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quinta-feira, 1 de agosto de 2019

BOLETIM INFORMATIVO CEBRASPO - EDIÇÃO Nº 15

BOLETIM CEBRASPO: SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL E A LUTA DOS POVOS NO BRASIL E NO MUNDO. DEFESA DA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS

CEBRASPO - Defender o direito do povo lutar pelos seus direitos!

Edição nº 15 - Julho, 2019

Companheiros e companheiras,

Estamos enviando nosso boletim informativo com uma relação de notícias dos acontecimentos dos povos em luta no Brasil e no mundo.


Repercutimos vídeo com a fala de um representante da Coordenação Nacional das Ligas de Camponeses Pobres (LCP) durante uma Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais no dia 10 de julho. Na ocasião, ele falou sobre o criminoso despejo realizado contra as famílias camponesas de Miravânia em 09/07 e advertiu: 'A guerra contra o povo que o governo Bolsonaro declarou vai ser respondida com guerra'.

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INTERNACIONAL:

Militantes organizados pelo Sol Rojo - Corriente del Pueblo, realizaram diversas atividades na Cidade do México durante a terceira fase da Jornada por Justiça e pelos Direitos do Povo. Os revolucionários exigiram o reaparecimento com vida de Dr. Sernas, advogado do povo e vítima de desaparecimento forçado no dia 10/5/2018, exigiram também justiça para o camarada Luis Armando Aquino, vítima de uma emboscada realizada por paramilitares em Oaxaca. Os solrojistas denunciaram a campanha de terror que o estado tem promovido contra os seus militantes e o seu povo em Oaxaca, e, no seu documento, aponta o caminho da luta revolucionária. 

Pouco menos de um mês depois que quatro revolucionários turcos foram encarcerados, entre 25 e 27 de junho, Dr. Banu Büyükavci, Dr. Sinan Aydin e Sami Solmaz, ativistas da Confederação dos Trabalhadores Turcos na Europa (ATIK), e Erdal Gökoğlu, militante de grande histórico de luta, que foi sentenciado injustamente a cinco anos de prisão por “apoio à uma organização terrorista estrangeira”, conquistaram liberdade, após terem sido falsamente acusados de violarem a restrição judicial de saírem do país. Após intensa mobilização popular e uma potente campanha de denúncia, os quatro acusados conquistaram liberdade. 

Mapuches do território Williche, próximo ao rio Pilmaiken, tem resistido por anos aos ataques do velho estado chileno e suas campanhas de terrorismo e genocídio continuado, onde grandes empresas imperialistas e latifundiários tentam a todo custo, expulsar os povos mapuches de suas terras contanto com apoio do aparato do estado para atingir seus objetivos. Porém o povo mapuche tem se organizado e resistido, inclusive a mais recente investida da empresa de capital norueguês, Statkraft, que pretende construir uma represa no rio Pilmaiken. Em resposta a isto, o periódico El Pueblo faz um chamamento para respaldar as mobilizações dos povos mapuches em torno do movimento de resistência à construção desta represa, defendendo a autodeterminação dos mapuches contra o imperialismo e os latifundiários. 

Um militante maoista identificado como Théo El Ghozzi foi preso em seu local de trabalho, no dia 22 de julho, em Nantes. Ele foi acusado de pichar a casa de um ex-ministro localizada em Orvault e de participar de protestos contra as mudanças nas leis trabalhistas, em 2016. A acusação, porém, não foi provada, e o militante foi posto sob custódia para apresentar-se à Corte de Nantes. Théo, já no primeiro dia de seu cárcere (22), iniciou uma greve de fome para ser reconhecido como preso político, assim como para exigir liberdade a todos os presos políticos, em particular o prisioneiro da luta palestina, o comunista Georges Ibrahim Abdallah. Ele também exige ser transferido para a prisão de Riom.

Konnath Muralidharan, mais conhecido como camarada Ajith, de 66 anos, foi libertado provisoriamente da prisão de Yerwada, no último dia 23 de julho. Ele é um veterano dirigente maoista, além de escritor e prestigiado intelectual. Ajith estava preso desde o dia 9 de maio 2015, sob a acusação de pertencer ao Partido Comunista da Índia (Maoista), o que nunca foi provado.

Repercutimos uma carta assinada por 8 presos políticos da Índia, entre eles ativistas defensores dos direitos do povo, alguns presos desde agosto de 2018 como forma de intimidação por parte do velho estado indiano para desencorajar não só aqueles que lutam, mas os que defendem o direito do povo lutar. A carta denuncia a farsa montada para justificar a prisão dos 8 ativistas, bem como as políticas reacionárias do velho estado e o aumento da violência praticada contra o povo desde que o governo dirigido pelo Partido do Povo Indiano (BJP, na sua sigla original) assumiu a gerência. 



