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quarta-feira, 15 de maio de 2024

 

Editorial – Urge mobilizar as massas em Comitês de Solidariedade Popular no RS


Fonte: Jornal A Nova Democracia. 

Às massas populares, no Rio Grande do Sul, urge organizar imediatamente, por comitês nos bairros, vilas e unidades de estudo e trabalho, comitês de solidariedade para a ajuda mútua e para a reconstrução.

É gravíssima e inédita a situação de destruição total que impera no Sul do País, muito especialmente, no estado do Rio Grande do Sul. As informações dão conta de um cenário de guerra. Foram 417 municípios afetados, três vezes mais municípios afetados se comparada a última grande catástrofe, em setembro de 2023. Mais de 67,4 mil pessoas estão em abrigos, 163,7 mil desalojados, mais de 1,4 milhão de afetados, 374 feridos, 130 desaparecidos e 100 pessoas mortas oficialmente, segundo os registros da Defesa Civil de RS, dados de 8 de maio. São 418,2 mil pontos sem energia elétrica no estado, 1,06 milhão de unidades consumidoras sem água e dezenas de municípios sem telefone e sem internet. A infraestrutura essencial foi destruída ou seriamente prejudicada: são 187 pontos de bloqueio em rodovias estaduais ou federais, 142 desses bloqueios são totais, sem tráfego nenhum, assim como o Aeroporto internacional de Porto Alegre. A produção local está destruída. Mais de 12 barragens estão sob forte pressão, 5 delas em nível de Atenção e 5 em nível de Alerta, colocando os trabalhadores da região sob terror permanente. Mais de 10 municípios inteiros foram evacuados pelo rompimento parcial da Usina 14 de Julho, em Bento Gonçalves. Mais de 110 hospitais atingidos, 75 deles agora com atendimento parcial e 17 completamente inutilizados. Mais de 400 escolas estão danificadas e 77 servindo de abrigo. Esses são dados frios, que embora estarrecedores, não dão conta do nível de devastação e misérias causadas para as massas populares.

A dura verdade é que este cenário não é acidental e nem fruto de uma catástrofe imprevista e incontornável. O argumento central do governo do estado do RS é que choveu em poucos dias, o esperado para 3 meses. O governador, decerto, pensa que lida com estúpidos: enquanto tenta enganar tolos, a realidade é que seu governo fez cortes no orçamento da Defesa Civil e Gestão de Projetos e Resposta a Desastres Naturais, cuja quantia era de R$ 6,4 milhões em 2022 – já pouco – e passou a R$ 5 milhões em 2023. As enchentes que causaram graves prejuízos ao estado em setembro de 2023 não foi suficiente para que o ilustre governador decidisse reforçar as medidas preventivas. Ao contrário, Leite seguiu dando rédeas soltas, apoiando a aprovação de Projetos de Leis sobre a instalação de grandes empreendimentos imobiliários em zonas ecologicamente sensíveis e mantendo, por exemplo, a política de Zoneamento Ecológico-Econômico, que trata de limitar e regularizar esses empreendimentos, engavetada.

O governador Eduardo Leite é inteiramente responsável, por negligência, pela desgraça que cai sobre as massas populares no Rio Grande do Sul! É crime premeditado!

Mas a lista de responsáveis não cessa. Em 10 anos – 2013 a 2023 – o orçamento federal para prevenir desastres foi incinerado: passou de R$ 9,4 bilhões para R$ 1,2 bilhão! E nota-se: aqui, registram-se todos os matizes da política oficial, desde a falsa esquerda no governo Dilma, à direita tradicional de Michel Temer, Bolsonaro e, de novo, a falsa esquerda. Todos eles, por sua vez, se defendem: “não há dinheiro, não há verba!”. Não têm desculpas, covardes: mesmo sem tocar em grandes mudanças, bastaria recolher impostos das exportações do agronegócio – que pagou, em 2019, apenas R$ 16,3 mil (!!!) em impostos por exportação – e haverá dinheiro para prevenir os desastres tão previsíveis. O problema é a prioridade: em todos os projetos, a prioridade não são as massas trabalhadoras, mas os compromissos de palacetes.

