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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

RONDÔNIA - EXECUÇÃO E REPRESSÃO AO MOVIMENTO CAMPONÊS

Segue abaixo duas denúncias da Liga dos Camponeses Pobres que recebemos em nosso email, onde em pleno natal um grande apoiador da luta camponesa de Rondônia foi covardemente  executado.


Apoiador da luta camponesa foi brutalmente assassinado em Jaru


Por volta das 20 horas do dia 25 de dezembro, o companheiro Elias de Oliveira foi covardemente assassinado quando chegava em sua casa, no centro de Jaru, região central de Rondônia. Ele morava nos fundos de sua oficina mecânica Dom Pedro e tinha acabado de estacionar a caminhonete quando pelo menos um elemento chegou de moto e efetuou vários disparos de arma de fogo contra o companheiro. Ele foi socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos.

Elias era uma pessoa muito alegre, tinha muitos amigos e era um excelente pai. Sua família é muito trabalhadora.

Tio Elias, como era conhecido, possuiu um lote na área Lamarca, localizada há 50 Km do município de Theobroma, também na região central de Rondônia. No ano de 2000, mais de 100 famílias tomaram quase 1000 alqueires de terras públicas, que o latifundiário Catâneo dizia serem suas, e iniciaram o Acampamento Lamarca. Em 2004 os camponeses produziram 342 toneladas de arroz, milho e feijão, através do trabalho de ajuda mútua. As famílias fizeram o Corte Popular e dividiram os lotes entre si. Sempre lutaram pelos direitos à estrada, escola e energia, e resistiram bravamente à diversos despejos e ataques de policiais e pistoleiros. Hoje vivem e produzem com dignidade em suas terras conquistadas com muita luta.


Tio Elias decidiu sair de seu lote e abrir uma oficina mecânica em Jaru, mas nunca deixou de acompanhar e apoiar a luta camponesa em todo o estado. Ele sempre visitava a sede da LCP, comprava os jornais A Nova Democracia eResistência Camponesa, se indignava com os crimes do latifúndio e do velho Estado e vibrava com cada conquista dos camponeses. Ele era um entusiasta apoiador da LCP, transportava companheiros ou emprestava seus veículos, consertava carros muitas vezes fiado, socorria os que estavam com veículos estragados na estrada, sem se importar se era feriado ou tarde da noite. Tio Elias era um trabalhador dedicado, comerciante honesto, cobrava preços justos e tinha boa relação com seus funcionários.

Ainda não temos informações sobre o motivo e o autor ou autores desse assassinato covarde. Mas afirmamos que seguiremos lutando incansavelmente para que o sangue de nosso querido companheiro Elias e de tantos outros não tenha sido derramado em vão. Erguemos ainda mais alto a bandeira da Revolução Agrária, revoltados com o assassinato de mais um filho de nosso povo e animados pelo exemplo de trabalho, luta e solidariedade do companheiro Elias.

Companheiro Elias, presente na luta!
Conquistar a terra, destruir o latifúndio!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental



Acampamento Monte das Oliveiras resiste a investidas da PM fascista de Confúcio e Ênedy

A polícia militar do gerente estadual Confúcio Moura / PMDB e o comandante geral Ênedy Dias seguem reprimindo os camponeses do Acampamento Monte das Oliveiras, localizado no lote 46, setor 14, no município de Espigão D'Oeste (no leste de Rondônia, na microrregião de Cacoal)No início de dezembro, policiais pararam um camponês vizinho do acampamento, mostraram a nota da LCP “Luta pela terra em Rondônia: mais repressão do velho Estado e mais resistência camponesa” (de 25 de novembro) e reclamaram da denúncia de que a polícia de Espigão é conivente com os crimes de pistolagem do latifúndio. Policiais, na mesma viatura 598 denunciada na nota, disseram: “É um absurdo nos acusarem, pois estamos aqui fazendo segurança para vocês.” E passaram então a fazer acusações absurdas contra nós, dizendo que os camponeses ainda não ganharam as terras por culpa da LCP que “segura” o acampamento para ganhar dois mil reais por mês por cada acampado.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

ÍNDIA - A ECONOMIA INDIANA NA PERSPECTIVA DE KOBAD GHANDY*

  *Kobad Ghandy é um preso político encarcerado na prisão central de Cherlapally, distrito de Rangareddy, Telangana

India – para debate – Um passo afrente, dois passos atrás: Kobad Ghandy sobre a desmonetização


"Seria a Índia um estado fraco que pune apenas os pequenos e fracos? O infrator rico e bem conectado sai praticamente impune ... Ninguém quer ir atrás do infrator rico e bem conectado, o que significa que eles escapam com ainda mais [riqueza e poder]. Se quisermos ter um crescimento forte e sustentável, essa cultura de impunidade deve parar. (Indian Express 2016) "

O que Raghuram Rajan, ex-governador do Banco de Reservas da Índia (RBI), disse em janeiro de 2016 é surpreendentemente relevante para o que vemos agora com o exercício de desmonetização.

