quinta-feira, 29 de abril de 2021

RO: Moradora de área vizinha ao Manoel Ribeiro é ameaçada de morte

 Reproduzimos mais uma denúncia de ameaça aos camponeses e moradores da área Manoel Ribeiro e seus entornos. Segundo o portal Resistência Camponesa, uma moradora de uma área vizinha recebeu ameaças via whatsapp por número divulgado em nota, em que consta um nome "Cabo Emerson" no perfil. A nota afirma ainda que a ameaça faz parte de uma campanha de intimidação e criminalização, visto que a Justiça suspendeu por tempo indeterminado o mandato de reintegração e posse da fazenda onde se encontra a área Manoel Ribeiro.

Por último, a nota ainda faz um chamado para que todos sigam firmes na defesa da luta das famílias do acampamento Manoel Ribeiro e dos moradores da região e pelo fim imediato de toda essa campanha de intimidação, ações violentas e criminalização da luta pela terra.

O CEBRASPO apela a todos os democratas, progressistas e revolucionários a defenderem os camponeses da área Manoel Ribeiro e das regiões vizinhas e denunciarem todas as tentativas de intimidação e ameaças aos seus moradores!

Segue abaixo a nota em sua íntegra: 

Moradora de área vizinha ao Manoel Ribeiro é ameaçada de morte

Em mais episódios da política de terror e criminalização contra os camponeses e a luta pela terra, uma camponesa moradora de área próxima ao acampamento Manoel Ribeiro está recebendo ameaças de morte por telefone. Nas ameaças feitas via whatsapp (originadas do número 69 9223 3339) imagem de um revólver é enviada, dizendo que o dia e hora estão contados e que será alvo em Chupinguaia. Ao que tudo indica tais ameaças partem de policiais, pois o mesmo modus operandi já foi observado em outras ameaças feitas também via telefone. Num desses casos, as ameças se originam do número 69 9218 8790 e no perfil do whatsapp consta a autodenominação de “Cabo Emerson”.

A moradora que está recebendo as ameaças é uma pessoa ativa da região que se solidariza com todos e principalmente com a luta dos camponeses pela conquista de sua terra.

Após a firme resistência dos camponeses do acampamento Manoel Ribeiro (últimas terras da antiga fazenda Santa Elina) e a suspensão por tempo indeterminado da injusta reintegração de posse, obrigando o governo recuar, os moradores de toda a região estão sendo submetidos a uma campanha de terror por parte do velho Estado. Estão realizando bloqueios de estradas, interrogatórios, agressões físicas e psicológicas, invasão de casas, ameaças de prisões por parte das forças policiais do velho Estado fardados ou a paisana. Tudo como parte de uma odiosa campanha de criminalização da luta pela terra movida pelo governo de turno deste velho Estado e alardeada pelos porta-vozes do latifúndio.

Querem fazer crer que os camponeses são criminosos, quando sabemos que os verdadeiros bandidos são os latifundiários ladrões de terra da União e toda essa gente paga para defendê-los e para criminalizar a luta justa pela terra. Os camponeses têm feito chamados a todos aqueles que não aceitam estas injustiças a continuarem firmes na defesa da luta das famílias do acampamento Manoel Ribeiro e dos moradores da região e pelo fim imediato de toda essa campanha de intimidação, ações violentas e criminalização da luta pela terra.




PR: Apoiador da luta camponesa é covardemente assassinado em Vila Jirau

Reproduzimos grave denúncia de assassinato cometido contra um apoiador da luta camponesa em Nova-Mutum (PR) no dia 27 de Abril, o comerciante Roberto Pereira da Silva Pandolfi de 34 anos, esposo e pai de família. A Liga dos Camponeses Pobres (LCP) emitiu uma nota em repúdio e responsabilizou grupos paramilitares a mando de latifundiários da região, exigindo punição para os assassinos e os mandantes do crime. O CEBRASPO também se solidariza com a família e repudia esse covarde assassinato cometido contra o comerciante Roberto, se somando à LCP em exigir punição aos responsáveis pela sua execução. 

Abaixo, segue a nota da LCP em sua íntegra:


 Apoiador da luta camponesa é covardemente assassinado em Vila Jirau (PR)


Roberto Pereira da Silva Pandolfi e sua família

No dia 27 de abril de 2021 em Vila Jirau, na região de Nova Mutum-Paraná, norte de Rondônia, foi assassinado por volta das 9 horas da manhã o comerciante Roberto Pereira da Silva Pandolfi de 34 anos.

Roberto tinha uma pequena loja de materiais de construção e estava carregando um veículo com materiais pra entrega quando o assassino chegou e o executou com vários tiros na frente da esposa.

Roberto deixa esposa e 1 filha e muitos amigos que estão sentindo a enorme perda.

Latifundiários ladrões de terra da União já estavam usando seus porta-vozes há vários dias pra justificar os assassinatos que já cometeram e outros que estão planejando cometer.

Esses assassinos covardes acham que vão conseguir parar a luta pela terra com o terror dos assassinatos, mas estão enganados. Nenhuma forma de terror mata a fome dos necessitados, muito pelo contrário. O terror que estão fazendo vai aumentar a fúria dos camponeses na busca por justiça.

Nos solidarizamos com a família do Roberto. Punição já para os assassinos e seus mandantes!

