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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

MÉXICO: REVOLUCIONÁRIO LANÇA POEMAS EM HOMENAGEM AO DR. SERNAS

O movimento revolucionário Corrente do Povo - Sol Vermelho divulgou, em seu site, poemas escritos pelo poeta revolucionário Martín Martínez Rodríguez em homenagem à Ernesto Sernas García, advogado do povo sequestrado e desaparecido pelo velho Estado mexicano no dia 10 de março de 2018.



Seguem aqui a reprodução dos poemas em homenagem ao Dr. Sernas, em espanhol:

LITIGANTE

Al camarada Ernesto Sernas García, Doctor en Derecho, abogado defensor del pueblo. Ernesto Sernas es víctima de desaparición forzada desde el 10 de mayo de 2018.

¡Ven con nosotros / toma posesión de tus sueños! / regresa de la espera / aprieta nuestras manos (…) Nuestras manos crispadas de esperar tanto / ¡Ven a ocupar tu puesto! ADOLFO CELDRÁN

I.- HERMANO DE CAMINO HONRADO…

Nieblas fascistas enlutan los tiempos

aviones malditos patrullan los cielos

estruendos de guerra hielan sonrisas

se oyen sonidos de marchas sangrentas



 Y tú, ave fecunda, retas a la muerte no aceptas

quedarte pasmado no quieres el hueco

silente con estruendo incitas: ¡Camaradas al combate!



De recovecos terráqueos surge el ámbar fraterno

no hay duda ni temor ante el histórico reto

dos clases se tensan, dos armas se enfrentan:

el furor proletario contra el horrendo império



Tropas fascistas entonan arengas

el oleaje de los pueblos se alerta

tu presencia nos guía camarada litigante

tu voz es mando potente:

¡Proletarios, adelante!



Ejércitos mercenarios ciegan los sueños

horca y esclavitud quieren para los pueblos

pero tú ordenas litigante: ¡Comunistas al combate!



II.- DEL ORIGEN

Hijo del légamo, barro negro

profundo ahuehuete, águila negra

el venado te saluda hijo de Oaxaca

defensor de las masas



Tu viento en el istmo, tu amor en Cañada

siembras en la Costa, sublevas la Mixteca

los ríos te aman desde el Papaloapan



En el Sur de la Sierra, al Norte de los pedernales

vas dejando furor, igual en Valles Centrales



Te forjas en el odio, de la venganza creces

del pueblo eres celaje, tuyo el orgullo de la raza

cocijo te ofrenda el trueno de sus rayos

cozobi te ama como a su maíz tierno

abogado honesto, abogado Hermano



III.- SEMBRÁNDOTE EN EL CAMPO…

Joven jurista, caminabas limpio por el mundo

y viste a tu pueblo infestado de opresión

sentiste lo cabizbajo de sus ojos

lo nauseabundo que envejece el corazón



Te quedaste a nuestro lado con rectitud juarista

abogado como Ricardo Flores Magón

nos diste el axioma y la palabra

con tu verbo entendimos la Revolución



Hermano de torbellinos ¡Hierve el Agua camarada!

Tú en el corazón mixteco, mixe y zapoteco.

Bellos loros te cantan rimando tu nombre al sol:

¡Camarada Ernesto, ven a defender mazatecos

agita pechos nahuas, inflama el orgullo de chontales

                                                               y amuzgos!



Contra el amo el furor de tu roja bandera

poderosa es tu pluma de trazo bolchevique

¡Abogado que sueñas en levantar la patria!

Zéeda gúunda niiá lii Ernesto*.


MARTÍN MARTÍNEZ RODRÍGUEZ

* Vengo a cantar contigo Ernesto.



A postagem no site da Corrente do Povo - Sol Vermelho pode ser visualizada no seguinte endereço: http://solrojista.blogspot.com/2019/12/poema-al-camarada-sernas-garcia.html

ÍNDIA: PRISÕES EM OPERAÇÃO REPRESSIVA EM TELENGANA

Reproduzimos denúncia da Associação Revolucionária dos Escritores da Índia da prisão e perseguição de uma série de ativistas e intelectuais democráticos que está ocorrendo nos últimos dias na região de Telengana no estado de Andra Pradexe. A operação que tem sido levada a cabo tem servido para criminalizar a luta popular que avança na Índia, ao tentar acusar os ativistas de fazerem parte da guerra popular, dirigida pelo Partido Comunista da Índia. Estas operações na cidade surgem após o fracasso da Operação Caçada-Verde, uma declaração de guerra por parte do velho Estado indiano contra as massas mais profundas do campo na Índia, que agora tenta isolar o movimento revolucionário, coagindo e ameaçando as massas que lutam com prisões e perseguições, facilitadas pelo UAPA (Unlawful Activities Prevention Act, Ato de Prevenção de Atividades Ilegais). 

