No dia 22 de julho de 2005, o eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes foi assassinado pela SO19, unidade armada da Scotland Yard, a polícia inglesa. Jean tinha apenas 27 anos de idade e foi morto covardemente com oito tiros disparados à queima-roupa quando estava dentro de um vagão de trem, na estação de Stokwell, a caminho do seu trabalho. Ele teria sido confundido com um suposto terrorista etíope. Sem qualquer justificativa, ele foi assassinado friamente, naquela que ficou conhecida como uma absurda operação da polícia britânica.
|| Modus Operandi: Atirar para matar ||
Na época, autoridades policiais tentaram justificar seu erro fatal dizendo que o acidente havia ocorrido porque o brasileiro se recusara a obedecer às ordens de parar, dadas pelos policiais; o que foi totalmente desmentido no decorrer das investigações.
A polícia britânica assassinou o operário utilizando balas do tipo “dumdum”, proibidas por convenções internacionais. Esta é uma bala que tem ponta oca e que se ramifica pelo corpo na hora do impacto, provocando danos fatais à vítima. A Scotland Yard, mesmo conhecendo as características da munição, e ciente da proibição, usou oito delas em Jean Charles, sendo sete na cabeça e uma no ombro.
|| A Impunidade Confirma: Política Genocida de Estado ||
Apesar do grave crime nenhum policial foi afastado nem punido pela morte do jovem trabalhador brasileiro, que foi para a Inglaterra em busca de uma vida melhor, como ainda fazem milhares de migrantes.
Ao contrário, a responsável pela operação policial que matou Jean Charles em 2005, a subcomissária Cressida Dick foi promovida e condecorada pelos serviços prestados. Mais uma vez, o Estado protege os que estão a seu serviço. E a polícia, no caso inglesa, agiu mais uma vez acima das leis que diz defender.
Em 2007, a Comissão “Independente” de Queixas Policiais (IPCC, sigla em inglês), tomou decisão arquivando os processos contra 11 policiais envolvidos.
|| A palavra de Familiares e Advogada ||
Na ocasião a prima de Jean Charles, Patricia da Silva Armani, declarou:
“Eu não posso acreditar que a polícia foi capaz de escapar disso. É vergonhoso que o IPCC possa emitir tal decisão – eles estão isentando a polícia de um assassinato. Primeiro os oficiais mataram meu primo, depois mentiram a respeito, e agora os oficiais estão andando por aí sem punição. É uma caricatura de justiça e mais uma bofetada na face para nossa família. As vidas dos oficiais continuam normalmente, mas nós vivemos em distúrbios, lutando para obter as respostas e a justiça que merecemos.”
Por sua vez, a advogada da família, Harriet Wistich, declarou:
“A família está de novo gravemente desapontada pelo fato de que decisões escusatórias são tomadas sobre oficiais diretamente responsáveis pelo assassinato de um homem inocente, antes de e a própria família ter acesso pleno às provas e antes que essas provas sejam submetidas a um tribunal. Em nossa experiência é altamente incomum que tais decisões sejam tomadas antes da conclusão de quaisquer procedimentos criminais e inquisitórios. Podemos ver que não há outra vantagem nesse anúncio precipitado que aliviar os oficiais que enfrentam processos disciplinares. Se os oficiais estão sendo poupados daquela ansiedade contínua, à família de Jean Charles não é dado nenhum alívio para sua própria agonia, aflição e ansiedade por sua falta de acesso a todas as provas em torno do assassinato do seu amado.”
Outro primo de Jean, Alex Pereira, havia declarado ainda em 2006:
"A IPCC e o CPS estão agindo como membros de quadrilha tentando encobrir as ações de seus chefes, a polícia. Está claro que eles querem esconder a verdade de todos. Este é o último acobertamento."
|| A Calúnia Como Justificativa ||
Em 2014, ficou comprovado que alterações feitas no artigo da Wikipédia sobre o brasileiro Jean Charles de Menezes foram realizadas em computadores usados pelo governo britânico. De acordo com o jornal inglês “The Guardian”, ativistas rastrearam o IP (número que identifica um computador na internet) e determinaram a autoria de um novo parágrafo, que critica os grupos que exigiram investigações mais detalhadas sobre o caso de Jean Charles.
|| Para que nunca se esqueça ||
Nos dez anos do lamentável episódio, familiares e amigos do jovem eletricista fizeram um minuto de silencio em frente ao memorial permanente inaugurado em 2010, na Estação de Metrô de Stokwell, Londres, em homenagem a Jean Charles de Menezes.
A família de Jean está questionando as decisões das autoridades britânicas no Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
No evento que lembrava os dez anos do assassinato, sua prima Vivian Figueiredo afirmou: "Nós merecemos isso [justiça] e muitas pessoas que estão lá fora lutando por justiça precisam disso."
"O nome de Jean Charles não pode ser esquecido."
O Cebraspo se solidariza com os familiares de Jean Charles de Menezes e repudia a impunidade dos policiais ingleses, que seguem cometendo crimes semelhantes, como aconteceu com o inglês Ian Tomlinson, durante os protestos contra a reunião do G20 em Londres, no dia 1º de abril de 2009. Infelizmente crimes semelhantes acontecem no Brasil, onde assassinatos praticados por policiais são quase sempre encobertos como autos de resistência. Repudiamos também toda a perseguição aos imigrantes na Europa que tem se intensificado com a crise econômica do imperialismo e que além de se apresentar como aumento da xenofobia, também tem assumido o disfarce da versão oficial de Estado das políticas "anti-terror", como por exemplo a perseguição a Confederação dos Trabalhadores da Turquia na Europa (ATIK), organização que atua legalmente e teve ativistas presos pela polícia da Alemanha
|| Modus Operandi: Atirar para matar ||
Na época, autoridades policiais tentaram justificar seu erro fatal dizendo que o acidente havia ocorrido porque o brasileiro se recusara a obedecer às ordens de parar, dadas pelos policiais; o que foi totalmente desmentido no decorrer das investigações.
