terça-feira, 2 de junho de 2020

BOLETIM INFORMATIVO CEBRASPO - EDIÇÃO Nº 24

BOLETIM CEBRASPO: SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL E A LUTA DOS POVOS NO BRASIL E NO MUNDO. EM DEFESA DA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS DEMOCRATAS E REVOLUCIONÁRIOS

CEBRASPO - Defender o direito do povo lutar pelos seus direitos!

Edição nº 24 - Maio, 2020


Companheiras e companheiros,

Estamos enviando nosso boletim informativo com uma relação de notícias dos acontecimentos dos povos em luta no Brasil e no mundo.



Os seguidos assassinatos de quatro jovens filhos do povo trabalhador e as 12 mortes em decorrência de uma chacina no complexo do Alemão desmascaram toda a verborragia humanista e em defesa da vida dos governos de turno e evidencia a continuidade da política de extermínio contra o povo pobre e trabalhador, tendo como alvos principalmente a juventude negra,  do velho Estado brasileiro. No contexto de grande mobilização das massas, da cidade e do campo, para a prevenção do contágio do Coronavírus, alcançada por meio de suas redes de solidariedade, moradores de diversas favelas do Rio de Janeiro foram alvos, mais uma vez, da sanha assassina dos agentes da repressão do estado.



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Compartilhamos com nossos leitores e apoiadores, importante pronunciamento da Corriente Del Pueblo - Sol Rojo em razão dos 2 anos de desaparecimento forçado do Dr. Ernesto Sernas Garcías, advogado do povo responsável pela absolvição de 23 presos políticos falsamente acusados de terrorismo pelo velho estado mexicano e pelo aniversário de 1 ano do assassinato do Luis Armando Fuentes Aquino, destacada liderança popular, pescador e lutador do povo. O pronunciamento homenageia a memória de ambos lutadores, ao mesmo tempo que acusa o estado de prevaricar as investigações dos dois casos e de seguirem com a campanha de criminalização e luta contra as massas que lutam por seus direitos. O CEBRASPO exige, em conjunto com as organizações populares, democráticas e revolucionárias do México, apresentação com vida de Dr. Sernas e justiça para Luis Aquino! 

A nota pode ser visualizada integralmente no seguinte endereço: http://solrojista.blogspot.com/2020/05/pronunciamiento-de-corriente-del-pueblo.html


INTERNACIONAL:

Repercutimos a denúncia de mais um preso político do velho estado turco que morreu durante greve de fome, 20 dias após a morte da artista turca do grupo musical Grup Yorum, Helin Bolek, que morreu no dia 03 de abril após uma greve de fome de 288 dias. Desta vez foi Mustafa Koçak, preso político do velho Estado turco, que morreu em 23 de abril, com 29 kg, no 297° dia de sua greve de fome em luta por liberdade. Preso em 23 de setembro de 2017 e sentenciado à prisão perpétua em dia 11 de julho de 2019 por "violação da ordem constitucional" do velho Estado turco, o vendedor de sanduíches, de 28 anos, em forma de protesto, iniciou a greve de fome já no terceiro dia do mesmo mês. 

Ativistas independentes e a Liga para a Proteção dos Prisioneiros Saarauís nas Prisões Marroquinas (LPPS) denunciam as condições sanitárias das prisões onde mantidos os presos políticos Saarauís, que não são apenas insuficientes, como desumanas, após diversas denúncias de presos políticos sem acesso aos mínimos meios de higiene, além de prisões superlotadas e pequenas. A Liga também denuncia a tortura a qual são submetidos os presos, que inclusive foi utilizada para obter ilegalmente confissões. 

Em comunicado público os presos políticos mapuches, encarcerados na Prisão de Angol, exigem liberdade imediata para os presos políticos do seu povo, ou ao menos uma sentença em que não precisem ficar presos no sistema penitenciário diante da realidade da pandemia de COVID-19, denunciam sua perseguição política, que, segundo a nota, prova que o julgamento tem tido dois pesos e duas medidas entre presos mapuche e demais agentes do Estado. No comunicado, eles exigem seu direito sagrado a terra e autodeterminação, propondo a saída imediata de empresas florestais, mineradoras, empresas de energia, de pesca industrial e demais exploradores que ocupam seus territórios e, também, a desmilitarização dos mesmos, acusando os militares de estarem lá apenas para proteger os interesses dos empresários, grandes fazendeiros e latifundiários.

