra ele diuturnamente.



FORA PM DAS FAVELAS!

ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO!


Assinam a nota:

Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO)

Associação Brasileira de Advogados do Povo - Gabriel Pimenta (ABRAPO)

Fórum de Saúde do Rio de Janeiro



Assista a reportagem especial produzida pelo jornal A Nova Democracia:





quinta-feira, 19 de maio de 2022

19/05 DR. ERNESTO SERNAS GARCIA: 4 ANOS DO SEU DESAPARECIMENTO!


Manifestação no Brasil em 2018 pelo desaparecimento do Dr. Sernas

Este 10 de maio de 2022 marca quatro anos desde o desaparecimento forçado do Dr. Ernesto Sernas García, ocorrido em San Agustín de las Juntas, Oaxaca, em 2018.

Quatro anos após seu desaparecimento forçado, as omissões do Estado mexicano são muito graves, pois carece de um plano de busca e uma linha sólida de investigação; as autoridades sem qualquer explicação se recusaram a refletir sobre seu trabalho como defensor dos direitos humanos.

A família e a organização de Sernas García sofreram retaliações, perseguições, ameaças e perseguições por exigir verdade e justiça.

Já se passaram quatro anos desde que este crime lesa-humanidade foi cometido contra um intelectual progressista e defensor dos direitos do povo.

As outras vozes da resistência se somam a essa demanda.




Publicamos aqui o vídeo recebido através de apoiadores da luta no México:



¡Ya son cuatro años!
¡Vivo lo queremos!
#DrSernasPresentaciónConVida



TRINCHEIRAS DO CONHECIMENTO 18/04: Vitoriosa atividade do CEBRASPO sobre a violência contra as mulheres e o descaso com a saúde pública


No último dia 18/04 o Centro Brasileiro de Solidariedade a Luta dos Povos (CEBRASPO) realizou a terceira edição do Trincheiras do Conhecimento: sobre a violência contra as mulheres e o descaso com a saúde pública. A atividade contou com a exposição da médica de família Evelin Esperandio, que apresentou dados de sua pesquisa com mulheres que utilizam a clínica da família da região de São Cristovão, e tratou de temas como violência íntima e a falta de atendimento adequado no sistema público de saúde. 

Como parte da resistência por melhores condições de atendimento, diversas mulheres e mães que utilizam as clínicas da família participaram do evento, relatando o descaso, mas também como tem sido a resistência contra o fechamento das clínicas, e suas conquistas mediante a luta coletiva dos usuários das clínicas e dos médicos que trabalham nestes espaços. 

O debate instigou diversas perguntas e intervenções em defesa da luta coletiva, da luta pelo sistema único de saúde e contra seu fechamento, e de que as mulheres só conseguirão obter as melhores condições de vida e saúde transformando de forma profunda a sociedade.


O evento também contou com a participação de moradores de favelas, advogados, estudantes e trabalhadores da saúde, além da participação do Seu Sérgio, usuário da clíníca da família, que iniciou tratamento da saúde mental durante a pandemia e desde então a pintura de mandalas tem servido como forma terapêutica de tratamento e ajuda complementar na renda.


terça-feira, 17 de maio de 2022

LIBERDADE IMEDIATA PARA DR. SAIBABA: Estado fascista indiano realiza tortura e humilhação contra Dr. Saibaba!

 


Reprodução: 

La última tortura y una nueva humillación contra el profesor Saibaba. El profesor inicia una huelga de hambre el dia 16 de mayo contra la instalación de una cámara en su celda (Palabras de Azadi desde la India)


Não há palavras para descrever o que significa a última carta do professor Saibaba para sua esposa Vasantha, na qual ele ameaça uma nova greve de fome e desta vez ele a menciona até a morte, se necessário, após a última humilhação infligida pelas autoridades da prisão que, com a desculpa de protegê-lo, monitorei-o 24 horas por dia, 7 dias por semana, através de CCTV, ou seja, um circuito fechado de televisão que foi instalado na frente de sua cela de tal forma que tudo e quero dizer TODOS os seus movimentos podem ser seguidos, inclusive quando você precisa ir ao banheiro para satisfazer suas necessidades ou quando você toma banho…

Todos vocês sabem que ele está em uma cela de isolamento (comumente conhecida como cela anda), bem em frente à porta da cela uma câmera foi colocada de tal forma que a palavra privacidade foi literalmente destruída.

