quinta-feira, 8 de novembro de 2018

DEM VOLKE DIENEN (ALEMANHA): COMPANHEIRO PIMENTA: PRESENTE NA LUTA!

Entre as homenagens ao companheiro José Pimenta, compartilhamos o seguinte artigo publicado no portal Dem Volke Dienen (Servir ao Povo) da Alemanha:


"Companheiro Pimenta: Presente  na luta!

Acabo de saber, lendo a 'AND' do Brasil, que meu companheiro morreu. Que Pimenta faleceu. Eu sabia que  ele estava mal, sabia que não iria sobreviver, mas ainda assim foi um duro golpe,  que me deixou furioso e não consigo me tranquilizar. Amaldiçoo esse dia. Mas não estou triste; como podemos ficar tristes pensando no Pimenta?

Há alguns anos tive a oportunidade de conhece-lo pessoalmente, embora já o conhecesse de nome, mas nesta ocasião tivemos tempo para conversar, trocar idéias, e penso, que eu particularmente de aprender. Me explicou tantas coisas sobre a realidade brasileira e o que significa fazer um trabalho anti-imperialista no seu país. Me explicou como no meio de um processo de nova democracia se aplica o concreto do internacionalismo proletário. Me explicou o porquê  nas manifestações do Brasil sempre se desfralda a bandeira da Palestina. Me contou sobre as campanhas de defesa da vida do Presidente Gonzalo, em apoio às guerras populares, em defesa dos prisioneiros da ATIK (ele estando longe dominava mais o tema que eu que moro neste país), da defesa de Saibaba e todos os prisioneiros políticos da Índia. Me disse o que fazer para articular estas campanhas em um país como o Brasil e como conseguir unificar ao mesmo tempo a nível internacional, e eu aprendi. Não sei se chegarei a ter o traquejo que ele tinha, penso que não, porque Pimenta não tinha somente o talento, mas a  inteligência de classe, mas que – apesar de ser intelectual – era um filho das massas mais profundas do Brasil. Estivemos no Rio, mas escutei a voz de Rondônia, estivemos em um apartamento da pequena burguesia, mas prevalecia a voz da Favela. Mas não, somente isso, era o grito da rebelião, se não da solução.  Pensando bem, posso dizer que o que mais ficou gravado  da nossa conversa foi o domínio da contradição que Pimenta tinha. Eu, um pouco rústico por vir da sociedade mais bruta do mundo (em dura luta com a sociedade yanqui), não tinha entendido bem o que é uma frente  democrática, embora certamente tivesse lido nos livros; mas a forma como Pimenta me  explicou, baseando-se nos exemplos práticos da sua imensa experiência, fez com que eu o entendesse bem – talvez  pela primeira vez. Eu fui o aluno e ele o professor,  foi assim; mas ele objetivamente  não me tratou como aluno. Seu jeito simples, embora ele na 'sua linha de trabalho', fôsse um dos mais importantes dirigentes do mundo e, eu um pobre ignorante, sempre me fez sentir como seu igual.  Talvez fosse  porque o tempo todo estávamos sorrindo. Não sei como explicar,  pode ser que eu seja um pouco idealista, mas com Pimenta sempre estava alegre; e em nenhum momento, ainda quando falávamos dos métodos de tortura, os genocídios e os massacres contra o povo, nunca cheguei a ficar deprimido; porque Pimenta sempre tinha em mente que não era em vão, mas que no final nós venceremos, a classe y os povos. Quando escrevo, percebo que isso era  magnífico do companheiro e o que mais me impressiona dele, é o fato  que me fez lembrar o que o Presidente Gonzalo nos ensinou: 'levamos a vitória em nossos rostos'. Esse era o sorriso do Pimenta, o sorriso da vitória.

Sei que a morte do companheiro Pimenta deixa un vazio no movimento revolucionário do Brasil, deixa – sim lugar, a dúvida – um vazio no movimento anti-imperialista mundial. Mas também sei que o que ele semeou, vive e que ele é e um dos que continua  conquistando louros após a morte.

Meus pensamentos estão com sua corajosa família e com seus inúmeros companheiros no Brasil e em todo mundo.

Eu, da minha  parte, desfraldo nossa bandeira, a vermelha com a foice e o martelo, mais alta que nunca e me comprometo a dar tudo da minha parte para servir ao povo honrando o companheiro caído, e vou fazê-lo sorrindo, com o sorriso da vitória, com o sorriso do Pimenta.

Companheiro Pimenta: Presente na luta!

Um dos escritores de Dem Volke Dienen"

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