terça-feira, 12 de março de 2024

 

SC: Moradores fecham vias após assassinato de jovem por policial.


Fonte: Jornal A Nova Democracia.


Segundo moradores, jovem assassinado pela polícia civil estava desarmado. Protesto começou no sábado e seguiu até a madrugada de domingo.

Moradores de diferentes favelas do bairro Monte Cristo fecharam diferentes vias em um protesto durante o dia 9 de março, organizado após o assassinato, dois dias antes, de um jovem na favela da Grota por policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Os moradores afirmam que o jovem estava desarmado.

O protesto concentrou moradores das favelas da Grota, Chico Mendes, Sapé e outras comunidades. Vídeos registram imensas barricadas de fogo em importantes vias da região, como Avenida Josué di Bernardi, Joaquim Nabuco e José Antonio Tonolli. A revolta popular em condenação às incursões e assassinatos da polícia nas comunidades começou na tarde do dia 09/03 e seguiu até a madrugada do dia 10/03.

Em entrevista ao correspondente local de AND, moradores afirmaram que a polícia reprimiu o protesto com o uso de gás de pimenta e balas de borracha. Uma criança foi baleada durante a manifestação. A repressão não foi aceita pelos manifestantes e houve confronto. Segundo a imprensa local, um policial ficou ferido na cabeça após ser atingido por uma pedra.

A violência policial na cidade de Florianópolis vem em uma crescente, bem como as manifestações populares contra esse cenário de aumento das violações dos direitos. No ano passado, moradores do Morro da Caixa também protestaram após PMs agredirem uma criança autista durante uma abordagem.

Vejo mais: https://anovademocracia.com.br/sc-moradores-fecham-vias-apos-assassinato-de-jovem-por-policial/



segunda-feira, 11 de março de 2024

Governo cancela atos oficiais em denúncia dos 60 anos do golpe militar.



Acovardado diante dos generais das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio deu uma orientação direcionada a seus ministérios: paralisar toda e qualquer iniciativa que trate dos do golpe militar-empresarial de 1º de abril de 1964, que neste ano completará 60 anos.

Acovardado diante dos generais das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio deu uma orientação direcionada a todos os seus ministérios: paralisar toda e qualquer iniciativa que trate dos do golpe militar-empresarial de 1º de abril de 1964, que neste ano completará 60 anos. Atos oficiais, solenidades, menções em discursos dos integrantes do governo, publicação de materiais ou inauguração de marcos em memória dos crimes e violações de direitos que os militares reacionários cometeram nos 21 anos do regime – tudo está suspenso por ordens expressas de Lula.

Na última quinta-feira, 7 de março, o presidente Luiz Inácio se reuniu com Silvio Almeida, ministro de Direitos Humanos, pasta que possuía (até então) uma programação extensa sobre o tema. A informação é do Correio Braziliense.

Também não deverá ser efetivado a criação de um Museu da Memória e da Verdade. Enquanto ainda estava à frente do ministério da Justiça, Flávio Dino anunciou a iniciativa durante um evento no Chile em repúdio aos 50 anos do golpe de Pinochet.

A ordem de Luiz Inácio é oferecer um acordo com os generais que, em troca, deixariam de publicar a sua “Ordem do Dia” no dia 31 de março. Ano após ano, os Comandantes das Forças Armadas celebram a data através da “Ordem”, que é lida em todos os quartéis do país.

O governo federal já havia engavetado a recriação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos. E no último dia 27 de fevereiro, Luiz Inácio, durante entrevista, afirmou que não se deve “remoer a história”. A declaração foi defendida por Hamilton Mourão.

Caberá aos verdadeiros democratas, organizações populares e movimentos de luta do povo brasileiro a fundamental tarefa de denunciar o golpismo de ontem e de hoje do Regime Militar.

O jornal A Nova Democracia organizará um Ato Político no dia 25 de abril sob o mote Nem esquecer, nem apaziguar: condenar o golpe ontem e hoje!. Um trecho da convocatória pode ser lido abaixo:

“É urgente que os progressistas, democratas genuínos e revolucionários empreendam sério combate ao golpismo, condenando os 60 anos do golpe militar de 1964 e o golpismo ainda hoje. Como parte de combater a política do apaziguamento (apenas uma forma de acovardar-se), exigimos que seja reinstalada a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos pelo governo de turno, por se tratar de uma demanda sentida dos familiares e de importância sem igual para trazer ao debate político nacional os horrores fascistas do regime militar. Se faz necessário defender as liberdades democráticas, já tão parcas e sob ataques permanentes, através da urgente mobilização.”

