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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

RJ: Importate Cinedebate em defesa da Aldeia Maracanã e pela Liberdade de Andre Lemos

Compartilhamos com nossos apoiadores importante relato feito por um membro do CEBRASPO que esteve presente durante o evento, sobre cinedebate realizada durante vigília em defesa da Aldeia Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro.

A vigilia ocorre em razão do julgamento pelo Tribunal Federal da 2ª Região, marcado para 1° de dezembro em sessão virtual, para julgar a ação judicial sobre a posse da Aldeia Maracanã.

A Campanha Pela Liberdade de Andre Lemos esteve presente durante a vigilia, e em conjunto com a Aldeia Maracanã, exibiu filme que tratava da desocupação ilegal da Aldeia Maracanã, mostrando as ilegalidades e os abusos cometidos pelas forças de repressão, inclusive a truculência em que foi tratado Andre Lemos.

O CEBRASPO reitera apoio a campanha pela Liberdade de Andre Lemos! Aldeia Maracanã resiste!

A seguir o relato:

No último dia 30 de novembro, a Campanha pela Liberdade de André Lemos realizou em conjunto com a Aldeia Maracanã uma atividade de exibição do documentário “Urutau – Resistência Marakanã”, de realização coletiva. O filme retrata a ocasião em que a Aldeia foi ilegalmente despejada em dezembro de 2013 e em que diversos ativistas que lá estavam foram agredidos, inclusive uma mulher grávida, e em que o indígena Urutau Guajajara permaneceu 26 horas trepado em uma árvore em protesto, impedido pela PM e pelos bombeiros de receber água e alimentos. Nessa mesma ocasião, André Lemos, dramaturgo e professor que ministrava aulas em projetos da Aldeia, foi agredido e preso, tendo sido posteriormente condenado pelos crimes de resistência, desacato e desobediência. O racismo do caso é flagrante, pois diversas pessoas realizavam um protesto pacífico que consistia em permanecerem sentadas em um perímetro que pertencia ao território indígena, mas o único algemado, preso e processado foi André, único negro do grupo. 

O filme foi muito aplaudido pelas mais de 40 pessoas presentes no local e após sua exibição houve um debate, em que um representante da Aldeia falou sobre a atual situação em que novamente sofrem risco de despejo, já que no dia 1º de dezembro seria julgado pelo Tribunal Federal da 2ª Região, em sessão virtual, a ação judicial sobre a posse da Aldeia Maracanã. Por esse motivo a Aldeia estava realizando, junto a vários apoiadores, uma vigília nos dias 28 de novembro a 1º de dezembro. Uma representante da Campanha pela Liberdade de André Lemos também fez uma fala, explicando a injusta condenação do ativista e chamando as pessoas a apoiarem a campanha, com muitas pessoas presentes se propondo a ajudar. Durante o debate pós-filme chegou a notícia de que o julgamento marcado para o dia 1º sobre a posse do território indígena tinha sido suspenso sem data para acontecer, o que foi comemorado por todos os presentes. 

Após a exibição do filme houve batida de maracá em volta da fogueira e posteriormente um show da cantora Kaê Guajajara, com participação de Kandú Puri. Muitas pessoas permaneceram em vigília no local.

Aldeia Maracanã resiste!

Liberdade para André Lemos! 

Lutar não é crime!

Abaixo o judiciário racista!

Contra o encarceramento do povo negro e pobre!

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