Nós do CEBRASPO, estendemos nossa solidariedade com os ativistas, intelectuais e entidades que tem sido perseguidas e repudiamos estas reacionárias operações contra as massas, realizadas sob a gerencia do fascista Modi. 

Abaixo, reproduzimos na íntegra nota divulgada pela Associação:

"Emergência Silenciosa em Telengana


Hoje (19/12) cedo, cerca de 30 policiais de Telengana invadiram as casas de Devendra e Swapna em Hyderabad sem qualquer mandado. Ambos são membros ativos da organização de mulheres 'Chaitanya Mahila Sangham'. Os membros do CMS alegaram que, quando não encontraram nada em suas casas, colocaram alguns documentos que trouxeram com eles e os levaram sob custódia. Isso tudo para forjar provas que eles têm vínculos com maoístas. Simultaneamente, Menchu ​​Sandeep, um ativista estudantil e membro do Telangana Vidyarthi Vedika (Movimento Estudantil de Telengana, em tradução livre) também foi preso. À tarde, Renuka, do CMS, também foi levado em custódia em Gadwal.
De fato, esta é uma rodada consecutiva de prisões depois que Shilpa, secretário de CMS, e Menchu ​​Ramesh, secretário de Telangana Praja Front (Frente do Povo de Telengana, em tradução livre), foram levados sob custódia de maneira semelhante ontem.
Em 12 de novembro, Anuradha e Ravi foram presos quando estavam prestes a participar de um encontro de imprensa sobre o veredicto de Ayodhya. No mês de outubro, pelo menos 8 membros de diferentes organizações foram presos após uma série de incursões em suas casas. Alguns foram literalmente sequestrados na rua. Todos foram acusados sob a UAPA (Unlawful Activities Prevention Act, Ato de Prevenção de Atividades Ilegais) e os pedidos de fiança foram rejeitados. Os nomes de mais de 40 ativistas e intelectuais estão incluídos em um caso de conspiração sob a UAPA. Incluindo escritores como N Venugopal e C Kasim. Todo mundo espera sua vez agora. Não sei como e quando eles são presos.
Uma emergência silenciosa está se desenrolando em Telangana e é uma maneira de enterrar todas as vozes democráticas. Solicitamos a todos os democratas que respondam e ajam imediatamente antes que tudo saia do controle.

Associação Revolucionária dos Escritores"

A informação foi divulgada no seguinte endereço do blog Dazibao Rojo: http://dazibaorojo08.blogspot.com/2019/12/india-silent-emenrgency-in-telangana.html

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

ABRAPO: NOTA DE REPÚDIO AO DESPEJO DE CAMPONESES EM MG

Reproduzimos em nosso blog importante nota de repúdio às decisões proferidas pelo juiz da Vara de Conflitos Agrários Walter Zwicker Esbaile Júnior, que tem determinado o despejo e o cumprimento de ações reintegrações de posse em terras ocupadas há anos por camponeses pobres em várias partes do Estado de Minas Gerais.                           


MG – Nota de Repúdio as Práticas nas Ações Possessórias

A Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta – ABRAPO, filiada a Associação Internacional dos Advogados do Povo (International Association of People’s Lawyers – IAPL), vem a publico repudiar as decisões proferidas pelo juiz da Vara de Conflitos Agrários Walter Zwicker Esbaille Júnior.

No decorrer do último ano, este Juiz tem determinado o cumprimento de reintegrações de posse em imóveis ocupados há mais de 20 (vinte) anos por camponeses pobres em diversas partes do Estado de Minas Gerais.