O que vimos no mês passado foram milhões de pessoas pobres e de classe média sem dinheiro para comprar comida e remédios, enfrentando longas filas para acessar seu próprio dinheiro dos caixas eletrônicos e bancos, enquanto os poderosos do Partido Bharatiya Janata (BJP) estavam em uma cerimônia de casamento de cinco dias da filha de Janardhana Reddy, um ex-ministro do BJP (também famoso como o chefe da mafia mineira Bellary). Nem os Reddys nem seus convidados se preocuparam em converter suas notas, ainda que essa função tenha começado quase quatro dias após o anúncio da desmonetização.

Em um país como a Índia, onde a corrupção se infiltra em praticamente todas as fendas da sociedade, lutar contra o dinheiro sujo e sua geração contínua deve ser uma tarefa importante para qualquer governo. O mau cheiro da corrupção não só assedia o cidadão comum a cada passo, como também evita o desenvolvimento, haja visto que até mesmo o menor dos projetos se imviabilizam, com algumas vezes até 50% ou mais das alocações engolido por políticos, burocratas, intermediários e contratados. Projetos sociais e de bem-estar são subvertidos; há uma estimativa de que apenas 10 paises (moeda) em cada rupia alcançam as pessoas afetadas.
Não há dúvida de que se a Índia quer sair de seu atraso e dos níveis de atrozes de empobrecimento, é essencial combater o dinheiro sujo e a corrupção. Mas pode a desmonetização conseguir isso? Detectar o estoque existente de dinheiro sujo não pode ser uma ação única. Uma tarefa igualmente importante é a prevenção da sua regeneração no futuro. A desmonetização nem sequer toca na segunda. Pelo contrário, a impressão de notas de valores mais elevados que 2.000 só facilita mais transações na economia negra.

Estoque monetário: A ponta do Iceberg

De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Finanças Públicas e Política (NIPFP) apresentado ao ministro das Finanças em dezembro de 2013, a economia negra poderia constituir 75% do produto interno bruto (PIB) da Índia (Mehra, 2014). Este relatório foi ignorado pelo então ministro das Finanças P Chidambaram, assim como pelo atual governo. A mídia também o negligenciou, optando por citar as estimativas do Banco Mundial sobre a economia negra em apenas 20 a 30% do PIB. Se não estamos dispostos a entender a escala do problema, como vamos enfrentá-lo seriamente? Aqueles que realmente querem enfrentar o dinheiro sujo com seriedade devem primeiramente publicitar este relatório. A 75% do PIB,  120 lakh crore de dinheiro sujo está sendo gerado a cada ano.
Compare isso com  14.6 lakh crore existente em  500 /  1.000 notas, o principal componente do estoque de dinheiro sujo. Mesmo supondo-se que 50% dessas notas compreendem o dinheiro sujo, isso significaria meros 7-8 lakh crore, ou seja, apenas 7% do total de renda suja sendo gerado. De fato, de acordo com o economista Swaminathan S Anklesaria Aiyar (2016),

“Como um estoque, provavelmente nem mesmo 2% do histórico dinheiro sujo são mantidos em dinheiro - quase tudo foi convertido em ouro, imóveis, investimentos financeiros, alguns em casas e muito se encontra no exterior ... O enorme estoque de dinheiro sujo foi lavado em há anos”.

Na verdade, de acordo com a Integridade Financeira Global, 3.3 lakh crore saiu do país a cada ano entre 2004 e 2013. Isso significaria um estoque gigantesco de  40 lakh crore que foi enviado para o exterior ao longo desses 12 anos. Estimativas não oficiais colocam o estoque total de dinheiro ilegal no exterior em  75 lakh crore. E nem um paisa disto foi aproveitado pelo governo BJP que prometeu trazer essa enorme quantidade de volta para casa.
Nem uma única pessoa mencionada nos papéis de Panamá foi repreendida. Ao contrário, muitos estavam para fugir do país com sua riqueza mal adquirida.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

RONDÔNIA - CRIMINALIZAÇÃO DE CAMPONESES EM LUTA PELA TERRA

Reproduzindo a denúncia que recebemos da Liga dos Camponeses Pobres sobre a prisão de camponeses em Rondônia:


"Jaru, 14 de dezembro de 2016

Prisão arbitrária de camponeses do Acampamento Enilson Ribeiro

Na manhã de hoje recebemos a informação de que vários camponeses do Acampamento Enilson Ribeiro foram presos arbitrariamente. A advogada popular Lenir Correia ligou na delegacia de São Miguel do Guaporé e confirmou a prisão de vários trabalhadores, sob a acusação de serem lideranças do acampamento e de terem provocado danos à fazenda Bom Futuro. Mas até o momento, não conseguimos confirmação dos nomes nem da quantidade de camponeses presos.

