Páginas

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

ALEMANHA: Polícia faz campanha de perseguição a Manifestantes contra G20



Em uma conferência ocorrida em dezembro, a polícia de Hamburgo divulgou fotos de 104 manifestantes acusando-os de “criminosos”. Os 104 manifestantes foram fotografados e filmados enquanto participavam de protestos contra a cúpula do G20 em ao menos cinco diferentes cidades da Alemanha. As imagens estão sendo divulgadas em jornais do monopólio de imprensa como o tabloide Bild.

Nas manifestações anti-imperialistas que ocorreram em julho, durante a conferência internacional, 71 ativistas foram presos e advogados denunciaram a dificuldade de falar com seus clientes, a escassa alimentação e a insalubridade das celas, com um número de detentos superior ao permitido. Antes mesmo do encontro a polícia já havia feito diversas operações para intimidar e desorganizar os grupos que preparavam manifestações contra a conferência. Houveram diversas denúncias de invasão policial e ameaças contra acampamentos de estrangeiros, centros internacionalistas e culturais como o  Centro Internacional B5 (Internationale Zentrum B5) e o antigo teatro Flora Vermelha (Rote Flora).

Apesar das intimidações, os protestos reuniram milhares de pessoas que se deslocaram de toda a Europa. O aparato de repressão contou com cerca de 30 mil agentes, canhões de água e armas “menos letais”. Durante os confrontos com a polícia, barricadas foram levantadas nas ruas de Hamburgo e nem mesmo Melania Trump, a esposa de Donald Trump, conseguiu deixar a residência oficial e chegar ao encontro.

A perseguição aos 104 manifestantes, além de ser uma continuidade da repressão aos protestos contra o G20, faz parte da política de repressão ao movimento anti-imperialista e internacionalista na Europa, assim como a prisão de 10 ativistas da ATIK (Assossiação de Trabalhadores Turcos na Europa), também encabeçado pelo governo de Angela Merkel. Mas quem são os verdadeiros criminosos?
A cúpula do G20 reúne os dirigentes econômicos de países imperialistas, como Estados Unidos e Alemanha, União Européia,  e seus subalternos em países dominados, como o caso de Brasil, África do Sul e Argentina. Desde sua fundação o grupo define políticas chamadas “neoliberais”, que são uma forma de manutenção e aprofundamento do poder dos monopólios imperialistas sobre os povos de todo o Mundo. A cúpula do G20 é portanto responsável direta por jogar nações inteiras na crise e pelas catástrofes relacionadas a ela. Os protestos contra o G20 foram resposta dos trabalhadores europeus e migrantes a precarização de suas vidas e uma demonstração de internacionalismo e solidariedade a todos os povos explorados. O site alemão Dem Volke Dienen (Servir Ao Povo) em nota sobre a perseguição aos 104 ativistas afirma: “pensamos que é importante enfatizar que essa grande caçada humana pelo Estado imperialista alemão é uma coisa em particular: uma expressão de sua fraqueza. De sua humilhante derrota em julho de 2017. Eles pensam que podem caçar pessoas. Eles pensam que podem se vingar. Mas temos um entendimento diferente. E nós sabemos, no final, vamos ganhar.”.  A apresentação de ativistas como criminosos pelos monopólios de imprensa e pela polícia alemã é uma tentativa de “virar o jogo” e esconder que imperialistas e seus cúmplices lacaios reunidos na Cúpula do G20 é quem são verdadeiros criminosos.

LIBERDADE PARA OS PRESOS POLÍTICOS DE HAMBURGO!
Abaixo a criminalização do movimentos Anti-imperialistas e internacionalistas na Europa!

PALESTINA RESISTE!

Viva a heroica resistência do povo palestino contra a ocupação sionista!



O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos- CEBRASPO manifesta seu apoio e solidariedade internacionalista a causa palestina, exemplo imortal para toda a humanidade de como um povo pode colocar-se de pé para lutar e resistir. Em nome da resistência dos povos oprimidos contra o imperialismo, gostaríamos de saudar a heroica resistência palestina!

O recente anúncio de Donald Trump sobre a mudança da embaixada estadunidense para Jerusalém foi respondida com bravura e destemor pelos palestinos em todo o seu território. Esta mudança reconheceria Jerusalém como capital do Estado invasor de Israel, possibilitando que este avance ainda mais sobre o território palestino com seu aparato de guerra genocida.

O Estado de Israel é denunciado por manter em carcere privado centenas de milhares de presos políticos, entre eles crianças e adolescentes. Estas prisões são verdadeiros campos de concentração pelas condições de tortura e privações que são submetidos os palestinos. 

Sabemos que o genocida exercito de Israel e seu armamento é referência para exércitos e polícias pelo mundo a fora, inclusive pelo Brasil apontado por ter uma das polícias que mais mata no mundo, servindo como laboratório para as forças de repressão atuarem contra o povo, e principalmente contra aqueles que ousam se rebelar.

Sabemos que na época do imperialismo, somente o justo combate feito pelas massas oprimidas de um país pode levar a cabo a guerra de resistência e de libertação nacional, sendo assim defendemos e apoiamos a justa luta palestina.



     

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

ESTADO DESAPROPRIA O LATIFÚNDIO ONDE OCORREU A CHACINA EM PAU D'ARCO, NO PARÁ

Reproduzimos matéria do Jornal A Nova Democracia:



"Sob pressão, Estado desapropria latifúndio Santa Lúcia em Pau D'arco, Pará.
Camponeses exigem justiça!
Da Redação de A Nova Democracia

Em reunião do Comitê de Decisão Regional do Incra de Marabá, realizada no SINTEP de Pau Darco no último dia 21 de dezembro, foi anunciada a compra do latifúndio Santa Lúcia pelo Estado brasileiro. O Incra se comprometeu a regularizar a posse das vítimas do covarde e criminoso massacre ocorrido no dia 24 de maio deste ano.
As terras já estão tomadas pelos camponeses, que se juntaram à Liga dos Camponeses Pobres do Pará e Tocantins e retomaram as terras no dia 13 de junho, conforme noticiou à época A Nova Democracia:

"No dia 13/06, mais de cem famílias camponesas reocuparam as terras do latifúndio Santa Lúcia – fazenda onde ocorreu a Chacina de Pau D’Arco, crime que chocou o brasil e o mundo no qual dez camponeses foram barbaramente assassinados pelas forças policiais do velho Estado no dia 24 de maio deste ano – com o apoio da LCP do Pará e Tocantins, reerguendo o acampamento e mantendo a luta pelo sagrado direito à terra."

