Páginas

sábado, 25 de fevereiro de 2017

RIO DE JANEIRO - MORADORES DO CHAPADÃO REPUDIAM A VIOLÊNCIA POLICIAL

Reproduzimos reportagem publicada no blog da redação do jornal A Nova Democracia onde moradores do Complexo do Chapadão denunciam a violência policial ao qual são submetidos diariamente.


RJ: Moradores condenam Chacina no Chapadão


                                  



Redação de AND
Na manhã de 15 de fevereiro, a equipe de AND esteve presente no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio de Janeiro, acompanhando o importante ato dos moradores em repúdio a mais uma chacina, resultado de uma “operação” realizada pelo 41º Batalhão da PM. Leia mais aqui
Durante a visita de nossa equipe, os moradores denunciaram, com exclusividade para o AND, a série de abusos e violações da PM que culminou com a bárbara chacina do dia 13 de fevereiro, com o assassinato de 4 pessoas e deixando mais 7 feridos.
Ao chegar no local da Chacina, ocorrida dois dias antes, os sinais do crime ainda eram visíveis: inúmeras marcas de balas em carros estacionados, nos muros e portões das casas; os chinelos ensanguentados das vítimas assassinadas e feridas ainda amontoados em frente a um portão; na rua, marcas de sangue.
— Eu moro aqui há 20 anos, sou dona de casa, tenho ali na garagem uma lanchonetezinha. A polícia chegou, ameaçou o meu filho. Meu vizinho estava sentado aqui, se não tivesse levantado teria tomado um tiro, e não foi “bandido” não. Porque tudo eles dizem que é bandido, mas é mentira. Foi a polícia! – declarou uma moradora que preferiu não se identificar.
— Olha aqui no muro as marcas! Bateu aqui a bala, com meu filho aí dentro   disse, apontando para a casa perfurada por balas, e prosseguiu: — A gente sabe que existe o tráfico, mas isso não dá o direito da polícia fazer isso, sair atirando em todo mundo. Quase que meu filho foi morto. Está lá, o carro do meu filho furado de bala, e o carro do vizinho também, que teve prejuízo. E foi só a polícia que deu (os tiros), mais nada. E eu pergunto: a polícia vai pagar por isso aqui? Porque a gente tem patrimônio, eles têm que respeitar. Não vai vir pagar! E isso acontece é na hora que está saindo uma criança da escola, é só nesse horário. Invadem a casa dos moradores. E agora, quantas mães aqui hoje estão chorando, quantas mães estão perdendo seus filhos? — continuou sua denúncia.
Os assassinatos foram cometidos na Rua Capri, onde os policiais invadiram a residência de um casal de moradores – submetendo os mesmos a cárcere privado ali mesmo – e utilizaram o local de esconderijo para, em seguida, em uma emboscada, abrir fogo contra um grupo de jovens do outro lado da rua. Os moradores descreveram para a equipe de AND a ação criminosa da PM:
— Prenderam o morador dentro de casa e a esposa dele. Desceram por ali e saíram atirando para quem quisesse ver, os meninos estavam aqui. Um menino caiu ali morto, outro caiu ali. E vai dizer que foi troca de tiros?! Mentira! Os meninos não pegaram em nenhuma arma. Não pegaram! Não estou aqui para defender o tráfico, porque se está errado, está errado, isso eu sei. Mas isso que eles (PMs) fizeram não dá. – concluiu indignada.
O casal de moradores, mantido refém em sua própria casa, também falou com a equipe de AND e descreveu os momentos de terror:
— O policial já saiu na minha sala, eu estava deitado. Ela (esposa) estava na cozinha – afirmou o morador.  

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Rondônia - Denúncias do Acampamento Boa Esperança e das Áreas Monte Verde e 10 de maio

Reproduzimos duas denúncias que recebemos em nosso correio eletrônico da Liga dos Camponeses Pobres.

Polícia de Confúcio e Ênedy agride jovem da Área Monte Verde

Camponeses da Área Monte Verde denunciam mais uma ação violenta da polícia militar. No dia 13 de fevereiro de 2017, policiais de um grupamento especial da pm, em 2 viaturas e uma caminhonete Hilux branca semidentificação, entraram na área, alegando estarem fazendo um levantamento pro Incra. Eles humilharam uma família e agrediram um jovem menor de idade.