Breve histórico do Acampamento Enilson Ribeiro

Em julho de 2016, mais de 100 famílias ocuparam as terras do latifúndio Bom Futuro, de 11.500 hectares, na linha 14, Km 13, no município de Seringueiras. Quem se diz o dono das terras é Augusto Nascimento Tulha, médico reformado do Exército, um dos maiores grileiros de terra pública da região – fato confessado por ele na frente de um procurador da república, durante reunião na câmara municipal de São Miguel do Guaporé, em julho passado. O Incra entrou na justiça para retomar estas terras para reforma agrária, mas o processo se arrasta há 6 anos. Porém, em menos de 48 horas o juiz agrário Jorge Leal assinou uma liminar criminosa e sanguinária contra o Acampamento Enilson Ribeiro, e em apenas 4 dias o gerente estadual Confúcio Moura (PMDB) e o comandante geral da PM Ênedy Dias mobilizaram aparato de guerra contra as famílias. Mais de 150 policiais militares e ambientais, fortemente armados, cercaram o acampamento, atacaram homens, mulheres e crianças com bombas de “efeito moral” e gás lacrimogêneo, com tiros de borracha e de munição mais letal. Em um helicóptero, policiais fizeram voos rasantes e dispararam aleatoriamente em direção ao acampamento, com armas de guerra. O aparato repressivo do velho Estado e para-militar dos latifundiários impuseram verdadeiro terror aos acampados e à população de Seringueiras. Cercaram o Acampamento por vários dias, impedindo a entrada até de alimentos e remédios para as famílias. Impuseram toque de recolher na cidade e espalharam calúnias, mentiras e desinformações contra os camponeses em luta pelo sagrado direito à terra. A advogada popular Lenir Correia sofreu graves ameaças de morte. 5 camponeses foram presos arbitrariamente, 3 dos quais seguem encarcerados até hoje.
É urgente que camponeses, operários, estudantes, professores, trabalhadores em geral, pequenos e médios comerciantes, ativistas de movimentos populares e democratas de Rondônia e todo o país se levantem em defesa dos camponeses presos e demais famílias do Acampamento Enilson Ribeiro.

Quem acusa a LCP de terrorista são os maiores criminosos

Esta é mais uma ação da odiosa campanha contra a LCP e contra o campesinato pobre: criminalização, calúnias, ameaças, despejos arbitrários, prisões, torturas, desaparecimentos e assassinatos. Como vimos denunciando, um verdadeiro terrorismo de Estado, que se incrementou com a posse do Coronel Ênedy para o comando geral da PM de Rondônia, há quase um ano. Um dos principais objetivos é acobertar o maior roubo de terras públicas no Brasil neste século, em curso no estado, através do Programa Terra Legal, invenção da gerência petista que segue sendo aplicado agora por Temer e sua quadrilha. Latifundiários armados até os dentes não se cansam de cobrar a aplicação deste programa e de mais repressão contra os trabalhadores, ameaçando promover banhos de sangue por conta própria, enquanto os monopólios da imprensa seguem destilando todo seu veneno contra a honrada LCP e os bravos camponeses em sua luta sagrada pela terra.
Sérgio Pires – papagaio-de-pirata de latifundiários e puxa-saco dos políticos mafiosos de Rondônia – no último dia 07, mais uma vez usou sua coluna para vomitar todo seu ódio, desinformação e reacionarismo: O TERROR NO CAMPO Na região de Seringueiras, a Liga dos Camponeses Pobres continua tocando o terror. O grupo, armado, pratica atos de terrorismo impunemente (…) sob os olhares cândidos das autoridades. Quem, desse grupo que faz o que quer, que desrespeita as leis e a polícia, que atira em helicópteros da PM; que mata o gado saudável, que atira contra fazendeiros, está na cadeia? Quem foi condenado e está cumprindo pena? Quantas armas desses terroristas da zona rural rondoniense já foram apreendidas? A LCP continua impondo o regime do terror em várias regiões do Estado e principalmente próximo a Seringueiras, sem ser molestada. Parece que está num outro país, sem lei e sem ordem. Até quando?”
As últimas prisões, uma semana depois é mais uma prova de que a função do monopólio da imprensa é criminalizar a justa luta do povo para justificar sua repressão mais sanguinária.

sábado, 10 de dezembro de 2016

ARSENAL DE GUERRA É ENCONTRADO NA POSSE DE LATIFUNDIÁRIOS

Reproduzimos denúncia feita pela Liga dos Camponeses pobres sobre a descoberta de armamento pesado em poder dos latifundiários.