Todos sabemos que o processo em que foi condenado à prisão perpétua foi uma farsa. A pena de prisão perpétua foi uma tentativa de dar uma lição e uma advertência a todos aqueles que compartilhavam as mesmas ideias do professor. Desde que ele entrou na prisão de Nagpur, suas condições foram da Guatemala para Guatepeor e não há um dia em que não tenhamos um choque, o último foi negar-lhe o acesso a uma garrafa plástica de água que o professor poderia facilmente segurar devido às suas limitações . Foi seu advogado que lutou com as autoridades prisionais contra tal estupidez porque não tem outro nome, bem, sim, tortura, já que é verão na Índia e este ano estão sendo quebrados recordes com temperaturas que variam de 40 a 48 graus. Se já é difícil em liberdade, imagine em uma cela de isolamento e mais em uma pessoa com as deficiências que o professor sofre e que só pioram pela falta de atendimento por parte das autoridades prisionais.

Desta vez eles foram tão longe em sua tentativa de torturá-lo que o professor ameaçou iniciar uma nova greve de fome para protestar contra tal intrusão em sua já escassa privacidade.

Ontem, sábado, Vasantha junto com G. Ramadevudu -irmão do professor- publicou uma carta parte de cujo texto transcrevo para você:

"Na terça-feira (10.05.2022), as autoridades prisionais instalaram uma câmera de CFTV grande angular na frente de sua cela e que pode gravar em vídeo toda a cela, incluindo o assento do vaso sanitário, local de banho e tudo na pequena cela. não pode usar o banheiro para urinar ou mesmo tomar banho na câmera porque a câmera grava tudo 24 horas por dia. Agora como pode o Dr. G N Saibaba nessas circunstâncias?".

"Os ajudantes também ficam intimidados pela câmera que os observa de perto, pois seus corpos estão constantemente expostos ao olho da câmera. Isso é claramente para intimidar e insultar você. É um meio que viola sua privacidade. Seu direito à privacidade, vida e liberdade está em perigo porque não pode usar o banheiro, tomar banho ou trocar de roupa na frente de uma câmera que não só funciona 24 horas por dia, mas também grava tudo e o monitora constantemente do escritório do superintendente da prisão.

"Sob essas condições de pressão, você decidiu fazer uma greve de fome por tempo indeterminado até a morte ou (até) que a câmera seja removida, e os administradores responsáveis ​​da prisão pedem desculpas por violar consciente e brutalmente os direitos naturais do corpo e os direitos fornecidos pelo a constituição. O Dr. G N Saibaba está programado para iniciar sua greve de fome dentro de dois dias na Cadeia Central de Nagpur."

Na carta, tanto Vashanta quanto Ramadevudu acrescentam:

"Pedimos que você tome medidas imediatas e forneça privacidade e dignidade a ele e instrua as pessoas envolvidas na Cadeia Central de Nagpur a remover as câmeras de vigilância por vídeo que mantêm sua privacidade em risco e fornecer a ele diagnóstico e tratamento adequados. problemas imediatamente. De acordo com sua condição, conceda-lhe liberdade condicional e permita que ele receba a medicação adequada e o suporte médico necessário que não está disponível em Nagpur."

Só quero lembrar que o professor não é apenas afetado pelas consequências da poliomielite que sofreu na infância, mas também sofre de problemas cardíacos, hipertensão, paraplegia, cifoescoliose da coluna, doença neuromotora por maus-tratos dentro do presídio, pancreatite aguda, bem como um cisto no cérebro. Por duas vezes testou positivo para Covid19, em 2021 e em janeiro deste ano, o que agravou ainda mais as suas doenças devido à falta de bons cuidados médicos por parte dos responsáveis ​​pela prisão de Nagpur.

Será que o governo quer acabar com a forma como eles acabaram com Stan Swamy?

O governo não conhece as regras de Mandela para presos políticos?

Por favor, espalhe a palavra. 

Dadas as suas condições, não poderia suportar mais um golpe. O professor deve ser imediatamente colocado em liberdade condicional para ser devidamente cuidado.

Não podemos permitir que ele morra na prisão, torturado e humilhado por aqueles cujo dicionário não inclui palavras como respeito, humanidade e muito menos dignidade.

#FreedomForSaibaba

#DerogationUAPA

#ThinkingIsNotACrime

O professor vai começar a greve amanhã, segunda-feira, 16 de maio, vamos levantar a voz pedindo sua liberdade.