Até a decisão lavrada no último dia 21 de dezembro, foram realizadas dezenas de reuniões de cobrança com o Incra regional e nacional, e apesar de todas as pressões os camponeses não arredaram por um milímetro que fosse de sua posse na terra.

A reunião foi realizada no Sintep sub-sede de Pau Darco, mesmo local do histórico Encontro Camponês do Sul do Pará realizado nos dias 28 e 29 de outubro passado, com a presença de camponeses da região, representantes indígenas e quilombolas, representantes da ABRAPO, CEBRASPO, além de representantes de outros movimentos regionais e de caráter nacional.

Com a palavra, a Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres, a LCP do Pará e Tocantins e a Associação Nova Vitória do Acampamento Jane Júlia (nome dado pelos camponeses em homenagem a presidente anterior da associação assassinada na chacina) demonstraram que o Estado não estava dando nada, que esta foi uma vitória da luta, e cobraram justiça, uma vez que no dia 18 o Tribunal de Justiça do Pará concedeu habeas corpus para nove dos dezessete policiais acusados pela chacina.

O local da reunião estava repleto de faixas da Liga, bandeiras e o retrato dos 11 companheiros assassinados (10 na chacina e mais o camponês Josenildo, conhecido por "Negão", logo após a reconstituição do crime pela polícia federal). "

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

SOLIDARIEDADE A FEDERAÇÃO ANARQUISTA GAUCHA (FAG)

Em solidariedade a Federação Anarquista Gaúcha- FAG, que vem sofrendo perseguição política, reproduzimos em nosso blog o vídeo realizado pelo Jornal A Nova Democracia:



LUTAR NÃO É CRIME!
LIBERDADE PARA OS PRESOS POLÍTICOS!


domingo, 3 de dezembro de 2017

JUSTIÇA DE MARABÁ (PA) EXPULSA 700 FAMÍLIAS DO ACAMPAMENTO HELENIRA REZENDE

Reproduzimos grave denúncia publicada no site do Brasil de Fato sobre uma arbitraria reintegração de posse que deixou 700 famílias sem ter aonde morar e plantar. A polícia Militar, não contente com a expulsão dos camponeses também destruiu as casas e plantações da área.
O Comando de Missões Especiais (CME) da Polícia Militar cumpriu, nesta segunda-feira (27), a determinação judicial de reintegração de posse do acampamento Helenira Rezende, localizado às margens da BR -155, no Km 52, entre Marabá e Eldorado do Carajás, na região sudeste do Pará.
Paulo Pereira da Silva, de 49 anos, mora no acampamento que recebe o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Ele, a esposa e o filho moravam no Helenira Rezende há oito anos. Silva era coordenador na escola que foi construída pelos agricultores, e atualmente é estudante na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) no curso de educação do campo.
As famílias desmontam suas casas durante o cumprimento da liminar. No local, 15 ônibus foram levados para fazer o transporte das famílias; caçambas e uma retroescavadeira também estavam o local levar materiais e destruir plantações e casas / Ascom MST
Por telefone ele relata a situação enfrentada pelas famílias durante a desocupação e critica a atuação do governo em relação aos trabalhadores rurais sem-terra: “A gente está vendo esse projeto de sonho, que cuida da educação e da agricultura, sendo desmanchando hoje pelo governo do estado e pelo governo federal, que negligenciou a causa dos trabalhadores. Estamos aqui no meio da pista, polícia para todo lado, com caminhões, caçamba; para o governo mobilizar uma ação dessas aparece verba imediatamente, mas para fazer um projeto de reforma agrária não aparece [dinheiro] e as famílias estão aqui agora à mercê”.
Cerca de 700 famílias viviam no acampamento e ocupavam uma área de, aproximadamente, 10 mil hectares espalhados em lotes e vilas pelas fazendas Cedro e Fortaleza. As áreas integram um conjunto de fazendas chamado Complexo Cedro, do qual a empresa Agro Santa Bárbara Xinguara S/A afirma ser a proprietária.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

ACAMPAMENTO NOVA CACHOEIRINHA- MG É CERCADO POR PMs DE PIMENTEL-PT

DEFENDER O DIREITO A TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!


No ano de 2017 vibramos junto aos companheiros posseiros do Acampamento Nova Cachoeirinha, no Norte de Minas Gerais, seus 50 anos de resistência. Heroica resistência! Ontem recebemos a grave denuncia de  que foi concedida ordem de reintegração de posse, beneficiando o latifundiário e ameaçando despejar dezenas de famílias descendentes de quilombolas e indígenas da região que tiveram suas terras roubadas.

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos- CEBRASPO faz um chamado a todos que defendem a justeza da luta dos camponeses pobres, sem terra ou com pouca terra, a se posicionarem contra o cerco do Acampamento Nova Cachoeirinha e a defenderem os posseiros e o seu justo direito à terra, estes que resistem  a 50 anos nessas terras!
Aos companheiros de Nova Cachoeirinha enviamos nossa solidariedade e nosso compromisso em trabalharmos defendendo o direito dos povos, principalmente o direito de lutarem por seus direitos. Não mediremos esforços!