​O Tribunal Superior de Justiça de Lima declarou nula a rejeição do Habeas Corpus solicitado pela defesa de Dr. Abimael Guzmán. O doutor Abimael é preso político e prisioneiro de guerra desde 1992, onde encontra-se isolado em uma cela subterrânea numa base naval, a revelia de suas condições de saúde e idade avançada. Ao declarar nulidade da rejeição, o TSJ  afirma que a rejeição trata-se de um ataque à liberdade individual, ao direito à vida e à saúde e à integridade física do Dr. Guzmán

As criminosas Forças Armadas colombianas assassinaram um camponês chamado Emérito Buendía Martinez, na aldeia de Tutumito, na zona rural de Cúcuta. O homem foi baleado pelo Exército na manhã do dia 18 de maio; tinha 44 anos e era pai de seis filhos. Outros três outros camponeses foram feridos por disparos dos reacionários durante a mesma operação.​ ​Emérito foi membro do Conselho de Ação Comunitária (JAC) da aldeia Tutumito na zona rural de Cúcuta e da Coordenadoria Nacional dos Produtores de Coca, Papoula e Maconha (COCCAM), organização legal no país. Em 26 de março, o Exército já havia assassinado o pequeno produtor Alejandro Carvajal em uma área próxima, no município de Sardinata, Norte de Santander.

Centenas de palestinos de cidades vizinhas participaram de uma manifestação de veículos em direção à Yabad em protesto contra as imposições arbitrárias da ocupação. Segundo o Monitor do Oriente Médio (Memo), a palavra de ordem principal da manifestação era Fim ao cerco à cidade de Yabad!
Entre as centenas de agressões cometidas pelas ​exército sionista, o Memo destacou algumas, como as detenções dos três filhos da ex-prisioneira palestina Suhaila Abu Bakr e o espancamento de um homem que ficou severamente ferido antes de também ser levado preso, na cidade de Musliya, ao sul de Jenin. 

Reproduzimos, traduzido e na sua íntegra, importante comunicado produzido pelo Comitê para Defesa e Libertação do Dr. G. N. Saibaba em que é exigido a liberdade imediata do mesmo, diante da realidade da pandemia e seus impactos no precário e desumano sistema penitenciário e na já fragilizada saúde do doutor. O Comitê ressalta as injustiças e incoerências do sistema judiciário e do velho estado indiano ao tratar do caso do preso político G.N. Saibaba, destacando sua atuação como verdadeiro democrata e defensor dos direitos do povo e das massas mais profundas da Índia (dalits, advasis e mulçumanos, por exemplo) e o quid pro quo jurídico que viola não só leis internacionais como os direitos mais elementares para o Dr. Saibaba.​ Compartilhamos, também, carta redigida por familiares denunciando a situação e exigindo liberdade para o professor Saibaba.​

Após novo assassinato policial covarde contra um homem negro, ocorrido no dia 25 de maio, o povo pobre se levantou em rebelião na cidade de Minneapolis, estado de Minnesota. Em uma onda de protestos que tomou várias regiões do USA, as massas enfurecidas destruíram comércios de redes monopolistas e revidaram as agressões da repressão policial.​ ​George Floyd, de 46 anos, foi morto asfixiado durante uma abordagem. O policial que o abordou pressionou o joelho, com todo o peso do seu corpo, sobre o pescoço e garganta do homem, enquanto fazia provocações e posava com sua arrogância, com as mãos no bolso. George chegou a implorar pela vida e afirmar que não conseguia respirar. Nada que tenha comovido o criminoso uniformizado. Toda a abordagem até a morte de George foi filmada. 


NACIONAL

O CEBRASPO vem denunciar a todos os democratas do Brasil e do mundo as tramas engendradas por latifundiários, grileiros, grandes mineradoras e madeireiros, máfias de garimpeiros e o velho estado brasileiro para lançar uma ofensiva sobre as populações do campo – camponeses, quilombolas e indígenas - e os moradores das periferias das cidades. Estão se aproveitando das restrições de isolamento social impostas pelo próprio Estado às famílias para combater a grave epidemia de Coronavírus para tentar conquistar espaços que a luta de resistência têm impedido e acertar contas com as lideranças que tenazmente se colocam à frente da luta.

​O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) invadiu e incendiou covardemente casas de camponeses que viviam e trabalhavam na região de Vila Sudoeste, na zona rural de São Félix do Xingu, no Pará. Os agentes também expulsaram as famílias trabalhadoras e torturaram lideranças que apoiam os camponeses na região.​ O camponês Gilvan Coelho Ribeiro afirmou, em entrevista ao portal São Félix do Xingu Notícias, que agentes do Ibama atearam fogo em sua casa sem ao menos lhe dar a chance de retirar os seus pertences da residência. Como consequência do criminoso ataque, o trabalhador teve sua moto incendiada.

​D​ois camponeses foram assassinados por paramilitares no Assentamento Santa Rita de Cássia II, em Nova Santa Rita, Rio Grande do Sul. Os trabalhadores Adão do Prado, de 59 anos, e Airton Luis Rodrigues da Silva, de 56 anos, foram mortos em frente a familiares.​ ​De acordo com relatos, ambos foram abordados na casa de Adão no meio a noite por dois indivíduos que estavam em um VW Gol e alvejados.​ ​Os camponeses Adão e Airton eram destacados na luta pela terra, participaram de diversas marchas e ocupações e conquistaram a terra onde viviam no ano de 2005. O assentamento Santa Rita de Cássia II é produtor de arroz orgânico e junto a outros 14 assentamentos na região gaúcha há aproximadamente 20 anos formam uma cadeia produtiva que conta com oito cooperativas e 364 famílias.

Um jovem camponês de 22 anos, morador do Sítio Cajueiro I, bairro localizado na divisa entre Triunfo e Princesa Isabel na Paraíba, foi covardemente chicoteado por um latifundiário durante a noite de 2 de maio.​ ​As chicotadas lesionaram costas, cabeça e rosto do rapaz. De acordo com entrevista concedida ao portal Farol de Notícias, pela família do camponês, o jovem foi encaminhado para o hospital de Triunfo onde o laudo confirmou múltiplas escoriações. Afirmaram ainda: “Como o rapaz vem de família de uma classe social mais humilde, ele (o agressor) deve ter pensado que poderia fazer algo tão bárbaro assim e ficar impune. É uma situação que está gerando revolta em toda a cidade”.

Revoltados por serem impedidos de trabalhar após expulsão realizada pela prefeitura, trabalhadores ambulantes de Porto Velho bloquearam parcialmente uma das avenidas centrais da capital rondoniense, dia 07 de maio.​ ​A covarde remoção foi promovida pelo prefeito Hildon Chaves/PSDB que atacou ambulantes, forçando-os a deixar a Praça Jonatas Pedrosa no centro comercial da cidade.​ Alegando recomendação do Ministério Público (MP), a prefeitura expulsou os ambulantes mesmo após a realização de uma reunião com os trabalhadores na qual ficara estabelecido que a remoção só ocorreria após a administração da cidade encontrar um outro local para abrigar as barracas.  

Residentes médicos e multiprofissionais realizaram, ao longo da semana, paralisações por todo o Brasil e em alguns estados anunciaram greve por tempo indeterminado. A bolsa paga pelo Ministério da Saúde está atrasada há cerca de dois meses. Vários deles tiveram seus cursos interrompidos para atuar no atendimento da pandemia de Covid-19.​ ​As residências médicas e multiprofissional em saúde estão dentre as várias metodologias de formação em saúde, ou seja, uma pós-graduação. Atualmente o Ministério da Saúde financia o total de 22.302 bolsas, sendo 13.496 de residência médica e 8.806 de residência multiprofissional. 

Tropas da Polícia Militar (PM), do governador Wilson Witzel, atacaram covardemente uma manifestação que repudiava, no dia 31 de maio, as operações de guerra promovidas nas favelas e bairros pobres no Rio, cujos resultados recentes foram mortes de jovens. ​​O ato, na frente do Palácio Guanabara, foi atacado com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Um policial, esquecendo-se das câmeras, apontou seu fuzil para ameaçar um jovem manifestante, preto, desarmado.​ ​“Mais uma vez a polícia demonstra a que ela vem, ela vem pra reprimir, ela vem pra colocar mais uma vez o fuzil na cara de quem, neste momento, está protestando ao próprio direito à vida. Os jovens que ali estavam, os movimentos que ali estavam, estavam lutando pelo direito à vida. Aí, vem a PM e comprova a quem ela serve, que não é a gente. Nem na favela e nem no asfalto vai servir a gente. Nunca vai vir pra proteger, sempre pra jogar bomba, ameaçar, sempre da mesma forma. Na favela ela vem pra matar, no asfalto ela vem pra reprimir”, afirmou uma ativista em entrevista ao monopólio de imprensa G1.


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