NACIONAL

Reproduzimos nota publicada pela Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres (LCP) sobre a grave perseguição a uma importante liderança camponesa na Área São José da Boa Vista, em Campina Verde (MG), companheiro Luzivaldo. Após o assassinato de um morador da região vizinha à Área, o promotor apontou Luzivaldo como um dos principais responsáveis, junto a outro camponês conhecido como Robélio. Em nota, a LCP denuncia a arbitrariedade da decisão do promotor e as interferências dos advogados do latifundiário envolvido no conflito pela terra em que se assenta a Área São José da Boa Vista. A nota pode ser visualizada na íntegra no endereço abaixo, no portal do Jornal Resistência Camponesa.

Na manhã de 18 de julho, um reacionário avançou com o seu veículo contra uma manifestação de cerca de 400 moradores de uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) localizada no município de Valinhos, em São Paulo. Com este ato covarde, o idoso Luiz Ferreira da Costa, de 73 anos, foi atropelado e acabou falecendo antes de chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Outras pessoas ficaram feridas, entre elas um jornalista. O motorista assassino fugiu.

Repercutimos denúncia de que o acampamento Bela Vista, organizado pelo MST e localizado em Rio Pardo de Minas, no Norte de Minas Gerais, foi atacado na noite de 18 de julho. Seis pessoas em três motos invadiram o acampamento, ameaçaram as famílias camponesas gritando “vamos matar todo mundo” e atearam fogo nos barracos. As famílias conseguiram se esconder no mato, mas tiveram todos os seus pertences destruídos. Segundo os acampados, uma moto com duas pessoas não conhecidas rodaram a área no período da manhã do mesmo dia.

Adiado o julgamento dos jovens Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados injustamente pela morte acidental do cinegrafista da Rede Bandeirante, Santiago Andrade, numa das inúmeras manifestações que ocorreram no Rio de Janeiro, em 2014, o CEBRASPO em conjunto com ativistas e militantes defensores dos direitos democráticos preparam uma campanha em solidariedade ao Caio e ao Fábio e em defesa do direito de lutar.
Reproduzimos as palavras do Dr. Marino D’Icarahy, destacado advogado do povo: “Esse processo faz parte da perseguição política aos manifestantes das jornadas de 2013/14, onde o velho Estado busca criminalizar os movimentos sociais, bem como criar um precedente punitivo para a hipótese de fato correlato, provocado por fogos de artifício, muito usados na defesa dos ataques violentos da repressão policial contra as manifestações políticas independentes, classistas e combativas”

Numa tentativa de intimidar e impedir o direito a livre organização e manifestação, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) invadiu o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) durante uma reunião de organização de uma manifestação contra o governo de Bolsonaro e dos generais, em Manaus, na tarde do dia 23 de julho. Os agentes disseram que estavam ali “a mando do Exército Brasileiro”, segundo denunciou Cléber Ferreira, secretário de finanças do Sinteam.

Como parte da campanha internacional pela liberdade dos presos políticos democráticos e revolucionários, os estudantes prestaram solidariedade aos indianos Ajith e professor Saibaba, ambos lutadores populares criminalizados e jogados nas masmorras do velho Estado indiano. Outro que foi lembrado pelos estudantes foi o advogado e pesquisador mexicano Ernesto Sernas, desaparecido em maio de 2018. A ação de solidariedade atende os chamamentos internacionais pelas campanhas de liberdade dos presos políticos da Índia, e pela reaparecimento com vida do Dr. Sernas.

É criado em Brumadinho, MG, o Comitê de Apoio e Solidariedade aos atingidos pelos crimes da Vale, que busca organizar a resistência e a solidariedade e denunciar os crimes e o terrorismo cometidos pela empresa de capital internacional. O Jornal A Nova Democracia, em seu portal, reproduziu na íntegra o panfleto e o cartaz criados pelo comitê, e podem ser acessados no endereço abaixo. 

Cerca de 50 garimpeiros fortemente armados invadiram a aldeia indígena Wajãpi, na região de Pedra Branca do Amapari, a 200 km de Macapá, e assassinaram o cacique Emyra Wajãpi, de 68 anos. Esse é o mais recente episódio do continuado genocídio dos povos indígenas no Brasil. O caso veio à tona depois que lideranças indígenas denunciaram às autoridades públicas a invasão dos garimpeiros ocorrida no dia 23 de julho.

Saudações a todas e todos!

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