"O Governo prometeu entrar com Ação Discriminatória para provar que as terras são devolutas, suspender o COVARDE despejo e assentar as famílias e agora está gastando rios de dinheiro com tropas e mandou até helicóptero da PM sobrevoar nossos barracos, assustando nossas crianças e fazendo ameaças. "



Reproduzimos a denúncia que recebemos da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia sobre as ameças e cerco do acampamento:


"Os camponeses do Acampamento Nova Cachoeirinha denunciaram que a PM de Janaúba chegou pela noite do dia 20 no Acampamento e relataram que durante toda a madrugada as famílias  foram atacadas a bomba de efeito moral, assediadas pelos holofotes das viaturas e ameaçadas pelas tropas da policia,  segundo informações, mais de 100 policiais estão cercando o Acampamento. 

Um companheiro enfartado passou mal e foi retirado as pressas pelos companheiros. Algumas pessoas idosas e doentes tiveram que se retirar pela mata, receosas de represálias.

Também as famílias da Comunidade Vitória, vizinha do Acampamento que prestou solidariedade aos companheiros foram atacadas a bombas e intimidadas durante a madrugada, os policiais ameaçaram quem saísse de casa. 


Até agora nenhum órgão compareceu ao lugar para verificar as condições das famílias e apurar todas essas arbitrariedades, só ficam ligando para o Comitê de Apoio em Montes Claros, enquanto todas essas arbitrariedades são cometidas pela PM contra homens, mulheres e crianças do Acampamento Nova Cachoeirinha."



TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!
DEFENDER OS POSSEIROS DE NOVA CACHOEIRINHA!





x

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

DEFENDER OS POSSEIROS DA ÁREA NOVA CACHOEIRINHA!

Recebemos grave denúncia do Comitê de Defesa da Revolução Agrária  - Nova Cachoeirinha que relata a ordem de despejo emitida contra os camponeses que vivem e produzem na área revolucionária Nova Cachoeirinha em Minas Gerais. Essa região é palco da brava resistência camponesa a mais de 50 anos, e agora mais uma vez o latifúndio, com a ajuda dos órgãos do governo, tenta arbitrariamente tomar as terras das famílias camponesas .
Os camponeses já deixaram claro em suas notas e declarações que não irão entregar suas terras e resistirão a qualquer ação covarde que possa vir das forças policiais.Convocamos todos os democratas e progressistas, defensores dos direitos do povo, a se mobilizarem na defesa dos camponeses da Nova Cachoeirinha que estão exercendo seu direito de conquistar a terra para quem nela vive e trabalha.


Segue abaixo a denúncia:

Governador Pimentel/PT descumpre acordo e manda PM despejar posseiros de Cachoeirinha


O dia 21 de novembro é a data marcada pelo governador e sua “mesa de diálogo” para enviar tropas da PM, armadas até os dentes, contra as famílias camponesas da Nova Cachoeirinha. É a data que ameaçam usar seu aparato de guerra contra trabalhadores, homens, idosos, mulheres e crianças como foi na década de 60, durante o Regime Militar fascista, quando as tropas do famigerado Coronel Georgino invadiram Cachoeirinha e expulsaram os posseiros de suas terras e depois forjaram documentos, usando dos serviços de advogados como Manoel Patrício, que recebeu como paga essas mesmas terras onde nos encontramos hoje.
Há 50 anos, os posseiros resistiram contra a perseguição, prisão, assassinatos e expulsão de suas terras pela polícia militar e pistoleiros pagos pelos latifundiários, muitos perderam suas casas, lavouras, animais e tudo que tinham construído em décadas de trabalho e sacrifício, desbravando as matas, enfrentando as feras e construindo o vilarejo. Durante um dos ataques, as famílias tiveram que se embrenhar na mata e na fuga, 62 crianças morreram de fome, frio e sarampo.
Nós temos provas históricas que estas terras são NOSSAS e que FORAM ROUBADAS dos nossos pais e avós, descendentes de negros e indígenas, e apresentamos em reunião com representantes do Governo, SEDA – Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário, realizada no dia 02 de outubro em Belo Horizonte. O INCRA nacional também se comprometeu e a Ouvidoria Agrária Nacional solicitou ao desembargador Antônio Bispo, do Tribunal de Justiça de MG, para reconsiderar a liminar, visto que havia uma questão de justiça histórica que deveria ser apurada.
Esta questão já foi reconhecida pelo Governador Tancredo Neves na década de 80, que assinou decreto desapropriando 17 fazendas, que haviam sido falsamente legalizadas pela Ruralminas, decidindo que elas deveriam voltar para as mãos dos posseiros. No entanto, somente duas fazendas foram devolvidas para os camponeses: União e a Caitité, que o Coronel Georgino se dizia dono.
Além disso, as terras da Fazenda Vera Cruz estavam completamente abandonadas e agora, nós estamos criando e plantando.  
Não vamos abandonar nossas roças de feijão, milho e abóbora para grileiro destruir, como fizeram em 1967!
Descrição: E:\Escolas Populares 100 anos\NC\SAM_2785.JPG
O Governo prometeu entrar com Ação Discriminatória para provar que as terras são devolutas, suspender o COVARDE despejo e assentar as famílias e agora está gastando rios de dinheiro com tropas e mandou até helicóptero da PM sobrevoar nossos barracos, assustando nossas crianças e fazendo ameaças.  
O Prefeito de Verdelândia que sabe a situação de desemprego e miséria do nosso município, foi procurado por nós (inclusive alguns eleitores seus), ele e todo mundo que mora em Cachoeirinha, conhece bem esta história dos posseiros, mas preferiu lavar as mãos, tomando partido do latifundiário, pois sabe que esta carapuça de grileiro lhe veste bem.
Mas nós, as famílias da Nova Cachoeirinha, NÃO VAMOS SAIR DE NOSSAS TERRAS! Vamos Resistir, vamos defender nossas famílias, nossas roças, nossos barracos, nosso direito e nossa dignidade: é tudo o que temos! Não permitiremos que outro Pau D´Arco aconteça como ocorreu no Pará.
Responsabilizamos o Governador Pimentel/PT e a SEDA, o governo Temer/PMDB/PSDB, o INCRA, a Ouvidoria Agrária Nacional, o Prefeito de Verdelândia Wilton Madureira/PT e o desembargador Antônio Bispo por qualquer agressão e violência que venha a ser cometida contra nossas famílias! Nenhuma chuva do mundo poderá lavar as suas mãos sujas de sangue por mais essa injustiça.