E ENTÃO, SENHORES? MINISTÉRIO PÚBLICO DO MATO GROSSO APREENDE ARSENAL EM LATIFÚNDIO DE MINISTRO DE TEMER





A foto do arsenal é do MPE-MT. A reportagem abaixo do site “De olho nos ruralistas”:

Acompanhado pelas polícias Militar, Civil e Ambiental do estado, o MPE buscava 1.900 cabeças de gado quando se deparou com arsenal, nas propriedades Paredão, Jaturana e fazenda Shangrilá. A fazenda Paredão é de Marcos Antônio AssiTozzati, ex-assessor de Padilha. Como não possui sede própria, ela utiliza a estrutura da fazenda Jasmin Agropecuária, que pertence ao ministro – um dos principais do governo Temer. Nos alojamentos da Jasmin foram encontradas mais duas espingardas calibre 36.

As equipes também encontraram provas de desmatamento em área de preservação permanente e produtos tóxicos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. A apreensão do gado foi determinada para cessar os danos ao meio ambiente, conforme a Lei 9.605/98 (impedir ou dificultar a regeneração de vegetação). Caso Tozzati, apontado como dono do gado, não retire o rebanho em um prazo de 72 horas, terá de pagar uma diária de R$ 1 mil por cabeça.

As fazendas ficam no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, fronteira com a Bolívia, a 520 quilômetros de Cuiabá.

Trabalho escravo

Na Fazenda Paredão, os fiscais identificaram péssimas condições nas acomodações dos funcionários, com presença de galões de gasolina e vasilhames de agrotóxicos. O MPE encaminhou fotos dos alojamentos para o Ministério do Trabalho. Há suspeita de trabalho análogo à escravidão.

A operação já bloqueou R$ 108 milhões em bens, determinadas pela Justiça de Mato Grosso por degradação ambiental em 51 propriedades rurais. A esposa de Padilha, Maria Eliane, também teve  R$ 3 milhões bloqueados pela Justiça. Ela é sócia do ministro em uma das fazendas. As decisões são do juiz Leonardo de Araújo Costa Tumiati.

Ao Ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) estão subordinados o INCRA e a FUNAI, que seriam os órgãos responsáveis pela “Reforma Agrária” e pela “regularização dos territórios indígenas”.
Confúcio Moura Temer e ÊnedyConfúcio Moura Temer e ÊnedyE então senhores mafiosos e bocas porcas do monopólio da imprensa? Não vão falar nada agora? Porque se uma quantidade muito menor de armas fossem apreendidas com um número muito maior de famílias camponesas (que muitas vezes lutando pela terra precisam se defender de grupos de extermínio da pm de Rondônia e de pistoleiros), os berros de “terrorismo”, “quadrilha”, “morte à LCP”, já estariam estampados em manchetes garrafais.



sábado, 26 de novembro de 2016

Dia Internacional pela Libertação dos presos Políticos da Índia


Atendendo ao chamado do Comitê Internacional de Apoio a Guerra Popular na Índia em diversos países organizações democráticas e revolucionárias organizaram atividades exigindo a libertação dos presos políticos da Índia na última quinta-feira, 24 de novembro.
No Rio de Janeiro o CEBRASPO organizou um ato e distribuiu centenas de panfletos para população. Em Belo Horizonte organizações populares fizeram uma intervenção em manifestação contra os pacotes antipovo do governo Temer.


O jornal A Nova Democracia cobriu as manifestações e as informações podem ser lidas em seu blog: http://www.andblog.com.br
Na Bolívia, Itália, Alemanha, Chile e demais países da Europa e America Latina também foram registadas manifestações de solidariedade.

Itália


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Luta pela terra em Rondônia: mais repressão do velho Estado e mais resistência camponesa

No último dia 23 de novembro pistoleiros e policiais militares atacaram o Acampamento Monte das Oliveiras, localizado no lote 46, setor 14, no município de Espigão D'Oeste (no leste de Rondônia, na microrregião de Cacoal). No final do dia, um grupo de camponeses andava no entorno do acampamento quando foram atacados a tiros por vários pistoleiros. Os trabalhadores conseguiram escapar na mata, na fuga, alguns se feriram, mas sem gravidade. Eles só conseguiram retornar ao acampamento após as 21 horas. Pouco tempo depois do ataque covarde, por volta das 18 horas, 4 policiais militares, que estavam na viatura de número 598, chegaram no acampamento e pediram para entrar. Os bravos camponeses não permitiram e ainda questionaram porque os policiais não prendiam os pistoleiros. 
 
