quinta-feira, 29 de julho de 2021

CAMPANHA: RETOMADA GUARANI E KAIWOÁ TEM SOFRIDO RECORRENTES ATAQUES DE PISTOLEIROS EM MS

MS: RETOMADA GUARANI E KAIWOÁ TEM SOFRIDO RECORRENTES ATAQUES DE PISTOLEIROS, ABRAPO PARTICIPA DE CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE

Uma comunidade indígena Guarani e Kaiowá do Tekoha Avete que tomou suas terras em Dourados (MS), tem sofrido recorrentes ataques de pistoleiros (nos dias 10, 11 e 13 de julho). Latifundiários da região não aceitam a presença dos povos indígenas e tem organizado a série de atentados contra os moradores. 

Os ataques tem causado enorme prejuízo aos indígenas: durante os ataques, os pistoleiros destroem casas, atiram contra os moradores e criam um clima geral de terrorismo. A única ajuda da FUNAI, segundo denunciam os indígenas, é uma entrega de cestas básicas que não suprem a necessidade das 20 famílias que moram na Aldeia Bororó. Com a frente fria recém-chegada a Dourados estão ao relento, expostos às intempéries do tempo, a queda de temperatura poderá chegar a 6ºC na próxima segunda-feira segundo alerta laranja do INMET com riscos à saúde de toda a comunidade.

Devido às perdas, a comunidade Guarani e Kaiowá do Tekoha Avete através de vídeos pede doações de lona, roupas de frio e cobertores, para ajudar entre em contato por e-mail com a Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta (advogadosdopovo.abrapo@gmail.com).

Leia mais em: https://www.folhadedourados.com.br/perto-da-ufgd-retomada-guarani-e-kaiowa-sofre-ataques-armados-recorrentes


quinta-feira, 22 de julho de 2021

ÍNDIA: Caçada 3.0 (Palavras de Azadi da Índia sobre monitoramento digital à ativistas)

Compartilhamos, abaixo, artigo escrito por Azadi denunciando o monitoramento e a espionagem feitos pelo velho estado indiano contra ativistas e militantes, muitos dos quais são acusados de serem membros do Partido Comunista da Índia (Maoísta).


Caçada 3.0

Até agora, a Índia sofreu com diferentes caças organizadas pelo governo para acabar com o PCI (Maoísta), líderes, militantes e simpatizantes. Na era da tecnologia eles não podiam ficar para trás e recentemente ficamos sabendo da análise realizada pelo Arsenal que um "malware havia sido implantado" nos computadores de Rona Wilson, Sudha Bharadwaj e Surendra Gadling, que estão presos desde junho de 2018, eles são três dos primeiros cinco presos em junho de 2018 como réus no caso Bhima Koregaon.

O tribunal especial da Agência Nacional de Inteligência (NIA) não quis saber nada sobre esses relatórios e continua a negar repetidas vezes os laços dos presos políticos membros do BK16. Varavara Rao obteve, excepcionalmente por motivos de saúde, a fiança em maio passado. Stan Swamy morreu há duas semanas sem conseguir, "morreu sob custódia". Documentos também foram plantados em seu computador e a fiança foi negada várias vezes, já que o tribunal duvidou que ele estivesse realmente com problemas de saúde física.

Há poucos dias sabia-se que a Caça 3.0 também está ligada a essas prisões e certamente a muitas outras, visto que os avanços tecnológicos atuais permitiram que Israel criasse um programa espião: o Pegasus Spyware. De acordo com o Grupo NSO, o programa foi vendido apenas para agências governamentais autorizadas e tem como objetivo o combate ao terrorismo e ao crime.

A lista vazada, com mais de 50.000 números de telefone "concentrados em países conhecidos por monitorar seus cidadãos", foi consultada pela organização de mídia sem fins lucrativos Forbidden Stories (Histórias Proibidas), com sede em Paris, e pela Anistia Internacional, que a compartilhou com 17 organizações de notícias no âmbito do Projeto Pegasus .