Viva a Revolução Agrária! Cleomar Vive! Morte ao latifúndio!
Terra para quem nela vive e trabalha!
Nov./2017      Comitê de Defesa da Revolução Agrária - Nova Cachoeirinha

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

JUSTIÇA PARA O MAPUCHE BRANDON HERNÁNDEZ HUENTECOL!

Punição para o sargento Cristian Rivera Silva responsável pelos 180 estilhaços que atingiram o jovem mapuche!



Na última segunda-feira, dia 6 de agosto, foi organizada uma manifestação no Chile pedindo justiça para Brandon Hernández Huentecol. O ato contou com a presença de dezenas de pessoas, entre elas mapuches e não mapuches, que exigiam a punição do Sargento que comandou a operação das Forças Policiais Especiais, que realizaram em dezembro de 2016 uma violenta operação, contra a comunidade de Wallmapu no Chile. A comunidade mapuche exige que os crimes cometidos sejam investigados. 
O jovem mapuche, Brandon Hernandez, de 17 anos na ocasião foi atingido por cerca de 180 estilhaços de chumbo ao proteger seu irmão mais novo, de 13 anos, da violência policial. Os disparos foram efetuados pelas costas do jovem enquanto este abraçava seu irmão. 
Brandon passou por 16 cirurgias complexas e segue com 30 pedaços de chumbo alojados em seu corpo. 
Este crime bárbaro está prestes a completar um ano e até hoje o sargento permanece impune. A manifestação ocorrida no início desta semana foi duramente reprimida pela polícia que levou alguns ativistas presos, por outro lado mesmo diante da repressão dezenas de pessoas persistiram firmemente exigindo justiça para o caso e denunciando a responsabilidade do Estado chileno.

O CEBRASPO se soma a campanha com os companheiros e companheiras do Chile, exigindo justiça para o caso e denunciando as barbaridades cometidas contra os mapuches!





Viva a resistência do povo Mapuche!

Justiça para Brandon Hernández Huentecol!


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

LIBERDADE PARA O PROFESSOR SAIBABA

Continua por toda a Índia a campanha pela liberdade do professor Saibaba. Preso sob alegações de fazer parte do movimento Maoísta indiano que empreende uma guerra contra o velho Estado. Dr. G.N. Saibaba é um preso político, ativista e professor universitário de literatura inglesa, que possui paralisia em 90% do corpo. Este denuncia não está tendo acesso à agasalhos nem aos cuidados médicos necessários e afirma que sua saúde piora a cada dia.

 Abaixo divulgamos uma carta escrita por ele à sua esposa na semana passada:

"Carta de Sai escrita em 17 de outubro recebida em 25 de outubro de 2017

Querida Vasantha,

Estou com medo de pensar no inverno. Já estou tremendo com febre contínua. Eu não tenho um cobertor. Eu não tenho um suéter / jaqueta. À medida que a temperatura diminui a dor excruciante continuamente nas pernas e na mão esquerda aumenta. É impossível para mim sobreviver aqui durante o inverno que começa a partir de novembro. Eu moro aqui como um animal que tira suas últimas respirações. De alguma forma, 8 meses consegui sobreviver. Mas não vou sobreviver no próximo inverno. Tenho certeza. Não é útil escrever sobre minha saúde por mais tempo.


Em qualquer caso, por favor, finalize o conselho sênior até o final deste mês. Em seguida, informe o Sr. Gadling para arquivar meu pedido de fiança na primeira semana de novembro ou na última semana de outubro. Você lembra se isso não é feito dessa maneira, minha situação ficará fora de controle. Eu não sou responsável. Estou deixando claro para você. Daqui a mais, não vou mais escrever sobre isso.

Você deve falar com a Sra. Rebeccaji e Nandita Narain. Você também fala com o Prof. Haragopal e outros. Explique toda a situação. Você precisa se apressar. Estou me sentindo tão deprimido por pedir-lhe todas as vezes como um mendigo, um destituído. Mas nenhum de vocês está movendo uma polegada, ninguém entende a minha condição atual. Ninguém entende que 90% da pessoa com deficiência está atrás das barras lutando com uma mão em condição e sofrimento com múltiplas doenças. E ninguém se importa com a minha vida. Isso é simplesmente negligência criminal, uma atitude insensível.

Cuide da sua saúde. Sua saúde é minha saúde e a saúde da família inteira. Não há mais ninguém para cuidar da sua saúde por enquanto. Até que eu esteja em sua presença, você precisa cuidar da sua saúde sem negligência.

Muito amor
Seu
Sai"

LIBERDADE IMEDIATA E INCONDICIONAL PARA DR. GN SAIBABA  E TODOS OS PRESOS POLÍTICOS DA INDIA!!!


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

GRAVE DENÚNCIA- OUTRO CAMPONÊS É VÍTIMA DE EMBOSCADA EM PAU D'ARCO

Reproduzimos a grave denúncia enviada pela Liga dos Camponeses Pobres:



"Camponeses do acampamento "Osmir Venuto" no sul do estado do Pará, próximo a Pau D'Arco, onde houve a recente chacina de 10 camponeses, seguida do assassinato de outra liderança poucos dias depois, , comunicam e pedem divulgação urgente que mais um companheiro da LCP- Liga dos Camponeses Pobres,  do Sul do Pará e Tocantins do foi atingido por dois tiros de revolver pelas costas, nessa madrugada. Foi levado as pressas para o hospital da região, Hospital Municipal de Eldorado do Carajas. Seu nome é Belizario Alvez de Souza. Não temos ainda maiores informações."

