segunda-feira, 27 de junho de 2016

MARROCOS: DECLARAÇÃO DA PRISIONEIRA POLÍTICA MYRIAM AMANI



A prisioneira política Myriam Amani começou uma greve de fome de 48 horas no dia 23 de junho contra as torturas e arbitrariedades sofridas por ela e seus companheiros, e pelo o reconhecimento de prisioneiras política. Ela e seus doze companheiros/as estão presos nas masmorras marroquinas desde o dia 19 de maio por lutarem por uma educação de qualidade e que sirva ao povo naquele país
Abaixo divulgamos a declaração assinada por Myriam.


DECLARAÇÃO PARA INFORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA
NACIONAL E INTERNACIONAL REALIZADA PELA PRISIONEIRA POLÍTICA MYRIAM AMANI

Eu Myriam AMANI, prisioneira política do grupo detido em 19 de maio em Marrakech, aviso a opinião pública nacional e internacional que começarei uma greve de fome de 48 horas, como um primeiro aviso, com a opção de continuar em tempo indeterminado no caso onde minhas reivindicações forem infrutíferas.

Esta forma de luta e resistência é necessária e inevitável para mim, desde que todos os outros meios de impor minhas reivindicações, simples e legítimas, foram infrutíferos. Desde 19 de maio de 2016 - data da minha detenção - tenho sida constantemente reprimida: meus óculos foram primeiramente quebrados; Eu, então, sofri todos os tipos de abuso e tortura nas masmorras da repressão; Também fiz um pedido ao procurador de justiça, a fim de receber perícia médica mas este último recusou-se a ouvir o meu pedido e minhas queixas contra os abusos que eu e meus companheiros sofremos. Além disso, quando eu fui transferida para a prisão civil de Boulmerez, eu também pedi acesso a um oftalmologista para os meus óculos fossem reparados e que fossem feitos meus exames, mas, novamente o meu pedido foi ignorado. Eu, então, pedi para ter uma conversa direta com o diretor da prisão: ele não só se recusou essa pedido , mas imediatamente autorizou que me torturassem no chão simplesmente por ter feito esta solicitação. Eu não esqueço as humilhações repetidas e diárias cometidas contra mim pelas mulheres-guardas e nem a recusa que me foi imposta para ter comunicação telefônica com o exterior.

Seguindo todos esses crimes, para expressar a minha recusa a tolerar esta que está sendo imposto contra mim e meus 12 companheiros, e também para recusar que minha dignidade como um prisioneiro político seja violada, eu tomei uma decisão firme de iniciar uma greve de fome durante 48 horas, como um primeiro alerta que será certamente de greve por tempo indeterminado - por estas demandas:

- A libertação de todos os presos políticos
- O fim das acusações contra nós
- Nosso reconhecimento como prisioneiros políticos
- Acesso direto para a minha família e amigos
- O direito de ter comunicações telefônicas
- O direito de ter cuidados de higiene adequada
- O direito de poder continuar com meus estudos
- O direito a um mais prolongado de caminhada.

Finalmente, eu declaro estar presa aqui sem motivo,  totalmente arbitrária. Saudamos em voz alta todos os que expressaram sua solidariedade com a gente, militantes e organizações democráticas e progressistas.


Viva o caminho da luta!
Liberdade para todos os presos políticos!


Presa político Myriam AMANI
número da cela: 44366

Cadeia Civil Boulmerez - Marraquexe
Em 23 de junho de 2016

texto original em: http://dazibaorojo08.blogspot.com.br/2016/06/marruecos-declaration-lattention-de.html

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