Roberto assassinado por bandos armados do latifúndio


do rio que tudo arrasta, dizem que é violento.mas ninguém chama de violentas as margens que o comprimem”

LCP- liga dos camponeses pobres de rondonia e amazonia ocidental.

terça-feira, 20 de abril de 2021

CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE AO ACAMPAMENTO MANOEL RIBEIRO (RO)


Atualmente mais de 200 famílias estão acampadas na área e foi montada operação de guerra contra os camponeses, perseguições diárias e sistemáticas. 
A região é parte da antiga fazenda Santa Elina, onde ocorreu o episódio que ficou conhecido como “Massacre de Corumbiara” em 1995, lembrado pelos camponeses como a Heroica Resistência Camponesa de Corumbiara.
A luta pela terra é um direito legítimo, são os camponeses que produzem os alimentos que chegam às mesas dos brasileiros, que hoje sofrem com a fome e a pandemia. Convocamos a todos e todas , defensores dos direitos do povo a se solidarizarem com as mais de duzentas famílias, entre mulheres, crianças e idosos que têm resistido incansavelmente a essas ações ilegais que constituem verdadeira tortura e terrorismo de Estado.





Informações atualizadas podem ser encontradas em:

Ofício da campanha em PDF: 




segunda-feira, 19 de abril de 2021

RO: Polícia intimida vítimas de Santa Elina e invade casas de professores em Corumbiara

Polícia intimida vítimas de Santa Elina e invade casas de professores em Corumbiara

Policia realiza blitz ilegal no cruzamento da estrada que dá acesso ao Acampamento Manoel Ribeiro

Uma ilegal campanha de perseguição e criminalização tem afligido moradores das áreas camponesas vizinhas ao Acampamento Manoel Ribeiro, região onde em 1995 policiais guaxebas* e pistoleiros cometeram o odioso crime de Estado conhecido como “Massacre de Santa Elina”, que assassinou 11 camponeses pais de família e a pequena Vanessa do Santos de 7 anos de idade.

Professores das crianças das áreas camponesas Zé Bentão, Renato Nathan e Maranatã I e II tiveram seu domicílio invadido na calada da noite por policiais a paisana, na madrugada do dia 16 de abril.

Segundo testemunhas, em atitude bandidesca e intimidatória, os “agentes” arrombaram porta e reviraram pertences pessoais dos profissionais de educação deixando bilhete com o recado “Estive aqui. Dúvida vá a delegacia”, o que aponta para a participação direta das forças de repressão locais em mais estes crimes de arrombamento e invasão.

Bilhete intimidatório deixado na casa invadida

Policiais arrombam porta e invadem casa de moradores

Moradores relataram que horas antes do arrombamento, estes mesmos “agentes”, se fazendo passar por funcionários do Incra e se dizendo à serviço da “reforma agrária”, estiveram na localidade em busca de trabalhadores da região.

Denúncias dão conta ainda de que estes mesmos policiais à paisana, por vezes portando armas de grosso calibre, têm circulando em duas caminhonetes pretas descaracterizadas abordando e interrogando moradores em seus lotes e exigindo informações a respeito de camponeses acampados e apoiadores do Acampamento Manoel Ribeiro.

Em momento algum mandados ou qualquer documento oficial foi apresentado pelos policiais que fazem essas diligências clandestinas, o que reforça a natureza das ilegalidades cometidas.

Na ensandecida campanha criminalizadora, inclusive fotos de alguns camponeses e moradores armazenadas nos celulares dos policiais têm sido mostrados na odiosa caçada por efetuar prisões notoriamente ilegais, como se os trabalhadores fossem criminosos.

Dentre os camponeses que foram submetidos à intimidação e interrogatórios estão sobreviventes e familiares das vítimas de Santa Elina.

A conversa é sempre a mesma. Mentindo serem pessoas que querem ajudar no processo jurídico e na regularização de terras para “reforma agrária”, os policiais armados, vestindo roupas comuns, fazem uma série de perguntas, exigem respostas, dizendo estar em busca de algumas pessoas no intento de ajudá-las, para invadirem casas durante a noite e cometerem todo tipo de detenções arbitrárias.

Alguns moradores denunciaram inclusive ter tido seus celulares hackeados e recebido ameaças através de telefonemas por parte de policiais.

Chamada telefônica intimidadrora realizada por policiais contra camponeses de Corumbiara

Os relatos afirmam também que vários camponeses estão constantemente tendo a privacidade de seus lotes violadas por viaturas que durante a noite lançam focos de luz fortes em direção às casas e terrenos dos trabalhadores, como se as famílias estivessem cometendo algum crime. Isso para além das frequentes blitze que humilham o povo na região em busca de informações sobre supostas lideranças e ativistas. (Veja aqui as denúncias)

A intensificação da perseguição contra moradores e vítimas de Santa Elina, orquestrada pelo governador reacionário Marcos Rocha e seu comparsa, o Secretário de Segurança José Hélio Cysneiros Pachá, ocorre no mesmo momento em que o judiciário determinou a suspensão por tempo indeterminado do despejo das famílias do Acampoamento Manoel Ribeiro que por mais de uma semana repeliram heroicamente todos os covardes ataques das tropas policiais e impediram a invasão das terras ocupadas. (Assista os vídeos aqui)

A perseguição contra os apoiadores das famílias que lutam pelo seu sagrado direito à terra é a forma baixa com que o governo e o latifúndio se utilizam afim de tentar isolar os camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro para assim atacá-los mais facilmente.