Às massas populares, no Rio Grande do Sul, urge organizar imediatamente, por comitês nos bairros, vilas e unidades de estudo e trabalho, comitês de solidariedade para a ajuda mútua e para a reconstrução. É questão imediata que esses comitês se mobilizem e exija dos governos, em todos os níveis, o imediato fornecimento dos instrumentos necessários à sobrevivência, como meios de transportes aquáticos para realizar os resgates, fornecer cestas básicas, abrir os leitos dos hospitais militares e fornecer as rações das tropas para as massas populares. Enfim, é urgentíssimo que tais comitês mobilizem as massas que perderam tudo para a reconstrução do estado, desmascarando a demagogia podre e vadia dos governos de turno, responsáveis pela desgraça do povo.

Mobilizar as massas nas regiões afetadas em Comitês de Solidariedade Popular!

segunda-feira, 13 de maio de 2024

 

Dirigente da Frente Nacional de Luta sofre atentado com arma de fogo em Minas Gerais.

Fonte: Resistência Camponesa. 



O integrante da Direção Nacional da Frente Nacional de Luta – Campo e Cidade (FNL), Geraldo Pires de Oliveira, de 52 anos, foi alvo de um ataque a tiros no município de Pirapora, em Minas Gerais. O homem foi atingido na mão enquanto pilotava uma moto e se encontra hospitalizado. Geraldinho, como é conhecido, é uma destacada liderança da luta pela terra na região e já havia sofrido ameaças e sequestros por parte de pistoleiros e policiais anteriormente.

A emboscada ocorreu após Geraldo sair do Acampamento da Fazenda Prata, um dos palcos de ocupação da FNL no estado mineiro.

Em pronunciamento, a FNL afirmou que “reafirma seu compromisso de continuar a luta pela terra” e que “este atentado é mais um dos tantos praticados pelas milícias armadas dos latifundiários contra as lideranças dos trabalhadores sem-terra, pastorais, sindicalistas”.

Repressão constante

O Acampamento da Fazenda Prata é um dos palcos de ocupação da FNL no estado mineiro. Antes de ser ocupada pelos camponeses, a fazenda era improdutiva. As terras foram hipotecadas há mais de 20 anos por um acúmulo de dívidas não pagas, e atualmente pertencem ao Estado.

Isso não impede as ameaças e perseguições aos camponeses e dirigentes que ocupam as terras. Em junho de 2023, Geraldo foi sequestrado por policiais militares e acusado de ser o líder das ocupações de terra na região. A FNL denunciou o caso como parte das atuações pró-latifúndio dos PMs em conluio com a pistolagem.

“Todos têm conhecimento que as fazendas da região trabalham com milícias armadas, ou seja, policiais militares que fazem os chamados “bicos”, quando em suas folgas, vão trabalhar […] para os latifundiários”, disse a declaração.

Sai ano, entra ano, prossegue a repressão

O atentado cometido logo nos primeiros dias de 2024 segue na esteira de outros graves ataques à massas, ativistas e dirigentes da luta pela terra no ano passado, expressão do próprio recrudescimento da luta pela terra no País.

O primeiro mês de 2023 também ficou marcado por atentados desse tipo, que ceifaram a vida de três camponeses somente em janeiro. Foram eles Patrick Gasparini, Raniel Laurindo e Rodrigo Hawerroth.

A tendência não se alterou ao longo do ano, com novos assassinatos, torturas, invasões e intimidações contra camponeses, indígenas, quilombolas e demais massas em luta pela terra no país. Com a elevação desses conflitos, organizações como a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) emitiram um comunicado que convocavam os camponeses a formarem grupos de autodefesa armados para resistirem às investidas dos pistoleiros.

Os camponeses também demonstraram firme determinação em manter a luta pela terra na forma de novas ocupações e defesa das terras já tomadas. De fevereiro a dezembro, tomadas de terras ou importantes mobilizações de defesa dos territórios ocupados ocorreram de Norte a Sul do País, em um movimento que deve continuar a alastrar nos próximos meses.