E embora possa parecer estranho, por uma vez vários meios representativos da imprensa burguesa ecoaram a notícia, embora não saibamos se é por respeito ao professor ou pela morbidez que implicaria outra morte na prisão, já que os presos políticos são raramente notícias desse tipo de imprensa.

terça-feira, 10 de maio de 2022

PR: Ato Público Contra Criminalização e Perspectivas da Luta pela Terra no Brasil (13/04)

Reprodução do site A Nova Democracia, Comitê de Apoio PR - Curitiba.

No dia  13 de abril, cerca de 70 pessoas estiveram presentes em um ato público organizado pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) no Salão Nobre da Universidade Federal do Paraná em Curitiba (PR).


O evento iniciou-se  por volta das 19 horas. A mesa foi composta pela presidente do Cebraspo e docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria de Fátima Siliansky, bem como a docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Judite Trindade.

O evento foi iniciado com vigoroso momento cultural com canções apresentadas por Guego Favetti e Dora Urban, destacados músicos populares e apoiadores da luta pela terra no Brasil, responsáveis pelo projeto cultural em construção, “Voltaremos Mais Fortes e Preparados”, com a proposta de narrar em formato podcast-novela a história e posições da Liga dos Camponeses Pobres (LCP).

Dando início as exposições, a presidente do Cebraspo apresentou um panorama sobre a luta pela terra em nosso país, vinculando o crescente processo de prisões e assassinatos de lideranças, a ascensão da organização do campesinato brasileiro diante das necessidades de destruição do latifúndio no país.

Siliansky, ilustrando a atual realidade da luta pela terra tratou sobre o relatório da Missão de Solidariedade que aconteceu entre os dias 25 a 27 de outubro, nas Áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira da Liga dos Camponeses Pobres, com a participação de cerca de 20 entidades democráticas e mais 40 apoiadores de todo país que ouviram os camponeses e divulgaram os crimes cometidos pelo velho Estado contra as famílias. A partir da Missão foi elaborado o relatório com intuito de materializar essas denúncias e proporcionar uma ampla divulgação das violações dos direitos e que vem acontecendo hoje no estado de RO.

Trindade, na condição de historiadora deu ênfase à história do movimento camponês e luta pela terra no Brasil, tomando posição pela defesa da histórica resistência do campesinato brasileiro por melhores condições de vida e trabalho.

Durante todo o ato foram prestadas homenagens a históricas lideranças da luta pela terra no Brasil, principalmente Renato Nathan, histórico dirigente da Liga dos Camponês Pobres, representando o grande símbolo dos Heróis do Povo Brasileiro.

Reprodução: AND
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segunda-feira, 9 de maio de 2022

1 ANO DA CHACINA NO JACAREZINHO: Mães e familiares de vítimas do Jacarezinho reúnem forças diante do luto e realizam um ato de luta e homenagem aos seus filhos e familiares

 


Mães do Jacarezinho

Foto: Rafael Daguerre

Na data em que completa um ano da segunda maior chacina da história do Rio de Janeiro, as mães e familiares de vítimas do Jacarezinho reúnem forças diante do luto e realizam um ato de luta e homenagem aos seus 27 filhos e familiares, brutalmente assassinados pelo Estado. Ao mesmo tempo, em uma ação de puro escárnio diante do sofrimento dessas famílias, o Ministério Público (MP) decide pelo arquivamento de dez das treze investigações que foram abertas pelo órgão para apurar as mortes cometidas nessa operação. Cabe destacar que as investigações não contemplavam a totalidade das execuções cometidas pelas forças policiais, abrangendo apenas 24 das mortes que ocorreram no dia da operação.

Como resultado dessas “investigações”, o MP alega que os policiais agiram em legítima defesa, mesmo afirmando que a perícia foi prejudicada pela remoção dos corpos por parte de policiais, e também por não terem sido realizados exames para constatar a presença de pólvoras nas mãos dos mortos. Afinal, foi essa mesma imperícia que o órgão considerou para o arquivamento.

Perante a ineficácia e alta letalidade de operações e incursões como essa, as forças policiais e autoridades se limitam a dizer que os moradores mortos tinham antecedentes criminais, como forma de justificar suas mortes. Assim como o vice-presidente Hamilton Mourão, que declarou “Tudo bandido”, ao referir-se às vítimas, o governador Cláudio Castro e a polícia civil qualificaram a dita operação como “trabalho de inteligência”, desconsiderando completamente as inúmeras evidências de execuções extrajudiciais.

