quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

RO: Camponeses de Cujubim são ameaçados de morte

Reproduzidos em nosso blog denúncias emitidas pelo Jornal Resistência Camponesa e pelo Jornal A Nova Democracia, sobre ameaças e tentativa de assassinato a mando do latifúndio contra um camponês morador da Área Bacuri.

Segundo a denúncia, há mais de uma semana, pistoleiros a serviço do latifundiário Gesulino Cezar Travagini Castro vigiam a casa do camponês Joel, que escapou de uma tentativa de assassinato no dia 2 de janeiro.

Gesulino é autor e mandante de dezenas de assassinatos na região de Buritis, na região de Ariquemes. Ele pôde contar com a cumplicidade de alguns policiais civis e militares, em especial se destaca a cumplicidade do delegado da Polícia Civil de Buritis, Lucas Torres Ribeiro, denunciam os camponeses. 

Ainda de acordo com a denúncia, em Cujubim, Gesulino cooptou também policiais civis e militares para acobertar seus crimes, contando inclusive com o Prefeito Pedro Marcelo Fernandes Pereira.

Várias vítimas da pistolagem na região apresentam algo em comum: entraram em contradição com Gesulino Cezar Travagini Castro. Como os assassinatos ocorridos na região em 2019 e no final de 2020 demonstram.

Na imagem da esquerda para direita, corpo de Jarbas Teixeira de Sena, foto do mesmo em vida e foto de Cristiano Rezende Exterkotter. Ambos assassinados a mando do latifúndio. Foto: Resistência Camponesa.


ASSASSINATOS A MANDO DO LATIFÚNDIO

Em 12 de janeiro de 2019, o ex-vereador Jarbas Teixeira de Sena, 45 anos, foi assassinado a tiros em um bar na cidade de Cujubim. O assassino estava em uma motocicleta.

Em 16 de outubro de 2020, Cristiano Rezende Exterkotter, 34 anos, foi assassinado na Área Bacuri. A esposa relatou que ele seguia de motocicleta até o vizinho para buscar um cacho de banana quando foi alvejado. 

Em 25 de dezembro de 2020, Ronaldo Leonardo da Silva, 43 anos, foi assassinado em uma área de conflito agrário.

Tanto Cristiano Rezende, quanto Jarbas foram assassinados na Área Bacuri a mando de Gesulino e seus pistoleiros com a conivência da polícia de Cujubim e Ariquemes.

As mortes provocadas por este latifundiário nunca são investigadas. Mesmo sendo estas do conhecimento amplo da população de Buritis, o criminoso segue sendo acobertado pelo delegado Lucas Torres. Mesmo os executores de suas ordens, os pistoleiros, quando passam a saber muito sobre sua empreitada criminosa, Gesulino os mata.

Leia mais em: https://anovademocracia.com.br/noticias/14986-ro-camponeses-de-cujubim-estao-marcados-para-morrer

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

RO: Advogado de vítimas de chacina de Pau D'Arco é preso arbitrariamente

Quase quatro anos depois da chacina de Pau D’Arco, no Pará, os 16 policiais civis e militares que são réus pelo homicídio de dez trabalhadores sem-terra estão soltos e exercendo suas atividades enquanto aguardam julgamento. Apenas uma pessoa ligada ao caso está presa: o advogado das vítimas e do assentamento onde ocorreu a chacina, José Vargas Júnior. 

Vargas discursa em evento da Anistia Internacional em apoio às vítimas de Pau D’Arco. Ele também advoga para os indígenas Kayapó (Foto: Lunaé Parracho/Repórter Brasil)

José Vargas Júnior, que acusou a polícia civil e militar pelo assassinato de dez pessoas na chacina de Pau D’Arco, foi preso devido a mensagens irônicas enviadas por áudio no aplicativo whatsapp. ‘A polícia interpretou piadas como uma confissão’, diz sua defesa.

Ele foi detido no 1º dia do ano, acusado de envolvimento em outro caso de homicídio. 

A polícia apreendeu o seu celular e computador. Até o momento, o advogado preso se negou a dar as senhas, mas sofre constante pressão para ceder, como forma de colaboração com as investigações. Com essas senhas, a polícia teria acesso a denúncias sigilosas que sem-terra e indígenas fizeram sobre a própria polícia. Mais de vinte organizações de direitos humanos denunciaram a prisão e manifestaram apoio público a Vargas, entre elas a Front Line Defenders, a Justiça Global, a Terra de Direitos e a Articulação dos Povos Indígenas no Brasil.

Vargas ganhou certa fama local por mover ações que contrariam grandes grupos econômicos da região. Além das vítimas e assentados do caso da chacina, ele defende os indígenas Kayapó contra a invasão de seu território por mineradoras e ganhou ação emblemática movida por trabalhadores sem-terra contra a JBS. 

O CEBRASPO se une as vozes que denunciam a prisão política, e manifesta sua solidariedade irrestrita com o advogado do povo, José Vargas Júnior. Essa prisão é mais uma tentativa de intimidar e criminalizar os que atuam em defesa dos direitos do povo, e o exemplo de sua resistência e abnegação é mais um golpe contra o velho estado e suas velhas e carcomidas instituições. 

LIBERDADE PARA JOSÉ VARGAS JÚNIOR!

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