O que temos verificado é que as medidas de tentativa de solucionar conflitos têm sido deixadas de lado, mesmo que essas medidas sejam requeridas pela parte autora, como no caso em que acompanhamos da Fazenda Calindó, situada no município de Matias Cardoso. Ocupada há 22 anos por mais de 40 famílias, onde estas transformaram o então, latifúndio improdutivo e abandonado em área produtiva com trabalho duro e árduo, tiram dela o seu sustento e de seus familiares. Antes, fome, miséria e abandono nos últimos 22 anos se tornou produção, alimento e sustento! Cumprindo de fato o preceito constitucional da função social da propriedade. Estas e outras dezenas de famílias em situação semelhante, têm sofrido com as ameaças constantes de despejo e reintegrações, sob tutela da Vara Agrária do Estado de Minas Gerais.

O que a ABRAPO tem constatado é que não existe negociação, nem alternativa. Existem ameaças e tão logo, despejos a qualquer custo, pois, entende o Excelentíssimo juiz que “terra não foi feita pra ser dada a ninguém, mas comprada. E se não tem dinheiro pra comprar, tem que sair mesmo, que vá para a rua”, nas palavras do doutor juiz em audiência de conciliação no dia 06/11/19. Tal postura foi adotada pelo juiz na presença do proprietário do imóvel que tinha a intenção de negociar, do representante da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, da Defensoria Pública de Minas Gerais, do Ministério Público, dos representantes do executivo e legislativo da cidade de Matias Cardoso e do INCRA que ressalta-se, por anos prometeu adquirir a Fazenda Calindó para reforma agrária e não o fez, deixando as inúmeras famílias que lá residem à mercê do tempo.

Para a ABRAPO a luta pela Terra é um direito legítimo previsto na Constituição Federal e são os camponeses pobres que de fato dão a destinação social constitucional a propriedade quando ocupam e transformam área improdutiva em área produtiva.

Porém, verificado que a situação fica ainda mais grave, pois, além de não levar em consideração a destinação social da propriedade, já que as reintegrações de posse têm sido deferidas, sistematicamente, após décadas, ignorando que não se tratam de novas ocupações e sim de velhas ocupações que se transformaram em comunidades, gerando riqueza aos municípios, como no caso da Fazenda Calindó e com o respaldo do estado ao levar infraestrutura fornecida pelo Município, pelo Estado e o Governo Federal.

O interesse público, social e coletivo deve prevalecer nessas áreas, prevalecendo outras medidas jurídicas a serem adotadas diversamente da reintegração de posse, como por exemplo, a conversão da medida reintegratória em perdas e danos, nos termos do artigo 627 do CPC.

Há uma falência do programa de Reforma Agrária neste País e por décadas serviu como forma de enganar o povo pobre, pois na essência serviu apenas para manter as relações atrasadas no campo, através do latifúndio que em nosso País prevalece, aumentando ainda mais os conflitos no campo. Porém, tal fato não pode servir como argumento jurídico para o deferimento de liminar de reintegração de posse contra famílias que dão de fato destinação social e econômica aos latifúndios, antes improdutivos.

Repudiamos ainda, a forma com que as manifestações dos advogados de defesa dos camponeses, da Defensoria Pública e Ministério Público têm sido analisadas pelo juízo da Vara Agraria, pois diante de importantes manifestações contrárias as reintegrações de posse, têm tido tratadas pelo referido juízo como “mais do mesmo”.

A ABRAPO entende que o Poder Judiciário deve agir de modo a promover políticas públicas de acesso a terra e cumprir com os preceitos constitucionais quando não há superação das desigualdades sociais e prevalência dos direitos do Povo. “A pressão popular é própria do Estado Democrático de Direito e a ação de movimento popular visando a implantar a reforma agrária não deve ser concebida como crime, pois configura direito coletivo, expressão da cidadania e visa concretizar princípio constante da Constituição da República. E o Poder Judiciário não pode ver contornos criminosos na participação em movimentos que buscam o cumprimento de claros dispositivos constitucionais que o tempo vai relegando ao esquecimento, mas que se constituem no fundamento maior de uma reforma agrária que somente será concretizada pela pressão submetida ao Poder Público quando, como acontece, se aliena no cumprimento de normas impositivas outorgadas pela Constituinte de 88 que estabeleceu as regras de conveniência da República brasileira”. (Hélio Bicudo, Tribunal Internacional de Crimes Contra o Latifúndio – Pará).