Os policiais passaram em alguns lotes fazendo várias perguntas aos camponeses, como o que eles têm de produções, construções, móveis de casa, se água é de poço ou de mina, se têm energia, etcTrabalhadores informaram que os policiais estavam anotando em papéis timbrados do IncraNo 4º lote que eles abordaramde um camponês que estava na cidade, os policiais já chegaram de forma agressiva. Perguntaram há quanto tempo estavam na área, a camponesa disse que fazia pouco mais de 1 ano. O filho corrigiu sua mãe, falando que fazia 2 anos e foi humilhado por um policial, que disse: “Deixa de ser mentiroso, há 2 anos eu vim aqui e era tudo mata!” Quando o estudantequis explicar, o policial continuou com as agressões: “Cala boca, seu merda!” O jovem, que estava com a mochila nas costas pra ir pra escola, foi se defender, perguntando por que o policial o estava humilhando daquela forma 5 policiais foram para cima dele, deram um tapa no pescoço, jogaram-no no chão, pisaram nele, algemaram-no, colocaram-no no camburão. Reviraram a mochila do rapaz, pegaram seu celular e dinheiro, levaram-no para a delegacia de Monte Negro, acompanhado de sua mãeNo registro da operação criminosaos policiais disseram que o jovem os desacataram e que eles foram obrigados a usar a força.

Assim que o pai soube da agressão, foi atrás do filho e esposa. O jovem estava com a camisa cheia de marcas das botas dos policiais e com um machucado na testa, ele fiz um exame de corpo de delito.

Não consta nada no processo jurídico que justifique uma operação policial na área, então os policiais estavam agindo sem ordem judicial, mais uma vez.

Áreas Monte Verde e 10 de maio ameaçadas de despejo

Em dezembro de 2016, policiais militares de Ariquemes, em 2 viaturas, estiveram na Área Monte Verdefazendo as mesmas perguntas fotografando as produções e construções camponesasEles alegaram estar fazendo um levantamento para uma possível reintegração de posse.

Situação parecida ocorreu na área vizinha 10 de maio. Nas últimas semanas, cerca de 20 policiais da pmforça tática e da polícia federal têm circulado na área, fazendo perguntas aos moradores sobre os líderes, se eles também pensam que a polícia matou os camponeses Edilene e Izaque, sempre de forma intimidadora. Como a área também tem uma ordem de despejo que está suspensa, certamente estes policiais estavam agindo sem ordem judicial. Outra situação suspeita é o fato de não haver nenhuma viatura da polícia federal, apesar de terem policiais desta tropa.

Camponeses prometem resistir ao despejo

Localizado na linha 35, travessão B0, no município de Monte Negro, a Área Monte Verde é constituída de 123 lotes, cortados pelos camponeses, em setembro de 2015. Cerca de 90 famílias moram na área, em praticamente todos lotes têm produção, com roças e criações variadas. Atualmente, as famílias da área entregam cerca de 800 litros de leite todo dia. A maioria das famílias já tem casas construídas, 60% tem energia.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

VIGOROSA MANIFESTAÇÃO DENUNCIA OS CRIMES DO LATIFÚNDIO EM JARU/RO



O CEBRASPO saúda todas as entidades, movimentos e organizações democráticas e revolucionárias que atenderam nossa convocação em conjunto com a ABRAPO – Associação Brasileira de Advogados do Povo,  e participaram do Ato no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaru e da manifestação que percorreu as ruas da cidade, na última sexta feira dia 10 de fevereiro.
Nossa saudação se estende especialmente  aos bravos camponeses e suas famílias pela disposição demonstrada de seguir organizando um número cada vez maior de ocupações e de tomadas de terras do latifúndio. As lideranças que participaram da manifestação e se deslocaram de diversas áreas e localidades do Estado de Rondônia, também realizaram juntamente com a LCP- Liga dos Camponeses Pobres, uma reunião para apresentar uma pauta de exigências ao governo de Rondônia e ao Incra, com prazo para cumprimento. Sob pena de uma mobilização ainda maior, com paralisação de estradas, novas ocupações e ações diversas para exigir seu sagrado direito a terra.
Além da demonstração de combatividade e firmeza, ficou claro que luta pelo direito a terra não vai recuar diante das tentativas de despejo, assassinatos, execuções perpetradas pelo latifúndio com o apoio das instituições oficiais do governo. Essas mesmas instituições que articulam com o governo federal para tentar entregar 80% das terras de Rondônia ao governo do estado, que em seguida entregaria  estas terras para o latifúndio mais criminoso do país. Com a participação do poder judiciário, deputados, donos de cartórios, etc.
A combativa manifestação percorreu as ruas parando em mercados e terminais rodoviários além dos principais pontos de comércio.
Com muita agitação, com combativas palavras de ordem, canções de luta, os camponeses apoiados por operários, estudantes, advogados do povo, democratas e intelectuais honestos de diversas partes do país, denunciaram os crimes do latifúndio e das forças de repressão do velho estado. Foram lembrados também os companheiros que foram covardemente executados pelos grupos paramilitares a soldo do latifúndio. Em 2015 de 50 assassinatos em todo o Brasil na luta pela terra, 21 foram em RO.  Somente no ano passado, 2016, foram cerca de 23 no estado de Rondônia. Em 2017 esses crimes já começaram com a total conivência do governo, do judiciário de RO acompanhados de forte campanha de criminalização do movimento camponês, particularmente do movimento camponês combativo e a LCP.
Assim o CEBRASPO reafirma seu compromisso em defender e apoiar aqueles que lutam e defendem os seus direitos e não se calam diante da opressão e da exploração de classe. Defendemos e defenderemos o direito do povo lutar pelos seus direitos na cidade e no campo.

