A ex-presa política do Regime Militar, Inês Etienne Romeu morreu hoje de manhã (segunda-feira, dia 27 de abril de 2015), enquanto dormia em sua casa em Niterói, Rio de Janeiro.
Inês era a única sobrevivente da Casa da Morte, localizada em Petrópolis, onde presos políticos eram torturados e assassinados.
Inês integrava o comando da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e foi presa em 5 de maio de 1971 pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, na avenida Santo Amaro, em São Paulo. Foi barbaramente torturada no DOI-CODI paulista e depois transferida para a Casa da Morte, onde foi mantida presa clandestinamente pelos militares durante 96 dias e torturada por 6 agentes da repressão.
O imóvel onde funcionava a Casa da Morte, em Petrópolis. |
Em 2003, aos 61 anos, Inês sofreu uma agressão dentro de sua casa, de um suposto marceneiro, e foi internada com traumatismo cranioencefálico. Foi um longo período de tratamento até que conseguisse novamente falar e andar. A polícia do 77º. Distrito de São Paulo registrou a agressão como “acidente doméstico”. Até hoje o agressor não foi identificado.
Mesmo depois de sofrer as piores torturas Inês Etienne Romeu se manteve firme, denunciando as torturas até sua morte. Rendemos nossas homenagens a Inês Etienne Romeu e todos os heróis do povo. Pedimos a punição de seus torturadores e dos mandantes das torturas, bem como de todos os outros criminosos agentes do Regime Militar que até hoje estão impunes. Não punir torturadores é conciliar com esses crimes e reforçar essas práticas que continuam acontecendo nas favelas, no sistema penitenciário e no campo.
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