A polícia britânica assassinou o operário utilizando balas do tipo “dumdum”, proibidas por convenções internacionais. Esta é uma bala que tem ponta oca e que se ramifica pelo corpo na hora do impacto, provocando danos fatais à vítima. A Scotland Yard, mesmo conhecendo as características da munição, e ciente da proibição, usou oito delas em Jean Charles, sendo sete na cabeça e uma no ombro.
|| A Impunidade Confirma: Política Genocida de Estado ||
Apesar do grave crime nenhum policial foi afastado nem punido pela morte do jovem trabalhador brasileiro, que foi para a Inglaterra em busca de uma vida melhor, como ainda fazem milhares de migrantes.
Ao contrário, a responsável pela operação policial que matou Jean Charles em 2005, a subcomissária Cressida Dick foi promovida e condecorada pelos serviços prestados. Mais uma vez, o Estado protege os que estão a seu serviço. E a polícia, no caso inglesa, agiu mais uma vez acima das leis que diz defender.
Em 2007, a Comissão “Independente” de Queixas Policiais (IPCC, sigla em inglês), tomou decisão arquivando os processos contra 11 policiais envolvidos.
|| A palavra de Familiares e Advogada ||
Na ocasião a prima de Jean Charles, Patricia da Silva Armani, declarou:
“Eu não posso acreditar que a polícia foi capaz de escapar disso. É vergonhoso que o IPCC possa emitir tal decisão – eles estão isentando a polícia de um assassinato. Primeiro os oficiais mataram meu primo, depois mentiram a respeito, e agora os oficiais estão andando por aí sem punição. É uma caricatura de justiça e mais uma bofetada na face para nossa família. As vidas dos oficiais continuam normalmente, mas nós vivemos em distúrbios, lutando para obter as respostas e a justiça que merecemos.”
Por sua vez, a advogada da família, Harriet Wistich, declarou:
“A família está de novo gravemente desapontada pelo fato de que decisões escusatórias são tomadas sobre oficiais diretamente responsáveis pelo assassinato de um homem inocente, antes de e a própria família ter acesso pleno às provas e antes que essas provas sejam submetidas a um tribunal. Em nossa experiência é altamente incomum que tais decisões sejam tomadas antes da conclusão de quaisquer procedimentos criminais e inquisitórios. Podemos ver que não há outra vantagem nesse anúncio precipitado que aliviar os oficiais que enfrentam processos disciplinares. Se os oficiais estão sendo poupados daquela ansiedade contínua, à família de Jean Charles não é dado nenhum alívio para sua própria agonia, aflição e ansiedade por sua falta de acesso a todas as provas em torno do assassinato do seu amado.”
Outro primo de Jean, Alex Pereira, havia declarado ainda em 2006:
"A IPCC e o CPS estão agindo como membros de quadrilha tentando encobrir as ações de seus chefes, a polícia. Está claro que eles querem esconder a verdade de todos. Este é o último acobertamento."
|| A Calúnia Como Justificativa ||
Em 2014, ficou comprovado que alterações feitas no artigo da Wikipédia sobre o brasileiro Jean Charles de Menezes foram realizadas em computadores usados pelo governo britânico. De acordo com o jornal inglês “The Guardian”, ativistas rastrearam o IP (número que identifica um computador na internet) e determinaram a autoria de um novo parágrafo, que critica os grupos que exigiram investigações mais detalhadas sobre o caso de Jean Charles.
|| Para que nunca se esqueça ||
Nos dez anos do lamentável episódio, familiares e amigos do jovem eletricista fizeram um minuto de silencio em frente ao memorial permanente inaugurado em 2010, na Estação de Metrô de Stokwell, Londres, em homenagem a Jean Charles de Menezes.
A família de Jean está questionando as decisões das autoridades britânicas no Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
No evento que lembrava os dez anos do assassinato, sua prima Vivian Figueiredo afirmou: "Nós merecemos isso [justiça] e muitas pessoas que estão lá fora lutando por justiça precisam disso."
"O nome de Jean Charles não pode ser esquecido."
O Cebraspo se solidariza com os familiares de Jean Charles de Menezes e repudia a impunidade dos policiais ingleses, que seguem cometendo crimes semelhantes, como aconteceu com o inglês Ian Tomlinson, durante os protestos contra a reunião do G20 em Londres, no dia 1º de abril de 2009. Infelizmente crimes semelhantes acontecem no Brasil, onde assassinatos praticados por policiais são quase sempre encobertos como autos de resistência. Repudiamos também toda a perseguição aos imigrantes na Europa que tem se intensificado com a crise econômica do imperialismo e que além de se apresentar como aumento da xenofobia, também tem assumido o disfarce da versão oficial de Estado das políticas "anti-terror", como por exemplo a perseguição a Confederação dos Trabalhadores da Turquia na Europa (ATIK), organização que atua legalmente e teve ativistas presos pela polícia da Alemanha
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