quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Manifesto da Comissão de Pais e Familiares dos Presos e Perseguidos Políticos do RJ pela imediata extinção dos processos



Nós, pais, mães e parentes dos presos e perseguidos políticos viemos, por meio desse manifesto, exigir a imediata extinção do processo de criminalização e perseguição dos ativistas presos no dia 12 de julho de 2014. Por tamanha quantidade de irregularidades e vícios, claramente com intuito criminalizador, presentes no processo que o que exigimos não é nada senão a imediata extinção desse processo perseguidor e inquisitório.

Nossas filhas, filhos e entes queridos são jovens e profissionais (professores universitários e secunbdaristas, profissionais da saúde, profissionais de comunicação, entre outras áreas) engajados. Ao contrário do que se alardeia no noticiário marrom da mídia comprometida com interesses escusos esses jovens, que hoje tem sua imagem difamada, são ativistas políticos e sociais; que são envolvidos com educação de populações marginalizadas, comprometidos com a democratização dos meios de comunicação e engajados nas mobilizações sociais. Esses jovens foram perseguidos e presos.

Antes de ser por qualquer conduta comprovadamente ilegal, foram presos e perseguidos por um processo judicial de caráter político, por estarem onde o governo não quis estar; por estarem se dispondo na missão de levar ensino básico, reflexão e educação política às populações marginalizadas; por estarem se opondo aos monopólios de comunicação e de educação; por apresentarem uma nova possibilidade de sociedade mas justa e igualitária, esses jovens foram perseguidos e encarcerados.

A privacidade de todos esses jovens e de suas famílias foram quebradas: escutas telefônicas, monitoramento de internet, quebra de sigilo bancário. Para esses jovens e suas famílias, para nós, não existe mais formas de privacidade. Tudo é monitorado. Tudo é inteceptado e armazenado pelo Estado.

A tortura psicológica sofrida por eles e por todas nós, familiares, é outro fardo carregado. Tamanha a arbitrariedade de todo esse processo, onde se inverte o conceito de ser inocente até que se prove o contrário, que criou toda uma atmosfera de falta de segurança jurídica. Quando nossas casas serão invadidas? Quando nossos bens serão apreendidos? Existe alguma conversa telefônica que podemos ter certeza da nossa privacidade? Não estamos seguros. O Terrorismo de Estado é uma constante nas nossas vidas e na vida de nossas filhas e filhos.

Com a plena consciência do caráter político e de perseguição, do caráter de censura a liberdade de expressão e de manifestação que esse processo tem, nós, da Comissão de Parentes dos Presos e Perseguidos Políticos exigimos a imediata extinção do processo que acusa absurdamente nossas filhas e filhos de formação de quadrilha armada; com pessoas que não se conheciam e que não havia nenhuma arma de fogo que caracteriza-se tal quadrilha, muito menos uma quadrilha armada.

PELA IMEDIATA EXTINÇÃO DO PROCESSO! PELA LIBERDADE DE TODXS OS PRESXS POLÍTICXS!


Cartaz de convocação para o ato de lançamento do manifesto organizado pelo Comitê de Pais e Familiares dos Presos e Perseguidos Políticos.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Vídeo: O Homem que foi Condenado por Porte de Pinho Sol

Vídeo produzido pelo Mídia Independente Coletivo e pelo Coletivo Mariachi sobre a prisão e condenação de Rafael Braga Vieira, 26 anos, preso durante a manifestação de 1 milhão do dia 20 de junho na Av. Presidente Vargas, Centro do Rio de Janeiro, por portar garrafas plásticas contendo desinfetante e água sanitária, produtos de limpeza que usava para trabalhar. Segundo a acusação da polícia a garrafa de Pinho Sol seria um coquetel molotov, o que foi obviamente refutado pela própria perícia. Mesmo assim Rafael Braga foi condenado por porte de um explosivo que comprovadamente nunca existiu.