A convocatória pode ser lida na íntegra aqui.

 

800 famílias organizadas pelo MST ocupam latifúndio em MG e área da Codevasf em BA em resposta à ‘lentidão na reforma agrária’.


Fonte: Jornal A Nova Democracia.

Essa é a primeira ocupação de terra do MST no ano de 2024, e ocorre após um ano de 2023 marcado pela discrepância entre a paralisia completa na compra de terras para a reforma agrária e os grandes investimentos no latifúndio por parte do governo. 



Cerca de 800 famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam um latifúndio em Minas Gerais e terras associadas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales de São Francisco e Parnaíba (Codevasf), na Bahia, nos dias 8 e 10 de março. Em pronunciamentos, os camponeses criticaram o governo por não entregar terras aos camponeses. Essa é a primeira ocupação de terra do MST no ano de 2024, e ocorre após um ano de 2023 marcado pela discrepância entre a paralisia completa na compra de terras para a reforma agrária e os investimentos vultosos no latifúndio por parte do governo. 

A terra ocupada em Minas Gerais fica localizada em Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte. As 500 famílias que ocuparam o latifúndio afirmam que a fazenda foi abandonada pelos proprietários e estava improdutiva. 

Segundo uma liderança do estado, a ocupação foi uma resposta à lentidão do governo em atender as exigências dos camponeses e ocorreu como “a alternativa mais legítima de lutar pelo direito à terra”. 

Em 2023, o governo Lula não comprou nenhuma terra para reforma agrária, apesar das promessas do governo de montar uma “prateleira de terras”. A justificativa central para a falta de entrega de terras foi a “falta de orçamento”, mas muitos camponeses questionam a explicação frente à destinação de valores que ultrapassam R$ 300 bilhões ao agronegócio por meio de créditos a juros baixos. 

Um pedido de reintegração de posse foi acionado na justiça, mas negado pelo órgão judicial. Sobre o pedido, o MST afirmou que “esses não conseguiram demonstrar que têm a posse da terra e não conseguiram comprovar a produtividade da fazenda, que está abandonada há quase uma década”.

Na Bahia, os camponeses fizeram exigências similares. Lá, foram cerca de 300 famílias que ocuparam uma área da Codevasf no dia 10/03. Os camponeses denunciaram tanto a falta de terras quanto a falta de água na região, e culparam a Codevasf pela situação de precariedade. 

A Codevasf afirmou que a água disponível é ofertada para os agricultores regularmente registrados no empreendimento. 

Reforma agrária continuará sepultada

Durante todo o ano de 2023, a equipe de Luiz Inácio insistiu na impossibilidade de realizar uma reforma agrária com o valor baixo deixado pelo orçamento de Bolsonaro. Contudo, não houve uma diferença significativa no orçamento para o Instituto de Colonização e Reforma Agrária de 2023 para 2024: enquanto no orçamento deixado por Bolsonaro a cifra total do instituto era de R$ 2,85 bilhões, o montado por Lula dedicou R$ 2,89 bilhões ao órgão. Segundo cálculos de grupos como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o aumento de R$ 400 milhões está longe de ser o suficiente. Para a Contag, uma política de reforma agrária efetiva demandaria, pelo menos, R$ 7 bilhões. 

Com elevações tão miseráveis, é esperado que os resultados para 2024 não se diferenciem muito de 2023. O ano passado teve o menor número de assentados em todos os governos petistas. Em contraposição, camponeses se levantaram em diferentes cantos do País por todo o ano em ocupações para conquistar as terras pelas próprias mãos. Foi assim em lutas importantes como a do Acampamento Mãe Bernadete, no Sul da Bahia e na ocupação das terras do Projeto Jaíba, em Minas Gerais, ambas apoiadas pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e transformadas imediatamente em acampamentos produtivos, com terras repartidas e distribuídas entre os camponeses, e em diferentes ocupações realizadas pela Frente Nacional de Luta – Campo e Cidade (FNL) durante o Carnaval Vermelho. O próprio MST também ocupou diferentes terras, principalmente para pressionar o governo.

