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terça-feira, 30 de maio de 2017

ENTIDADES DEMOCRÁTICAS MANIFESTAM REPÚDIO A CHACINA DE CAMPONESES NO SUL DO PARÁ

REPUDIAMOS A BRUTAL CHACINA DE CAMPONESES NO SUL DO PARÁ
EXIGIMOS INVESTIGAÇÃO INTERNACIONAL INDEPENDENTE DESSE CRIME DE ESTADO
O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos - CEBRASPO repudia veementemente a ação planejada das Polícias Civil (Delegacia Especializada em Conflitos Agrários – DECA) e Militar do estado do Pará, que levou, no último dia 24/05, à morte de pelo menos 10 camponeses, ferimentos em pelo menos 14 e vários desaparecidos. Os mortos confirmados até o momento são: Weldson Pereira da Silva; Nelson Souza Milhomem; Weclebson Pereira Milhomem; Ozeir Rodrigues da Silva; Jane Julia de Oliveira; Regivaldo Pereira da Silva; Ronaldo Pereira de Souza; Bruno Henrique Pereira Gomes; Antonio Pereira Milhomem; Hércules Santos de Oliveira. Sete das vítimas pertencem a uma mesma família.
Os trabalhadores rurais estavam acampados próximos à Fazenda Santa Lúcia, município de Pau D’Arco, sudeste do estado, por eles ocupadas até recente reintegração de posse. A terra seria supostamente propriedade de uma conhecida família de grileiros, que controla irregularmente milhares de hectares na região. Na Fazenda Cipó, também ocupada recentemente pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Pará e Tocantins (movimento ao qual eram ligados os assassinados em Santa Lúcia), comprovou-se, por exemplo, que de seus 800 alqueires, apenas 200 eram documentados, sendo o restante na verdade terra do Estado.
Repudiamos e denunciamos igualmente a versão apresentada pela Polícia, segundo a qual as mortes foram decorrentes de “confronto” armado. Não existe confronto possível quando NENHUM policial sofreu quaisquer danos físicos, como foi o caso. Também as “armas” apresentadas como prova pela Polícia, velhas e ineficientes, são evidentemente incapazes de serem utilizadas de forma ofensiva, ainda que estivessem de fato em posse dos sem terra. Na verdade, nessa justificativa vemos a reprodução, no contexto rural, das alegações de “autos de resistência” sistematicamente apresentadas pelas forças policiais brasileiras para as execuções sumárias e chacinas perpetradas nas favelas e periferias do país, prática já condenada inúmeras vezes pela ONU e outros organismos internacionais.
Os relatos que temos até o momento atestam atrocidades e irregularidades na atuação da polícia. Agindo sob o pretexto de um mandado de prisão, executaram inclusive a presidente da associação local de camponeses, Jane, que tentou dialogar com os agentes do Estado. A cena do crime foi desfeita e os corpos enviados para duas cidades diferentes, Marabá e Paraopebas, antes da realização da perícia local. O Ministério Público Federal e o Conselho Nacional de Direitos Humanos já se encontram no local e relataram essas e várias outras irregularidades.
A região onde aconteceu a matança tem uma longa história de conflitos agrários e violações de direitos cometidos pelo Estado brasileiro. Ainda sob o regime militar, a resistência popular organizada na chamada Guerrilha do Araguaia foi esmagada com assassinatos, torturas e desaparecimentos massivos, condenáveis pelas legislações nacional e internacionais. Em dezembro de 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil por não ter punido os responsáveis pelas mortes e desaparecimentos, e determinou que sejam feitos todos os esforços para localizar os corpos dos desaparecidos. O Tribunal concluiu que o Estado brasileiro é responsável pelo desaparecimento de 62 pessoas, ocorrido entre 1972 e 1974. Nessa mesma região, em abril de 1996, a PM/PA realizou o tristemente célebre Massacre de Eldorado dos Carajás, no qual 19 camponeses do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados, e dezenas feridos e mutilados. Apenas dois comandantes da PM foram condenados pelas atrocidades, em processos e julgamentos denunciados por enormes irregularidades pela Anistia Internacional, entre outros órgãos.

domingo, 28 de maio de 2017

VITORIOSA GREVE DE FOME DOS PRESOS POLÍTICOS PALESTINOS!


