PAREM COM AS CHACINAS NAS FAVELAS DO RIO E DO BRASIL!
No dia 21 de julho as polícias Civil e Militar de Cláudio Castro realizaram mais uma operação de guerra no Complexo do Alemão. Contando com um efetivo de 400 policiais, desataram nova chacina assassinando ao menos 18 pessoas, espalhando terror desde antes do amanhecer e deixando rastros de sangue pelas ruas e becos. Como se não bastasse a dura realidade a qual estamos submetidos, com mais de 18 milhões de famílias na extrema pobreza, 33 milhões de brasileiros passando fome, sendo 2,8 milhões do estado do Rio de Janeiro, 40 milhões trabalhando na informalidade, 10 milhões em busca de emprego e 5 milhões de desalentados, ainda nos impõem o extermínio.
Em menos de um ano foram dezenas de operações de alta letalidade, Jacarezinho (28 mortes) e Vila Cruzeiro (25 mortes) são alguns exemplos da barbárie cometida pelo Estado diariamente, julgam-se no direito de invadir casas, humilhar e matar. Essa realidade não é exclusiva do Rio de Janeiro, não são “fatos isolados”, tampouco resultado da “falta de planejamento”, como argumentam alguns. O plano é justamente esse: sob a falsa alegação de estar combatendo o “tráfico de drogas” perpetuar o genocídio e encarceramento da população pobre e negra como única forma de gestão da pobreza.A
Assim como os governos anteriores, Bolsonaro e generais, os mesmos que compram 700 toneladas de picanha, cerveja e uísque com nosso dinheiro em meio à fome, dão “carta branca” para matar, isso quando não intervém diretamente nos massacres com a Força Nacional de Segurança, Polícias Federal e Rodoviária Federal e Forças Armadas, tudo com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) que, por um lado, impõe restrições às incursões policiais durante a pandemia de Covid-19 e, por outro, faz “vista grossa” para as violações cometidas nas favelas e periferias. Por tudo isso manifestamos nosso repúdio à política de morte, exigimos vida digna para o povo do campo e da cidade, emprego, salários, moradia, saúde, educação e o fim imediato das chacinas no Rio de Janeiro e de todo o Brasil!
Assinam a nota:
COMPLEXO DO ALEMÃO
Amigo do Complexo do Alemão
Centro Cultural Nilton Gomes Pereira
Coletivo Papo Reto
Comitê de Mobilização do C. E. Jornalista Tim Lopes
Mulheres em Ação no Alemão Educap
Escola Quilombista Dandara de Palmares
Instituto Raízes em Movimento
Instituto Brasileiro de Lésbicas Resgatando Inocências
Classe-D Ateliê de Ideias
Centro Cultural Oca dos Curumins Voz das Comunidades
Centro de Integração na Serra da Misericórdia CEM
Ocupa Alemão
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Associação Brasileira de Advogados do Povo Gabriel Pimenta
Associação dos Juízes para a Democracia – AJD
ATB - Associação de Trabalhadores de Base
Ação Direta Estudantil
Blogueiras Negras
Casa Fluminense
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo)
Coletivo Fala Acari
Coletivo Terra Liberta/FOB
Conexão G – Maré
Despatronados
Educafro Regional Rio
Executiva Nacional dos Estudantes de PEdagogia – EXNEPE
Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro
Fórum Popular de Segurança Pública do Rio de Janeiro
Fórum de Saúde do Rio de Janeiro Fórum Social de Manguinhos (RJ)
Frente Contra o Ensino Remoto/EAD na Educação Básica e Ensino Superior
Frente Estadual pelo Desencarceramento – RJ
Frente Nacional Contra a Privatização da
GENI/UFF
Grêmio Estudantil Marcos Nonato da Fonseca - Colégio Pedro II Humaitá
Grêmio Olga Presente (C. E. Olga Benário)
Grupo de Mulheres Felipa de Sousa Grupo Tortura Nunca Mais/RJ - GTMN-RJ
Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial
Instituto Brasileiro de Criminologia Instituto Carioca de Criminologia – ICC Instituto de Defesa da População Negra Justiça Global
Liga Brasileira de Lésbicas – LBL
Laboratório de Estudos das Transformações do Direito Urbanístico Brasileiro (LEDUB / IPPUR / UFRJ)
Mães da Maré (RJ)
Mães da Periferia de Vítima Por Violência Policial do Ceará (CE)
Mães de Maio do Nordeste (BA)
Mães de Manguinhos (RJ)
Mães do Jacarezinho (RJ)
Mães em Luto da Zona Leste (SP)
Mães da Periferia de Vítima Por Violência Policial do Ceará (CE)
Movimento Independente Mães de Maio (SP)
Mães Sem Fronteiras do Complexo do Chapadão (RJ)
Movimento Mães de Maio de Minas Gerais (MG)
Movimento Moleque (RJ)
Movimento Parem de nos Matar (RJ)
MUDI (Movimento de Usuário em Defesa do Iaserj/SUS)
Najup Luiza Mahin
Observatório de Favelas
Ocupação Almirante João Cândido Ocupação Menino Benjamin Filho
ONG Centro de Recolhimento Marcele e Souza
Pré Vestibular Popular Machado de Assis QRC/RJ - Quilombo Raça e Classe/RJ
RALÉ
Rede de Advogadas Populares Feministas Coletes Rosas
Rede de Mães e Familiares da Baixada Fluminense (RJ)
Rede Emancipa de Educação Popular
Redes Desenvolvimento da Maré
Rede de Comunidade e movimentos contra a violência
Regional 3 do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro - SEPE
Sementes de Afeto
SEPE - Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro
Compartilharmos o manifesto de organizações populares das favelas do Complexo do Alemão, no qual expressam todo o seu repúdio a política de extermínio do Estado e as recentes chacinas que ocorreram na região. Além da denúncia, o manifesto também é um convocação para uma grande campanha contra as operações policiais e as repentinas chacinas que tem vitimado, principalmente a juventude preta e pobre, das favelas e periferias no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.
Nós do CEBRASPO apoiamos a iniciativa e nos somamos na convocação a todas as organizações e movimentos democráticos e progressistas a assinarem o manifesto e a se somarem na divulgação da campanha e na participação do ato que irá ocorrer no dia 22/08 às 17h na entrada da Grota.
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