Por outro lado, os latifundiários podem expectar a manutenção dos grandes investimentos no setor. Em fevereiro deste ano, o governo anunciou o investimento de mais R$ 6 bilhões no “BNDES Crédito Rural”. O programa foi criado no ano passado como forma de fomentar o “agronegócio” (latifúndio) por meio de empréstimos em dólar e, portanto, com juros reduzido. Justamente pelo foco no empréstimo na moeda norte-americana, a medida tem foco no setor da exportação, e beneficia diretamente o latifúndio produtor de commodities.

quinta-feira, 7 de março de 2024



CE: Ativistas agitam capital cearense com panfletagem pró-Palestina.


Fonte: Jornal A Nova Democracia.


No dia 2 de março, a Frente Cearense de Apoio à Resistência Palestina realizou uma importante agitação com microfone, bandeiras e panfletos para demonstrar a solidariedade internacional com o povo palestino.



Na manhã do dia 2 de março, a Frente Cearense de Apoio à Resistência Palestina promoveu uma importante agitação “em memória dos mais de 112 assassinados no massacre da farinha, pelo fim do sionismo e do Estado assassino de Israel e em defesa do povo palestino e da Resistência Nacional Palestina” com microfone, bandeiras da palestina e panfletagem.

Para além das centenas de panfletos distribuídos, parte das massas demonstrou, de forma espontânea, apoio à agitação, com dizeres como “Viva a Palestina livre!”. Captou especial atenção a denúncia sobre a cobertura dos monopólios de comunicação, que como grandes lacaios do imperialismo, abordaram o massacre da farinha como uma “confusão”.

Um homem palestino que passou pela agitação deu seu apoio ativo aos manifestantes. Em conversa particular, revelou que sua irmã mora até hoje na Cisjordânia e está sob constante ameaça das hordas de colonos sionistas. 

Nas falas, a Frente Cearense de Apoio à Resistência Palestina afirmou que é dever de todos os democratas e internacionalistas brasileiros a defesa do povo palestino e sua Resistência Nacional. Eles afirmaram também que a mobilização pró-Palestina deve ser intensificada no País, com ações de agitação, panfletagem, debates públicos e manifestações.


quarta-feira, 6 de março de 2024

 

Contra a criminalização da luta pela terra: Quatro jovens presos em Rondônia são absolvidos.


Fonte: Jornal A Nova Democracia.


O MPF considerou "duvidosas e contraditórias" as provas contra os quatro jovens camponeses de Rondônia, que participaram da tomada da Fazenda Santa Elina, palco da Batalha de Corumbiara, em 1995.



O Ministério Público Federal considerou “duvidosas e contraditórias” as provas contra os quatro jovens camponeses de Rondônia. Os ativistas participaram da tomada da Fazenda Santa Elina, palco da Batalha de Corumbiara, e haviam sido presos pela PM de Rondônia em 14 de maio de 2021, acusados de porte ilegal de arma e também de radio transmissores durante uma operação ilegal contra o acampamento. Na época, a Liga dos Camponeses Pobres caracterizou a prisão como perseguição política, denunciando que a única fonte para o processo jurídico eram depoimentos de policiais militares.

Na época, a PM de Rondônia era dirigida pelo José Hélio Cysneiros Pachá (conhecido como “o carniceiro de Santa Elina”) escolhido pelo governador bolsonarista o Coronel Marcos Rocha. Movimentos populares e advogados denunciaram que as intenções do governo de Rondônia era reprimir e se vingar da luta camponesa e daqueles ativistas que participaram do histórico Acampamento Manoel Ribeiro.

Associação de advogados dá detalhes da absolvição

A Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo) afirmou que o Ministério Público Federal corroborou as teses da defesa, considerando duvidosas e contraditórias as provas contra os jovens, e decidiu pela absolvição dos quatro ativistas (três camponeses e uma estudante da UNIR).