Se faz urgente o pronunciamento e ação das entidades e organizações sobre a criminosa perseguição que continua sendo realizada em Pau D'arco dos camponeses que resistem bravamente lutando por terra para viver trabalhar. 

O CEBRASPO se solidariza com os camponeses e sua justa luta pela terra no Pará e exige providências dos governos estaduais e federais sobre as ameaças e  assassinatos cometidos contra os camponeses em Pau D'arco. As mortes após a brutal chacina é uma prova cabal da impunidade e da posição dos governos perante o ocorrido. 

DEFENDER A JUSTA LUTA PELA TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!
VIVA O  ACAMPAMENTO "OSMIR VENUTO"!


MANIFESTAÇÃO PEDE LIBERDADE DE MAIS DE 500 ADVOGADOS PRESOS NA TURQUIA


Na Turquia, país onde as mobilizações populares em prol dos direitos do povo turco são frequentes e massivas, e onde há mais de 5 mil presos políticos, cerca de 1343 advogados estão sendo processados pelo Estado. Estima-se que mais de 500 destes foram detidos e permanecem em privação de liberdade desde agosto do ano passado. Estes advogados foram presos vítimas da repressão de Erdogan por estarem exercendo sua profissão. 

A associação dos Advogados Democratas Europeus realizou um ato em frente a Embaixada da Turquia na Holanda exigindo a liberdade dos advogados, uma faixa foi levada com os dizeres "Tire suas mãos dos advogados turcos". O Embaixador se recusou a receber o memorando levado pela organização de advogados.

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos considera de fundamental importância denunciarmos a situação  de criminalização dos advogados turcos e convoca todos os democratas, intelectuais honestos, entidades e movimentos populares a se somarem a campanha exigindo do Estado Turco a liberdade imediata e incondicional dos advogados.




quinta-feira, 19 de outubro de 2017

DEFENDER A LUTA DOS CAMPONESES DE ALAGOAS

Segue resistência dos camponeses em Rio Largo-AL frente as ameças da polícia e do latifúndio 

Em todo o Brasil diversos movimentos camponeses levantam a bandeira da justeza de lutar por terra para viver e trabalhar.

No dia 27 de agosto deste ano de 2017 o movimento da Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste ocupou terras da Usina Utinga Leão em Rio Largo, no estado de Alagoas. Segundo a LCP a usina grilou as terras e está totalmente ilegal com a justiça. 

Desde a ocupação ocorreram diversas tentativas de despejo e intimidação do movimento camponês, por meio de pistoleiros fortemente armados a mando dos usineiros, investidas da polícia que ocupou a terra vizinha com desculpa de fazer um treinamento. 

Reproduzimos a grave denúncia da LCP de que houveram tentativas de homicídio dos camponeses da área que seguem resistindo com suas famílias.

Segundo os camponeses, "qualquer crime praticado contra eles será de responsabilidade das gerências estadual e federal de Renan Filho e Michel Temer, respectivamente, ambos do PMDB."

O CEBRASPO convoca os apoiadores a denunciarem as tentativas de homicídio e criminalização do movimento camponês de luta pela terra e a defenderem o direito dos camponeses pobres de Alagoas de lutarem por terra para viver e trabalhar!

