sexta-feira, 10 de junho de 2016

Denúncia: cativeiro de trabalho análogo a escravo em Nova Lima de operários da construção


Importante denúncia que recebemos do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e região – Marreta. 

Comunicado à Imprensa

No dia 9 de junho/2016, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e região – Marreta descobriu e arrebentou mais um cativeiro em Nova Lima, onde foram encontrados seis operários em condição de escravidão, entre eles três haitianos. No início eram 19 operários, hoje restam 6 que resolveram denunciar a situação a que foram submetidos.
Os operários provenientes de Pernambuco e do Haiti denunciaram que trabalhavam em troca de comida e que haviam sido aliciados em São Paulo pela“gata” Wzf Construções Eireli com endereço à Rua Expedito de Oliveira Santos, 771, Parque Santo Antônio – São Paulo. Os operários afirmaram que o aliciador prometeu um pagamento de salário superior a R$3 mil reais para o serviço de construção de uma fábrica em Nova Lima, para a transnacional Stevanato, grupo italiano de embalagens e marcas para laboratórios – com sede em Padova, próximo à Veneza. A fábrica fica de frente ao luxuoso condomínio Alphaville, na MG 030, em Itabirito, região metropolitana de Belo Horizonte.
Quando começaram a trabalhar na obra a conversa dos encarregados da WZF foi outra. Descontaram os gastos da viagem de São Paulo a Minas, rebaixaram a carteira e passaram a não pagar os salários. Os trabalhadores também não tiveram direito a baixada (visita a família) sendo alojados em condição precária, sendo a comida fornecida “muito ruim, apenas arroz e feijão, sem mistura”. Os trabalhadores se viram forçados a colher frutos em um abacateiro localizado próximo ao alojamento para reforçar a “bóia”. Nessa verdadeira senzala não pode chover senão molha tudo devido as goteiras e infiltrações. Não existe guarda-roupas nem armários no local, sequer água filtrada ou bebedouro.
A situação de escravidão desses companheiros operários é mais uma demostração da condição semicolonial e de semifeudalidade do país e põem em xeque este velho e podre Estado burguês/latifundiário à serviço do imperialismo. Essa obra, mais um empreendimento do grupo italiano Stevanato representa um dos tentáculos da dominação imperialista em nosso país.
STICBH - MARRETA


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