Denúncias de moradores, de entidades de Direitos Humanos e da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, relatam inúmeras violações de direitos, invasões de residências, extrema violência armada e o desfazimento das cenas de crimes por parte dos agentes policiais para impedir o trabalho da perícia. Muitos são os relatos de testemunhas que presenciaram pessoas que morreram tentando se entregar para a polícia, bem como, policiais invadindo residências para buscar e executar a facadas, na presença de mulheres e crianças, pessoas feridas que buscavam abrigo. Testemunhas falam sobre policiais impedindo qualquer prestação de socorro e removendo corpos de pessoas mortas com evidente intuito de impossibilitar a perícia. Além disso, os agentes também estavam encapuzados e não usavam qualquer identificação. 

Um ano após essa barbárie, mães e familiares de vítimas de terrorismo de Estado do Rio de Janeiro, enfrentando a dor mais profunda, reuniram-se nesse dia 06 de maio no Centro Cultural do Jacarezinho, organizando-se com muito esforço para acolher e abraçar umas às outras, aos familiares e crianças da comunidade e aos apoiadores que estiveram presentes.

Nesse ato foi possível testemunhar a enorme solidariedade e clareza que o povo tem acerca do caráter genocida e fascista das ações do Estado policial militarizado, que atua por meio de seus órgãos para legitimar a letalidade e a impunidade das ações policiais, justificando as mortes do povo nas favelas e periferias. Como disseram várias mães na ocasião: “A polícia aperta o gatilho, mas o Ministério Público e o Judiciário continuam matando nossos filhos com a caneta.”

Nos solidarizamos com os moradores da favela do Jacarezinho e de todas as favelas, que mesmo sob o terror imposto pelas forças policiais continuam se organizando e indo às ruas para protestar contra a covardia a que estão submetidos. Ao transformar seu luto em luta, as mães e familiares lutam por todos os filhos, de todas as favelas, denunciando o terrorismo desse Estado que trata o povo como inimigo interno, legitimando suas mortes. Apoiamos todas as iniciativas que surjam para denunciar os crimes contra a população das favelas do Rio de Janeiro e defendemos o direito do povo se organizar e produzir com a sua luta formas de garantir seus direitos, especialmente o mais elementar que é o direito à vida.

Convocamos todas as entidades democráticas e progressistas a se manifestarem contra esse crime de estado e contra a impunidade, exigindo a reabertura das investigações e a punição aos mandantes e executores desta barbárie cometida contra o povo trabalhador.

Não serão esquecidos os 27 moradores mortos:

Omar Pereira da Silva, 22 anos; Caio da Silva Figueiredo, 17 anos; Rômulo de Oliveira Lúcio, 30 anos; Matheus Gomes dos Santos, 21 anos; Francisco Fabio Dias Araújo Chaves, 25 anos; Cleyton da Silva Freitas de Lima, 26 anos; Diogo Barbosa Gomes, 28 anos; Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23 anos; Evandro da Silva Santos, 49 anos; Bruno Brasil, 39 anos; Tony da Conceição, 30 anos;  Isaac Pinheiro de Oliveira, 23 anos; Wagner Luis de Magalhães Fagundes, 38 anos; Natan Oliveira de Almeida, 21 anos; Rodrigo Paula de Barros, 31 anos; Maurício Ferreira da Silva, 28 anos;  Marlon Santana de Araújo, 23 anos; Jonas do Carmo Santos, 32 anos; Márcio da Silva Bezerra, 43 anos; Jonathan Araújo da Silva, 18 anos; John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos; Carlos Ivan Avelino da Costa Junior, 32 anos; Raí Barreiros de Araújo, 19 anos; Guilherme de Aquino Simões; Pablo Araújo de Melo, 21 anos; Pedro Donato Santa’ana; Luiz Augusto Oliveira de Farias, 40 anos.

Foto: Rafael Daguerre

Abaixo o terrorismo de Estado!

Pelo fim imediato das operações, ocupações e da farsa do programa Cidade Integrada nas favelas do Rio de Janeiro!

TRINCHEIRAS DO CONHECIMENTO: A violência contra as mulheres e o descaso com a saúde pública

TRINCHEIRAS DO CONHECIMENTO 

O Centro Brasileiro de Solidariedade a luta dos Povos convida todos a participarem da exposição da Dra. Evelin Gomes Esperandio sobre a Violência contra as mulheres e o descaso com a saúde pública. 

O evento ocorrerá no Espaço Cultural Maloka, a partir das 18h30.