Porém, os sucessivos crimes do governo só têm exposto cada vez mais o verdadeiro caráter antipovo do reacionário Marcos Rocha e suas polícias que rasgam as leis quando se trata de defender latifundiários ladrões de terra e atacar famílias trabalhadoras.

Imprensa-lixo do latifúndio espalha mentiras e ajuda na criminalização

Além das inúmeras ilegalidades, a infâme campanha criminalizadora conta com o auxílio da imprensa-lixo do latifúndio para espalhar mentiras e difamação contra os camponeses em luta pelas últimas terras ainda não cortadas da antiga Fazenda Santa Elina.

Veículos do monopólio de imprensa e os jornalecos locais porta-vozes do latifúndio têm espalhado mentiras proferidas pelo próprio carniceiro de Santa Elina Cysneiros Pachá – atual Secretário de Segurança e comandante responsável pelas torturas e assassinatos na antiga Fazenda Sante Elina em 1995 – de que famílias estariam sendo ameaçadas pelos próprios acampados a não sair do acampamento.

Ora, se existem ameaças e intimidações contra as famílias acampadas, todas elas são perpetradas pelo próprio governo bandido que têm mantido um cerco contra o acampamento, mandado diariamente suas polícias dispararem balas de borracha e bombas contra mulheres e crianças. Policiais estes que durante tentativa de invasão do acampamento disseram, inclusive, que fariam um novo massacre igual ao de 1995. Mesma polícia esta que conformou o bando paramilitar guaxeba que atacou o Acampamento Manoel Ribeiro por 6 meses, conforme ficou comprovado em investigação a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). (Entenda mais sobre o caso clicando aqui)

Estas são as únicas ameaças que existem! Porém, estas ameaças o cínico carniceiro Pachá não se atreve a admitir, uma vez que fazer isso implicaria em assumir crimes, dos quais este covarde assassino está tão acostumado a se afugentar – vide a Heroica Resistência do Camponeses de Corumbiara, na qual, o carniceiro comandou a tortura e execussão dos posseiros após estes terem sido rendidos.

A natureza dos crimes do carniceiro Cysneiros Pachá é tão vil que nem mesmo situações de guerra permitem o cometimento de tais atrocidades, sendo penalizadas em tribunais internacionais!

Os pseudo-jornalistas puxa-saco de latifundiários que dizem prezar pela imparcialidade não se envegonham ao veicular informações como estas.

Alguns destes, de tão desesperados em lamber as botas de seus ricos chefes latifundiários chegaram mesmo a afirmar o absurdo de que a Fazena Nossa Senhora seria um anexo e não parte da antiga Fazenda Santa Elina.

Para pôr fim a mais esta mentira e desinformação, repercutimos a seguir uma matéria bastante esclarecedora do portal Gente de Opinião do ano de 2010, na qual fazendo referência a um decreto publicado no Diário Oficial da União em 16/04/2010, afirma que as terras da Fazenda Nossa Senhora Aparecida foram declaradas “de interesse social para fins de reforma agrária.”.

“A Superintendência Regional do Incra em Rondônia esclarece que o imóvel denominado “Fazenda Santa Elina”, atuais fazendas: Maranata, Nossa Senhora Aparecida e Água Viva, localizado no município de Chupinguaia, estado de Rondônia, teve sua área declarada de interesse social para fins de reforma agrária, através do Decreto s/no, de 15.04.2010, publicado no Diário Oficial da União, em 16.04.2010. Assim, esta Superintendência Regional
realizará todos os procedimentos técnicos e administrativos necessários à concretização da determinação.”

Mas, se enganam estes bandidos do governo, suas polícias e imprensa vendida se pensam que vão fazer parar a luta pela terra com mentiras, difamações e perseguições. Todo esse aparato só mostra o desespero dos ladrões de terra e seus sócios que frente à luta organizada das famílias, veêm os seus dias de crimes e enriquecimento ilícito contados para o fim.

*Guaxeba: termo popular usado em Rondônia e região para designar pistoleiros, homens armados contratados pelos latifundiários para fazer a vigilância das terras roubadas e cometer crimes, principalmente contra camponeses.

Veja a nota em sua integra: https://resistenciacamponesa.com/luta-camponesa/policia-intimida-vitimas-de-santa-elina-e-invade-casas-de-professores-em-corumbiara/

RO: Polícia faz prisões arbitrárias nas terras do antigo latifúndio Santa Elina e ilegalidades se multiplicam em Corumbiara

 Reproduzimos importante nota divulgada pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) sobre processos de ameaças, intimidações e prisões arbitrárias a que vem sofrendo os camponeses da a Area Manoel Ribeiro.

Polícia faz prisões arbitrárias nas terras do antigo latifúndio Santa Elina e ilegalidades se multiplicam em Corumbiara

Viaturas e policiais se concentram na sede do latifúndio Nossa Senhora Aparecida

A campanha criminalizadora promovida pelo governo do reacionário Marcos Rocha e seu carniceiro Secretário de Segurança José Hélio Cysneiros Pachá contra os camponeses da região onde ocorreu a Heroica Resistência Camponesa de Corumbiara tem efetuado uma série de prisões ilegais nos municípios de Corumbiara e Chupinguaia.

Numa campanha de criminalização e perseguição aberta contra os camponeses que ocupam as últimas terras da antiga Fazenda Santa Elina e o movimento popular Liga dos Camponeses Pobres (LCP) , pessoas identificadas como relacionadas a organização popular de luta pela terra ou ao Acampamento Manoel Ribeiro têm sido ilegalmente encarceiradas.