Fica evidenciado que para o Juiz a vida de uma coletividade não passa de “mais do mesmo”. Agindo assim, despreza as medidas que visam à preservação de direitos e garantias fundamentais conferidas às pessoas atingidas por uma reintegração de posse. Não considera nem sequer a Resolução 10/2018 do Conselho Nacional de Direitos Humanos que contém normas específicas para o cumprimento dos mandados de reintegração de posse coletivos, medidas estas destinadas aos agentes e instituições do Estado.

Por fim, vale ressaltar o entendimento do STJ no sentido de que o cumprimento da ordem de reintegração de posse em situações análogas provocaria conflito social coletivo e danos muito mais graves que o prejuízo financeiro do particular que perdeu a posse. Na visão do STJ, é ilegítima a atuação do Poder Judiciário em favor de uma pessoa quando os efeitos danosos se abatem sobre dezenas de outras não restando alternativa senão respeitar a ocupação como corolário dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, através da realização da reforma agrária com vistas à erradicação da pobreza, da marginalização e das desigualdades sociais.

Para a ABRAPO, a questão agrária brasileira não será resolvida com reintegrações de posse e sim com distribuição de terras (democratização do acesso à terra previsto na Constituição) e ainda, as demarcações de terras indígenas e quilombolas.

Belo Horizonte/2019.

Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta – ABRAPO

International Association of People’s Lawyers – IAPL

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

AM: INDÍGENA TUIUCA É BARBARAMENTE ASSASSINADO

Reproduzimos grave denúncia de assassinato de liderança indígena no estado de Amazonas, no dia 2 de dezembro. Humberto Peixoto, de 37 anos, da etnia Tuiuca, do povo Utãpinopona, de São Gabriel da Cachoeira (AM), foi brutalmente espancado por um grupo de paramilitares e faleceu cinco dias depois em decorrência da agressão.

Humberto Peixoto Tuiuca é o quarto indígena morto na cidade de Manaus ao longo de 2019. Crédito da foto: Cáritas Arquiodicesana

O indígena foi torturado com pedaços de madeira no momento em que retornava para casa depois de uma reunião da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), por volta das 15h; a ação aconteceu atrás de uma feira no bairro Coroado, zona leste de Manaus. O ato covarde o deixou internado em estado gravíssimo, com afundamento do crânio, fêmur quebrado e perfuração na cabeça.

Além de ser membro da Copime, ele representava os povos indígenas como conselheiro suplente no Conselho Municipal de Manaus (CMS/MAO) e era catequista. Humberto trabalhou também como assessor da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN).

O assassinato de Humberto Peixoto é o quarto assassinato com o mesmo perfil a ocorrer em Manaus. Durante o ano de 2019 houve mais três assassinatos de indígenas com atuação destacada na luta, em Manaus. Em 27 de fevereiro, o cacique Francisco de Souza Pereira, de 53 anos, foi executado na residência onde morava, na rua Bahia da Comunidade Urucaia, Conjunto João Paulo, bairro Nova Cidade. No dia 13 de junho, o cacique William Machado Alencar, conhecido como “Onça Preta”, da etnia Mura, também foi executado, alvejado com oito tiros dentro do Cemitério dos Índios. 

Em 6 de agosto, um dos líderes da etnia Apurinã, Carlos Alberto de Souza ‘Mackpak’, de 44 anos, foi executado com mais de dez tiros efetuados por paramilitares encapuzados no conjunto Cidadão 12, no bairro Nova Cidade, zona norte da cidade.

Nós do CEBRASPO, estendemos nossa solidariedade com Humberto Peixoto e sua luta pelo direito sagrado a terra e a autodeterminação de seu povo.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

DENÚNCIA: CACIQUES GUAJAJARAS SÃO ASSASSINADOS A TIROS (MA)

Repercutimos grave denúncia de assassinato de dois caciques, durante ataque a tiros ao povo Guajajara no Maranhão. Foram mortos o cacique Firmino Praxete Guajajara, de 45 anos, da aldeia Silvino (TI Cana Brava) e o cacique Raimundo Belnício, 38 anos, da aldeia Descendência Severino (TI Lagoa Comprida). Os caciques foram alvejados com tiros de revolver, enquanto percorriam em motocicletas um trecho da rodovia BR-266, próximo à aldeia El Betel, na Terra Indígena Cana Brava, no município Jenipapo dos Vieiras no Maranhão.