Cerca de 800 presos políticos palestinos encerraram no último sábado uma greve de fome que durou 41 dias.
 Iniciada no dia 17 de abril os presos reivindicavam além de melhores condições carcerárias e direito a duas visitas por mês - até o momento é permitido aos presos receberem somente uma visita por mês - os presos protestavam contra o isolamento em celas solitárias e pelo fim das detenções sem julgamento praticadas pelo estado fascista de Israel.
Ainda não foi divulgado quais reivindicações foram aceitas pelas "autoridades" israelenses, porém o movimento foi considerado vitorioso por toda a palestina pela bravura e determinação dos presos políticos em resistir nas masmorras do estado Israelense e por também repercutir a situação desumana que os cerca de 6.500 presos palestinos são obrigados a enfrentar no cárcere.





Viva a luta do povo Palestino!
Liberdade para todos os presos políticos democratas e revolucionários do mundo!

sexta-feira, 26 de maio de 2017

CAMPONESES SÃO BRUTALMENTE ASSASSINADOS NO ESTADO DO PARÁ

Reproduzimos a grave denúncia da Liga dos Camponeses Pobres em relação a chacina perpetrada por um bando armado a soldo do latifúndio, dessa vez no estado do Pará.

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Chacina em Pau D`arco no Pará é Crime de Estado!
As informações dão conta de 11 mortos e 14 baleados.
As informações que chegaram até agora apontam a DECA como a responsável pela operação militar.
As mentiras começam com a DECA informando que os policiais foram recebidos a tiros e reagiram! Mentirosos! Assassinos! Canalhas!
Todo mundo que conhece armamento sabe que aquelas poucas que foram apreendidas e mostradas não encorajariam ninguém a enfrentar a polícia. É só ver os corpos dos companheiros assassinados para concluir que foram fuzilados, e não estavam em posição de confronto.
Esta área já havia sido reintegrada ao latifundiário grileiro que nós conhecemos muito bem. A DECA, outras polícias, pistoleiros e seguranças particulares estavam na área para fazer segurança para o latifundiário. E fizeram a chacina para vingar a morte de um suposto pistoleiro que teria morrido na região.
A DECA foi a Pau D`arco para matar camponeses. A companheira Jane, presidente da associação dos camponeses que lutava pela área foi assassinada. Sete camponeses de uma mesma família também o foram.
Nós conhecemos muito bem estes companheiros honestos e trabalhadores. Eles já participaram, junto com a Liga dos Camponeses Pobres do Pará e Tocantins, de diversos protestos e fechamento de estradas. Estes companheiros não estavam na terra, estavam acampados no corredor.
E como dizemos acima, nós também conhecíamos o grileiro.
A terra pela qual foram assassinados os 11 camponeses (Fazenda Santa Lúcia) era parte do império de “Norato Barbicha”, que já morreu, mas os seus milhares de hectares grilados como as Fazendas Cipó, Pantanal, Santa Lúcia e outras ficaram para sua mulher.
A Fazenda Cipó, que já esteve tomada pela LCP do Pará e Tocantins, foi alvo de reintegração, mas continua a luta pela sua posse. E depois de muitas reuniões, fechamentos de BR´s, audiências públicas e etc., ficou comprovado que, dos seus 800 alqueires, somente 200 eram documentados. Os outros 600 alqueires são terras do Estado.
Estas terras só não estão nas mãos e sendo lavradas pelos camponeses por que o Estado é corrupto, ladrão, e defende e protege os latifundiários.
Assim também acontecia na “Pantanal” e não devia ser muito diferente na Santa Lúcia.
Por isso o latifúndio mata, e matou!
A culpa é do governo do Estado, Simão Jatene, PSDB!
A culpa é da DECA!
A culpa é do latifúndio!
A culpa é da quadrilha de Temer, Meireles e desse congresso de bandidos!

