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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

EQUADOR: LIBERDADE AO COMPANHEIRO CRISTIAN MONTERO!


Cristian Montero, ativista político, foi preso pela polícia equatoriana, segundo nota difundida pela Frente de Lutas em Defesa do Povo (FLDP) do Equador. O ativista foi acusado de rebeldia, paralisação de serviços públicos e terrorismo, entre outras coisas. Na realidade, ele participa da luta contra as grandes mineradoras que expulsam camponeses no interior do país.

Segundo nota, a FLDP denuncia que o objetivo do velho Estado é desmobilizar o movimento operário e as organizações camponesas sob sua direção. “A estratégia do regime”, afirmam, “também se baseia na aquisição de armas e demais apetrechos militares para comprometer as Forças Armadas de maneira direta na repressão do povo; mas não só isso, implantaram todo um contingente de inteligência que procura reunir informações sobre o elemento consciente da classe e do povo para prosseguir com a sua neutralização. Toda esta campanha visa um único objetivo: dar rédeas soltas às medidas do FMI das quais o regime não renunciou, apesar do levante popular de Outubro.”

“Que o regime compreenda isto: a repressão apenas alimenta o crescente e determinado protesto popular. Que o regime não acredite que vai encontrar o povo e os camponeses pobres armados com cartazes, panelas, apitos, tambores e cantos tristes; ele se deparará com um força popular com direção proletária correta, firme, determinada, disposta a usar violência revolucionária para deter a campanha repressiva do governo e as políticas econômicas que vão contra a soberania nacional e atentam contra a economia do povo”, conclui a FDLP.

Nós, do CEBRASPO, exigimos a libertação imediata de Cristian Montero e de todos os presos políticos democráticos e revolucionários do Equador, e repercutimos a grave denúncia de perseguição por parte do velho estado do Equador aos elementos mais combativos dos levantes populares de Outubro!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

ÍNDIA: VELHO ESTADO PRENDE PROFESSOR KASEEM

Segundo o portal de notícias internacional Dazibao Rojo, foi preso em 18 de janeiro de 2020 o Professor da Universidade de Osmania, Chintakindi Kaseem, detido pela polícia de Telengana sob a draconiana Lei de Prevenção de Atividades Ilegais (UAPA) por suposto envolvimento com os revolucionários maoístas do Partido Comunista da Índia (Maoísta).



Professor Kaseem foi recentemente apontado como Secretário Geral da Associação de Escritores Revolucionários (Viplava Rachayitala Sangam, ou conhecido pela sigla ViRaSam), uma entidade de intelectuais comprometidos com a defesa dos direitos do povo. 

A polícia de Telengana tem sido acusada de reprimir os dissidentes e críticos do estado, e da prisão de vários ativistas e defensores dos direitos dos povos, como o presidente de Telangana Vidyarthi Vedika, Bandari Maddileti, o vice-presidente regional da Frente de Telangana Praja, Nalamasi Krishna, e o professor assistente da Universidade de Osmania, K Jagan, acusados de terem vínculos com o PCI (maoísta).

Como já temos divulgado no nosso blog, esta Lei de Prevenção de Atividades Ilegais (UAPA) tem sido usada para reprimir e intimidar as massas na sua luta pelos direitos democráticos mais básicos, segundo denunciam os movimentos populares, democráticos e revolucionários.

Nós, do CEBRASPO, condenamos mais esta prisão política sob o gerenciamento do Primeiro Ministro fascista Modi, do BJP (Partido do Povo Indiano) que tem promovido  ferozmente políticas anti-povo e ataques contra todos os que lutam pelos direitos do povo. 

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

MA: PISTOLEIROS EXECUTAM DOIS CAMPONESES NA BAIXADA MARANHENSE


Reproduzimos nota pública, assinada por diversas entidades e organizações, denunciando o covarde assassinato de dois camponeses na comunidade de Cedro, na Baixada Ocidental Maranhense (Arari), no Maranhão. 