Uma camponesa identificada pela polícia como ex-acampada foi abordada num movimentado bar da área Maranatã I e presa sob a infundada acusação de “ter participado da ocupação”.

A trabalhadora foi mantida 2 dias encarceirada arbitrariamente em Vilhena (cidade que fica há cerca de 131 km de distância do município de Corumbiara) e submetida a constrangedores interrogatórios nos quais os agentes de repressão exigiam saber informações sobre a suposta existência de armas e lideranças no Acampamento Manoel Ribeiro.

Denúncias dão conta também de que antigos apoiadores da luta pela terra residentes no distrito de Guaporé foram ilegalmente presos e interrogados a respeito do Acampamento Manoel Ribeiro.

Policiais a paisana também tem circulado em caminhonetes pretas movendo uma verdadeira caçada contra os trabalhadores que eles julgam apoiar a luta pela terra na região.

Agressões policiais contra camponeses aumentam

Nas últimas semanas um dos filhos de um camponês vizinho ao Acampamento foi violentamente abordado enquanto trabalhava tratando do gado nas imediações de sua residência.

Segundo a denúncia, os policiais agarraram o jovem menor de idade pelo pescoço, desferiram golpes contra ele e exigiram saber informações sobre camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro e possíveis lideranças.

As agressões só não foram maiores pois o pai do jovem, alertado por vizinhos que presenciaram a covardia, foi de encontro ao rapaz e interrompeu a violência policial, impedindo inclusive que o jovem fosse preso por falsas acusações.

Camponeses denunciam que estão sendo abordados inclusive durante o trabalho dentro de seus lotes e inquiridos a respeito de suas atitudes, encardas como “suspeitas” por estes policiais invasores que não respeitam ninguém.

Outros pais de família denunciaram também que foram abordados na frente de seus lotes, chamados de vagabundos e agredidos com chutes e ponta-pés pelos violadores da lei chamados de policiais.

Se durante mais de 6 meses os policiais guaxebas* atuaram clandestinamente dentro do latifúndio Nossa Senhora Aparecida à serviço do ladrão de terras Antônio Borges Afonso, conhecido pela alcunha de “Toninho Miséria” (Entenda mais sobre o caso aqui), agora os policiais continuam a atuar em favor do latifúndio, porém desta vez com carta branca dada pelo governo do Marcos Rocha e seu Secretário de Segurança carniceiro Pachá para cometer todo tipo de arbitrariedades contra as famílias trabalhadoras, conforme as denúncias comprovam.

*Guaxeba: termo popular usado em Rondônia e região para designar pistoleiros, homens armados contratados pelos latifundiários para fazer a vigilância das terras roubadas e cometer crimes, principalmente contra camponeses.

Leia também no portal Resistência Camponesa: https://resistenciacamponesa.com/luta-camponesa/policia-faz-prisoes-arbitrarias-nas-terras-do-antigo-latifundio-santa-elina-e-ilegalidades-se-multiplicam/

RO: Camponês da área Tiago dos Santos é assassinado por pistoleiros

 Reproduzimos na íntegra nota divulgada pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) sobre o covarde assassinato do camponês Jerlei, morador da área Tiago dos Santos em Rondônia. A LCP reintera que esse tipo de selvageria perpetrado por estes pistoleiros, ao contrário de intimidar e frear a justa luta dos camponeses pela sua terra, apenas a alimenta e reforça sua posição combativa.

O CEBRASPO se solidariza com os camponeses do Acampamento Tiago dos Santos e com a família de Jerlei. TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!


Camponês da área Tiago dos Santos é assassinado por pistoleiros

No dia 15 de abril de 2021 foi covardemente assassinado o camponês Jerlei por pistoleiros a mando do latifúndio Santa Carmen e Boi Sossego na linha 29 em frente a fazenda do Zezin Marafaia.

Jerlei estava a caminho de União Bandeirantes quando sua moto foi fechada na linha 29 por volta das 15:00 horas pela caminhonete branca, e foi executado com vários tiros de pistola calibre .40 na cabeça quando já estava de joelhos, sua moto e seu celular foram roubados pelos assassinos.

Jerlei viveu toda sua vida como camponês, era trabalhador vivia do suor de seu trabalho, sua vida foi covardemente tirada por assassinos covardes, que estavam em uma caminhonete L200 Triton branca e uma motocicleta Lander de cor alaranjada.

Jerlei deixa esposa, filhos e muitos companheiros que o amavam.

A morte do companheiro Jerlei não ficará esquecida, será lembrada por seus familiares e companheiros de luta.

Não será em vão o sangue derramado do companheiro Jerlei, quem o matou vai pagar.

COMISSÃO DE CAMPONESES DA AREA TIAGO CAMPIN DOS SANTOS

LCP – LIGA DOS CAMPONESES POBRES DE RONDÔNIA E AMAZÔNIA OCIDENTAL

Camponês Jerlei assassinado por pistoleiros

A nota pode ser lida no portal Resistência Camponesa: https://resistenciacamponesa.com/luta-camponesa/campones-da-area-tiago-dos-santos-e-assassinado-por-pistoleiros/

sexta-feira, 16 de abril de 2021

RO: DIANTE DA SOLIDARIEDADE E DA RESISTENCIA CAMPONESA, GOVERNO RECUA

 Diante da resistência e solidariedade ao acampamento Manoel Ribeiro, governo é obrigado a recuar! Reproduzimos nota da LCP, emitida em 15 de abril, onde retratam o recuo do governo diante da resistência dos camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro.



