quinta-feira, 21 de abril de 2016

DECLARAÇÃO A IMPRENSA DO PROFESSOR SAIBABA



Reproduzimos uma declaração à imprensa, escrita pelo prof Saibaba, que foi solto novamente depois de ampla campanha internacional de solidariedade.

Declaração à Imprensa

G N Saibaba

12 de abril de 2016.

No dia 4 de abril, o Supremo Tribunal da Índia me concedeu fiança e eu, finalmente, voltei para casa depois de passar mais de três meses e meio na prisão, por causa do cancelamento da caução provisória concedida a mim pelo Bombay High Court. Esta última temporada na cadeia afetou negativamente a minha saúde e eu tenho que continuar o tratamento médico imediatamente para tentar restaurar a mobilidade básica de alguns dos meus membros e músculos. Primeiramente, eu gostaria de agradecer a todos os meus advogados em Nova Deli, Bombaim, Nagpur, e Gadchiroli, que apareceram e me defenderam de maneira muito forte no Tribunal, tanto para garantir a minha fiança como durante a realização do julgamento do meu caso, em Gadchiroli. Sem eles eu ainda estaria definhando na cadeia. Minha luta por justiça está longe de terminar e eu prevejo muitos outros desafios legais no caso, mas estou confiante de que meus advogados vão lidar com esses desafios com habilidade profissional e dedicação. Gostaria especialmente de agradecer aos professores, estudantes e ativistas, que formaram um Comitê de Defesa e realizaram várias atividades nos últimos dois anos exigindo que fosse imediatamente libertado. Agradeço ao Professor Haragopal, Dr. Nandita Narain, Dr. Karen Gabriel, Dr. Hany Babu e todos os outros membros do Comitê de Defesa, que incansavelmente lutaram por minha libertação. Agradeço à Associação do Professores Universitários de Déli (Duta) e aos sindicatos de diferentes universidades, que se levantaram por minha liberação e direitos de vários dos professores. Eu também gostaria de agradecer a todos os intelectuais, professores, estudantes, organizações políticas, escritores, ativistas dos direitos democráticos, ativistas dos direitos dos deficientes, ativistas culturais, pessoas da mídia e muitos outros que lutaram por minha libertação. Na prisão, eu tive notícias sobre várias atividades que estavam sendo realizadas em todo o mundo exigindo que eu fosse libertado. Isso me deu força mental e força de vontade para combater e resistir nas condições hostis e desumanas que eu estava exposto na prisão. Eu, pessoalmente, não conheço muitas das pessoas que me apoiaram e que saíram para protestar contra a violação dos meus direitos democráticos. Sinto­me humilde e estou realmente grato em ter recebido esse apoio generalizado.
Agora, mais do que nunca em nossa história, temos que enfrentar um ataque sem precedentes sobre todas as formas de direitos e liberdades democráticas. Nossas campanhas, portanto, não devem terminar com a libertação de alguns indivíduos, mas devem se opor à todas as formas de injustiça, opressão e exploração. Centenas de milhares de Adivasis estão sendo deslocadas de suas casas e florestas e eles enfrentam a repressão brutal nas mãos do Estado e muitos deles permanecem na prisão, sem representação legal adequada e sob acusações muito frágeis. Devemos sair em apoio à essas camadas mais pobres e vulneráveis da nossa população. Devemos também, como objetivo de se libertar da prisão maior, que nos obriga a viver sob os grilhões do feudalismo Brahmanical e o fascismo. Devemos permanecer vigilantes, para que os direitos das minorias, tanto étnicos e religiosos, não sejam violados pelo Estado. Como alguém que tem sido um ativista dos direitos democráticos em toda a minha vida, posso dizer com confiança, que nos dias que estão por vir, essas lutas vão continuar, com renovada paixão e vigor.

G N Saibaba

University of Delhi

Délhi

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