https://www.youtube.com/watch?v=Am7Ojemy57Q

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

ÍNDIA - ADVOGADO DO POVO É PERSEGUIDO PELO VELHO ESTADO

Declaração da IAPL contra a perseguição ao
Advogado Kalsan, em Haryana, Índia

4 de outubro de 2017

A Associação Indiana de Advogados do Povo/IAPL condena o ataque contínuo, a perseguição, a caça às bruxas e as falsas acusações contra o advogado Rajat Kalsan - que é um advogado do povo e um ativista dos direitos dos Dalits, um cruzado no seu verdadeiro sentido – feitas pela polícia de Haryana e por elementos ‘goonda’ pertencentes à casta dominante.
Kalsan é um advogado em exercício no distrito de Hisar, Haryana, onde tem trabalhado nos últimos 16 anos para as massas trabalhadoras e exploradas, tanto dentro como fora do tribunal. Kalsan tem sido fundamental na busca de justiça para as vítimas de mais de 150 casos infames de atrocidades cometidas contra os Dalits no estado de Haryana, incluindo: 1) a carnificina de Mirchpur, de 2010 (quando 18 casas Dalits foram incendiadas e pai e filha foram queimados vivos); 2) a carnificina de Gohana, de 2005 (quando 60 casas de Balmiki foram incendiadas); 3) o Caso Dabra, de estupros promovidos por gangues, de 2012 (quando, entre outros, uma menina Dalit, de 16 anos, foi estuprada por uma gangue e o pai foi forçado a suicidar-se); e 4) o caso de Daulatpur, em 2012 (quando a mão de um homem Dalit foi cortada apenas pelo fato dele estar bebendo água no campo de castas dominantes). Ao lutar contra estes casos, o advogado Kalsan foi atacado pelas castas dominantes em mais de seis ocasiões e estava sob proteção policial nos últimos 6 anos. Esta proteção policial foi, arbitrariamente, retirada após uma intervenção política de nível superior.
A FIR (NT: First Information Report/Primeiro Relatório de Informações, quando a polícia registra uma queixa) em que Kalsan foi recentemente envolvido, está na base de outro caso de atrocidade contra os Dalits e boicote social imposto a eles. Em junho de 2017, na aldeia de Bhatla, em uma disputa sobre água, aldeões de castas dominantes agrediram sete meninos Dalits e a FIR No. 190/2017 foi registrada na delegacia de polícia Sadar Hansi, sob a lei SC / ST (Prevenção de Atrocidades), 1989, mas a polícia e a Administração Distrital pressionaram os queixosos/vítimas, clientes do advogado Kalsan, para chegarem a um acordo. Quando os queixosos optaram por não se comprometer, os membros das castas dominantes da aldeia anunciaram abertamente o boicote social e econômico aos Dalits na aldeia. Além do boicote social, os membros da família dos queixosos Ajay Kumar foram atacados duas vezes e Kalsan também foi atacado e expulso da aldeia, quando ele lá estava para ajudar a equipe de pesquisa constituída por ordem do Honorável Punjab e do Supremo Tribunal de Haryana. Enquanto isso, as pessoas da casta dominante da aldeia fizeram um protesto contra Kalsan, exigindo o cancelamento da sua licença de prática como advogado e ainda fizeram um registro de caso contra ele. Com isso, duas FIRs. No 328/2015 e 725/2016 que foram canceladas, foram reabertas sem solicitar qualquer permissão ao Tribunal e foram realizadas incursões tanto em sua casa como nas câmaras do tribunal, para prendê-lo. Quando Kalsan obteve fiança antecipada sobre estas FIRs, outra FIR, nova, falsa e fabricada, N ° 302/2017, sob a seção 389 (extorsão), 153A (Promoção de inimizade entre diferentes grupos), 153B (Imputações, afirmações prejudiciais à integração nacional), 211 (Falsos Encargos), 193 (Falso Evidência), 505 (Declarações de Transtorno Público), 506 (intimidação criminal), 120B (Conspiração Criminal), 109 do IPC, nivelando alegações falsas de propagação de ódio entre massas Dalits. Esta FIR é baseada em uma gravação de conversa entre Kalsan e seu cliente, feita ilegalmente contra a privacidade do advogado. Importante lembrar que a comunicação entre um advogado e seu cliente é considerada como uma comunicação privilegiada nos termos da Lei de Evidência Indiana, 1972. A caução provisória foi concedida pelo Honorável Punjab e Tribunal Superior de Haryana também neste caso.
Kalsan esteve envolvido em vários casos forjados devido ao seu trabalho profissional como defensor, e ele tem sido, repetidamente, alvo de ataques por causa de sua diligência em relação à causa de seus clientes e sua posição intransigente contra a discriminação de castas. É pertinente mencionar aqui que Kalsan foi forçado a abandonar sua prática legal em sua cidade natal desde o último mês. Perseguições contínuas, vigilância e intimidação de Kalsan constituem violações do Artigo 19 e dos Princípios Básicos das Nações Unidas sobre o papel dos advogados, entre outros padrões constitucionais e internacionais. Além disso, aqui o papel da Associação Distrital de Advogados também precisa ser condenado e o caráter de casta da Associação Distrital de Advogados precisa também ser exposto. A Associação Distrital de Advogados, sob a influência da administração da polícia e dos líderes do Jat (NT: grupo étnico tradicionalmente rural do norte da Índia e do Paquistão; no início do século 21, os Jats constituíam cerca de um quarto das populações de Punjab e Haryana), enviou uma recomendação ao Conselho de Advogados de Punjab e Haryana para obter a cassação da licença do advogado Kalsan. Tais tentativas de intimidação dos advogados pelas autoridades estatais e estatutárias equivale a obstruir a administração da justiça, pois é uma tentativa de dissuadir os advogados de exercerem suas funções.
A Associação Indiana de Advogados do Povo/IAPL apela a todos para que se solidarizem com advogado Rajat Kalsan e o apoiem condenando a caça às bruxas e a perseguição que vem sendo feita contra um verdadeiro advogado do povo. Além disso, a IAPL exige que o Estado de Haryana e a Polícia de Haryana retirem e cancelem todos os casos falsos e frívolos contra o advogado Kalsan, rapidamente, e tomem medidas para proteger a sua vida, a sua liberdade e os seus direitos constitucionais dada a gravidade da situação.

Advogado Surendra Gadling,
Secretário geral,
Associação Indiana de Advogados do Povo (IAPL)

(Mensagens de advogados de todos os países podem ser enviadas para IAPL India: indianapl2004@gmail.com)


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

CAMPONESES REALIZARÃO ENCONTRO EM PAU D'ARCO

Recebemos e repassamos o convite da Liga dos Camponeses Pobres do Sul do Pará e Tocantins sobre o Encontro Camponês que ocorrerá no próximo mês de outubro, nos dias 28 e 29.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

ATIVISTA SECUNDARISTA É ARBITRARIAMENTE PRESO E AMEAÇADO PELO ESTADO CHILENO!

LIBERDADE PARA ITAMAR DÍAZ CASTRO!

Reproduzimos a nota divulgada no blog Dazibao Rojo:

"Em 11 de setembro de 2017, às 11h30 da noite aprox. foi arbitrariamente preso, de maneira brutal, Itamar Diaz ,de 18 anos, residente da Villa Francia, estudante secundarista e vice-presidente do Centro de Estudantes do Liceu Sara Blinder.
Itamar estava entrando em sua casa quando um piquete de Carabineros que estava reprimindo os protestos da população entrou em sua passagem com um veículo blindado, saiu do veículo e foi diretamente atacar e parar. Em sua ajuda veio seu irmão e sua mãe, que também foram ameaçados com armas e brutalmente espancados pelas Forças Especiais.
No meio da detenção, Itamar foi acusado de bombas Molotov pela polícia, passando ao controle de detenção e arriscando permanecer preso.
É por isso que fazemos uma chamada ampla e urgente para apoiar o Itamar e exigir sua libertação incondicional. Rejeitamos absolutamente as assembléias do antigo estado, protegidas por leis antipopulares e fascistas, como a Lei de Controle de Armas, contra a juventude lutadora.


¡LIBERTAD INCONDICIONAL A ITAMAR Y TODOS/AS LOS/AS PRESOS/AS POR LUCHAR!