Morte ao latifúndio!
Honra e Glória aos camponeses tombados lutando pelo sagrado direito à terra!
Terra para quem nela vive e Trabalha!
Viva a Revolução Agrária!

Liga dos Camponeses Pobres do Pará e Tocantins
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

Conceição do Araguaia, 24 de maio de 2017

terça-feira, 23 de maio de 2017

POLICIAIS SÃO CONSTANTEMENTE DENUNCIADOS POR TRABALHAREM COMO PISTOLEIROS PARA LATIFUNDIÁRIOS EM RO

No dia 16/05, o camponês Paulo Sérgio Bento Oliveira, de 36 anos, foi covardemente executado pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Militar (PM), na cidade de Mirante da Serra, no estado de Rondônia.
        
Afim de barrar a justa luta pela terra na região, camponeses sem terra e principalmente lideranças são perseguidas, ameaçadas, torturadas e assassinadas por pistoleiros. Frequentemente quem cumpre esse papel de "bando armado do latifúndio" é a própria polícia.

A realidade latifundiária e o conflito agrário no campo não são particulares do estado de Rondônia, entretanto é importante lembrarmos que este estado apresentou nos últimos anos o maior número de mortes no campo decorrente da luta pela terra.

De acordo com o balanço anual realizado pela CPT, o número de execuções no campo em 2015 foi o maior desde 2002. A maior parte dos assassinatos ocorreu no estado de Rondônia onde foram contabilizadas 21 mortes, em seguida o estado do Pará com 19 mortes. De acordo com a Agência Brasil, "o perfil predominante das mortes foi de indivíduos envolvidos em movimentos de luta pela regularização fundiária, como é o caso de uma família do município paraense de Conceição do Araguaia, que teve todos os seus cinco membros mortos a golpe de facão e tiros em fevereiro do ano passado." 

O tamanho dos latifúndios e a quantidade de famílias a espera pela promessa de reforma agrária dos governos tem levado muitos movimentos no campo a defenderem o corte imediato das terras para que os camponeses possam trabalhar e viver.

 "O Brasil registrou durante o primeiro governo da presidente Dilma Rousseff um aumento de concentração de terras em grandes propriedades privadas de pelo menos 2,5%. Dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) revelam que, entre 2010 e 2014, seis milhões de hectares passaram para as mãos dos grandes proprietários — quase três vezes o estado de Sergipe. Segundo o Sistema Nacional de Cadastro Rural, as grandes propriedades privadas saltaram de 238 milhões para 244 milhões de hectares. (...) Há 130 mil grandes imóveis rurais, que concentram 47,23% de toda a área cadastrada no Incra. Para se ter uma ideia do que esse número representa, os 3,75 milhões de minifúndios (propriedades mínimas de terra) equivalem, somados, a quase um quinto disso: 10,2% da área total registrada. No governo Lula, de 2003 a 2010, o aumento das grandes propriedades, públicas e privadas, foi ainda maior do que na gestão de Dilma. Elas saltaram de 214,8 milhões, em 2003, para 318 milhões de hectares em 2010: aumento de 114 milhões de hectares. " Fonte: https://oglobo.globo.com/brasil/concentracao-de-terra-cresce-latifundios-equivalem-quase-tres-estados-de-sergipe-15004053

Em outras palavras, podemos dizer que a área representada pelos estados do Paranã e e São Paulo juntos está na mão de cerca de 300 latifundiários, enquanto temos no campo aproximadamente 5 milhões de famílias sem terra, ou com pouca terra, "a espera'' de chão para viverem e plantarem.