- Barrar os crimes do latifúndio e os assassinatos no campo.
- Barrar os sequestros, torturas e assassinatos de camponeses.
- Barrar a criminalização da luta camponesa
- Viva a luta operaria e camponesa.
Para mais informações sobre a manifestação lei a reportagem do Jornalismo Investigativo (Rondônia): http://www.andblog.com.br/ro-ato-publico-em-jaru/

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

RONDÔNIA - ATO PÚBLICO CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA CAMPONESA

Goiânia, 01 de fevereiro de 2017



Apoiar os camponeses de Rondônia!
Barrar os assassinatos de camponeses, as perseguições, prisões e torturas de camponeses e advogados populares, a criminalização da luta camponesa e a retirada completa de direitos do povo!

O CEBRASPO – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos, a ABRAPO – Associação Brasileira dos Advogados do Povo, e a Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres convocam as organizações de direitos do povo e de direitos humanos, ativistas das organizações de advogados que defendem os lutadores sociais, sindicalistas, organizações camponesas, indígenas e quilombolas, personalidades democráticas em geral, estudantes e intelectuais de todo o Brasil, para uma vez mais apoiar os camponeses de Rondônia que lutam e resistem aos mais covardes ataques do latifúndio, da pistolagem, de juízes e policiais corruptos, de gerentes do Estado, e da imprensa porca e venal.
Os ataques contra a Liga dos Camponeses de Rondônia e Amazônia Ocidental têm o claro objetivo de criminalizar e demonizar os camponeses e suas organizações para perpetrar massacres como os que vêm ocorrendo nos presídios brasileiros, para ficar só neste exemplo que chocou todos os brasileiros e a imprensa internacional.
Estes ataques são para esconder o maior roubo de terras neste século no Brasil, que está em curso com a tentativa de legalizar documentos de terras públicas griladas por latifundiários e que são em torno de 80% do território de Rondônia. A trama é passar as terras da União para o Estado, que as dividiria entre a quadrilha de latifundiários que controla também os cartórios, fóruns e quartéis da polícia de Rondônia.
Estes ataques visam frear as lutas do campesinato de Rondônia, assim como os ataques, principalmente no Mato Grosso do Sul, para quebrar a resistência das nações Terenas e Guarani e kaiowá´s. Os camponeses em Rondônia e os indígenas no Mato Grosso do Sul travam hoje duríssimas batalhas, se levantam em lutas cada vez mais combativas e massivas, assim como camponeses, indígenas e quilombolas em todo o Brasil.
Estes ataques visam quebrar a resistência não só dos camponeses, mas também dos trabalhadores e de todo o povo pobre brasileiro, contra esta reforma da previdência que quer tirar dinheiro dos pobres e entregar para os ricos, contra a retirada de direitos trabalhistas, contra todas as medidas anti-povo e vende pátria desta quadrilha de Temer que assalta a nação.
Contamos com todos os companheiros e companheiras
Convocamos a participação de todos, e o apoio à luta em Rondônia.
Só uma aliança de operários e camponeses forjada na resistência aos ataques dos latifundiários e burgueses vai barrar o verdadeiro assalto em curso no Brasil contra os aposentados, trabalhadores, camponeses, indígenas, quilombolas, o povo pobre nas favelas,  o povo pobre nos presídios, o povo pobre morrendo de dengue e febre amarela.
Ato Público- Dia 10 de Fevereiro – 09 horas – Jaru
Sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaru – Rua João Batista 2879 – Centro

CEBRASPO – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
ABRAPO – Associação Brasileira dos Advogados do Povo
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres