Dirigente da Frente Nacional de Luta sofre atentado com arma de fogo em Minas Gerais.
A emboscada ocorreu após Geraldo sair do Acampamento da Fazenda Prata, um dos palcos de ocupação da FNL no estado mineiro.
Em pronunciamento, a FNL afirmou que “reafirma seu compromisso de continuar a luta pela terra” e que “este atentado é mais um dos tantos praticados pelas milícias armadas dos latifundiários contra as lideranças dos trabalhadores sem-terra, pastorais, sindicalistas”.
Repressão constante
O Acampamento da Fazenda Prata é um dos palcos de ocupação da FNL no estado mineiro. Antes de ser ocupada pelos camponeses, a fazenda era improdutiva. As terras foram hipotecadas há mais de 20 anos por um acúmulo de dívidas não pagas, e atualmente pertencem ao Estado.
Isso não impede as ameaças e perseguições aos camponeses e dirigentes que ocupam as terras. Em junho de 2023, Geraldo foi sequestrado por policiais militares e acusado de ser o líder das ocupações de terra na região. A FNL denunciou o caso como parte das atuações pró-latifúndio dos PMs em conluio com a pistolagem.
“Todos têm conhecimento que as fazendas da região trabalham com milícias armadas, ou seja, policiais militares que fazem os chamados “bicos”, quando em suas folgas, vão trabalhar […] para os latifundiários”, disse a declaração.
Sai ano, entra ano, prossegue a repressão
O atentado cometido logo nos primeiros dias de 2024 segue na esteira de outros graves ataques à massas, ativistas e dirigentes da luta pela terra no ano passado, expressão do próprio recrudescimento da luta pela terra no País.
O primeiro mês de 2023 também ficou marcado por atentados desse tipo, que ceifaram a vida de três camponeses somente em janeiro. Foram eles Patrick Gasparini, Raniel Laurindo e Rodrigo Hawerroth.
A tendência não se alterou ao longo do ano, com novos assassinatos, torturas, invasões e intimidações contra camponeses, indígenas, quilombolas e demais massas em luta pela terra no país. Com a elevação desses conflitos, organizações como a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) emitiram um comunicado que convocavam os camponeses a formarem grupos de autodefesa armados para resistirem às investidas dos pistoleiros.
Os camponeses também demonstraram firme determinação em manter a luta pela terra na forma de novas ocupações e defesa das terras já tomadas. De fevereiro a dezembro, tomadas de terras ou importantes mobilizações de defesa dos territórios ocupados ocorreram de Norte a Sul do País, em um movimento que deve continuar a alastrar nos próximos meses.
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