quinta-feira, 23 de julho de 2015

Chacina da Candelária



Na noite do dia 23 de julho de 1993, 8 jovens com idades entre 11 e 19 anos foram assassinados por policiais militares nas proximidades da Igreja da Candelária, Centro do Rio de Janeiro. Os PMs chegaram em dois carros com as placas cobertas e dispararam contra dezenas de jovens moradores de rua. Um dos sobreviventes, testemunha chave na investigação, foi alvejado por quatro tiros e posteriormente sofreu novo atentado, em 12 de setembro de 1994, como intimidação.
No decorrer do processo, foram indiciadas sete pessoas no total. Após a confissão de um policial militar, Nelson Cunha, dois acusados foram liberados, mesmo um deles sendo reconhecido por uma das vítimas, e quatro policiais indiciados. Um deles morreu antes do fim da investigação quando participava de um sequestro. Outros três, mesmo condenados em juri popular a penas de até 300 anos, foram beneficiados por indultos e estão em liberdade. Dez dias antes de completar 20 anos da chacina, a juiza Juliana Benevides de Barros expediu novo mandado de prisão para o soldado Marcus Vinicius Emmanuel Borges, mas ele foi considerado foragido.

Arlindo Afonso Lisboa Júnior, acusado na confissão do ex-PM Nelson Cunha, não foi julgado pela chacina, mas condenado a apenas dois anos por ter em seu poder uma das armas usadas no crime. Carlos Jorge Liaffa não foi indiciado, mesmo tendo sido reconhecido por um sobrevivente e a perícia ter comprovado que uma das cápsulas que atingiu uma das vítimas foi disparada pela arma de seu padrasto. Na época, os meninos afirmaram que oito policiais participaram da ação. 
Passados mais de 20 anos, tempo maior que a vida dos 8 jovens, na prática prevaleceu a impunidade

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