É bem conhecido que Modi é um vândalo da espionagem e do controle. Em dezembro de 2018 e como um presente de Natal para o país, dez agências nacionais foram autorizadas a espionar qualquer cidadão para garantir que as leis estejam sendo cumpridas e a integridade do país não está em perigo. (A Agência de Inteligência - IB; a Agência Central de Investigações - CBI; a Agência Investigativa Nacional - NIA estão entre os dez). Acrescentemos que o governo tem tentado impor uma carteira de identidade digital e sem a qual não seria possível abrir conta em banco, ter acesso a serviços públicos, etc ... Por fim, o Supremo Tribunal Federal determinou que não era obrigatório, entretanto, os bancos e outros serviços públicos continuam a solicitá-lo. Com a pandemia, o governo criou um aplicativo que não serve para nada, exceto para manter os cidadãos sob vigilância com ou sem vírus, um aplicativo que o governo "ordenou" a ser baixado. Esse era simplesmente um aplicativo de monitoramento e controle.

Agora sabemos que existem camaradas cujos telefones foram infectados com Pegasus Spyware. É uma aplicação que se instala no telefone através de uma chamada perdida que depois se retira e, uma vez instalada, salta para os contactos indicados. O spyware Pegasus permite que você acesse o microfone, a câmera e os aplicativos do seu telefone. A pessoa afetada nem sabe que está sendo espionada, então a Caçada 3.0 está a todo vapor. Para jornalistas e políticos famosos ou populares, certamente será fácil se livrar do Pegasus, mas ... quantos telefones estão realmente infectados? Dependendo do jornal ou revista, fala-se de 140 a 500 infectados cujos nomes, na sua maior parte, não foram revelados mas, tal como há propagadores assintomáticos de Covid, sabemos que o Pegasus funciona da mesma forma.

Todo mundo está falando sobre os jornalistas e políticos afetados pelo spyware, mas e os cidadãos cujo único crime é defender os direitos humanos, pensar diferente, lutar pelos outros? E os direitos individuais à privacidade, à liberdade de expressão?

Pegasus foi encontrado nos telefones de Rona Wilson, Anand Teltumbde, Vernon Gonsalves, Arun Ferreira, Gautam Navlakha, Shoma Sen, Sudha Bharadwaj, Surendra Gadling, Hani Babu, Varavara Rao, alguns de seus parentes próximos e em outros camaradas e ativistas como como Bela Bhatia, Jaison Cooper, Rupali Jadav, Soni Sori, Lingoram Kodopi,…

Claro, o governo ignorou o problema e depois de alguns dias nas primeiras páginas, a notícia será esquecida e só quem está sob o olhar do Big Brother saberá que as coisas ficarão um pouco mais complicadas em qualquer nível. Quem garante que uma mudança de número de telefone devolverá a privacidade para continuar com sua vida?


Links: (caso você queira ler um pouco mais)

https://www.thequint.com/explainers/pegasus-spyware-attack-and-affected-phones-explained

https://www.indiatoday.in/technology/features/story/what-is-pegasus-spyware-how-it-works-and-how-it-hacks-into-whatsapp-1829615-2021-07-1

https://forbiddenstories.org/pegasus-project-articles

https://thewire.in/tech/pegasus-spyware-bhima-koregaon-activists-warning-whatsapp (artigo sobre um ataque anterior em 2019)

https://www.bbc.co.uk/news/world-asia-india-57884096 (o governo simplesmente se faz de surdo)

https://www.bbc.co.uk/news/technology-57881364 (caçando ativistas graças à tecnologia)

https://thewire.in/rights/elgar-parishad-case-surveillance-pegasus (BK15 + 1 são acusados ​​de serem maoístas e de tentarem assassinar Modi)

www.livelaw.in/news-updates/arsenal-report-bhima-koregaon-case-bombay-high-court-rona-wilson-177397 (o tribunal especial da Agência Nacional de Inteligência - NIA recusa-se a aceitar os relatórios do Arsenal sobre implantação de material falso nos computadores dos réus do caso Bhima Koregaon)

https://www.washingtonpost.com/world/2021/04/20/india-bhima-koregaon-activists-report

https://www.washingtonpost.com/world/2021/07/06/bhima-koregaon-case-india


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Para acessar o texto em seu formato original: http://dazibaorojo08.blogspot.com/2021/07/india-caceria-30-palabras-de-azadi.html

terça-feira, 6 de julho de 2021

ABAIXO A PERSEGUIÇÃO POLÍTICA AOS 4 PRESOS POLÍTICOS DO ACAMPAMENTO MANOEL RIBEIRO



A Associação Brasileira dos Advogados do Povo – ABRAPO e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos – CEBRASPO vêm denunciar o caráter de perseguição política cada vez mais expresso na ação penal que incrimina os camponeses Ricardo Paulino, Ezequiel Cavalcanti, e Luís Carlos Mendes, e Estefane Oliveira estudante de ciências sociais da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), presos no dia 14 de maio durante a luta pela terra no acampamento Manoel Ribeiro localizado no município de Chupinguaia/RO.

