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sexta-feira, 26 de julho de 2024

 

AM: Moradores de comunidade indígena resistem à decisão judicial injustificável de reintegração de posse.


Moradores da comunidade Raízes da Amazônia relatam ameaças de policiais militares em favor de um mandado de reintegração de posse injustificado.

Fonte: Jornal A Nova Democracia. 


A comunidade Raízes da Amazônia, situada no bairro Tarumã, zona oeste de Manaus, recebeu notificação no dia 19 de julho sobre um mandado de reintegração de posse emitido pelo juiz Mateus Guedes Dias, a pedido de José Ferreira Mota Filho.

Os indígenas que ali vivem são provenientes de diversas etnias, especialmente Muras, Caixanas e Cocamas. Eles já manifestam sua intenção de resistir ao despejo injustificável.

Na manhã do dia 19, agentes da polícia militar do Amazonas (PM-AM) compareceram à comunidade e entregaram o documento, exigindo que uma moradora o assinasse. Segundo Luiz Alberto Kaixana, um outro morador, os agentes reacionários não buscaram permissão para dialogar com uma liderança indígena.

A moradora em questão, conhecida como Keren, explica a situação: “Eles falaram que a gente entrou como morador e, se a gente não assinasse, dariam voz de prisão”, relatou Karen ao Radar Amazônico.

Conforme explicado por Luiz Alberto Kaixana, os habitantes da comunidade Nações Indígenas ocuparam a área que estava previamente abandonada, há aproximadamente quatro anos. Atualmente, mais de três mil indígenas estão estabelecidos no local, distribuídos em 150 famílias.

A liderança indígena apresentou documentos que comprovam a identidade indígena dos moradores, fato esse que fora contestado pelos agentes do velho Estado. “Temos documentos comprovando que os moradores são indígenas. Temos família, casa, fornecimento de água e energia e comprovante de residência”, declarou Kaixana.

“A comunidade passa por uma situação tão complicada, e os poderosos ainda querem tirar o pouco que esses moradores têm, que é uma simples moradia”, denunciou o líder indígena Arnaldo Macedo, que prosseguiu nas denúncias: “Querem apenas um espaço para viver, manter suas crianças dentro da comunidade. Viemos atrás de melhorias para os filhos, saúde e educação. Em vez de serem abraçados pelo governo, são chamados de marginais e invasores.”.

Por todo o país, indígenas têm se organizado para resistir aos ataques contra seu direito ao território.



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