Diante da resistência e solidariedade ao acampamento Manoel Ribeiro, governo de Rondônia é obrigado a recuar

No dia 12 de abril, a injusta decisão judicial de reintegração de posse contra as famílias do acampamento Manoel Ribeiro foi suspensa por tempo indeterminado.

O acampamento Manoel Ribeiro é formado por famílias que desde agosto de 2020 retomaram a fazenda Nossa Senhora Aparecida (N.S.A.), no município de Chupinguaia, próximo ao município de Corumbiara. Esta fazenda é a última parte da antiga fazenda Santa Elina que em 1995 foi palco da heroica resistência camponesa, no que ficou conhecido como “massacre de Corumbiara”. É importante ressaltar, a fazenda N.S.A. não é “anexa” nem “vizinha”, ela é a própria Santa Elina, conforma as terras restantes de onde foi derramado tanto sangue camponês e indígena. O Hélio Pereira que se dizia proprietário da antiga Santa Elina, após os acontecimentos de 1995, a desmembrou em 3 latifúndios, Água Viva, Maranata e a atual N.S.A., que chegaram a ser colocadas como área de interesse da “reforma agrária” em governos passados. Mas por interesses politiqueiros, e pressão de latifundiários, a parte da N.S.A. ficou de fora do corte feito pelo Incra na época. Mas agora sua posse está sendo disputada pelos camponeses pobres que a retomaram, e o corte e entrega de suas terras aos camponeses pobres é parte de acerto histórico de dívida de sangue do latifúndio, do velho Estado e seus governos de turno com o povo.

Desde o final de março, atendendo as pressões dos latifundiários ladrões de terra da União, o governador de Rondônia, coronel pm Marcos Rocha, preparava um novo massacre de camponeses, assim como em 1995, nessas mesmas terras. Ordenou que as famílias do acampamento Manoel Ribeiro tinham que ser despejadas, e presas a qualquer custo, e designou para comandar essa empreitada criminosa nada menos que o carniceiro de Santa Elina, o seu secretário de segurança José Hélio Cysneiros Pachá, que já tem as mãos sujas de sangue desde 1995, quando teve função de comando na tortura e matança ocorrida em agosto daquele ano.

Desde então o governo de Rondônia gastou rios de dinheiro para mobilizar verdadeiro aparato de guerra contra as famílias camponesas e cometeu toda sorte de crimes e ilegalidades. Mesmo antes de haver qualquer ordem judicial, enviou tropas e aparatos da polícia para cercar e atacar as famílias do acampamento Manoel Ribeiro. Durante duas semanas inteiras, de forma ininterrupta mantiveram as famílias, cercadas por tropas e viaturas da polícia militar, com sobrevoos de helicópteros, e lançando ataques contra o acampamento diariamente e a toda hora, de manhã, tarde, noite e inclusive durante a madrugada. Fizeram várias tentativas de invadir o acampamento com tropa de choque, atirando com balas de borracha, com bombas, gás de pimenta, e inclusive com disparos de munição real. Mas em todas as vezes que entraram dentro da área, foram repelidos pela resistência dos camponeses.

Além de atacar o acampamento Manoel Ribeiro, ter prendido e espancado dois acampados, que seguem ilegalmente detidos até hoje, todas as áreas camponesas em volta foram afetadas pela ação criminosa da polícia a favor dos latifundiários e contra os moradores da região. As estradas foram sitiadas, bloquearam o direito de transitar livremente, os moradores que passavam eram abordados, submetidos a revistas humilhantes, a interrogatórios, intimidações e ameaças. Nessas abordagens exigiam ilegalmente as senhas dos telefones violando a privacidade das pessoas. De forma absurda, no pior momento da pandemia, além de fazer de tudo pra levar adiante um despejo, suspenderam os atendimentos do serviço público de saúde na região, incluindo a vacinação contra o corona vírus que também foi suspensa.

Em diversas ocasiões policiais invadiram propriedades dos camponeses vizinhos e próximos da área, chegando mesmo a cortar cercas e causar outros prejuízos. Também muitos são os relatos de espancamentos para que as pessoas pudessem dar nomes para serem acusados como lideranças do acampamento. E pelo menos dois camponeses foram arbitrariamente presos nessas circunstâncias.

E tudo isso pra quê? Para defender um punhado de ricaços (uma ínfima minoria da população), os latifundiários ladrões de terra da União. E latifundiários comprovadamente bandidos, como é o caso desses que se dizem donos da N.S.A. que além de herdarem a dívida de sangue do qual essas terras estão encharcadas, foram pegos em flagrante se servindo de bando armado de pistoleiros incluindo vários policiais de Chupinguaia, para atacar as famílias do acampamento Manoel Ribeiro. A situação era tão descarada, que em função de ação do Ministério Público, tiveram que prender esses policiais pistoleiros e outros guaxebas (como são conhecidos os pistoleiros em Rondônia) que foram contratados (por R$900 a diária) pelo latifundiário que se diz proprietário da N.S.A., o Toninho Miséria. O que o governo fez ao longo dessas últimas semanas foi substituir o bando armado composto de policiais e pistoleiros pela ação do próprio governo de forma oficial, porém ilegal, seguindo com os ataques às famílias.