A Abrapo explica, ainda, que na análise da prova, o MPF e o Juízo Criminal Federal ridicularizaram a prova do flagrante (porte de arma e porte de rádios comunicadores). A defesa denunciou que a arma encontrada com os quatro foi um flagrante forjado pelos policiais no objetivo de criminalizar a luta pela terra, porém não havia tido qualquer análise pelo judiciário. Além de ignorar a ilegalidade de que a única testemunha ouvida foram os próprios policiais, a arma que supostamente estava em posse de um dos ativistas foi utilizada para a condenação dos ativistas na Justiça Estadual.

Com o novo entendimento do MPF, será possível questionar a condenação, solicitando uma revisão criminal que a Abrapo considera “bastante promissora”.

nota finaliza afirmando que “essa é uma importante vitória da luta coletiva, dos advogados do povo, da Abrapo, do Cebraspo, do jornal AND, e de todos os apoiadores da luta pela terra para quem nela vive e trabalha”.



quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

 

Policiais assassinam 9 pessoas, invadem casas e proíbem circulação de moradores durante megaoperação em 13 favelas do Rio (atualizado).


Fonte:  Jornal  A  Nova Democracia.

Policiais militares assassinaram 7 pessoas, invadiram casas, proibiram a circulação de moradores e ocasionaram o fechamento de escolas e clínicas de saúde durante uma megaoperação que atingiu todas as favelas dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro.


Atualização (28/02): O número total de assassinados pelos agentes de repressão subiu para 9 no total. Além de promoverem a paralisação de serviços básicos nas favelas e nos bairros próximos, o povo sofreu ainda a violação de direitos com a invasão contra residências. Não deixe de conferir o programa A Propósito do dia 27 de fevereiro, onde exibimos uma entrevista exclusiva com um morador do Complexo do Alemão e tratamos com profundidade das operações genocidas promovidas pelo governador assassino e terrorista Cláudio Castro.

Policiais militares assassinaram 9 pessoas, invadiram casas, proibiram a circulação de moradores e ocasionaram o fechamento de escolas e clínicas de saúde durante uma megaoperação que atingiu todas as favelas dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Comunidades adjacentes como Flexal, Trem, Engenho da Rainha, Juramento, Juramentinho, Ipase, Guaporé e Quitungo também foram alvo. Na zona sul e na zona oeste, as favelas Cidade de Deus e Rocinha foram cercadas por policiais. Uma outra megaoperação tomou ainda o Complexo da Maré, executada por policiais da Polícia Civil. A ação conta como mais uma megaoperação de chacina realizada pelo governador Cláudio Castro durante seus anos de mandato no Rio de Janeiro, com apoio logístico, financeiro e político do governo federal.

Quatro dos mortos foram assassinados por equipes do 21° Batalhão de Polícia Militar no Complexo da Penha. O batalhão é comandado pelo tenente-coronel Alexander Pereira Cardozo. Outras quatro pessoas ficaram feridas no Flexal e uma outra foi alvejada em Nova Brasília. 

Atualização 27/02, 18h07: As megaoperações também contam com o contingente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Ações com Cães (BAC). Ambas as forças policiais cumprem papel central nas operações genocidas promovidas pelo governo do RJ nas favelas]

Os mortos foram, em muitas ocasiões, deixados largados pelos PMs. Moradores tiveram que recolher os cadáveres e carregá-los para locais adequados, por vezes sob ameaças e miras dos militares. Vídeos nas redes sociais mostram moradores carregando corpos ensanguentados em diferentes partes do Complexo do Alemão.

Moradores também denunciam que tiveram suas casas invadidas pelos policiais militares. Vídeos disponíveis nas redes sociais mostram os militares disparando de dentro das residências violadas.

Escolas e clínicas fechadas

Como resultado da invasão, 20,5 mil alunos de escolas municipais ficaram sem aula. No Complexo da Penha, foram 16 escolas da rede municipal que suspenderam as aulas. Elas atendem 4,8 mil alunos. Já no Alemão, 20 unidades municipais deixaram de funcionar por conta da megaoperação, violando o direito de aprender de 7,1 mil estudantes. Na Maré, onde a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil empreende a megaoperação, 24 escolas que atendem 8,1 mil alunos fecharam. Por fim, no Morro do Trem, 342 alunos de 2 escolas não puderam estudar.

