O Grupo de Estudos Ao Povo Brasileiro emitiu nota conclamando entidades e personalidades democráticas a declararem apoio e solidariedade à Liga dos Camponeses Pobres e ao movimento camponês em luta, em particular no estado de Rondônia. Atualmente neste estado os acampamentos organizados pela LCP estão sendo alvos dos ataques do velho Estado que visa realizar um massacre dos camponeses aos moldes dos episódios que ficaram conhecidos como "Massacre de Corumbiara" ocorrido nesta mesma região em 1995.
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BOLSONARO ATIÇA ATAQUE A LCP EM RONDÔNIA!
Em Rondônia, quem são os terroristas?
CHAMAMENTO CONJUNTO AO APOIO E À SOLIDARIEDADE À LIGA DOS CAMPONESES POBRES
“Não há maior padecer
Do que um camponês viver
Sem terra pra trabalhar.”
(Patativa do Assaré)
A Liga dos Camponeses Pobres (LCP) nasce como fruto da resistência. Foi resistindo ao latifúndio que os camponeses tomaram justamente as terras de Santa Elina, palco da Heroica Resistência de Santa Elina (1995), na qual armados de paus, pedras, armas rudimentares, os camponeses lutaram bravamente contra pistoleiros e policiais que defendiam os interesses de Antenor Duarte, latifundiário mandante. O governador Valdir Raupp (PMDB) foi quem sancionou a ação assassina à época. Após a resistência, os camponeses rendidos foram torturados e massacrados, mesmo idosos e crianças. Vanessa, de 7 anos, foi morta com um tiro de fuzil.
A brutalidade cometida pelo velho Estado, pelo latifúndio e seus lacaios foi respondida não com rendição, mas com maior resistência, com organização, com demarcação de linha revolucionária clara. A morte destes companheiros e companheiras regou com sangue a formação da LCP. Mesmo condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, o velho Estado brasileiro, sob nenhum governo, levou a cabo a punição dos envolvidos no massacre posterior à batalha. Prova disso é que José Hélio Cysneiros Pachá, um dos carniceiros de Corumbiara, hoje é secretário de defesa de Rondônia e continua a conduzir a mesma política, ordenando um massacre ainda maior de sua posição junto ao burocrata Marcos Rocha, governador do estado. 25 anos após a resistência que deu início à LCP, a antiga fazenda Santa Elina foi conquistada. Não houve como parar os camponeses e é por isso que agora os ladrões de terra e cães do velho Estado os temem tanto mais.
Desde 1995, portanto, a Liga dos Camponeses Pobres vem organizando o campesinato brasileiro em uma linha revolucionária, realizando a revolução agrária e tendo como objetivo a destruição total do latifúndio. Vivemos em um país onde em mais de 500 anos a questão da terra nunca foi resolvida, e isso é proposital, serve para manter uma classe dominante de latifundiários que se alimenta da miséria do povo. É por este motivo que a LCP sempre foi vista como uma ameaça ao velho Estado burocrático. Como toda ameaça aos desígnios da classe dominante, o Estado burguês-latifundiário tratou de tentar eliminá-la, sempre, de qualquer forma possível.
Da fundação da Liga até agora diversos dirigentes e militantes foram presos, perseguidos e assassinados pelo latifúndio e pelo velho Estado. Destacamos os companheiros Zé Bentão, dirigente revolucionário da Liga, e Renato Nathan, professor e militante. Zé Bentão foi emboscado e Renato Nathan foi assassinado e tachado de guerrilheiro por ter mapas de cartografia em sua casa. Destacamos mais recentemente as mortes do companheiro Fernando, testemunha ocular da Chacina de Pau D’Arco, que assistiu nesta chacina seus companheiros e o próprio namorado serem mortos pela polícia e pistoleiros, do companheiro Jerlei, covardemente assassinado a mando do latifúndio, desarmado e sem como resistir, e do companheiro Roberto, comerciante apoiador da Liga, também violentamente e covardemente assassinado.