Ao todo, 32 famílias estão acampadas, lutando pelo sagrado direito à terra. O superintendente regional do Incra Cletho Muniz de Brito, numa reunião com camponeses em Porto Velho no dia 15 de junho de 2016, informou que as terras do Acampamento Monte das Oliveiras são destinadas a União, após a sentença de um processo crime de narcotráfico. O fiel depositário das terras, o senhor Sebastião Cardoso da Silva, ingressou com ação de reintegração de posse após a ocupação da fazenda pelos camponeses.
 
O processo da área está na justiça federal, pois trata-se de conflito agrário. Mas como serviçal do latifúndio, a “justiça” é rápida para defendê-los e lenta para garantir os direitos dos camponeses. Só resta aos trabalhadores tomar os latifúndios, cortar as terras por conta, distribuir os lotes entre si, iniciar a produção e resistir aos despejos e aos ataques dos pistoleiros do latifúndio, fardados ou não. É a Revolução Agrária que avança em todo o país.
 
“Vamos voltar”, prometem camponeses despejados de um latifúndio em Cujubim
 
O pseudo-jornalista Lenilson Guedes fez mais uma matéria criminalizando a luta pela terra, divulgada na página da PM terrorista de Rondônia. Sob o título “Invasores de terra foram conduzidos a Delegacia pela PM. 'Vamos voltar', ameaçaram”, informa que no último dia 17 de novembro 31 camponeses, sendo 11 mulheres, foram encaminhados à delegacia porque tomaram a fazenda Paraíso, na linha MC-7, ramal Atalaia, no município de Cujubim (no norte de Rondônia, no Vale do Jamari).
 
A matéria nojenta, ainda tenta incriminar os camponeses dizendo que foram encontrados com eles “uma espingarda de pressão, quatro Bocas de Lobo, 11 foices, dois machados, uma enxada e um enxadão, que foram apreendidos”. 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

24 DE NOVEMBRO - CAMPANHA INTERNACIONAL PELA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS POLÍTICOS DA ÍNDIA!

Liberdade imediata para todos os presos políticos na Índia!
Na Índia mais de 10.000 supostos maoístas padecem nos cárceres, aos quais se juntam outros milhares de presos envolvidos nos movimentos de libertação nacional (Cachemira, Manipur, etc.) e outros movimentos democráticos.
Ademais dos dirigentes quadros e membros do Exército Guerrilheiro de Libertação Popular (EGLP), mas de 90% deste número, são aldeãos advasis que resistiram a remoção forçada, camponeses que lutaram contra os acordos de cooperação firmados entre os governos e a as empresas multinacionais para explorar ao povo e continuar o saqueio imperialista dos recursos naturais, ativistas das minorias nacionais organizados contra o crescente perigo do fascismo comunal Hindu, estudantes, intelectuais, artistas pertencentes a Frente Democrática Revolucionária (FDR) e outras organizações democráticas, acusadas de ficar do lado do povo que enfrenta a guerra que o Estado indiano desenvolver contra ele, mulheres do povo, feministas unidas para rebelar-se contra a enorme escalada de violações, cometidas em parte pelas forças armadas e da polícia, e pelos esquadrões paramilitares fascistas patrocinados pelo Estado, como arma de guerra contra o povo.
Nas prisões os presos em que enfrentar a todo tipo de perseguições, torturas, negativas a liberdade sob fiança, condições de vida inumanas, transferências arbitrárias, ataques brutais, castigos com confinamento em solitárias e frequentemente as mulheres detidas são violentadas.
Em que pesem as ferozes condições nos cárceres, os presos estão resistindo e lutando com espírito revolucionário e transformando as tenebrosas prisões em uma frente de batalha contra o crescente fascismo na Índia e o regime indiano.
A luta por sua liberdade imediata é uma tarefa urgente de todas as forças de solidariedade e amigos do povo indiano, e é parte integrante do apoio para a vitória de sua guerra de libertação.
Pois, toda Índia está sendo transformada pelas classes dominantes em cada vez mais e mais em uma “prisão dos movimentos populares”.
,,, as classes dominantes indianas, sob a direção e com a ajuda dos imperialistas, lançaram a ofensiva multiprolongada e em todo país denominada Operação Caçada Verde – uma guerra contra o povo para eliminar o movimento maoísta e suprimir as genuínas lutas do povo.
Ainda que a repressão contra as massas oprimidas seja a característica de qualquer Estado explorador e sempre tenha sido uma característica do Estado indiano, a Operação Caçada Verde ultrapassou todas as ofensivas anteriores quanto a sua escala e brutalidade.
Milhares de dirigentes e membros de organizações de massas democráticas e revolucionárias foram assassinados, torturados e encarcerados. Imputados em falsas acusações, muitos deles enfrentam duras penas.
Os massacres, estupros em grupo, saqueio e destruições de aldeias por parte das forças armadas converteram-se em ordem do dia.
A Operação Caçada Verde – Guerra contra o Povo – está supostamente dirigida a eliminar o movimento maoísta, porém de fato, seu alvo e objetivo é suprimir as genuínas exigências democráticas do povo, enquadrando-as em processos vículados ao Partido Comunista da Índia (Maoísta) conforme as leis draconianas adotadas pelo governo central e dos estados que estigmatizam aos dirigentes e lutadores do povo como “antinacionais” ou “terroristas”.
Parem a Operação Caçada Verde, parem a Guerra Contra o Povo!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

