Assassinato de Marielle é de inteira responsabilidade
Do Estado e da intervenção militar
Do Estado e da intervenção militar
A responsabilidade das mortes de Marielle e Anderson é inteiramente do Estado. Aconteceu um mês depois do início, portanto já no período de responsabilidade da intervenção militar. A intervenção, como todos sabem, não é para atender nenhuma das necessidades da população, que é atingida diretamente pela crise de decomposição, econômica, política desse velho Estado. Não foi anunciada para resolver os problemas de verbas e da calamidade da saúde pública, salário para professores e defesa da Educação, transporte público, criação de empregos, nada. Desde o início a intervenção militar foi definida exclusivamente como aumento da repressão. O ministro, agente dos banqueiros, Henrique Meireles, vai na TV anunciar liberação de verbas para a intervenção, como se estivesse fazendo uma grande concessão. Verbas só para repressão ao povo.
Todos os discursos e declarações foram no sentido da abertura de uma temporada de mais agressões, desrespeito e fim dos direitos do povo. Desde o início é a preparação desse clima, o da escalada da violência. E os que cometeram esse crime se sentem no seu próprio ambiente.
Nas suas declarações, os Generais Heleno, Etchegoyen e Villas Boas, entre outros que expressam a posição das FFAA, defendem que as tropas “devem ter liberdade para atuar”, e que não podem haver novas “comissões da verdade” para não inibir os militares durante operações. Essa liberdade para a atuação das forças de repressão, a “liberdade jurídica” defendida por eles é na verdade uma maior garantia de que seus crimes não sejam investigados e permaneçam impunes, assim como os crimes do Regime Militar. Significa reforço da prática da impunidade dos policiais, que matam protegidos pelo judiciário. É essa Polícia do Rio, que investiga o assassinato de Marielle, Anderson e tantas outras vítimas deles mesmos, como agentes do Estado. É em conformidade com essas declarações que agiram os assassinos de Marielle e sempre agem os autores de tantas e barbaras e diárias chacinas em favelas, comunidades e bairros pobres.
Portanto esse assassinato expõe a natureza e revela os objetivos dessa intervenção, a preparação do terreno para ampliação da guerra contra o povo, acompanhada da suspensão de direitos. Ensaiam com a intervenção militar a preparação de condições para que as FFAA conduzam ao completo Golpe de Estado, como fizeram em 1964. Na tentativa de salvar esse Velho Estado semifeudal e semicolonial com suas criminosas políticas anti-povo.
O assassinato de Marielle faz parte dessa política de criminalização, repressão e genocídio
O assassinato foi uma execução política. Foi uma ação de terrorismo de Estado contra defensores da luta popular. Foi, um ataque dirigido publicamente contra todos que têm compromisso com a defesa dos direitos do povo.
Portanto foi um crime cometido por esse velho Estado, que age ora através de sua força de sustentação principal, as Forças Armadas, ora por seu aparato auxiliar, as polícias; ou sua extensão, as milícias, ou qualquer de suas forças paramilitares. De qualquer forma esse assassinato é de sua inteira responsabilidade. Quem cometeu esse crime age em sintonia com as forças policiais desse velho Estado, com armas da polícia, munições de polícias, métodos de grupos de extermínio, etc. Da mesma forma que fazem no campo matando para o latifúndio e em todas as regiões metropolitanas do Brasil.
Para sustentar tudo isso, o monopólio de imprensa também faz o seu sujo papel. Como fez freneticamente no início das UPPs, novamente repetiu seguidamente a apresentação de cenas de violência, para logo justificar a “necessidade” da intervenção. Outro exemplo disso é que a “chegada do Estado” na Vila Kennedy, foi de fato os 1400 soldados que apoiaram a absurda derrubada das barracas na praça Miami, no dia 9 de março, não a sua propaganda de sempre, poucos dias depois com a “ação cidadã”, com entrega de documentos para pessoas que continuarão desempregadas e passando pelas mesmas dificuldades. E que voltam a ser abertamente criminalizadas logo depois que acaba a festa. Esse mesmo monopólio que sempre incentiva, estimula e açula a repressão contra o povo se empenha em confundir e manipular os fatos, para desviar o sentimento de revolta da população. Agora no caso do assassinato de Marielle inclusive, já tenta passar uma versão que conduza à conclusão de que a responsabilidade pelo assassinato é de um grupo isolado, que agiu por conta própria. E não como crime essencialmente político, relacionado diretamente com tudo que praticam os responsáveis pela intervenção e as instituições desse velho Estado.
Queremos deixar bem claro que, para todos que lutam contra a repressão e o genocídio, para todos os defensores dos direitos do povo, a solidariedade com Marielle, Anderson e a todos aqueles que tombam na luta, vítimas do terrorismo do velho Estado, significa uma decisão ainda maior pela defesa do direito de resistência, organização e de luta do povo.
Punição aos criminosos e mandantes do assassinato de Marielle!
Fora intervenção militar do Rio de Janeiro!
Defender o direito do povo lutar por seus direitos!
Não passarão!
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