Em audiência ocorrida no último dia 29/06/21, a prova de acusação ficou comprometida por um conjunto infindável de manifestas contradições entre si, mas, também, em relação à prova produzida pela defesa, através de áudios e vídeos, produzidos pelos camponeses e pela própria PM. A prova testemunhal de defesa e o interrogatório dos presos políticos foram firmes e claros, coerentes com o conjunto da prova.

Foi provado que: a) a estudante não empunhou nem acionou nenhuma arma de fogo, como consta da acusação; b) que as testemunhas de acusação e uma das testemunhas de defesa (que, na verdade, deveria ser arrolada pelo MP, mas, como este não fez, era importante ter o seu depoimento, razão pela qual a defesa resolveu arrolá-lo como de defesa) mentiram em pontos cruciais de seus relatos, havendo não só numerosas contradições entre eles, como em relação à prova de áudio e vídeo; c) que as viaturas e a câmera de uma delas não foram danificadas por ação dos camponeses, mas, sim, por conta da investida das mesma pasto adentro; d) que não houve ataque contra os policiais, mas, apenas, tentativa dos camponeses de mantê-los afastados do acampamento; e) que os presos não se aproximaram da cerca; f) que os presos foram torturados no ato e após as suas prisões; e muito mais.

Mesmo provando que a PM mentiu e que a denúncia repetiu as mentiras fabricadas pela Polícia Militar; e demonstrando que, pelo desmonte do acampamento, não persistem os motivos de garantia da ordem pública que embasaram a decretação das prisões preventivas; e, mesmo que, com os interrogatórios, tenha se encerrado a instrução probatória do processo; não subsistindo, tecnicamente, os motivos supostamente ensejadores da preventiva, foi negado novo pedido de liberdade provisória dos presos, desta feita pela expressa criminalização da LCP – Liga dos Camponeses Pobres, para além desse processo, sob a alegação de que os camponeses teriam prometido voltar, mais preparados.

Essa é a prova cabal do caráter político desse processo, dirigido, a qualquer custo, a incriminação dessa importante entidade do movimento popular em luta pela terra.

A defesa, inconformada, se esmerará na defesa de mérito e na impetração de um habeas corpus em favor dos presos políticos.

Em meio à avalanche fascista e ao aumento da criminalização de toda a luta popular, aumenta a importância da mobilização das entidades democráticas e progressistas e de todos os defensores dos direitos do povo, em torno da campanha de solidariedade aos presos políticos e à luta camponesa que ocorre de norte a sul do País.

A região amazônica, no norte do País, é onde a situação está mais agravada, vide a investida pessoal de Bolsonaro na criminalização da LCP, em recentes declarações, e a presença constante de seu filho Flávio no Estado de Rondônia, se reunindo com agentes da repressão e com latifundiários grilheiros de terras da União, dos camponeses e dos indígenas.

Conclamamos todos e todas que se ombreiam com a luta camponesa e pelos direitos democráticos, sendo o direito à terra um dos mais elementares, a divulgarem mais essa injustiça perpetrada contra camponeses em luta, e a se manifestarem em apoio e pela liberdade dos presos políticos do acampamento Manoel Ribeiro.

Está na ordem do dia a denúncia das arbitrariedades desse que se diz “Estado Democrático de Direito”, mas, que, nos lembra, na verdade, os tempos mais obscuros de nossa História e da defesa daqueles que lutam pelos direitos do povo!

LIBERDADE PARA ESTAFANE, RICARDO, EZEQUIEL, E LUÍS CARLOS!

ABAIXO A PERSEGUIÇÃO E A CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO CAMPONÊS EM RONDÔNIA E DA LCP!

LUTAR NÃO É CRIME!

Mais de 500 entidades democráticas e defensores dos direitos do povo assinam manifesto em defesa do acampamento Manoel Ribeiro e da Liga dos Camponeses Pobres e pela liberdade imediata dos camponeses presos