RIO DE JANEIRO - GENOCÍDIO E EXECUÇÕES NA CIDADE DE DEUS

A execução dos 7 jovens na Cidade de Deus, favela localizada na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, é só mais uma amostra do modus operandi da polícia militar após o falecimento de algum membro de sua corporação. Independente de fazerem parte ou não da venda do varejo de drogas, de terem ou não passagem pelo sistema penitenciário, nada justifica a tortura e execução sumária sem direito a defesa que esses jovens foram submetidos. Tais práticas, que aliás são consideradas crimes de guerra, são recorrentes em ações das policiais militares e seus batalhões especiais - leia-se grupos de extermínio oficiais - nas favelas e periferias do país.
É importante ressaltar que estes assassinatos ocorrem no momento em que está perto de completar um ano da chacina de Costa Barros, onde 5 jovens que estavam em um carro foram fuzilados por 111 tiros disparados por policiais militares.
Ainda que os porta vozes dos agentes da repressão e o monopólio da imprensa tentem ludibriar a população com o discurso que a perícia ainda não foi finalizada e de que "estamos investigando" e todo aquele blá blá blá para fingir que estão preocupados, o depoimento dos familiares e moradores da região é muito conciso ao relatar que o corpo dos jovens foram encontrados com tiros na nuca, marcas de facadas e deitados de bruços com as mãos atrás da cabeça, em clara posição de rendição. Segundo os moradores da região ainda há a suspeita que o número de mortos seja maior.
Convocamos a todas as entidades democráticas e progressistas a repudiar veemente mais uma execução de jovens pobres e negros na cidade do Rio de Janeiro, na verdade mais um genocídio perpetrado pelos agentes da repressão a soldo desse Estado burgues latifundiário que como serviçal do imperialismo aplica a política de extermínio como "Guerra de Baixa Intensidade" contra o povo pobre e sua juventude. Nos solidarizamos com os familiares e amigos das vítimas e defendemos seus direito de se organizarem para lutarem contra a repressão policial e em defesa da vida de seus filhos e filhas.

Abaixo o genocídio da juventude pobre e negra!
Chega de chacina polícia assassina!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Abaixo o terrorismo de policiais e pistoleiros a soldo do latifúndio em Rondônia