Mas essa tem sido a função do velho Estado, seus governos de turno e sua polícia, cumprir com o seu lema de “servir e proteger”, mas não os interesses de todos, como querem fazer crer, mas servir e proteger os interesses dos ricos, dos grandes proprietários. Exemplos para comprovar isso não faltam, mas além da absurda atuação da polícia em torno do Manoel Ribeiro citamos apenas 2 exemplos recentes. Primeiro as operações em curso, da pm, para despejar as famílias que tomam posse da área conhecida como fazenda Vilhena, em favor do latifundiário ladrão de terra da União, o bandido conhecido como Nego Zen, que no passado já sequestrou, torturou e manteve em cárcere privado na sede da fazenda camponeses ativistas da LCP, e que somente após várias denúncias a polícia teve que os resgatar, e posteriormente o próprio Nego Zen foi preso com diversas armas junto de seus pistoleiros que compunham seu bando armado, mas logo tudo isso foi abafado. Outro exemplo é o recente protesto de produtores de leite da região do Vale do Anari, Theobroma e Machadinho D’Oeste, que faziam protesto pela queda no preço do leite, que de uma hora pra outra passou de 1,80 pra 1,20 o litro. Mais uma fez a polícia atuou contra o povo, e distribuiu cacetada, bala de borracha e spray de pimenta a vontade na cara dos manifestantes.

Para tentar justificar toda a injusta e covarde operação policial a favor dos latifundiários ladrões de terra da União e contra as famílias do acampamento Manoel Ribeiro, pintam os camponeses e a LCP como o pior dos demônios. Mentem, caluniam e atacam no objetivo de criminalizar a luta pela terra, de modo a isolar a luta e nossa organização, facilitar a perseguição, e repressão aos camponeses organizados. E nessa tarefa contam com a desinformação da imprensa lixo de Rondônia, que financiada pelo governo serve como porta-voz deste, e divulga aquilo que a polícia lhe sopra nos ouvidos.

E diante do fracasso dos planos do governo que pretendia em pouco tempo varrer com o acampamento Manoel Ribeiro, as mentiras e criminalização da luta camponesa em curso se elevaram enormemente. Em suas próprias declarações, deixam transparecer que não esperavam encontrar tanta resistência da parte dos camponeses. E buscam explicar que as famílias que se encontram no Manoel Ribeiro estão ali obrigadas pela LCP, que são elementos malfeitores, insanos, que não estão ali pela terra e sim por interesses partidários e outras mentiras.

Os lacaios dos latifundiários com todo seu aparato militar, seus rios de dinheiro, seus recursos e tecnologias para repressão, usam tudo isso para defender uma causa injusta, pra defender o velho, o atraso, a exploração, os privilégios, essa chaga da nossa Nação chamada latifúndio. Enquanto a resistência dos camponeses representam o novo, defendemos uma causa justa, lutamos pelos interesses da maioria, lutamos pelos direitos mais básicos e sagrados, para ter um pedaço de terra para viver, trabalhar e tirar o sustento de nossas famílias com dignidade, e além disso lutamos por justiça, por um poder de nova democracia e um Brasil novo sem exploração nem opressão, para nossos filhos e netos. Se nesses dias pudemos enfrentar e resistir de forma organizada e vitoriosa aos ataques covardes da polícia não é porque somos loucos, mas porque temos a convicção de que lutamos pelo que é justo. Essa é a fonte de nosso destemor e combatividade.

Mesmo diante da decisão judicial suspendendo a reintegração de posse, a polícia permanece na região. E com ódio redobrado, seguem mantendo as blitzes arbitrárias, abordando as pessoas a torto e a direito, humilhando, intimidando, ameaçando e cometendo as mais diversas ilegalidades. Seguem incomodando e prejudicando a população da região. Assim como o operativo militar contra o acampamento Manoel Ribeiro, a atual presença da polícia no entorno segue sendo justificada com a cinicamente denominada operação “paz no campo”.

Em vez de gastar os recursos, recolhidos com os impostos que nós pagamos, para arrumar as precárias estradas e pontes da região, imprescindíveis para o escoamento da produção (recentemente na região um caminhão de leite tombou por esse problema), para atendimento de saúde e educação nas áreas, assistência técnica, regularização da documentação das terras e outras reivindicações e interesses, não dos grandes, mas dos pequenos e médios proprietários, dos comerciantes e demais trabalhadores, o governo gasta o recurso público contra o povo e em benefício dos latifundiários ladrões de terra da União.

Além de manter ostensiva presença da polícia na região, já fazem ameaças de trazer a força nacional. Mas não nos intimidamos. Estamos ainda mais firmes, essas terras, da antiga fazenda Santa Elina, estão encharcadas com sangue de nossos irmãos camponeses e indígenas, não sairemos daqui. Essas terras pertencem ao povo e vamos brigar por elas até o fim. Como diz uma de nossas palavras de ordem “nem que a coisa engrossa, essa terra é nossa!”

Viva a resistência dos camponeses do acampamento Manoel Ribeiro!

Defender a posse das terras da área Manoel Ribeiro pelos camponeses!

As terras da antiga Santa Elina são do povo!

Abaixo a criminalização da luta pela terra!

Conquistar a terra, destruir o latifúndio!

Terra para quem nela trabalha!

Viva a Revolução Agrária, morte ao latifúndio!

 Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

15 de abril de 2021

Veja a nota em sua integra no portal Resistência Camponesa:

segunda-feira, 12 de abril de 2021

LCP: IMPEDIR QUE O GOVERNO DE RONDÔNIA COMETA NOVO MASSACRE CONTRA OS CAMPONESES!

