sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Solidariedade a luta pela terra em Rondônia

 

Compartilhando uma importante nota do jornal Resistência Camponesa sobre a situação dos camponeses em luta pela terra em Rondônia:

" Viva a justa revolta das massas camponesas contra a PM assassina de Enedy, Confúcio e do latifúndio!

Manifestação em SeringueirasManifestação em SeringueirasNo último dia 22 de setembro, as famílias da Área Paulo Freire IV, em Seringueiras, e a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental, comemoram os 9 anos de luta pela área, terra pública grilada. Na programação, uma passeata em Seringueiras, um ato político, e uma festa de congraçamento das famílias. Também seria uma oportunidade a mais para denunciar as perseguições e os ataques contra o Acampamento Enilson Ribeiro, cuja firmeza e combatividade dos camponeses no enfrentamento ao latifúndio e às autoridades do Estado corruptas que tentaram de todas as formas reprimir os camponeses para esconder a grilagem de terras públicas na região, chamaram a atenção da opinião pública nacional e internacional particularmente no último mês de agosto.
A passeata, que ocorreu na parte da manhã foi tranquila, com a população da cidade saudando o boletim distribuído pelos camponeses, que divulgava a história da luta, e o avanço na produção camponesa nesta área, particularmente nos últimos dois anos, os únicos nestes 09 anos em que os camponeses não sofreram reintegração de posse.
Camponeses preparando o almoçoCamponeses preparando o almoçoConcluída a passeata, as famílias foram para o Barracão da área, onde a fartura de carne e a comida zelosamente preparada, tudo com recursos dos próprios camponeses e de apoiadores da cidade, demonstrava a superioridade moral, política e econômica das massas que lutam pela terra, contra o latifúndio ladrão e os gerentes do Estado corruptos.
Banca em Seringueiras com produtos da Área Paulo Freire IVBanca em Seringueiras com produtos da Área Paulo Freire IVBarriga cheia, alegria, confraternização, apoio aos camponeses do Acampamento Enilson Ribeiro que estão lutando pela terra neste momento, mal terminara o ato político que se seguiu, um morador da cidade, que havia participado das atividades, informa aos camponeses que foi parado em uma blitz da PM quando voltava para a cidade. Outra informação: a moto de um camponês da área havia sido detida, e estava circulando em zona rural, onde não é necessário comprovar habilitação. Revolta generalizada. Provocação da PM, tentar estragar uma festa tão justa, criminalizar os camponeses. A decisão foi unânime: NÃO ACEITAMOS! Rodrigo Silva Rodrigues dono do site jarunoticias preso na Operação Mors recebe das mãos do comandante Enedy o diploma de amigo da políciaRodrigo Silva Rodrigues dono do site jarunoticias preso na Operação Mors recebe das mãos do comandante Enedy o diploma de amigo da políciaVamos acabar com isso. Ninguém que já veio ou que ainda vai vir para a nossa comemoração vai ser intimidado. E mais: no ato político, os camponeses da Área Paulo Freire IV haviam homenageado os Coordenadores da Liga Isaque e Edilene, assassinados quando iam trabalhar na roça no Acampamento 10 de Maio, em Alto Paraíso, pelos esquadrões da morte composto por PM´s e pistoleiros a soldo do latifúndio.
Corpos dos companheiros Isaque e EdileneCorpos dos companheiros Isaque e EdileneCarros pequenos, motos, carrocerias de caminhonetes lotadas, todos foram para onde estava se dando a “blitz”. Os camponeses cobraram o fim da blitz. Mas a intenção provocadora, despropositada e ilegal da abordagem da PM logo ficou evidente quando os camponeses avistaram chegando ao local uma segunda caminhonete apinhada de policiais já com as armas em punho apontadas na direção dos camponeses. E começou a chegar gente, camponeses a pé, de moto ou de carro: Fora daqui, PM assassina! era o que mais se ouvia.
Camponeses exigem fim da blitz. Com a chegada de mais camponeses, PM bate em carreira desabaladaCamponeses exigem fim da blitz. Com a chegada de mais camponeses, PM bate em carreira desabaladaDescontrolados e intimidados os PM´s saíram em debandada. Atirando contra os camponeses, que não se intimidaram. Estavam no seu direito. A PM mente quando diz que os camponeses atiraram. Os camponeses soltaram rojões para o alto. E nós podemos provar. Temos a filmagem do ocorrido, as cápsulas das balas disparadas pela polícia covarde.
As reportagens que se seguiram, baseadas na versão da PM dos fatos, tentam passar que a PM foi atacada pela Liga. Algumas até citaram a Liga e o MST. Mentirosos! A PM foi expulsa pelo povo, está completamente desmoralizada pelo seu envolvimento nos esquadrões da morte e grupos de extermínio do latifúndio. Camponeses exigem fim da blitz. Com a chegada de mais camponeses, PM bate em carreira desabaladaCamponeses exigem fim da blitz. Com a chegada de mais camponeses, PM bate em carreira desabaladaA PM armada foi expulsa pelo povo desarmado. A PM foi expulsa pelo ódio acumulado em quase 10 reintegrações de posse ilegais nestes últimos 09 anos. A PM foi expulsa pela sua participação nos assassinatos de camponeses. A PM foi expulsa e saiu correndo de ré por que estava errada. Pessoas desarmadas só se impõem contra pessoas armadas se carregam a verdade consigo, se são moralmente superiores e nada têm a temer. Foi o caso.
Que todos os companheiros e companheiras que acompanham a saga dos camponeses brasileiros em luta pela conquista da terra saúdem a Área Paulo Freire IV, o acampamento Enilson Ribeiro, e todos que, em Rondônia e no Brasil, apoiaram a realização das atividades do dia 22 de setembro.
Foi mais uma das incontáveis provas de que nem toda a violência e as mentiras do latifúndio e do Estado vão parar a luta pela terra, de que o sangue dos companheiros Isaque e Edilene não foi em vão, de que as massas podem tudo, de que a miséria e a exploração podem ser vencidas se o povo conquistar a terra, de que é justo se rebelar...

Viva a Área Paulo Freire IV!

Viva o Acampamento Enilson Ribeiro!

Companheiros Isaque e Edilene: Presentes na Luta!

Viva a Revolução Agrária!

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

26 de setembro de 2016 "


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