Cacique Firmino Prexede Guajajara, de 45 anos, da aldeia Silvino, assinado no dia 07/12. Foto: Reprodução/Mídia Ninja


Ainda, conforme a denúncia, outros dois indígenas foram atingidos e escaparam com vida: Neucy Cabral Vieira, da aldeia Nova Vitoriano, que foi ferido na perna e Nico Alfredo, da aldeia Mussun, da TI Cana Brava, que foi atingido na região do glúteo, e submetido a uma laparotomia exploratória e à correção de lesões na bexiga e intestino (encontra-se em estado grave). Segundo as testemunhas, os atiradores estavam dentro de um veículo branco quando começaram a disparar contra os indígenas.

A ação, conforme afirmado pelo coordenador da Funai do Maranhão, tinha todos os indícios de uma "ação planejada". 

No mês de novembro deste ano, outra liderança dos guajajara foi assassinada: o guardião Paulo Paulino Guajajara, morto com um tiro no rosto em uma emboscada promovida por madeireiros.

Nós, do CEBRASPO, nos solidarizamos com a luta indígena na região das aldeias Silvino e Descendência Severino, e demais aldeias da região maranhense, que estão sob constante ataques e ameaças de madeireiros. 

A informação pode ser visualizada na íntegra nos seguintes endereços: 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

ALEMANHA E ÁUSTRIA: SOLIDARIEDADE COM PRESOS POLÍTICOS TURCOS DA BANDA GRUP YORUM

Segundo o portal de notícias Dem Volke Dienen, no dia 24 de novembro, um concerto com membros da banda Grup Yorum e artistas simpatizantes havia sido agendado em Colônia (Alemanha), onde a polícia invadiu e tentou impedir a realização acusando o concerto de ser, na verdade, apenas "um evento político", como se isso constituísse crime. Os participantes então realizaram uma manifestação espontânea com cerca de 100 pessoas, onde puderam denunciar todo o processo de criminalização do Grup Yorum através da música, discursos e cartazes.



No dia 1º de dezembro, realizou-se uma manifestação no centro de Bremen, Alemanha, exigindo a liberdade e justiça para a banda de música revolucionária turca, para Mustafa Koçak (prisioneiro político que está há meses em greve de fome) e para advogados do povo turcos presos injustamente. A exigência foi exposta durante a Longa Marcha pela Justiça, organizadas pelos revolucionários, na qual foram realizadas ações em mais de 15 cidades diferentes na Alemanha, contando também com revolucionários turcos.


Em discurso, o Coletivo Vermelho de Bremen afirmou que “os nossos companheiros do Grup Yorum foram atacados com uma forte repressão” por serem “uma ameaça ao velho Estado reacionário turco”. Os ativistas alemães denunciam ainda que os integrantes da banda de música estão em regime de isolamento.



No dia 2 de dezembro, cerca de 85 pessoas se reuniram carregando tochas para se unir à uma manifestação com discursos e palavras de ordem, que foram acompanhadas por música ao vivo por membros do Grup Yorum. Cartazes e fotos descrevendo os presos políticos foram empunhados pelos manifestantes, que exigiam liberdade imediata para os presos. Foi realizada também uma saudação para o recém libertado ativista da Confederação Anatoliana da Áustria, Hatima Azak, que passou meses encarcerado na Alemanha, após ter sua prisão decretada pelo velho estado turco.

As informações podem também ser visualizada, na íntegra, no seguinte endereço: http://www.demvolkedienen.org/index.php/en/europa/3795-actions-in-solidarity-with-grup-yorum-in-vienna-cologne-and-bremen

FRANÇA: CAMARADA THÉO EL GHOZZI CONQUISTA LIBERDADE

Repercutimos importante vitória do movimento popular e revolucionário internacional, anunciada via redes sociais pela organização de juventude Jeunes Révolutionnaires (Jovens Revolucionários), que foi a libertação do camarada Théo El Ghozzi.