¡NO MÁS CRIMINALIZACIÓN CONTRA LOS POBLADORES DE VILLA FRANCIA!

¡ABAJO LOS MONTAJES DEL VIEJO ESTADO Y SU FASCISTA LEY DE CONTROL DE ARMAS!

CONCENTRACIÓN EN APOYO A LA COMPAÑERA
MARTES 12 DE SEPTIEMBRE – 15:00 HRS – CENTRO DE JUSTICIA DE SANTIAGO (METRO RONDIZZONI L2)"

sábado, 9 de setembro de 2017

SEMINÁRIO DENUNCIOU ASSASSINATOS DE INDÍGENAS E CAMPONESES NO BRASIL

Evento celebrou os 22 anos da Resistência Camponesa de Corumbiara

Cerca de 140 pessoas participaram do Seminário 22 anos da Resistência de Corumbiara e os Conflitos Agrários na atualidade. realizado no último dia 30 de agosto na Universidade Federal de Rondônia (UNIR) em Porto Velho/RO. O Auditório da DIRED/UAB, no Campus da UNIR, ficou lotado. O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Advogados do Povo – ABRAPO e Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos – CEBRASPO. Além dos organizadores, compuseram a mesa a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental – LCP, o Movimento dos Atingidos por Barragem – MAB, A Comissão Pastoral da Terra – CPT e o Conselho Indigenista Missionário.

Na abertura do Seminário, o Comitê do Jornal A Nova Democracia exibiu o documentário Terra e Sangue — Bastidores do Massacre de Pau D’Arco. O curta-metragem impactou os presentes, sobretudo a partir do depoimento dos camponeses. Estiveram presentes ao Seminário, advogados e professores da Área de Direito, além de outros professores da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Camponeses de áreas camponesas da LCP e lideranças indígenas também deram seus depoimentos sobre a violência praticada pelo Estado e pelo latifúndio.


O centro das intervenções das organizações que compuseram a mesa foi o de externar a necessidade das organizações democráticas e intelectuais honestos denunciarem o processo crescente de fascistização existente em nosso país. Este processo se dá de forma institucionalizada a partir da ação do Judiciário e, como no caso de Pau D’Arco, da Polícia Militar que persegue e criminaliza camponeses; bem como por bandos armados de pistoleiros que agem sob a proteção estatal. Assassinatos como de Nicinha (2016), liderança do MAB-Rondônia, continuam impunes.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

SEMINÁRIO: 22 ANOS DA RESISTÊNCIA CAMPONESA DE CORUMBIARA E OS CONFLITOS AGRÁRIOS NA ATUALIDADE



Dia 30 de Agosto (quarta-feira)- Horário: 19 horas
Local; Campus da UNIR (Auditório da UAB) – Porto Velho

A Associação Brasileira dos Advogados do Povo- ABRAPO e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos convidam para o Seminário intitulado 22 ANOS DA RESISTÊNCIA CAMPONESA DE CORUMBIARA E OS CONFLITOS AGRÁRIOS NA ATUALIDADE a ser realizado no dia 30 de agosto de 2017 a partir das 19 horas no Auditório da UAB- Campus da UNIR –Porto Velho.

Em 1995, no município de Corumbiara, 600 famílias camponesas tomaram a fazenda Santa Elina. Grande aparato de policiais e pistoleiros, fortemente armados, invadiram o acampamento na madrugada do dia 9 de agosto. Os camponeses opuseram heroica resistência, e com as armas que tinham – paus, foices e espingardas – sustentaram combate até esgotarem seus recursos. Depois de rendidos, os camponeses foram humilhados, espancados, torturados e 9 camponeses foram executados, inclusive a menina Vanessa, de apenas 7 anos. Vários camponeses morreram tempos depois, em consequência das graves sequelas. Depois de diversas lutas, em 2010, famílias organizadas pelo CODEVISE – Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina e a LCP finalmente retomaram a maior parte da fazenda Santa Elina, resistiram a ataques de todo o tipo, cortaram as terras por conta e distribuíram os lotes entre si, onde cada família logo começou a viver e trabalhar.
Hoje, passados 22 anos, as forças do latifúndio e do Estado continuam tratando a luta pela terra com violência. Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rondônia tem 106 áreas em situação de disputa, em 23 municípios.  Ao todo são 8.759 famílias acampadas, sendo 25% enquadradas em "alto grau de risco de conflitos graves", mas sabemos que esses números são muito maiores.
Centenas de camponeses já foram assassinadas nos últimos anos em Rondônia e os dados revelam a verdadeira situação de terror a que estão submetidos os camponeses em todo o País.  Seguem os assassinando crescentemente camponeses e indígenas, principalmente suas lideranças combativas. Só este ano fizeram massacres em Colniza (Mato Grosso) e em Pau D’Arco (Pará), totalizando só nesses dois episódios 19 camponeses executados.
Contamos com as organizações de direitos humanos, ativistas do movimento camponês, intelectuais, advogados, dirigentes sindicais, professores, estudantes e todos os trabalhadores que apoiam a justa luta dos camponeses por seu direito historicamente negado de ter um pedaço de terra para trabalhar e viver.
O momento necessita de discussão e ação das organizações que defendem os direitos do povo. Contamos com vossa participação.

        ABRAPO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ADVOGADOS DO POVO
CEBRASPO - CENTRO BRASILEIRO DE SOLIDARIEDADE AOS POVOS

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Interrupção imediata da agressão policial e militar contra o povo da Favela do Jacarezinho e Favelas da Zona Norte do RJ!

*Atualização: na manhã da segunda-feira, dia 21 de agosto, não bastasse o uso das polícias civil e militar, a "operação vingança" no Jacarezinho ganhou o auxílio de homens da polícia federal, força nacional, e tropas militares da marinha e do exército. A ação dos agentes da repressão se estendeu nas favelas de Manguinhos e Complexo do Alemão.