Segundo a nota, na madrugada do dia 05 de janeiro de 2020, quatro pistoleiros fortemente armados, invadiram a residência de CELINO FERNANDES e WANDERSON DE JESUS RODRIGUES FERNANDES, pai e filho, respectivamente, moradores da comunidade Cedro, município de Arari e os executaram com vários disparos de arma de fogo nos seus rostos, sem oportunidade de qualquer defesa, fato presenciado pela esposa, filhos e netos;

Os dois camponeses, juntamente com Adriana de Jesus Rodrigues Fernandes, filha de Celino, já haviam sido criminalizados anteriormente, e ficaram presos por 70 dias, conforme denunciam na nota.

Estendemos nossa solidariedade e exigimos justiça para os camponeses. Terra a quem nela trabalha!

Abaixo, reproduzimos a nota em sua íntegra:

Wanderson de Jesus Rodrigues Fernandes (a esquerda) e seu pai, Celino Fernandes (a direita)/Foto: Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão

NOTA PUBLICA DE PESAR, REPUDIO E SOLIDARIEDADE.

Pistoleiros matam dois camponeses na Baixada Ocidental Maranhense – Arari.

As organizações da sociedade civil, que esta assinam, vem, a público se manifestar nos seguintes termos:
1 – Na madrugada do dia 05 de janeiro de 2020, quatro pistoleiros fortemente armados, invadiram a residência de CELINO FERNANDES e WANDERSON DE JESUS RODRIGUES FERNANDES, pai e filho, respectivamente, moradores da comunidade Cedro, município de Arari e os executaram com vários disparos de arma de fogo nos seus rostos, sem oportunidade de qualquer defesa, fato presenciado pela esposa, filhos e netos;
2 – Os pistoleiros chegaram à comunidade e às residências dos camponeses dizendo serem da polícia e que estavam cumprindo ordem de prisão. Trajavam coletes da polícia civil, todos encapuzados, arrombaram as residências e assassinaram os lavradores;
3 – Os camponeses CELINO FERNANDES e WANDERSON DE JESUS RODRIGUES FERNANDES, no ano de 2019, juntamente com mais três camponeses, inclusive Adriana de Jesus Rodrigues Fernandes, filha de Celino, presidente da associação quilombola de Cedro, foram representados criminalmente pelo delegado de Arari Alcides Martins Nunes Neto, denunciados pela promotora Lícia Ramos Cavalcante Muniz, e aceita pelo juiz, Luiz Emilio Braúna Bittencurt Júnior, tendo a época ficado presos por mais de 70 (setenta) dias no  Presídio Regional de Viana;
4 – Há muito tempo a comunidade Cedro, principalmente os lavradores assassinados, haviam denunciado aos órgãos do estado, Delegacia de Polícia, Ministério Público, ITERMA, INCRA, IBAMA, SEMA, SEDIHPOP, o conflito agrário envolvendo a comunidade e a família da desembargadora Ângela Salazar, que cercam os campos públicos para criação de gado bubalino, inclusive com cercas elétricas, local de onde os moradores retiram o sustento de seus familiares, por meio do pescado e da criação de animais;
5 – Essa política deliberada das autoridades de Arari de criminalizar as lideranças sociais, com representações criminais, inquéritos policiais, denúncias, decisões judiciais favoráveis ao latifúndio, tem servido apenas para deixar ainda mais vulneráveis as lideranças sociais, que legitimamente lutam pelos seus territórios;
6 – Não temos dúvidas que essa exposição das lideranças termina por chancelar e encorajar particulares e seus pistoleiros a fazerem a vingança com as próprias mãos, forma de criar uma cortina de fumaça sobre o verdadeiro conflito: a luta pela terra;
7 – Sabemos que o verdadeiro objetivo dessas mortes e ameaças é criar um clima de medo nas comunidades e suas lideranças a não continuarem a luta, esses matadores de aluguel apenas cumprem o restante do trabalho já iniciado pelas autoridades, de criminalização de lideranças, os pistoleiros se acham no direito de eliminá-los.
8 – O governo Flávio Dino, tem as mãos sujas de sague dos povos da terra, camponeses, quilombolas e ribeirinhos que brutalmente são assassinados no Maranhão. Até agora, o governo nada fez para solucionar o conflito, muitos menos expulsou os grileiros de terras públicas da baixada ocidental maranhense;
9 – As mortes dos lavradores em Cedro não é algo isolado ou desvinculado do que se vive hoje no Brasil, a política bolsonarista é uma declaração de guerra aos povos tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e camponeses em geral. O Governo está legalizando e armando as milícias privadas de fazendeiros e anunciando uma criminosa exclusão de ilicitude das forças militares (GLOs) em reintegrações de posse, para transformar as forças armadas em uma verdadeira milícia pública, institucionalizando a violência do Estado a serviço do grande capital e do agronegócio. Além e claro da Medida Provisória – MP 910/2019, que pretende instituir novas regras para a regularização de terras no país (legalizar a grilagem de terras públicas).
10 – Diante disso, repudiamos toda e qualquer política do governo do estado e do projeto bolsonarista que venha ameaçar a existência dos povos, sua autonomia e dignidade.
11- Assim, EXIGIMOS dos órgãos públicos e do governo do estado do Maranhão a imediata elucidação desses bárbaros crimes, sejam os autores processados e ao final condenados às penas das leis brasileiras. Assim como a imediata retirada de grileiros dos campos públicos da baixada ocidental maranhense.
12 – Por fim, queremos manifestar nosso pesar a todos os familiares e a comunidade de Cedro por esta imensa dor que todos passam, bem como, manifestar nossa total solidariedade.
Arari, 05 de janeiro de 2020.

