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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Luta pela terra em Rondônia: mais repressão do velho Estado e mais resistência camponesa

No último dia 23 de novembro pistoleiros e policiais militares atacaram o Acampamento Monte das Oliveiras, localizado no lote 46, setor 14, no município de Espigão D'Oeste (no leste de Rondônia, na microrregião de Cacoal). No final do dia, um grupo de camponeses andava no entorno do acampamento quando foram atacados a tiros por vários pistoleiros. Os trabalhadores conseguiram escapar na mata, na fuga, alguns se feriram, mas sem gravidade. Eles só conseguiram retornar ao acampamento após as 21 horas. Pouco tempo depois do ataque covarde, por volta das 18 horas, 4 policiais militares, que estavam na viatura de número 598, chegaram no acampamento e pediram para entrar. Os bravos camponeses não permitiram e ainda questionaram porque os policiais não prendiam os pistoleiros. 
 
Ao todo, 32 famílias estão acampadas, lutando pelo sagrado direito à terra. O superintendente regional do Incra Cletho Muniz de Brito, numa reunião com camponeses em Porto Velho no dia 15 de junho de 2016, informou que as terras do Acampamento Monte das Oliveiras são destinadas a União, após a sentença de um processo crime de narcotráfico. O fiel depositário das terras, o senhor Sebastião Cardoso da Silva, ingressou com ação de reintegração de posse após a ocupação da fazenda pelos camponeses.
 
O processo da área está na justiça federal, pois trata-se de conflito agrário. Mas como serviçal do latifúndio, a “justiça” é rápida para defendê-los e lenta para garantir os direitos dos camponeses. Só resta aos trabalhadores tomar os latifúndios, cortar as terras por conta, distribuir os lotes entre si, iniciar a produção e resistir aos despejos e aos ataques dos pistoleiros do latifúndio, fardados ou não. É a Revolução Agrária que avança em todo o país.
 
“Vamos voltar”, prometem camponeses despejados de um latifúndio em Cujubim
 
O pseudo-jornalista Lenilson Guedes fez mais uma matéria criminalizando a luta pela terra, divulgada na página da PM terrorista de Rondônia. Sob o título “Invasores de terra foram conduzidos a Delegacia pela PM. 'Vamos voltar', ameaçaram”, informa que no último dia 17 de novembro 31 camponeses, sendo 11 mulheres, foram encaminhados à delegacia porque tomaram a fazenda Paraíso, na linha MC-7, ramal Atalaia, no município de Cujubim (no norte de Rondônia, no Vale do Jamari).
 
A matéria nojenta, ainda tenta incriminar os camponeses dizendo que foram encontrados com eles “uma espingarda de pressão, quatro Bocas de Lobo, 11 foices, dois machados, uma enxada e um enxadão, que foram apreendidos”. 
 
Terroristas Confúcio Moura e Michel Temer aumentam repressão à luta pela terra
 
A gerência estadual de Confúcio Moura (PMDB) divulgou uma matéria em sua página na internet, no dia 24 de novembro onde afirma que um convênio com o Ministério da Justiça da gerência Temer (PMDB) liberará 16 milhões de reais para a “segurança pública”. Na verdade, este recurso será usado para aumentar a repressão ao povo de Rondônia, especialmente os camponeses em luta pela terra, já em níveis insuportáveis. A matéria anuncia ainda que o ministro da “Justiça” Alexandre de Moraes vai enviar a Força Nacional para reprimir na capital Porto Velho e liberar a PM para cumprir as liminares de despejo. 
 
A gerência estadual está numa encruzilhada. Seu amos latifundiários lhe cobram repressão sanguinária à luta pela terra que só cresce, dia após dia. Os camponeses elevam sua organização para lutar contra uma das maiores concentrações de terra do mundo e contra a repressão. Não nos esqueçamos que Rondônia é campeão nacional de assassinato de trabalhadores em luta pela terra, especialmente suas lideranças.
 
Confúcio Moura não quer que um banho de sangue manche sua carreira política. Mas como representantes do velho Estado serviçal do latifúndio, dos grandes burgueses e do imperialismo, os gerentes Temer e Confúcio e o cão-de-guarda do latifúndio, major Ênedy Dias, só tem a oferecer repressão e mais repressão.
 
Por outro lado, os camponeses, operários, professores, estudantes, trabalhadores em geral aumentam a luta democrática, combativa e organizada.
 
Contra a crise, tomar todas as terras do latifúndio!
Todo apoio aos trabalhadores em luta! Todo apoio à greve geral!
Todo apoio aos estudantes e às ocupações de escolas e universidades!
 
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

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