OPERAÇÃO POLICIAL NO JACAREZINHO É A GUERRA CONTRA O POVO POBRE

Desde a sexta-feira, dia 11 de agosto, a população que reside na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro, tem sofrido com o terrorismo de Estado: uma operação que envolve a polícia civil e sua tropa de elite a CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais), a polícia militar com sua tropa de choque e as Forças Armadas. Resultando, até o momento, em seis moradores mortos.

Nesses dez dias de operação o Estado, por meio das polícias e do exército, têm levado terror a população do Jacarezinho, como tem feito em todas as favelas e bairros pobres da cidade do Rio de Janeiro, dando mostras da verdadeira face do Estado brasileiro. Um Estado burguês-latifundiário-serviçal do imperialismo, principalmente americano que governa para seus próprios interesses e benefícios de suas classes dominantes, violando os direitos do povo pobre e trabalhador de nosso país no campo e na cidade. 

As classes populares do país são as mais afetadas com o desemprego, a destruição da saúde pública, do sucateamento da educação pública, da falta de lazer, de saneamento básico, e principalmente do genocídio cometido contra a população pobre e negra. Esta população é o alvo principal da escalada de violência e repressão que é aplicada pelo Estado brasileiro na cidade e no campo.

Nesses onze dias, além dos moradores que foram brutalmente executados pelas balas claramente endereçadas das polícias, muitos ficaram feridos. Há relatos de moradores de que o helicóptero teria atirado contra crianças.

Os residentes da favela do Jacarezinho também estão tendo suas casas alvejadas, invadidas, além da falta de luz, falta de coleta de lixo, e escolas fechadas deixando centenas de crianças e jovens sem aula.  Muitos trabalhadores não conseguem se deslocar até seus locais de trabalho e muitos outros não conseguem voltar para casa.

O monopólio da imprensa com toda a sua verborragia clama pela “paz”, porém ao mesmo tempo faz coro com os membros do poder executivo sobre a necessidade de mais operações nas favelas, mais força policial, mais repressão, além de dizer que os moradores mortos são vítimas da violência “cotidiana”, como se o terror não tivesse sendo levado pelas polícias e forças armadas com a infame e surrada desculpa de combater o “tráfico de drogas”, nomeando de “auto de resistência” as execuções perpetuadas por eles.

As operações policiais, são verdadeiras invasões das favelas, com uso sem limites de todo aparato militar que os agentes do velho Estado dispõem (armas de grosso calibre, veículos blindados, os “caveirões”, helicópteros de guerra, bombas, e até cães treinados para o combate). O Estado brasileiro está empreendendo uma GUERRA CONTRA O POVO, sendo a região metropolitana do Rio de Janeiro seu principal laboratório.

A ocorrência da morte de um membro da CORE, no dia 11 de agosto na favela do Jacarezinho, somente serve de combustível para o discurso dos chefes de Estado, tanto da gerência federal quanto estadual, para justificar o uso da força militar e os ataques abertos e deliberados contra o povo pobre. Estimulam e açulam ainda mais os agentes da repressão, que atacam as massas com mais ferocidade e covardia.

Pesquisa do Ipea alega que em 2015 o número de vítimas de assassinatos cometidos pela polícia no Rio de Janeiro supera o número de vítimas de latrocínio, respectivamente 645 contra 133. Relatório da Human Rights Watch de 2016 afirma que "o número de mortos por ação policial é muito maior do que o número de baixas na polícia, fazendo com que seja difícil acreditar que todas estas mortes ocorreram em situações em que a polícia estava sendo atacada". No mesmo relatório consta que para cada policial morto, 23 pessoas foram mortas neste ano. Já no início de 2017 dados divulgados pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) consta que a cada oito horas uma pessoa é morta pela polícia civil ou militar no Estado do Rio de Janeiro.

Toda essa repressão visa impedir que o povo se rebele e se levante contra toda a opressão. Esse é o verdadeiro objetivo e política desse Estado, seguidor fiel de seus patrões imperialistas com suas guerras de rapina e agressão aos povos.  Mas, assim como os povos de todo o mundo resistem, lutando sob as mais difíceis condições, o povo brasileiro vem cada vez mais se defendendo e avançando na sua mobilização, organização e luta.

Que tenham bem claro: Não conseguirão nunca manter o controle da população pobre frente ao aumento de sua exploração. A repressão a que estão submetidas as massas em nada vai alterar a disposição de lutar por direitos e por justiça, pelo contrário, cada vez mais o povo vê na sua luta o único caminho para construir uma Nova Democracia.  

A população que mora no Jacarezinho está exercendo seu direito de manifestação e realizando protestos diários pelo fim das operações policiais. Fazemos coro com as manifestações e exigimos que as polícias civil e militar parem sua guerra contra população e parem de assassinar os filhos do povo.

Denunciamos e exigimos que parem os tiros, as torturas cometidas principalmente contra os jovens que ali residem, as invasões das casas e todas as atrocidades que vem sendo cometidas pelas polícias na Favela do Jacarezinho.

As massas do país estão vivendo em condições degradantes, e sendo o povo pobre e trabalhador do campo e da cidade o que mais sofre com a crise política, econômica e moral que vivem as classes dominantes. A escalada de violência tem sido sempre a única resposta desse velho e apodrecido Estado. Porém, em cada uma dessas lutas se gesta uma grande e legítima rebelião popular. Essa é a história de lutas do povo brasileiro e de nossa humanidade.

Dessa forma nos somamos a essas manifestações e ainda convocamos as entidades democráticas e revolucionárias a se pronunciarem contra a guerra desenvolvida pelo genocida Estado brasileiro contra o povo pobre e trabalhador.
- Pelo fim imediato das operações e da agressão policial e militar contra o povo do Jacarezinho e favelas da Zona Norte do RJ!
- Contra a intervenção militar no Rio de Janeiro!


- Viva a luta e a mobilização do povo!