Divulgamos abaixo importante nota da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) sobre a justa resistência contra as tentativas de intimidação e ameaças de massacres aos camponeses acampados no Acampamento Manoel Ribeiro.


Viva a resistência dos camponeses do acampamento Manoel Ribeiro!

Escrito por Comissão Nacional das LCP, LCP de Rondônia e Amazônia Ocidental

Impedir que o governo de Rondônia cometa novo massacre de camponeses!

Atendendo as pressões dos latifundiários ladrões de terra da União, desde o final de março o governador de Rondônia, coronel pm Marcos Rocha, prepara um novo massacre de camponeses na mesma região e nas mesmas terras onde ocorreram os episódios conhecidos como “massacre de Corumbiara”, em agosto de 1995.

Desde então tem gastado rios de dinheiro para mobilizar verdadeiro aparato de guerra contra as famílias camponesas do acampamento Manoel Ribeiro, que desde agosto de 2020 tomaram a fazenda Nossa Senhora Aparecida, última parte da antiga fazenda Santa Elina, no município de Chupinguaia, próximo ao município de Corumbiara.

Além da presença de membros do próprio alto-comando da pm no latifúndio Nossa Senhora Aparecida, quem está comandando toda essa operação de guerra contra os camponeses, que cinicamente chamam de “paz no campo”, é nada menos que o carniceiro de Santa Elina, o coronel pm José Hélio Cysneiros Pachá, que em 1995 foi um dos oficiais da pm que comandou os assassinatos e torturas contra os camponeses na fazenda Santa Elina e hoje segue impunemente como secretário de segurança no governo do também pm governador Marcos Rocha.

Desde o final de março essa operação de guerra movida contra os camponeses têm cometido toda sorte de crimes e ilegalidades. As famílias do acampamento Manoel Ribeiro estão sendo mantidas sob cerco dos aparatos da polícia. As estradas na região estão sitiadas, e os moradores que passam são abordados, submetidos a revistas humilhantes, a interrogatórios, intimidações e ameaças. Nessas abordagens chegam ilegalmente a exigir senha dos telefones violando a privacidade das pessoas. Em função da criminosa operação contra os camponeses, o governo suspendeu os atendimentos do serviço público de saúde, e inclusive o absurdo da suspensão da vacinação contra o corona vírus na região, no momento mais grave da pandemia. Além dos problemas causados aos moradores da região pela presença de tal operação de guerra, a própria polícia não titubeia em causar prejuízos a população, como foi noticiado o caso em que, para invadir o acampamento Manoel Ribeiro, policiais ilegalmente e sem nenhuma cerimônia, cortaram a cerca e na sequência invadiram a propriedade de um camponês vizinho.

Além de manter cerco ao acampamento, diariamente, durante todo o dia, noite e inclusive durante a madrugada a polícia tem fustigado as famílias, com objetivo de realizar tortura psicológica e manter tensão das famílias. Para isso tem se utilizado de detonação de bombas de efeito moral, de gás lacrimogênio, de pimenta, e de fogos de artifício, bem como disparos de balas de borracha. Além de fazer sobrevoos de helicóptero sobre o acampamento. E o que é mais grave, já fizeram várias investidas contra o acampamento tentando invadir e despejar as famílias. Prenderam dois camponeses, que depois de rendidos foram espancados para dar nomes que possam ser acusados de lideranças do acampamento. Em todas essas investidas a polícia foi obrigada a recuar diante da feroz resistência dos camponeses do Manoel Ribeiro. Durante essas investidas, aparatados e armados até os dentes, os policiais vociferaram que vão fazer “outro massacre”, que vão “matar mesmo”, e chegaram a atirar com munição real em direção as famílias que opunham resistência. Mas ao contrário de se intimidarem os camponeses redobraram sua fúria diante da injustiça e covardia e repeliram todos os ataques a paus e pedras. Numa das suas debandadas um policial deixou cair um carregador de sua pistola.

A resistência dos camponeses do acampamento Manoel Ribeiro não deixa dúvida de que é muito sério e grave sua decisão e proclamação de que O sangue derramado na Santa Elina corre em nossas veias!”,As terras da Santa Elina estão encharcadas de sangue camponês! Não sairemos daqui!” Nem que a coisa engrossa, essa terra é nossa!

Faixa colocada pelos camponeses do acampamento Manoel Ribeiro

Todas as investidas do governo e sua polícia militar assassina contra o acampamento, já ocorriam mesmo antes de existir a atual reintegração de posse. Na verdade a existência de tal reintegração é só um detalhe, como a própria divulgação da reunião dos carniceiros do governo, onde o governador de Rondônia brada que tem que despejar e prender as famílias a qualquer custo, deixa isso bem claro. O objetivo já está definido, tem que garantir intocada a situação do latifúndio, tem que tirar as famílias da área tomada e prender suas lideranças, não importa se isso tiver ou não cobertura legal, pois isso como sempre “se ajeita depois”, já estão acostumados a rasgar as próprias leis quando isso significa servir aos interesses dos latifundiários e ir contra os direitos dos camponeses. Como denunciado, a própria reintegração de posse em vigor e da qual sequer houve intimação das partes com oficial de justiça e outros trâmites legais obrigatórios, ela foi deferida depois do acampamento já se encontrar sobre cerco da polícia. Mesmo no próprio despacho judicial tendo a indicação de prazo para que seja cumprida, que se dê chance para que a terra seja desocupada pacificamente, preocupação com a situação de pandemia, etc., nada disso tem sido considerado, pois como já exposto a polícia não está preocupada em cumprir a lei ou a ordem de um juiz. A medida judicial é tão somente um artifício para encenar legalidade ao criminoso objetivo já estabelecido e colocado em prática pelo governador, acossado pelos latifundiários ladrões de terra da União. É por isso que o próprio carniceiro de Santa Elina, o secretário de segurança José Hélio Cysneiros Pachá deu declarações que pretende cumprir a reintegração antes do prazo estipulado pelo juiz. A própria defensoria pública de Rondônia questionou junto ao judiciário tal decisão, por tão arbitrária, ilegal e descarada.