No último dia 09/11 um representante do CEBRASPO participou de uma audiência pública na sede do Incra em Brasília. Segue o relato que foi publicado no jornal A Nova Democracia.
Nota da Redação de AND: Na manhã de 09/11, na sede do Incra em Brasília (DF), ocorreu uma importante audiência pública organizada pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), que debateu e propôs soluções para os conflitos agrários no estado de Rondônia, tendo em vista o aprofundamento da violência do latifúndio em conluio com o velho Estado, que tem resultado em agressões, despejos, prisões e assassinatos de camponeses, sendo pelo menos 18 mortes até outubro deste ano. O CNDH apresentou um relatório que faz um panorama dos conflitos agrários no estado, onde registrou a ocorrência de ameaças de morte aos camponeses, os assassinatos, os despejos, entre outros crimes. Reproduzimos a seguir uma síntese da nota produzida pelo Cebraspo sobre a referida audiência.
http://anovademocracia.com.br/180/09.jpg
Entidades democráticas denunciam crimes do latifúndio e do velho Estado, Brasília, DF
A reunião contou com participação de representantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO), Associação Brasileira de Advogados do Povo (ABRAPO),  Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (Fetagro), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Organização dos Seringueiros de Rondônia, entre outras organizações democráticas, além de órgãos do velho Estado como Incra, Ouvidoria Agrária Nacional, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal, entre outros.
A LCP denunciou o verdadeiro estado de terror imposto por pistoleiros e policiais à soldo do latifúndio em Rondônia, e também que a situação de barbárie tem a participação da gerência do Estado e do judiciário. Acompanhados pelo Cebraspo e pela Abrapo, os representantes da Liga colocaram um painel com os mais chocantes crimes do latifúndio ocorridos a partir de junho, e ao lado do painel foram estampadas fotos dos principais responsáveis por esta violência.
Também foram contundentes as denúncias dos representantes do MAB, que denunciaram a conivência do Ibama com os crimes continuados e impunes praticados pelos exploradores da hidroelétrica de Jirau.
A LCP denunciou que o aumento da violência contra o campesinato pobre, os assassinatos, perseguições e torturas estão diretamente vinculados à posse, no Comando da PM de Rondônia, do Coronel Ênedy. Toda a campanha contra a LCP, de assassinatos, perseguições, criminalização e mentiras tem entre seus principais objetivos acobertar o maior roubo de terras públicas no Brasil neste século, que está em curso em Rondônia, cujo principal instrumento é o Programa Terra Legal, da lavra da gerência petista de Luiz Inácio, cuja aplicação por Dilma e agora por Temer e sua quadrilha é cobrada por latifundiários armados até os dentes, que não se cansam de dar declarações criminosas ameaçando promover banhos de sangue por conta própria para alcançar seus objetivos.
Ainda como afirmaram os representantes da LCP, o professor Ariovaldo Umbelino, um dos mais renomados geógrafos brasileiros, denuncia o Programa Terra Legal como o maior retrocesso na questão agrária brasileira ocorrida nos últimos tempos.
A intervenção do Procurador Chefe do Incra, Júnior Divino Fidélis, ressaltou que as terras alienadas pelos Contratos de Alienação de Terras Públicas (CATP’s), se não cumpridas as causas resolutivas, como destacou a Procuradora Geral da República Deborah Duprat, teriam que ser devolvidas ao Estado. E apontou que o judiciário utiliza dois pesos e duas medidas: quando os camponeses têm a posse e o latifúndio algum documento, o judiciário manda expulsá-los alegando que a propriedade é mais importante que a posse; mas quando os latifundiários têm documentos como concessões de CATP’s caducas, que não configuram propriedade, o judiciário expulsa os camponeses das terras alegando que o latifúndio tem a posse, e não existe posse legal de terra pública, nem na lei do Usucapião! Deborah Duprat foi dura com os representantes do Ibama, que mesmo indo participar desta reunião com as denúncias do relatório do CNDH, não apresentaram nenhuma resposta sobre os crimes de Jirau, que polui e torna imprópria para o consumo humano a água de diversas comunidades atingidas por barragens.
A coordenadora geral do CNDH, Renata Pinho Gomes, se mostrou indignada com as denúncias, e declarou que não vai medir esforços para enfrentar a situação.
PROVIDÊNCIAS
Em nota, o Incra destacou que, “durante a reunião foram aprovadas providências complementares com o objetivo de assegurar o atendimento das recomendações apontadas no relatório do CNDH. Entre as medidas estão a criação de um grupo executivo com a participação de órgãos públicos para analisar e encaminhar ações administrativas visando solucionar os conflitos em 106 áreas identificadas no estado, e de um grupo jurídico para ingressar e acompanhar medidas judiciais visando a retomada de áreas ocupadas irregularmente pelos latifundiários.

Governo fascista indiano condena dez revolucionários a forca

Foto de prisioneiros de guerra sendo enforcados pelos nazistas

Militantes são acusados pelo Estado Indiano de terem participado do ocorrido na localidade de Senari, no ano de 1999, quando trinta e quatro latifundiários, de castas superiores, foram executados por guerrilheiros maoístas, pertencentes ao Centro Comunista Maoísta. (CCM)

O reacionário tribunal indiano, na audiência realizada no dia 27 de outubro, deu a sentença de forca a dez militantes e de a cadeia perpétua a outros dois.
Importante lembrar da brutal violência que vem sendo cometida pelos latifundiários de maneira indiscriminada contra centenas de camponeses, entre eles crianças e, sobretudo, contra os de casta inferior, os Dalits. 

A exemplo disto, no ano de 1997, dois anos antes da morte dos latifundiários, houve um sangrento massacre onde foram assassinadas cinquenta e oito pessoas da casta Dalit. Fatos como este não chegam ao tribunal nem costumam ser lembrados pelo genocida Governo Indiano.