Camarada Théo foi um preso político do Estado francês, encarcerado desde 22 de julho deste ano, por protestar contra leis trabalhistas reacionárias como parte do Movimento dos Coletes Amarelos. Ele passou a maior parte do tempo lutando pelos direitos dos prisioneiros políticos na França e no mundo, realizando greves de fome e documentando uma série de violações dos seus direitos através de cartas que escrevia no cárcere.

Sua liberdade foi fruto de uma intensa campanha internacional promovida por movimentos progressistas, democráticos e revolucionários, dos quais o CEBRASPO juntamente com outras organizações e militantes brasileiros fizeram parte ativamente. 

Lutar não é crime!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

BOLETIM INFORMATIVO CEBRASPO - EDIÇÃO Nº 19

BOLETIM CEBRASPO: SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL E A LUTA DOS POVOS NO BRASIL E NO MUNDO. EM DEFESA DA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS DEMOCRATAS E REVOLUCIONÁRIOS

CEBRASPO - Defender o direito do povo lutar pelos seus direitos!

Edição nº 19 - Novembro, 2019

Companheiras e companheiros,

Estamos enviando nosso boletim informativo com uma relação de notícias dos acontecimentos dos povos em luta no Brasil e no mundo.





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Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão​ anuncia revogação da prisão dos 4 presos políticos do governo Flávio Dino (PCdoB/MA)​ que são os camponeses Joel Roque, Emilde Cardoso, Edilson Diniz e Jose Laudivino​. A conquista é fruto de um importante campanha nacional ​pela libertação dos presos políticos que se deu ao longo do mês de outubro em diversas regiões do país e contou com apoio e direção de diversas entidades democráticas, progessistas e revolucionárias, como a Abrapo (Associação Brasileira dos dvogados do Povo) com o apoio do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO) e de diversas entidades classistas, combativas, democráticas e revolucionárias como a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), o Movimento Estudantil Popular revolucionário, a Liga  perária, o Movimento Feminino Popular e outros.   
A nota pode ser visualizada na íntegra no seguinte endereço em rede social dos Fóruns: https://www.facebook.com/FeRCidadaniaMA/photos/a.202006856954022/735637080257661

INTERNACIONAL:


Iniciados no dia 12 de novembro, os ataques aéreos do Estado colonialista de Israel já mataram pelo menos 34 palestinos e deixaram feridos mais de 100 na Faixa de Gaza, em uma das ondas de agressões mais violentas desde o impulso da guerra de dominação nacional em 2014.​ ​A ofensiva teve início com um bombardeio que executou Bahaa Abu al-Ata, um dos principais comandantes do grupo Jihad Islâmica, um dos grupos que compõe a Resistência Nacional da Palestina, além do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que administra a região costeira.


O governo da autoproclamada “presidente” da Bolívia, Jeanine Áñez, decretou isenção penal para todos os militares que estão promovendo massacres nas ruas de La Paz e Cochabamba. Os militares, envolvidos em “operações de garantia da lei e da ordem”, estão combatendo com assassinatos e espancamentos os protestos contra o golpe de Estado militar.

Dois apoiadores do jornal revolucionário turco Yeni Demokrasi (Nova Democracia) tiveram suas casas invadidas em 19 de novembro, às 3h da manhã, em uma operação policial em Istambul, capital da Turquia. As acusações formais sobre a sua detenção não foram divulgadas ainda, mas a motivação foi de caráter político.​ İbrahim Hakkı Eren e Mert Soydan, além de apoiadores do jornal popular turco, faziam parte da Juventude Democrática e foram levados à Direção de Segurança. Foi declarado que o período de detenção dos leitores seria de quatro dias e os registros foram todos feitos em confidencialidade. 


Desde 1º de outubro, o heróico povo iraquiano tem se rebelado contra o sistema e exploração, o governo fantoche do imperialismo ianque, as eleições farsantes e a pilhagem de seus recursos naturais. Eles exigem demandas básicas como saúde, educação e empregos de qualidade para o povo, e denunciam o fato de ser um dos países mais rico em petróleo no mundo, mas ser uma nação miserável economicamente e ter, por exemplo, constante falta de energia.​ ​Contra o grande levantamento de massas, o velho Estado iraquiano, dominado completamente pelo imperialismo ianque após a invasão em 2003, tem despendido uma brutal repressão que tem sido heroicamente combatida pelo povo iraquiano, mas que já tirou a vida de 300 pessoas.

