quinta-feira, 2 de março de 2023

02/03: Moção de repúdio do ANDES contra a chacina em Nova Mutum em Rondônia durante a operação de reintegração de posse

Reproduzimos aqui a Moção de repúdio do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN.

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MOÇÃO DE REPÚDIO

 O(A)s delegado(a)s presentes ao 41º CONGRESSO do ANDES-SINDICATO NACIONAL, realizado em Rio Branco (AC), no período de 6 a 10 de fevereiro de 2023, manifestam repúdio à Chacina em Nova Mutum em Rondônia, durante uma operação de reintegração de posse na sede da fazenda Norbrasil. E diante da gravidade das denúncias, endossamos as cobranças dos Advogados do Povo e exigimos:

1) Intervenção federal para apuração e responsabilização dos policiais  envolvidos na execução dos camponeses;

2)A retomada do imóvel para a União e destinação para o assentamento das  famílias do Acampamento Tiago Campin dos Santos;

3)Identificação e responsabilização criminal dos pistoleiros que estavam    junto aos policiais ameaçando os camponeses;

4)Responsabilização do estado de Rondônia pelos crimes praticados pelos  seus agentes; e

5)Devolução dos pertences das famílias que ficaram no Barracão das  fazendas.

 

PELO FIM DOS CRIMES CONTRA OS CAMPONESES POBRES DE RONDÔNIA! TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA!

No dia 28 de janeiro, Raniel Barbosa Laurindo (conhecido como “Mandruvá”) de 24 anos e Rodrigo Hawerroth (conhecido como “Esticado”), de 34 anos, foram assassinados após torturas pela PM de Rondônia, conforme denunciam a Liga dos Camponeses Pobres - LCP, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos - CEBRASPO e a Associação Brasileira dos Advogados do Povo - ABRAPO.

Conforme aponta o relatório da ABRAPO: “os camponeses rendidos foram torturados, as marcas estão em seus corpos, tendo o Rodrigo apresentado hematomas no corpo e rosto condizentes com coronhadas de armas, corte na boca, olho furado e língua cortada”. A ABRAPO afirma que não a certeza de que estas informações constarão no laudo cadavérico (documento que é de responsabilidade da Segurança Pública do         governo do estado de Rondônia)      

VER RELATÓRIO

A violência no estado de Rondônia, mais especificamente na região entre o distrito de Nova Mutum-Paraná e Nova Dimensão, no município de Nova Mamoré, tem se intensificado nos últimos dois anos. Apenas no Acampamento Tiago Campin dos Santos 11 mortes já foram registradas desde 2021. As denúncias da Comissão Pastoral da Terra e da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia apontam que milícias e autoridades públicas do estado são as responsáveis pela extrema violência vivenciada pelos camponeses em Rondônia.


Desde 2020 que os camponeses dessa região são aterrorizados pela polícia sob as ordens do Governador Coronel Marcos Rocha, com sucessivas chacinas, torturas e prisões de camponeses. Milícias rurais, pistolagem e grilagem de terras têm sido incentivadas e apoiadas pelo estado em aliança com os latifundiários. O suposto dono daquelas terras é a empresa Leme Empreendimentos, do latifundiário Antônio Martins, “Galo Velho”, como é conhecido na região, é citado no "Livro Branco da Grilagem de Terras” como um dos maiores grileiros do país, está sendo investigado pelas polícias Civil e Federal, em conjunto com o Ministério Público, pelo financiamento de pistoleiros na região para a grilagem de terra e expulsão de camponeses.

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