Reproduzimos aqui a Moção de repúdio do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN.
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MOÇÃO DE
REPÚDIO
1) Intervenção federal para apuração
e responsabilização dos policiais envolvidos na execução dos camponeses;
2)A retomada do imóvel para a
União e destinação para o assentamento das famílias do Acampamento Tiago Campin dos Santos;
3)Identificação e responsabilização criminal
dos pistoleiros que estavam junto
aos policiais ameaçando os camponeses;
4)Responsabilização do estado de Rondônia pelos crimes praticados pelos seus agentes; e
5)Devolução dos pertences das famílias que ficaram no Barracão das fazendas.
PELO FIM DOS CRIMES CONTRA OS CAMPONESES POBRES DE RONDÔNIA!
TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA!
No dia 28 de janeiro,
Raniel Barbosa Laurindo
(conhecido como “Mandruvá”) de 24 anos e Rodrigo Hawerroth (conhecido como “Esticado”), de
34 anos, foram assassinados após torturas pela PM
de Rondônia, conforme
denunciam a Liga dos Camponeses Pobres - LCP, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos - CEBRASPO e a Associação Brasileira dos Advogados
do Povo - ABRAPO.
Conforme aponta o relatório da ABRAPO: “os camponeses rendidos foram torturados, as marcas estão em seus corpos, tendo o Rodrigo apresentado hematomas no corpo e rosto condizentes com coronhadas de armas, corte na boca, olho furado e língua cortada”. A ABRAPO afirma que não há a certeza de que estas informações constarão no laudo cadavérico (documento que é de responsabilidade da Segurança Pública do governo do estado de Rondônia)
A violência no estado de Rondônia, mais especificamente na
região entre o distrito de Nova Mutum-Paraná
e Nova Dimensão, no município de Nova Mamoré, tem se intensificado nos últimos dois anos. Apenas no Acampamento
Tiago Campin dos Santos 11 mortes já
foram registradas desde 2021. As denúncias da Comissão Pastoral da Terra e da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia
apontam que milícias
e autoridades públicas do
estado são as responsáveis pela extrema violência vivenciada pelos camponeses em Rondônia.
Desde 2020 que os camponeses dessa região são aterrorizados pela
polícia sob as ordens do Governador
Coronel Marcos Rocha, com sucessivas chacinas, torturas e prisões
de camponeses. Milícias
rurais, pistolagem e grilagem de terras têm sido incentivadas e apoiadas pelo estado em
aliança com os latifundiários. O suposto dono
daquelas terras é a empresa Leme Empreendimentos, do latifundiário
Antônio Martins, “Galo Velho”, como é
conhecido na região, é citado no "Livro Branco da Grilagem de Terras” como um dos maiores grileiros do
país, está sendo investigado pelas polícias Civil e Federal, em conjunto com o Ministério Público, pelo financiamento de pistoleiros na região para a grilagem de terra
e expulsão de camponeses.
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