sexta-feira, 13 de março de 2015

As prisons da 'democracia' espanhola: ativista preso enforcado no cárcere da Lama

Borja Martin Gómez, preso de primeiro grau no cárcere da Lama, apareceu enforcado na sua cela no meio-dia do dia 6 de março.

Via: Diário Liberdade



Conhecido polo seu ativismo antirrepressivo dentro das prisões, era tido por "rebelde" e insubmisso às arbitrariedades da política prisional espanhola no nosso país, denunciadas por numerosos organismos não governamentais a nível internacional.
Participou na campanha 'Cárcere=Tortura' e percorreu diferentes prisões, sofrendo punições pela sua atividade de conscientização entre os coletivos de presos.

A tese oficial do suicídio não está contrastada, nem há relato de que atravessasse algum tipo de transtorno que pudesse levá-lo a pôr fim à própria vida. A isso soma-se a evidência das violências estruturais aplicadas a diferentes pessoas presas na prisão da Lama, o que leva a duvidar do que realmente poda ter acontecido no interior dos muros dessa cadeia espanhola instalada na Galiza.
De facto, tal como lembrou o blog da revista Abordagem, um outro preso morreu da mesma forma há menos de um ano (Eugénio Garcia Serrano) na mesma cadeia, sem que chegasse a se esclarecer o motivo dessa morte violenta.

Neste caso, Borja Martin estava preso no módulo 14 da prisão da Lama, submetido a um regime de primeiro grau, que se aplica a pessoas catalogadas como "especialmente conflituosos" ou "problemáticos". Nesse regime, as pessoas presas veem reduzido o número de saídas ao pátio e som acompanhadas constantemente por carcereiros durante as deslocações no interior do cárcere.

Como é habitual, a notícia mereceu escassas linhas nos propagandísticos meios de "comunicação" da burguesia, que se limitam a comunicar a morte do preso e a descartar qualquer indução à morte por parte de terceiras pessoas.

O que é um facto é que as condições de prisão na Galiza degradam e mesmo destroem física e mentalmente numerosas pessoas internas, sendo a morte mais um dos resultados da política de extermínio em que se plasma a privação de liberdade para pessoas condenadas polo sistema. Para pessoas ativas na reivindicação de direitos, como Borja Martin era, as condições ficam ainda mais duras. Assim também para presos e presas políticas que, como as independentistas galegas, som alvo de políticas de dispersão a centenas de quilômetros do País.

Não é o caso da grande delinquência (banqueiros, empresários e políticos corruptos, entre outros), que raramente acabam por entrar em centros de reclusão, e ainda mais raramente ficam lá por muito tempo, em cujo caso as condições costumam incluir vantagens, reproduzindo as diferenças de classe existentes extra-muros.
Eis a realidade do sistema repressivo da "democracia" espanhola imperante na Galiza.

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