Mas cumprir as leis, fazer justiça realmente isso é só uma retórica na boca dessa gente que tem sangue nas mãos, que está disposta a cometer todo tipo de crimes contra o povo em benefício dos interesses de um punhado de latifundiários criminosos.

A propósito o latifúndio em questão, e que o governador tem movido aparato de guerra pra defender, é o mesmo que tem dívida de sangue com o povo, pelos crimes cometidos em 1995 e que recentemente foi alvo de busca e apreensão de armas, munições e outros aparatos e tendo sido presos vários pistoleiros incluindo policiais fazendo serviço de pistolagem, que partiam de um curral e do retiro da fazenda atentando contra a vida das famílias acampadas. Sobre esse assunto, pouco se fala por aí, mas para que não fique dúvidas vejamos o que o próprio Ministério Público diz sobre essa gente, baseado em informações de inteligência da própria polícia e que com fartas provas motivou a prisão desses meliantes sob acusação de porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo, constrangimento ilegal, ameaça, associação criminosa, improbidade administrativa e transgressões militares. Segue o que disse o Ministério Público:

Em intensas diligências investigativas, (…) recebeu (…) informações seguras, tanto de policiais militares, quanto de moradores da localidade, dando conta de 04 (quatro) Policiais Militares, lotados no Grupamento do Município de Chupinguaia/RO, realizariam a atividade criminosa de “jagunços/pistolagem” na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, ao que, fora apurado com sucesso como se dá o esquema criminoso, ao que se esclarece na sequência.

Constou-se toda evidência que um dos sócios-proprietários da fazenda, in casu, ANTÔNIO BORGES AFONSO, vulgo “Toninho Miséria”, contratou o Policial Militar, 3º SGT PM RE 100076406 EMERSON PEREIRA DE ARRUDA para garantir a segurança do imóvel, bem como recrutar outras pessoas, entre policiais militares e civis, para a execução de tal atividade, bem assim coordenar os trabalhos a serem levados a efeito pelo grupo, sendo ele o responsável pela logística e também pela entrega dos pagamentos.

Uma vez contratado, o SGT PM ARRUDA recrutou os Policiais Militares CB PM RE 100092898 WAGNER FERREIRA DE SOUZA, CB PM RE 100095031 HELSON DOS SANTOS SOUZA e SD PM RE 100096048 JANDER NASCIMENTO DE OLIVEIRA, contratando-os para a associação criminosa e assim, passou a chefiar o esquema, restando apurado que toda a logística, organização de escalas e pagamentos eram efetuados por ele. Levantou-se ainda que o valor da diária paga a cada um dos Policiais Militares era no importe de R$ 900.00 (novecentos reais).

Além dos Policiais Militares, ainda para integrar a associação criminosa, o SGT PM ARRUDA contratou os civis, EDUARDO DO CARMO MARTIM, morador do Município de Chupinguaia/RO, conhecido por seu envolvimento com venda ilegal de armas de fogo e munições e ANTÔNIO MARCOS PIRES, morador do município de Vilhena/RO, sendo esse frequentador de clube de tiro, portanto possuindo aptidão em atirar, sendo certo ainda que há informações de que ele comumente efetua disparos de arma de fogo em sua chácara, que fica localizada nesta cidade de Vilhena. Além disso, há imagem dele no interior do curral da fazenda, portando arma de grosso calibre.”

Isso é apenas uma pequena parte dos crimes dos latifundiários ladrões de terra da União que mantêm fartamente bandos armados, na maioria das vezes compostos por policiais.

Esse é o latifúndio ladrão de terras da União, bandido, assassino de camponeses e indígenas que o governo de Marcos Rocha defende com sua polícia. Na verdade na prática o que o governo está fazendo com sua operação de guerra contra os camponeses é substituir seus colegas de farda, esses já comprovadamente pistoleiros, pelo aparato oficial do velho Estado, mas que assim como os bandos armados de pistoleiros, são fiéis defensores dos interesses do latifúndio em Rondônia.

Que os verdadeiros democratas e honestos se levantem contra os ataques ao acampamento Manoel Ribeiro!

Viva a resistência dos camponeses do acampamento Manoel Ribeiro!

Abaixo a criminalização da luta pela terra!

Defender a posse das terras pelos camponeses da área Manoel Ribeiro!

As terras da antiga Santa Elina são do povo!

Todo apoio aos camponeses da área Manoel Ribeiro!

Conquistar a terra, destruir o latifúndio!

Terra para quem nela trabalha!

Viva a Revolução Agrária, morte ao latifúndio!

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

04 de abril de 2021

A nota pode ser lida também em: https://resistenciacamponesa.com/luta-camponesa/viva-a-resistencia-dos-camponeses-do-acampamento-manoel-ribeiroimpedir-que-o-governo-de-rondonia-cometa-novo-massacre-de-camponeses/