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sexta-feira, 10 de março de 2017

REPUDIAMOS A SENTEÇA DE PRISÃO PERPÉTUA DADA AO PROFESSOR G.N. SAIBABA!


O velho estado indiano através do Tribunal de Sessões de Gadchiroli (Maharashtra) condenou a prisão perpétua o professor G.N. Saibaba por conta de sua destacada militância em defesa dos direitos do povo. Além do professor Saibaba outros 5 militantes foram alvos desta absurda medida. 
O governo indiano tem atacado cada vez mais o povo de seu próprio país. Com o intuito de expulsar os camponeses de suas terras, sob o mantra da "Operação Caçada Verde", as aldeias de povos advasis (povos originários) estão sendo dizimadas, sofrendo com ataques aéreos, e com as ofensivas dos grupos de mercenários a soldo do governo. Tudo para defender os interesses das transnacionais, em especial as do setor de mineração. Nas cidades crescem os números dos processos baseados em leis draconianas que tem como alvo os militantes e ativistas dos direitos do povo. Um exemplo do grau de perseguição do governo indiano é exemplo da a renomada escritora indiana Arundhati Roy que como o professor Saibaba também é perseguida pelo velho estado. 
Estima-se que na Índia o número de presos políticos seja cerca de 100 mil pessoas, ou seja, milhares de homens e mulheres que foram presos por suas posições e ações políticas em defesa do povo. Entre eles 10 mil são acusados de terem alguma ligação com o movimento maoista do país. Os maoistas estão em guerra popular contra o Estado indiano a décadas, e o Estado indiano têm declarado guerra total a todo o povo.
Esta sentença é mais um capítulo do ataque que as liberdades democráticas estão sofrendo na Índia. Sob a falácia de "combater os maoístas" o velho estado indiano tem perseguido e prendendo aqueles que se levantam em defesa dos direitos do povo indiano e das diversas nacionalidades que vivem sob o jugo da gerencia fascista do governo de Modi.
Inúmeras entidades de defesa dos direitos do povo e das liberdades democráticas da Índia e internacionais já manifestaram seu repúdio a sentença dada ao professor Saibaba, que além de possuir paralisia em quase 90% do corpo, também sofre com diversas complicações em seu estado de saúde. Organizações de estudantes, diversos sindicatos e movimentos populares em geral estão denunciando o julgamento como uma farsa e já estão convocando diversas manifestações por toda a Índia contra esta sentença.
Diversas ações serão tomadas em defesa do professor Saibaba e dos demais presos políticos que resistem bravamente nas masmorras da Índia. Convocamos a todas as entidades democráticas e revolucionárias a participarem dessa campanha.
Em breve teremos novas informações.


LIBERDADE INCONDICIONAL PARA O PROFESOR SAIBABA 

E DEMAIS PRESOS POLITICOS NA INDIA !

sexta-feira, 3 de março de 2017

ÍNDIA - "Minhas lições na prisão em Tihar", Kobad Ghandy

Reproduzimos relato escrito pelo preso político  Kobad Ghandy sobre o tempo em que ele está encarcerado nas masmorras do velho estado indiano. 


Meus quase sete anos passados na prisão de Delhi são suficientes para compreender como funciona a sócio economia do crime. Os pequenos criminosos possuem um só objetivo: tornar-se grandes. Quanto mais pessoas você mata, melhor é seu estatuto.
Os muros de Tihar excluem não somente o calor do sol, mas também da sociedade. Os muros elevados das prisões de segurança máxima bloqueiam o sol e também a maior parte das instalações de saúde e de entretenimento da prisão. A desumanidade da atmosfera na prisão é ainda mais fria. Os níveis extremos de manipulação e de egoísmo fizeram mesmo com que nossos políticos parecessem anjos, a verdade é mesmo uma raridade e a mentira é a norma, a ingenuidade, uma ocasião e o pretexto é natural.
Tihar reflete, podemos dizer, um microcosmo da sociedade de hoje no exterior, apenas a escória da mesma. É claro que mesmo na imundície dos lugares mais sujos, nós podemos encontrar diamantes, mais isso é raro. Viver de acordo com princípios é quase impossível, ser oportunista torna-se o objetivo principal. A simplicidade é considerada como ingenuidade, quase estupidez, a astúcia e rudeza são os modelos.
Sete anos em tal ambiente trata de desumanizar não importa quem, isso impele a entorpecer toda a sensibilidade. Entretanto, além dessa provação de confinamento extremo, além disso, em uma prisão da prisão, Tihar é uma grande escola de aprendizagem. Porque o crime continua a aumentar em Delhi, porque Delhi é a capital mundial do estupro e porque o sistema de justiça penal parece tão injusto.
Podemos dizer que Tihar possui quatro categorias de detentos – os pequenos ladrões, que são a maior parte dos detentos; aqueles que estão na prisão em função de conflitos pessoais ou familiares; os grandes criminosos profissionais, membros de gangues; enfim, os detentos de colarinho branco e os vigaristas. Os violadores provém dessas quatro categorias. Os dois últimos possuem o estatuto mais elevado na prisão, todos os cumprimentam. Os pequenos criminosos possuem um só objetivo: juntar-se à liga dos grandes. Quanto mais você comete assassinatos, mais elevado é o seu estatuto, quanto maior é o saque, mais o estatuto é elevado.
Os criminosos menores são um produto da pobreza excessiva, das vastas jhuggui e das colonias empobrecidas de Delhi. Com nenhuma legislação do trabalho em vigor, eu encontrei muitos daqueles que realizavam trabalhos extenuantes de 10 à 12 horas por dia e que ganhavam de 3.000 à 5.000 rupies por mês. Quem mais é atingido são os jovens tocados pela cultura de cinco estrelas promovida dia e noite e eles aspiram assim à maior parte doo bolo.