 

Governo e universidades brasileiros mantém relações com universidades israelenses ligadas ao sionismo e Exército de Israel.


Fonte: Jornal A Nova Democracia. 

Somente o governo e duas universidades tem 15 acordos ativos. Acordos e convênios são mantidos com universidades israelenses com vínculos históricos com sionismo e Exército sionista.


O governo federal brasileiro, a Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) possuem 15 convênios e acordos científicos com universidades israelenses, revelou uma apuração de AND e um levantamento feito Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) do Brasil a pedido do mesmo jornal. O levantamento revelou que o Brasil mantém 7 acordos científicos com Israel, enquanto a apuração feita diretamente pelo AND no departamento internacional online das duas universidades mostrou que a USP possui 7 convênios e acordos com universidades israelenses, enquanto a UFMG possui três. 

Algumas das universidades conveniadas possuem laços históricos e profundos com o Exército de Israel e o movimento sionista. Os acordos foram mantidos em vigência apesar do genocídio realizado por Israel contra o povo palestino desde o dia 7 de outubro, responsável pelo assassinato de mais de 34 mil palestinos.

A manutenção dos laços ignora, além dos números do genocídio, o chamado de intelectuais palestinos que denunciam o efeito da guerra sobre escolas e universidades, afirmam que as universidades israelenses são responsáveis pela matança e que elas deveriam ser isoladas internacionalmente. 

A reportagem solicitou o posicionamento dos reitores das universidades e da ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB) sobre a vigência, mas não obteve respostas, apesar do envio de relatórios dos acordos pelo MCTI e USP. 

Os acordos 

Dos acordos mantidos diretamente pelo governo federal, cinco são de “Cooperação Científica e Tecnológica”, um de “Cooperação Técnica” e um de “Energia Nuclear”. Os primeiros desses contratos podem ser rastreados até a década de 1960, quando o “Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Governo dos Estados Unidos do Brasil e o Governo de Israel” foi firmado em 1962.

Os termos do acordo, ainda em vigência, prevêem desde o intercâmbio de técnicos e cientistas até a organização de seminários e programas de treinamento, “o estudo conjunto de projetos experimentais, de qualquer natureza, e sua realização conjunta ou com a eventual participação de terceiro país ou entidade internacional, nos têrmos e condições que forem ajustados” e “quaisquer outras atividades de cooperação técnica e científica a serem acordadas entre os dois Governos”. 

Três novos acordos foram firmados em 1963, 1966 e 1973. Daí, houve um hiato até que outros documentos foram assinados em 2007 e 2009. Um outro acordo, celebrado em 2019, está em fase de promulgação no Ministério das Relações Exteriores. Ele acorda, em termos bem amplos, o objetivo de “desenvolver, facilitar e maximizar a cooperação entre instituições científicas e tecnológicas de ambos os países com base nas prioridades nacionais no campo de C&T e nos princípios de igualdade, reciprocidade e benefício mútuo, e de acordo com as leis nacionais”.

A colaboração pode ir desde a pesquisa científica e tecnológica básica e aplicada até a troca de recursos científicos, com implementação de iniciativas como projetos, oficinas e treinamentos conjuntos. Dentre os termos está também a maior facilidade para entrada de pessoas, materiais, dados e equipamentos usados nesses projetos conjuntos.

No âmbito das universidades, a Universidade de São Paulo, tida como uma das maiores universidades do País, possui dois acordos de cooperação e quatro convênios acadêmicos vigentes com universidades e institutos israelenses. São eles a Hebrew University of Jerusalem (HUJI), a Ariel University, a University of Haifa, a Jerusalem School of Business Administration (ligada à HUJI) e o Consulado Geral de Israel em SP. Já a Universidade Federal de Minas Gerais possui dois acordos de cooperação e um convênio de intercâmbio com as Hebrew University of Jerusalem e a United Hatzalah of Israel