terça-feira, 7 de outubro de 2014

Tribunal ordena divulgação de vídeos de alimentação forçada em Guantánamo

Uma juíza federal ordenou esta sexta feira a divulgação de 28 vídeos que retratam a alimentação forçada de um prisioneiro de Guantánamo em greve de fome, segundo avança o Wall Street Journal. O advogado de Abu Wa’el Dhiab tem esperança que, “assim que a verdade seja revelada”, estas “práticas horríveis sejam abolidas”.


 via: esquerda.net 
Inúmeros órgãos de comunicação social solicitaram ao tribunal, a 20 de junho, o acesso às gravações, classificadas como “secretas”.
A Juíza Distrital Gladys Kessler veio agora dar um parecer favorável ao pedido dos media, alertando, contudo, para a necessidade de proteger a identidade de todos os elementos gravados, que não o prisioneiro.
"O tribunal está bem ciente, como o governo tem enfatizado, que, até à data, nenhum tribunal ordenou a divulgação de informações classificadas envolvendo presos de Guantánamo, enfrentando assim a oposição do executivo", escreveu a juiz Kessler. "No entanto, para ser clara, isto não significa que, numa determinada situação, o tribunal não possa fazê-lo, se tal se justificar”, acrescentou.
O advogado de Abu Wa’el Dhiab já reagiu a esta decisão, afirmando que “os americanos poderão ver com os seus próprios olhos o tipo de abusos que estão a ser infligidos a estes prisioneiros que se encontram, de forma pacífica, em greve de fome”.
“Assim que a verdade seja revelada, acreditamos que estas práticas horríveis sejam abolidas”, frisou Jon Eisenberg.
A advogado da Associated Press, David Schulz, afirmou, por sua vez, que esta “é uma forte reafirmação do direito do público de saber o que está a fazer o seu governo”.
Abu Wa’el Dhiab foi informado na primavera de que seria reinstalado no Uruguai, juntamente com mais cinco prisioneiros. Contudo, à medida que esta transferência vai sendo adiada, o impasse com os oficiais militares norte americanos foi-se deteriorando, tornando-se, muitas vezes, violento.
A administração Obama tem procurado limitar a quantidade de informações divulgadas sobre o processo de Dhiab, sendo que, na quinta feira, o tribunal recusou um pedido para fechar uma audiência, que está agendada para segunda feira.
O prisioneiro sírio está detido em Guantánamo desde agosto de 2002.

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