  1. Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão
  2. Associação Quilombola dos moradores do povoado Cedro 
  3. Associação Brasileira dos Advogados do Povo – ABRAPO 
  4. Animação dos Cristãos no Meio Rural – ACR/MA
  5. Central Sindical e Popular – CSP Conlutas
  6. Associação de moradores do povoado Flexeiras
  7. Associação Comunitária dos moradores de Santa Maria 1
  8. Associação comunitária dos moradores da comunidade de Santa Maria 2
  9. Associação dos Trabalhadores Rurais do Povoado Cheiroso
  10. Associação dos Pequenos Produtores Rurais Quilombolas de Assutinga
  11. Associação dos Produtores Rurais Quilombolas das Ilhas do Teso
  12. Associação dos Pequenos Produtores Rurais Quilombola de Flexeiras 
  13. União dos Moradores da Comunidade de Flores
  14. Associação Quilombola dos moradores da Mata de São Benedito 3
  15. Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Vargem Grande/MA – SINTRANSPEM/VG
  16. Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar de Vargem Grande 
  17. Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Cantanhede/MA – SINTASPUMC
  18. Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Cantanhede/MA
  19. Associação Agroecológica Tijupá
  20. Boscheto Luna de Gaia
  21. Coletivo Andes Em Luta (CAEL) – MA
  22. Coletivo Teatro da Sacola (DF-MA)
  23. Conselho Indigenista Missionário – CIMI
  24. Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST (PSOL)
  25. Fórum Maranhense de Mulheres 
  26. Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente da Universidade Federal do Maranhão (GEDMMA/UFMA) 
  27. Marcha Mundial das Mulheres (MA)
  28. Movimento em Defesa da Ilha
  29. Movimento Hip Hop Militante Quilombo Urbano
  30. Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB
  31. Movimento Mulheres em Luta -MA
  32. Movimento Pela Saúde dos Povos – MSP
  33. ONG Arte – Mojó 
  34. Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados PSTU
  35. Resistência (PSOL)
  36. Sindicato dos (as) Trabalhadores (as) nas Entidades e Centrais Sindicais, Associações, Federações, Órgãos de Classe, Entidades Não Governamentais e Partidos Políticos no Estado do Maranhão – SINTES-MA
  37. União Wicca do Brasil
  38. Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo/MA – SIDSERP/SB
  39. Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos – CEBRASPO