O direito ao trabalho também foi violado, uma vez que pequenos comerciantes das favelas foram impedidos de abrir seus estabelecimentos. Na Avenida Itararé, principal via em frente ao Complexo do Alemão, todos os comércios fecharam.

Unidades de saúde também tiveram que deixar de atender doentes hoje. No Alemão, a Clínica da Família (CF) Zilda Arns interrompeu o funcionamento, enquanto na Penha a Clínica da Família Aloysio Augusto Novis suspendeu as visitas domiciliares. Já na Maré, a CF Jeremias Moraes da Silva também interrompeu o funcionamento durante a manhã, e a CF Diniz Batista dos Santos interrompeu visitas às casas dos moradores.

Além disso, ao menos 15 linhas de ônibus municipais deixaram de circular durante a manhã. Isso ocorreu porque os tiros disparados durante a megaoperação policial cruzaram a garagem da Viação Nossa Senhora de Lourdes, na Penha. Os ônibus atendem pelo menos 130 mil pessoas.

[Atualização, 27/02, 18h10: De acordo com o correspondente local de AND, a região ainda estava sem luz por conta de danos causados ao transformador de energia. Um morador informou que a Light, grande empresa responsável pelo fornecimento de energia na cidade notificou que só tornaria a subir na região quando a situação “estivesse sob controle”, deixando os moradores no clima de incerteza sobre quando terão o direito básico de acesso a energia de volta]

Clima de revolta

Segundo internautas, mototaxis do Complexo do Alemão planejam um protesto contra a chacina policial. É possível que em outras favelas o clima de rebelião se repita. Somente neste ano, moradores realizaram protestos na Maré, contra uma operação no dia 8 de fevereiro, e em Manguinhos, no dia 18 de janeiro. Na Maré, um jovem foi executado à queima-roupa por PMs durante o protesto. O assassinato covarde aumentou ainda mais a revolta dos moradores contra a violência policial.

As operações de hoje somam à extensa lista de operações promovidas pelo governador Cláudio Castro contra as favelas do Rio de Janeiro. Até agora, Castro já é responsável por 3 das 5 maiores chacinas da história do RJ. No ano passado, o governador genocida recebeu investimentos de centenas de milhões de reais do governo federal para a compra de novos equipamentos para as polícias. Castro também foi elogiado por Lula em comícios organizados no Rio de Janeiro no ano passado.


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

 

Fascismo escancarado é a resposta do imperialismo frente ao Novo Período de Revoluções.


Fonte: Jornal A Nova Democracia 

Crise da democracia burguesa registrada pelo Economist é um dos resultados diretos da crise de superprodução relativa do imperialismo. O fascismo e a tendência à reacionarização – escancarado pela boca de um órgão do monopólio de comunicação imperialista – não poderá impedir a tendência principal de revoluções pelo mundo.

Uma pesquisa recente do Economist Intelligence, setor de pesquisa de dados da revista The Economist, apontou que menos de 8% de toda a população mundial vive no que eles classificam como “democracia plena”. Essa forma de governo só existe, segundo a pesquisa, em 24 países. Em contrapartida, 39,9% vivem sob um “regime autoritário”, vigorante em 59 países. Não há dúvidas sobre os critérios imperialistas para a classificação do que é “democrático” e o que não é. Entretanto, o que se extrai da pesquisa é a expressão de uma época na qual não é possível esconder o desenvolvimento da crise política na época em que vivemos – cuja base é a decomposição do sistema imperialista mundial.

Os dados seguem: 37,6% da população mundial vive sob um regime de “democracia fracassada”, existente em 50 países (29,9% dos países existentes). Outros 15,2% da população, habitantes de 34 países (20,4%), vivem sob o chamado “regime híbrido”. Os resultados atuais registrados na pesquisa são fruto de um aumento na “crise democrática”: na última edição, 39,6% da população mundial vivia em um “regime autoritário”, 0,3% abaixo do número atual. 

Sintomas de crise política não podem ser tomados isoladamente. A política é a expressão concentrada da economia. E a crise da democracia burguesa registrada pelo Economist é um dos resultados diretos da crise de superprodução relativa do imperialismo. As expressões mais recentes de tal crise econômica são a crise imobiliária na China, afetando principalmente gigantes como a Evergrande, e falência de bancos no USA, que dinamitou nomes como o Silicon Valley BankSilvergate e Signature Bank.