Uma fotógrafa dos protestos foi encontrada morta em sua casa e outra jovem foi vista sendo detida e está desaparecida. Instituto de direitos humanos do país já recebeu 79 denúncias de abuso sexual cometidos por soldados​. ​Na tarde do dia 21 de novembro, a fotojornalista chilena Albertina Martínez Burgos foi encontrada morta em seu apartamento. Seu corpo havia sido ferido com arma branca, e havia indícios de golpes.

O Ministério Público de Adana, cidade no sul da Turquia, ordenou a prisão de 46 pessoas que, por meio das redes sociais, criticaram a invasão turca ao nordeste da Síria sob a justificativa de combater as milícias curdas presentes na região. As notícias foram veiculadas pela Agência Anadolu.​ ​Apenas por isto, as pessoas foram presas sob acusações de “propaganda terrorista”, por “provocar ódio sobre a nação turca” e “humilhar as instituições e órgãos de Estado”.​ ​Desde que a Turquia iniciou sua ofensiva contra os curdos no nordeste da Síria, no dia 9 de outubro, após a retirada das tropas ianques, centenas de pessoas já foram presas apenas por serem contra a invasão. Somente na primeira ofensiva turca, o governo de Erdogan prendeu 121 pessoas e cerca de 800 contas de mídia social foram investigadas.

No dia 25 de novembro, manifestantes invadiram, saquearam e incendiaram instalações da “Organização das Nações Unidas” (ONU) na cidade de Beni, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC) ocupado por tropas estrangeiras. A ação espontânea ocorreu mesmo sob tiros dos policiais congoleses que tentavam dispersar o protesto. Indignado com a falha em conter um grupo armado que havia matado oito civis no dia anterior em resposta a ações do Exército congolês, o povo também incendiou o gabinete da prefeitura da cidade.  

NACIONAL

Desde o início do mês de outubro famílias camponesas da área Bacuri, linha C-105 no município de Rio Crespo, vem sofrendo com ameaças e ataques de pistoleiros.​ ​Essas são terras públicas griladas pelos latifundiários conhecidos como Dagmar, Paulo França e Genaro. Desde 2010 os camponeses ocuparam e lutam pela posse dessas terras.​ ​Segundo os camponeses bandos armados organizados pelo latifundiário Paulo França agem impunemente com guaxebas de várias regiões de Rondônia e também contam com participação na pistolagem de policiais de Cujubim, Ariquemes e Ji-Paraná.​ ​Os pistoleiros atearam fogo em pastos, barracos, ameaçaram e atacaram a tiros camponeses que se recusaram a sair da área.
Os moradores da Barreira do Vasco, na zona norte do Rio de Janeiro, protestaram no dia 9 e 11 de novembro contra a execução, promovida pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), do trabalhador Francisco Laércio Paula, de 26 anos. Ele foi morto por um policial, identificado pelos moradores como "Pablo", às 6h30 da manhã do dia 9, quando voltava do trabalho com um copo de café e um presente para a esposa nas mãos.

No dia 8 de novembro, o 2º tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgou três dos quatro policiais envolvidos na Chacina de Costa Barros. O crime ocorreu na noite de 28 de novembro de 2015, quando Roberto Silva de Souza, de 16 anos, recém contratado por um supermercado, comemorava seu primeiro salário com seus amigos, Wilton Esteves Domingos Júnior, Carlos Eduardo Silva de Souza, Wesley Castro Rodrigues e Cleiton Corrêa de Souza, todos jovens entre 16 e 25 anos. Os 5 jovens foram fuzilados no carro em que estavam com 111 tiros disparados pela polícia. Além de responder pelos assassinatos, os policiais também foram acusados de fraude processual e tentativa de homicídio de outros dois jovens, Wilkerson e Lourival, que acompanhavam os amigos em uma moto. Um dos policiais será julgado em um júri separado. Ao fim do júri, dois policiais foram condenados a 52 anos de prisão e um deles foi absolvido de todas as acusações e posto em liberdade, mesmo com laudo da Polícia Civil atestando que eram de sua arma projéteis encontrados no carro das vítimas.