Essa sentença sai exatamente no momento em que a Operação Caçada-Verde ganha novo impulso com grupos para-militares praticando inúmeros assassinatos e execuções de camponeses e advasis para combater o avanço da luta revolucionária na Índia.

sábado, 5 de novembro de 2016

RONDÔNIA - PM DESFILA COM CORPOS A LUZ DO DIA

Recebemos da Liga Operária esta grave denúncia que mostra mais uma vez a face bárbara e fascista dos agentes da repressão  do estado de Rondônia.

Os venais sites policiais de Rondônia exultaram o crime cometido pela PM de assassinar quatro supostos assaltantes de lojas e depois desfilar com os corpos pelas ruas de Buritis, no dia 3 de novembro de 2016. Sob a alegação de “troca de tiros”, exaltam os assassinatos sumários de supostos “delinquentes” pobres.
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Esse fato dá, mais uma vez, a dimensão da barbárie policial e do fascismo implantado no estado, onde o governador Confúcio Moura/PMDB é um reacionário ex-PM e o comandante da corporação, coronel Enedy Dias, foi alçado ao posto pelos seus patrões latifundiários locais, aos quais presta serviços desde seus tempos de tenente.
Páginas na internet controladas por policiais dão respaldo ao fascismo e a barbárie, acoitam e elogiam os assassinatos sumários alegando “troca de tiros”. Mas há contradições entre as versões apresentadas nessas páginas policiais. Na página “É fato Rondônia” está a informação que após vários assaltos nos comércios  do centro de Buritis e roubo de uma motocicleta da Honda FAN 125, as pessoas depois assassinadas empreenderam fuga e a PM passou a realizar diligências em toda cidade e região, vindo localizar a motocicleta no perímetro rural próximo a área urbana. Não há informações sobre como ocorreram as execuções.
Já no site policial “Rondônia Vip”, é plantada a notícia que os supostos “bandidos foram mortos na zona rural após uma troca de tiros com policiais civis e militares.” 
E o “TBN Canal de Notícias” diz que após os assaltos “a policia realizou o trabalho de captura desses elementos, ao qual (Sic) acabou havendo troca de tiros e… quatro elementos foram abatidos!” 
Pelas próprias leis burguesas existentes, não cabe a polícia o papel de assassinar suspeitos ou mesmo pessoas  presas em flagrante. Mas na prática a lei não passa de ficção, pois não há direitos para os pobres e aos ricos tudo é permitido. No papel, as leis estabelecem que caberia a polícia prender, a promotoria instaurar processo, e depois ter julgamento e caso ocorresse comprovação de crime, a condenação. Mas na prática, a polícia prende pobres supostos delinquentes e os executa covardemente e depois alega “resistência”, “troca de tiros” ou “balas perdidas”. E, em Rondônia, também desfila com os cadáveres à luz do dia em caminhonete de luxo e com chapa fria,  e tira ainda tira “selfies” (fotos digitais) como se fossem troféus.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

ENTIDADES DEMOCRÁTICAS PROTESTAM CONTRA O MASSACRE PERPETRADO PELO ESTADO INDIANO NA REGIÃO DE ODISHA

Grande manifestação de protesto é realizada em Jantar Mantar, Nova Deli, condenando o massacre de responsabilidade do Estado Indiano, no distrito de Malkangiri em Odisha.



No dia 24 de outubro de 2016, no distrito de Malkangiri em Odisha, adivasis, quadros e líderes do CPI (maoísta) foram massacrados por agências de segurança em uma operação secreta sem precedentes. Até agora neste massacre brutal, cerca de 39 pessoas foram mortas de acordo com os líderes das organizações adivasi na região. A brutalidade e o segredo desta operação conjunta das forças policiais de Odisha, Andhra Pradesh e as forças paramilitares do governo central revelam que foi um massacre de sangue frio bem planejado. A polícia anunciou que 15 pessoas foram mortas. Mas nos dias seguintes ficou claro que muitos mais haviam sido brutalmente mortos pelas forças paramilitares em uma operação de pente fino. Os corpos dos mortos revelaram marcas brutais de tortura, as cabeças foram cortadas, os seios das mulheres foram cortados e a maioria dos corpos foram mutilados até o ponto em que não eram identificáveis. Os nomes anunciados pela polícia não coincidiam com os corpos que podiam ser reconhecidos e no dia 30 de outubro a polícia enterrou os corpos restantes dizendo que ninguém veio para reivindicar os corpos. Entre os mortos, as mulheres superavam em número os homens. Além disso, a polícia prendeu dez adivasis e RK, líder do Comitê Central do CPI (maoísta), que estão em custódia policial e não os apresentou em tribunal.