Além disso, antes da pesquisa da Economist Intelligence, um relatório da Oxfam constatou que a concentração de renda no mundo aumentou.  No USA, em toda a Europa, Ásia, África e América Latina, índices de inflação esmagaram os ganhos das massas populares em uma hecatombe econômica. De 2020 para cá, 791 milhões de trabalhadores tiveram que viver com um salário abaixo da inflação. 

Daí os reflexos políticos percebidos ano após ano. Sabedores que a crise sem solução de seu regime tende a despertar levantes crescentes e cada vez mais poderosos das massas populares – como tem ocorrido de forma incessante nos últimos anos –, as classes dominantes lançam mão à repressão como única alternativa. Somente nos últimos dois anos, países como França ou Reino Unido usaram ou avançaram com medidas e projetos de lei para restringir direitos tão básicos como a greve e manifestações populares de rua. Em toda a Europa, a militarização avança a passos largos: além do aumento do orçamento militar, organizações como a Otan receberam a Finlândia como novos membros em 2023. 

São traços de um organismo doente com um quadro terminal. É fato dado que o mundo vive em um Novo Período de Revoluções. A luta popular aberta, como na Palestina ou países da América Latina, Sudeste Asiático ou até mesmo Europa, são indícios disto, seguidos lado a lado da explosividade crescente das massas expressa nas manifestações e levantes populares que não param de estremecer, do USA, à Europa e seguindo até a China, o mundo inteiro. O destaque do momento atual está precisamente na transcendental e histórica Operação Dilúvio de Al-Aqsa – a ofensiva tática da Resistência Nacional Palestina – que demonstra de maneira bastante clara que é possível as forças populares vencerem o sistema imperialista mundial. O imperialismo já acendeu o alerta frente a possibilidades de vitórias das organizações populares. O fascismo e a tendência à reacionarização – escancarado pela boca de um órgão do monopólio de comunicação imperialista – não poderá impedir essa tendência principal.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024


Alípio de Freitas é homenageado por LCP em evento de celebração de sua vida em Portugal.


 



Fonte: Jornal a Nova Democracia

LCP enviou mensagem a um evento organizado pelo Núcleo AJA Lisboa em Portugal para celebrar a memória do revolucionário e membro do Conselho Editorial de AND, Alípio de Freitas.

O revolucionário e membro in memorian do Conselho Editorial do jornal A Nova Democracia, Alípio de Freitas, foi homenageado no dia 17 de fevereiro em um evento organizado pelo Núcleo AJA Lisboa na capital portuguesa. O dia marca o aniversário de Alípio, que teria completado 95 anos. A Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Brasil, que tinha Alípio como presidente de honra, enviou uma mensagem para a celebração, anunciando que o revolucionário será honrado em diversas homenagens de operários e camponeses das terras brasileiras. A nota pode ser lida na íntegra ao final da matéria.

A mensagem da organização camponesa foi dedicada à esposa de Alípio, Guadalupe Portelinha. “Aqui no Brasil, os companheiros do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belo Horizonte (popularmente conhecido há mais de 35 anos pelo nome MARRETA, organização de trabalhadores que retomou a direção do sindicato para a classe expulsando os interventores da ditadura militar), e também a Liga Operária, que juntos têm um dos programas de rádio mais ouvido na capital mineira, irão fazer uma homenagem, que será acompanhada pelos camponeses de todo o país nas Áreas Revolucionárias conquistadas pela LCP, em dezenas de atos de comemorações realizados em todo o país”, afirma a nota.

Segundo o documento, calendários de 2024 da LCP, decorados com imagens da Resistência Nacional Palestina e da Área Revolucionária Tiago dos Santos, também foram enviados para Portelinha. Eles destacam a heroica resistência dos camponeses da Área Revolucionária que, nas batalhas de 2021 contra tentativas de despejo, enfrentaram uma operação de guerra que “frustraram os ataques do governo da extrema direita do genocida Bolsonaro e dos mesmos generais que prenderam e torturam Alípio de Freitas”.