​Repercutimos denúncia de ameaça de despejo recebida por camponeses da área Canaã, localizada entre os municípios de Jaru e Ariquemes, em Rondônia, no dia 21 de novembro. A notificação da decisão judicial permite ao velho estado realizar o despejo por meios violentos, como de praxe. Segundo ​a denúncia, a juíza Fabíola Cristina Inocêncio, em benefício do latifúndio, permitiu que a Polícia Militar reprima violentamente os camponeses que vivem e trabalham na terra. O advogado dos latifundiários, Lindolfo Cardoso Lopes Junior, diz que o despejo poderá ocorrer ainda esse ano.

Durante a realização de um evento em alusão ao “novembro negro”, mês que se relembra a histórica luta pelos direitos do povo preto em nosso país, policiais militares agrediram e prenderam artistas e participantes de evento que foi realizado, no dia 24 de novembro, em Petrolina, estado de Pernambuco.​ ​Segundo os participantes, por volta das 20h, oito viaturas do 2° Batalhão Integralizado Especializado (Biesp) chegaram ao local do evento, no espaço Céu da Águas, no bairro Rio Corrente. Os policiais abordaram, de forma truculenta, um homem que, segundo eles, era suspeito de portar uma arma, porém durante a revista nada foi encontrado com o rapaz. 


Em pronunciamento no dia 25 de novembro, o fascista Jair Bolsonaro afirmou que visa a criação de uma “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) para reprimir o movimento camponês e restabelecer os latifúndios que tiveram suas terras retomadas (“reintegração de posse”).​ ​A proposta consiste em que o chefe do Executivo autorize as Forças Armadas a reprimir as tomadas de terra de maneira imediata após a decisão judicial. Em resumo, permite o uso das Forças Armadas como força regular de repressão aos camponeses. Hoje, a solicitação é feita pelo governo estadual e, posteriormente, é necessária a assinatura do presidente. “Tem de ser algo urgente. E você dando uma resposta urgente, você inibe os demais que porventura queiram aquilo. E olha só, eu tô falando, tudo passa pelo parlamento”, afirmou.

Reproduzimos denúncia da Comissão Pastoral da Terra - (CPT-BA) sobre o despejo violento de 700 famílias de camponeses dos acampamentos Abril Vermelho, no Projeto Salitre, em Juazeiro, Irmã Dorothy e Iranir de Souza, no Projeto Nilo Coelho, em Casa Nova (BA). Os despejos violentos realizados pela Polícia Federal, que tiveram início na madrugada do dia 25 de novembro, cumprem mandados de reintegração de posse em favor da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Em Juazeiro, os camponeses ocupavam a área desde 2012, onde as famílias viviam e trabalhavam, com uma produção que sustentava cerca de 2 mil pessoas.

Policiais militares agrediram com um soco no olho a estudante Camila Roque, no último dia 9 de novembro, no centro de Petrolina, em Pernambuco. Segundo a jovem, a agressão ocorreu após os policiais revistarem sua mochila e encontrarem o que, segundo eles, era um livro de “teoria marxista”. Em seguida, a jovem ainda foi chamada de “terrorista” pelos policiais, que disseram que “Bolsonaro ia acabar com tudo isso”.

Repudiamos a decisão da Turma Recursal do Tribunal de Justiça de Rondônia, que manteve a condenação do advogado Ermógenes J.S, advogado da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia por suposta incitação ao crime.​ ​Ermógenes foi condenado a 4 meses de prisão, no regime aberto, ou prestação de serviços comunitários e multa de R$ 5 mil ao Fundo Penitenciário Nacional. Segundo a condenação, numa tentativa de criminalizar a advocacia popular, o Dr. Ermógenes teria incitado camponeses do acampamento Monte Verde a invadir a fazenda Padre Cícero), localizada a 35 quilômetros de Monte Negro. 

No dia 27 de novembro, um manifestante foi alvejado pela Polícia Militar (PM) com tiro de bala de borracha, em Igarapé-Miri, no nordeste do Pará. Cleonildo da Conceição Cardoso, de 21 anos, foi atingido na região do abdômen. A agressão aconteceu quando a PM disparou contra manifestantes que interditaram um trecho da rodovia PA-151. O protesto era contra o latifúndio pecuário, Minerva Foods, que despeja urina e fezes provenientes do confinamento de gado para exportação nos rios da região.