PR: Familiares de vítimas organizam ato pelo fim da violência policial.
Familiares de vitimados pela Polícia organizam manifestações mensais em Curitiba pelo fim da violência policial. Entre as reivindicações principais estão a desmilitarização da Polícia, a obrigatoriedade de câmeras em uniformes e viaturas e o fim da fé pública para policiais.
Os manifestantes se organizam na esquina da rua XV de Novembro com a Monsenhor Celso aos segundos sábados de todo mês (excepcionalmente aos terceiros sábados). Neste dia 20/07, estenderam murais com os rostos e nomes das vítimas, além de um banner que expõe a série de irregularidades, omissões e abusos cometidos pelo Estado e pela Polícia. O número de mortes em confronto com a Polícia Militar no Paraná é de 1941 casos entre 2019 e 2023, sendo que, de 2019 a 2022 (gestão do governador bolsonarista Ratinho Júnior) as mortes só aumentam. O Paraná é o 7° estado com mais assassinatos cometidos pela Polícia (4,2 a cada 100 mil habitantes).
Os manifestantes denunciam o aparelhamento do Estado pela Polícia Militar. Os soldados saídos do serviço de rua passam a integrar cargos administrativos de alta hierarquia no Sistema Penal, na Polícia Científica ou mesmo no Palácio do Governo. Assim, denuncia uma liderança, há um “regulamento implícito” para ocultar as marcas da violência. É comum que processos a respeito de violência policial sejam delegados da Polícia Civil para a PM, que leva a Tribunal Militar, o qual segura o caso por muito tempo até declarar que casos que envolvem mortes não lhe competem. O caso, então, vai para o Tribunal Civil, mas nesse ponto o clamor popular tende a esfriar, sem contar as inúmeras ameaças que os familiares sofrem pela Polícia para desistirem dos processos. Manifestantes relatam casos de ex-ativistas cujas casas foram cercadas por viaturas que passavam devagar, exibindo fuzis e pistolas, e de familiares que, na última hora, desistiram dos processos sem maiores explicações.
Durante a manifestação, houve ronda ostensiva tanto da Guarda Municipal quanto da Polícia Militar. Três viaturas e duas motocicletas rondaram o local. As lideranças afirmam que isso acontece todas as vezes e os policiais já chegaram a estacionar duas viaturas de modo a cercar a manifestação.
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