No dia
03 de dezembro de 2005, uma operação policial ocorrida no Morro do
Estado, em Niterói (RJ), terminou com um saldo sinistro: 5 pessoas
mortas, sendo quatro delas menores de idade; Edimilson dos Santos
Conceição, de 15 anos; Welington Santiago de Oliveira Lima, 11
anos; Luciano Rocha Tavares, 12 anos; José Maicom dos Santos
Fragoso, 16 anos e Wedsom da Conceição, 24 anos. Todas as vítimas
foram executadas, conforme comprovou o laudo cadavérico realizado na
ocasião pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
Nestes
anos que se seguiram a “chacina do estado”, como ficou conhecida,
os familiares das vítimas, principalmente suas mães, não tiveram
nenhum apoio do Estado. O apoio aos familiares está sendo prestado
pela Associação de Moradores do Morro do Estado, por algumas
entidades ligadas a defesa dos direitos humanos e dos direitos do
povo (como o CEBRASPO), advogados e personalidades democratas e
progressistas em geral; mas, sobretudo, pelos próprios moradores da
comunidade que nunca esqueceram os bárbaros assassinatos daquele
fatídico dia.
Os
policiais seriam julgados no dia 28 de julho passado, mas pelo fato
dos seus advogados terem abandonado o caso dias antes do julgamento,
este teve de ser adiado para o dia 24 de setembro, no Fórum de
Niterói.
Esta
e outras chacinas acontecidas no estado do Rio são reflexo da
política de criminalização e extermínio de pobres, praticada por
inúmeras gestões do governo do estado, mas intensificada na gestão
de Sérgio Cabral e José Mariano Beltrame, que vitimou, somente no
ano passado mais de 900 pessoas e em 2007, 1135 pessoas, moradores de
todas as outras comunidades pobres do Rio.
A
“Chacina do Estado” demonstra, mais uma vez, o caráter fascista
do velho e apodrecido Estado brasileiro, que só é “democrático”
e de “direito” para os ricos banqueiros, empresários e donos de
terra, enquanto pratica a mais brutal ditadura para os filhos e
filhas do povo pobre. O Rio de Janeiro, como laboratório das
principais experiências de repressão e terror ao povo, é o estado
em que a violência policial mais se manifesta, devido ao acentuado
grau de contradições existentes, principalmente na região
metropolitana. Daí, toda esta política de repressão da qual o povo
pobre é a maior vítima.
Por
isto, o CEBRASPO convoca a todos os democratas, lutadores do povo e
moradores de favelas e comunidades pobres a se mobilizar para o
julgamento dos policiais responsáveis pela chacina de 2005, indo ao
Fórum de Niterói no dia 24 de setembro.
Repudiamos
esta política de criminalização e extermínio de pobres, praticada
pelo governo do estado, apoiada por Luís Inácio e Eduardo Paes,
responsável por todas estas mortes. Exigimos também, o fim das
operações policiais nas favelas e comunidades pobres do estado,
pois o povo pobre não pode mais ser privado de seus mais elementares
direitos.
JUSTIÇA
PARA AS VÍTIMAS DA “CHACINA DO ESTADO”!
ABAIXO
A POLÍTICA DE CRIMINALIZAÇÃO E EXTERMÍNIO DA POBREZA!
CEBRASPO
Setembro, 2009
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