O evento exibiu o filme “A Causa e a Sombra”, de Tiago Afonso, e contou com apresentações musicais dos artistas Luanda Cozetti e Bruno Fonseca.

Alípio de Freitas foi um importante revolucionário e jornalista português. Ao longo de sua vida, foi um importante dirigente das Ligas Camponesas no Brasil, e chegou a ser secretário de organização das organização. Durante o período, Alípio formou importantes quadros da luta camponesa e foi editor do jornal das Ligas, A Liga. Depois do golpe militar de 1964, Alípio não abandonou à luta e passou à clandestinidade. Chegou a viver em Cuba, onde planejou sua volta ao Brasil. De volta ao País, foi preso em 1970 e foi brutalmente torturado pelos gorilas do regime militar. A tortura não o aquebrantou. Na década de 1980, trabalhou em cooperativas agrícolas de Moçambique, à época dirigidas pela então revolucionária Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e, até sua morte, Alípio seguiu ativo na militância política. Em 2010, participou de uma reunião ampliada da Comissão da Liga dos Camponeses Pobres, em Goiânia, e no mesmo ano passou a integrar o Conselho Editorial de AND.

Leia a nota da LCP na íntegra abaixo:

Mensagem da LCP-Brasil para Guadalupe Portelinha pelas comemorações do 95º ano de nascimento de Alípio de Freitas

No dia 17 de fevereiro de 2024 completam-se 95 anos do nascimento do revolucionário Alípio de Freitas, Presidente de Honra da Liga dos Camponeses Pobres – Brasil.

Saudamos vossas comemorações, como é importante que o façam!

Aqui no Brasil, os companheiros do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belo Horizonte (popularmente conhecido há mais de 35 anos pelo nome MARRETA, organização de trabalhadores que retomou a direção do sindicato para a classe expulsando os interventores da ditadura militar), e também a Liga Operária, que juntos têm um dos programas de rádio mais ouvido na capital mineira, irão fazer uma homenagem, que será acompanhada pelos camponeses de todo o país nas Áreas Revolucionárias conquistadas pela LCP, em dezenas de atos de comemorações realizados em todo o país.

Vamos lhes enviar o áudio, talvez chegue a tempo das comemorações de vocês.

Estamos lhes enviando também, em anexo, as artes dos calendários da LCP 2024, tratando de dois temas muito atuais, sobre os quais, inclusive, nosso querido Presidente dedicou generosos anos de sua indomável luta: a Heroica Resistência Nacional Palestina e a Revolução Agrária (a luta pela conquista da terra pelos camponeses brasileiros). Enquanto não chegar as vossas mãos os que enviamos, podem reproduzir alguns exemplares, a arte que estamos enviando o permite.

Destacamos que a foto do calendário da Revolução Agrária, manifestação camponesa na Área Tiago dos Santos durante os enfrentamentos que, à época, 2021, frustraram os ataques do governo da extrema direita do genocida Bolsonaro e dos mesmos generais que prenderam e torturam Alípio de Freitas, foi tirada na Vila Alípio de Freitas, como os camponeses denominaram a futura área urbana das terras conquistadas.

E ao finalizar esta breve saudação, gostaríamos de manifestar a você, honrada companheira de Alípio, e aos compatriotas deste grande internacionalista, a nossa certeza que ele hoje estaria vibrando com os golpes da luta anti-imperialista desferidos pela resistência palestina contra o imperialismo e o sionismo, o despertar de milhares de massas nesta luta, o fracasso do oportunismo e do revisionismo em todo o mundo; que ele nos encorajaria quando ouvisse os relatos mais recentes dos avanços em nossa luta, resolvendo problemas que ele enfrentou, denunciou, combateu, mas que sua geração não logrou encontrar a solução. Viveremos uma Nova Grande Onda da Revolução Proletária. Que estejamos juntos! E lhes afirmamos que os versos em homenagem à Resistência Palestina têm a inspiração de nosso Presidente de Honra.Saudações!

Alípio de Freitas: Presente na Luta!

Viva a Revolução Agrária!

Viva a Heroica Resistência Nacional Palestina!

Viva os 95 anos do nascimento de Alípio de Freitas!

Comissão Nacional LCP – 16 de Fevereiro de 2024